sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

BNDES descarta risco de falta de energia nos próximos anos

Folha Online /Cirilo Junior

08/02/2008

Os projetos de geração de energia elétrica aprovados ou que estão sendo avaliados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) indicam que não faltará energia no país nos próximos anos. A avaliação foi feita nesta quinta-feira pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, que vê, no curto prazo, um quadro de segurança energética.

"Os projetos desenham um quadro de que não faltará energia nos próximos anos, embora o balanço ainda seja apertado", afirmou.

Coutinho destacou as aprovações, no ano passado, de três projetos hidrelétricos que garantirão aumento de 2.275 MW (megawatts) à capacidade instalada do país. A hidrelétrica de Estreito (1.087 MW) recebeu financiamento de R$ 2,6 bilhões; a hidrelétrica Foz do Chapecó (855 MW) obteve crédito de R$ 1,6 bilhão, e a de Simplício (333 MW), R$ 1 bilhão.

O diretor de Infra-Estrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, afirmou que as operações relativas a projetos de geração elétrica vêm aumentando substancialmente na carteira do banco.

"Não só os projetos hidrelétricos, mas vemos usinas eólicas, usinas térmicas movidas por bagaço de cana e PCHs [Pequenas Centrais Hidrelétricas] com grande potencial de crescimento", acrescentou.

Fluxo fica negativo em US$ 2,35 bi

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Viviane Monteiro

08/02/2008

Refletindo a crise internacional, o fluxo cambial do País - resultado gerado pela entrada e saída de dólares na economia - apresentou déficit US$ 2,357 bilhões no primeiro mês do ano, ao contrário do verificado em janeiro do ano passado, quando o saldo havia ficado positivo em US$ 3,77 bilhões. O número é o primeiro negativo desde setembro do ano anterior, quando a saída de dólares do Brasil atingiu US$ 3 milhões, segundo dados do Banco Central, divulgados ontem.
O fluxo cambial é a diferença entre os resultado do saldo comercial, que ficou positivo em US$ 4,173 bilhões, e o financeiro, que foi negativo em US$ 6,530 bilhões em janeiro de 2008. Do lado da balança comercial, as exportações somaram US$ 15,307 bilhões, abaixo dos US$ 17,335 bilhões em janeiro de 2007, e as importações em US$ 11,134 bilhões, bem acima dos US$ 7,272 bilhões em igual mês do ano anterior. Já na parte financeira, as compras de dólares somaram US$ 32,608 bilhões (ante US$ 17,193 bilhões) e as vendas, US$ 39,138 bilhões, contra US$ 23,486 bilhões em janeiro de 2007.

A queda verificada no fluxo cambial em janeiro decorre do temor de recessão da economia dos Estrados Unidos e da turbulência mundial, segundo a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, O cenário já reflete a saída de capital da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

A economista Adriana Dupita, da LCA Consultores, disse que em janeiro saíram da Bovespa R$ 4,73 bilhões, o equivalente a US$ 2,67 bilhões, levando-se em conta o dólar médio do mês a US$ 1,77. "Isso faz parte do movimento global (das bolsas) atual, pois alguns investidores que estão com perdas em alguns mercados, como o americano, saem de um país, como o Brasil, porque precisam recompensar essas perdas lá. Mas isso não mostra crise no Brasil", ressalta Adriana.

Indústria fecha 2007 com o maior crescimento desde 2004, diz CNI

Rodrigo Postigo

08/02/2008

As vendas reais (descontada a inflação) da indústria brasileira avançaram 5,1% em 2007 na comparação com um ano antes, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O ritmo de expansão do faturamento das indústrias em 2007 ficou muito próximo do que ocorreu em 2004, quando as vendas reais cresceram 5,4%. O relatório diz que o ano foi especialmente favorável à indústria de transformação.

No ano, houve expansão em 15 dos 19 setores pesquisados pela CNI, com destaque para máquinas e equipamentos (com participação de 1,2 ponto percentual no total de crescimento), alimentos e bebidas (1,0 ponto percentual) e veículos automotores (0,9 ponto percentual).

Somente em dezembro do ano passado, ante dezembro de 2006, houve crescimento de 5,8% nas vendas industriais. Os dados mostram um crescimento de seis meses consecutivos, considerando a série com ajuste sazonal. Somente no segundo semestre, a variação foi de 7% ante o mesmo período de 2006.

Operação de crédito paga IOF e juros

Estado de São Paulo

08/02/2008

Parcelamento é com ou sem IOF? A pergunta passou a ser importante na hora de o consumidor aceitar um parcelamento de uma compra com cartão de crédito. Depois do pacote que aumentou alíquotas do IOF, o uso do dinheiro de plástico ficou mais caro. Mas é perfeitamente possível fugir desse aumento. Comprar parcelado só quando o financiamento é feito pela loja e evitar o crédito rotativo são duas dicas importantes.

Desde o início de janeiro, a alíquota do IOF passou de 1,5% para 3,38% ao ano para a maioria das operações, como o parcelamento de compras com juros e uso do crédito rotativo. Para quem usa o cartão, é possível evitar esse aumento. A primeira dica vale para as compras parceladas com juros. Nesse caso, é preciso perguntar à loja quem oferece o crédito. Tais operações podem ser feitas de duas formas: com crédito do próprio varejista ou com recursos da administradora do cartão. Quando a operação é feita pela loja, não há incidência de IOF e o aumento do imposto não é sentido. Já nos financiamentos feitos pelas administradoras, há incidência de IOF, que, nesse caso, mais que dobrou.

Outra dica é para quem costuma pagar apenas parte da fatura. Quando isso ocorre, o restante da conta entra no chamado crédito rotativo. Nesses casos, o cliente paga juros e a nova alíquota do IOF sobre o valor que deixou para o mês seguinte. Portanto, o melhor é pagar o valor integral, sem recorrer ao crédito das operadoras. Vale lembrar que nos casos em que a compra é realizada sem parcelamento e a fatura é paga integralmente, o consumidor está isento de IOF e juros.

Projetos do PAC receberam R$ 5 bilhões do BNDES

Rodrigo Postigo

08/02/2008

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social desembolsou no ano passado R$ 5 bilhões para investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de energia, logística, social, urbana e de administração pública.

O presidente do banco, Luciano Coutinho, informou que 183 projetos se acham em carteira ou em análise na instituição, e somam R$ 66 bilhões em financiamento.

Na área social, o diretor das áreas de Inclusão Social e de Crédito do BNDES, Élvio Lima Gaspar, informou que foram aprovados mais de R$ 3 bilhões para o setor de saneamento. Segundo ele, "a média histórica do banco não chegava a R$ 1 bilhão".

"Pelo que tem ainda de saneamento dentro do PAC para contratação, isso nos leva a crer que o BNDES vai ter uma atuação muito importante nessa área", afirmou o diretor.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou no passado recursos no valor de R$ 6 bilhões somente para a área de saneamento. Este ano, a expectativa é que sejam autorizados mais R$ 6 bilhões.

Sudeste responde por 60% das importações e exportações

Rodrigo Postigo

08/02/2008

A região sudeste também foi responsável pela maioria das importações brasileiras em janeiro. Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os quatro estados da região, que representaram 60,5% das exportações do Brasil no período, importaram 58,7% do total do País no mês.

Assim como nas exportações, São Paulo continua sendo o Estado que mais compra do exterior, sendo responsável, sozinho, por 39,1% de todos os produtos que entram no País.

As importações brasileiras em janeiro de 2008 ficaram em US$ 12,332 bilhões, 45,6% a mais do total contabilizado no mesmo mês de 2007. O maior crescimento no quesito foi verificado na região sul, que importou 91,3% a mais (de US$ 1,365 para US$ 2,612 bi) na mesma comparação. Em comparação ao total do Brasil, o sul foi responsável por 21,2%.

Entre os Estados, o maior crescimento verificado no País o de três da região nordeste: Piauí, com crescimento de 309% - de US$ 2,1 milhões em janeiro passado para US$ 8,7 milhões neste ano; Alagoas, crescimento de 211,7% - de US$ 6 mi para US$ 18,7 mi, e Rio Grande do Norte, aumento de 140,1%, passando de US$ 8,2 mi para US$ 19,7 mi.

Exportações

A região Sudeste foi responsável por 60,5% do total de US$ 13,2 bilhões de exportações brasileiras em janeiro de 2008, segundo o MDIC. São Paulo permanece como principal Estado exportador, com US$ 3,9 bilhões em vendas para o exterior no período.

A região Sul ficou na segunda colocação entre as maiores regiões exportadoras, respondendo por 17,3% do total. A região Nordeste participou com 9,6%, a Norte com 6,7% e a Centro-Oeste com 4,1%.

No desempenho dos Estados, foram destacados pelo MDIC o crescimento das exportações, em relação a janeiro do ano passado, do Rio de Janeiro (alta de 18,5%), Paraná (55,2%), Bahia (44,2%), Mato Grosso (71,6%) e Pará (25,3%).

UPDATE 1-Brazil posts $2.36 bln Jan net outflow vs Dec inflow

Thu Feb 7, 2008 9:52am EST
(Adds data on trade, financial transactions)

SAO PAULO, Feb 7 (Reuters) - Net outflows of U.S. dollars from Brazil totaled $2.357 billion in January, compared with inflows of $5.397 billion in December, the central bank said on Thursday.
Outflows from financial transactions reached $6.53 billion last month, while trade-related transactions recorded a surplus of $4.173 billion.
Data on banks' dollar positions showed banks were less bearish on the Brazilian currency, the real BRBY.
Banks had long dollar positions of $2.79 billion at the end of January, compared with $7.332 billion at the end of December. A long position on the dollar is a bet that the U.S. currency will strengthen against the real.
(Reporting by Silvio Cascione, Translated by Todd Benson, editing by Walker Simon)

Brazil Lifts Tariffs on Wheat Imports Through June, Valor Says

By Romina Nicaretta
Feb. 7 (Bloomberg) -- Brazil lifted tariffs on wheat imported from countries outside of the Mercosur trade bloc in a bid to stem inflation, Valor Economico reported.
The duties will be suspended until June 30, when Brazil starts harvesting its wheat crop, Valor said, citing Edilson Guimaraes, economic policy secretary at the Agriculture Ministry.
Brazil produced 3.8 million metric tons of wheat in the crop harvested in the second half of last year, Valor said. Brazil consumes 10.2 million tons a year, the newspaper said.
Argentina is Brazil's largest wheat supplier, and Canada and the U.S. are the biggest sources outside Mercosur, Valor said. Mercosur is made up of Brazil, Argentina, Uruguay and Paraguay.

Studies Deem Biofuels a Greenhouse Threat

The New York Times
By ELISABETH ROSENTHAL
Published: February 8, 2008
Almost all biofuels used today cause more greenhouse gas emissions than conventional fuels if the full emissions costs of producing these “green” fuels are taken into account, two studies being published Thursday have concluded.
The benefits of biofuels have come under increasing attack in recent months, as scientists took a closer look at the global environmental cost of their production. These latest studies, published in the prestigious journal Science, are likely to add to the controversy.
These studies for the first time take a detailed, comprehensive look at the emissions effects of the huge amount of natural land that is being converted to cropland globally to support biofuels development.
The destruction of natural ecosystems — whether rain forest in the tropics or grasslands in South America — not only releases greenhouse gases into the atmosphere when they are burned and plowed, but also deprives the planet of natural sponges to absorb carbon emissions. Cropland also absorbs far less carbon than the rain forests or even scrubland that it replaces.
Together the two studies offer sweeping conclusions: It does not matter if it is rain forest or scrubland that is cleared, the greenhouse gas contribution is significant. More important, they discovered that, taken globally, the production of almost all biofuels resulted, directly or indirectly, intentionally or not, in new lands being cleared, either for food or fuel.
“When you take this into account, most of the biofuel that people are using or planning to use would probably increase greenhouse gasses substantially,” said Timothy Searchinger, lead author of one of the studies and a researcher in environment and economics at Princeton University. “Previously there’s been an accounting error: land use change has been left out of prior analysis.”
These plant-based fuels were originally billed as better than fossil fuels because the carbon released when they were burned was balanced by the carbon absorbed when the plants grew. But even that equation proved overly simplistic because the process of turning plants into fuels causes its own emissions — for refining and transport, for example.
The clearance of grassland releases 93 times the amount of greenhouse gas that would be saved by the fuel made annually on that land, said Joseph Fargione, lead author of the second paper, and a scientist at the Nature Conservancy. “So for the next 93 years you’re making climate change worse, just at the time when we need to be bringing down carbon emissions.”
The Intergovernment Panel on Climate Change has said that the world has to reverse the increase of greenhouse gas emissions by 2020 to avert disastrous environment consequences.
In the wake of the new studies, a group of 10 of the United States’s most eminent ecologists and environmental biologists today sent a letter to President Bush and the speaker of the House, Nancy Pelosi, urging a reform of biofuels policies. “We write to call your attention to recent research indicating that many anticipated biofuels will actually exacerbate global warming,” the letter said.
The European Union and a number of European countries have recently tried to address the land use issue with proposals stipulating that imported biofuels cannot come from land that was previously rain forest.
But even with such restrictions in place, Dr. Searchinger’s study shows, the purchase of biofuels in Europe and the United States leads indirectly to the destruction of natural habitats far afield.
For instance, if vegetable oil prices go up globally, as they have because of increased demand for biofuel crops, more new land is inevitably cleared as farmers in developing countries try to get in on the profits. So crops from old plantations go to Europe for biofuels, while new fields are cleared to feed people at home.
Likewise, Dr. Fargione said that the dedication of so much cropland in the United States to growing corn for bioethanol had caused indirect land use changes far away. Previously, Midwestern farmers had alternated corn with soy in their fields, one year to the next. Now many grow only corn, meaning that soy has to be grown elsewhere.
Increasingly, that elsewhere, Dr. Fargione said, is Brazil, on land that was previously forest or savanna. “Brazilian farmers are planting more of the world’s soybeans — and they’re deforesting the Amazon to do it,” he said.
International environmental groups, including the United Nations, responded cautiously to the studies, saying that biofuels could still be useful. “We don’t want a total public backlash that would prevent us from getting the potential benefits,” said Nicholas Nuttall, spokesman for the United National Energy Program, who said the United Nations had recently created a new panel to study the evidence.
“There was an unfortunate effort to dress up biofuels as the silver bullet of climate change,” he said. “We fully believe that if biofuels are to be part of the solution rather than part of the problem, there urgently needs to be better sustainability criterion.”
The European Union has set a target that countries use 5.75 percent biofuel for transport by the end of 2008. Proposals in the United States energy package would require that 15 percent of all transport fuels be made from biofuel by 2022. To reach these goals, biofuels production is heavily subsidized at many levels on both continents, supporting a burgeoning global industry.
Syngenta, the Swiss agricultural giant, announced Thursday that its annual profits had risen 75 percent in the last year, in part because of rising demand for biofuels.
Industry groups, like the Renewable Fuels Association, immediately attacked the new studies as “simplistic,” failing “to put the issue into context.”
“While it is important to analyze the climate change consequences of differing energy strategies, we must all remember where we are today, how world demand for liquid fuels is growing, and what the realistic alternatives are to meet those growing demands,” said Bob Dineen, the group’s director, in a statement following the Science reports’ release.
“Biofuels like ethanol are the only tool readily available that can begin to address the challenges of energy security and environmental protection,” he said.
The European Biodiesel Board says that biodiesel reduces greenhouse gasses by 50 to 95 percent compared to conventional fuel, and has other advantages as well, like providing new income for farmers and energy security for Europe in the face of rising global oil prices and shrinking supply.
But the papers published Thursday suggested that, if land use is taken into account, biofuels may not provide all the benefits once anticipated.
Dr. Searchinger said the only possible exception he could see for now was sugar cane grown in Brazil, which take relatively little energy to grow and is readily refined into fuel. He added that governments should quickly turn their attention to developing biofuels that did not require cropping, such as those from agricultural waste products.
“This land use problem is not just a secondary effect — it was often just a footnote in prior papers,”. “It is major. The comparison with fossil fuels is going to be adverse for virtually all biofuels on cropland.”