sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para Abrasca, mercado deve continuar fechado em 2009

Governo edita MP sobre efeitos do IFRS no Paí­s

Efeitos da crise chegaram rápidos à economia real, diz CNI

Economista do BM defende integração da América Latina contra crise

Argentina anuncia US$ 3,8 bi para estimular a economia

UE fecha acordo preliminar sobre uso de biocombustí­veis

Nova realidade para empresas brasileiras com a Lei das S.A.

Débito tributário de pequeno valor é anistiado

Cartão de créito resiste à crise e deve faturar R$ 26 bi neste mês

Para Abrasca, mercado deve continuar fechado em 2009

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Luciano Feltrin
05/12/2008
O cenário negativo para captações no mercado brasileiro, via emissão de novas ações de empresas já listadas ou de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) deve se estender por todo o próximo ano. Empresas brasileiras terão de utilizar o alongamento dos prazos de suas dívidas. Instrumentos como debêntures, notas promissórias ou securitização de recebíveis devem continuar ganhando espaço.
A avaliação é da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). "A bolsa brasileira vem sofrendo muito pela saída de investidores estrangeiros que estão enfrentando o agravamento da crise internacional. As empresas precisam de recursos para levar suas atividades à frente e creio que as debêntures serão um mecanismo muito utilizado para fazer isso", estima o presidente da entidade, Antonio Castro.
Em sua avaliação, as taxas de financiamento bancário já vêm refletindo a piora de cenário. "No momento, somente as grandes empresas, consideradas os devedores ideais, conseguem taxas de 104% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário", cita.
Segundo o executivo, um dos maiores temores do mercado é quando uma empresa com ações negociadas em bolsa tem dificuldades para cumprir seus planos e chegam a cancelar projetos. "Isso é preocupante e, infelizmente, já começa a acontecer", lamenta.

Governo edita MP sobre efeitos do IFRS no País

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Luciano Feltrin
05/12/2008
O Governo Federal editou ontem uma Medida Provisória (MP) cujo conteúdo trata, entre outros temas, dos efeitos tributários da aplicação da lei 11.638 no País. De acordo com o documento, publicado ontem no Diário Oficial, a Receita Federal passará a tratar do tema por meio de um regime tributário de transição. Ele valerá até a edição de uma lei sobre o assunto seja editada. O objetivo do órgão é possibilitar que as empresas que têm de adaptar-se às novas normas, que aproximam o modelo contábil brasileiro do modelo International Financial Reporting Standards (IFRS), não sejam tributadas para fazê-lo.
O princípio de neutralidade na aplicação da modalidade era aguardada com atenção pelas empresas de capital aberto e de grande porte, cuja receita tenha sido superior a R$ 300 milhões no ano passado. Essas companhias terão de publicar balanços consolidados baseados no IFRS até 2010.
O assunto deve ser abordado hoje, em uma reunião do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O organismo, junto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o responsável por colocar os pronunciamentos que regulam a lei 11.638.
Acelerar o processo
Profissionais envolvidos com o processo de convergência contábil acreditam que a manifestação da Receita, deixando clara sua intenção de que o processo não deve gerar tributações extras às empresas, levará à aceleração do ritmo com que as companhias têm aderido ao IFRS. "Tenho certeza de que muitas empresas estavam apenas aguardando essa sinalização para migrar sua contabilidade para o modelo completo de IFRS", afirma o vice-coordenador de relações institucionais do CPC, Haroldo Levy Neto.
O especialista estima que, entre cinco e seis empresas, devem ter condição de fazê-lo até o fim deste ano. Uma delas é a companhia de aviação civil Gol.
O presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Antonio Castro, o pronunciamento da Receita Federal concorda que o pronunciamento da Receita Federal deve estimular as companhias a acelerar a migração contábil. "IFRS foi um dos principais assuntos do ano."

Efeitos da crise chegaram rápidos à economia real, diz CNI

Segundo economista, indicadores industriais de outubro mostram que já houve inflexão no ritmo da economia
Agência Estado / Renata Veríssimo
05/12/2008
O economista chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, disse nesta quinta-feira, 4, que surpreendeu a rapidez com que os efeitos da crise financeira internacional foram transmitidos para o lado real da economia. Segundo ele, os indicadores industriais de outubro mostram claramente que já houve uma inflexão no ritmo da economia. "A rapidez com que a crise se alastrou acabou disseminada pelos dados de outubro", disse durante entrevista para avaliar os indicadores industriais de outubro, divulgados pela CNI.
Ele atribuiu a retração das vendas reais e das horas trabalhadas em relação à setembro a dois fatores, principalmente: a crise de liquidez, que, segundo ele, se alastrou não só para as empresas exportadoras mas também para o setor doméstico da economia, e a retração da demanda.
Castelo Branco destacou que no mercado externo já houve uma queda muito forte da demanda para um grande número de produtos, apesar da mudança de patamar do câmbio. Ele disse que commodities e setores como siderurgia, mineração e celulose já estão sentindo uma queda na demanda mundial. "A conjugação desses dois fatores (crédito e demanda) mudou as condições domésticas", avaliou.
Ele contou que a CNI fez uma consulta emergencial às empresas, há cerca de 10 dias, para saber como elas estavam sentindo a crise. O resultado apontou que a redução da demanda tem sido o principal problema, o que está fazendo com que as empresas revisem os seus investimentos. "O cenário mudou e já começou a influenciar os números reais da produção", disse Castelo Branco.
Segundo ele, as medidas adotadas até agora pelo governo para dar liquidez ao mercado estão na direção correta, mas a crise alterou o quadro de crédito no país, que se tornou mais caro para as empresas e as famílias. Castelo Branco disse que a atividade industrial mudou de patamar em outubro e deve mostrar novas retrações em novembro e dezembro. A CNI irá revisar a sua previsão de crescimento industrial para 2008, que é de 5%, e para a economia, que é de 5,3%. Castelo Branco disse que a entidade irá aguardar a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na próxima semana, para revisar as estimativas para 2008.
Castelo Branco, no entanto, afirmou que os resultados da indústria este ano ainda devem ser excepcionalmente elevados porque três quartos do ano foram dominados por um ritmo forte da economia. "Mas, essa inflexão vai dominar este último trimestre", afirmou. Para o economista, o quarto trimestre será de ajuste no ritmo de crescimento da atividade industrial.

Economista do BM defende integração da América Latina contra crise

EFE
05/12/2008
Os países em desenvolvimento devem responder à crise financeira com uma maior integração, pois "as nações integradas se recuperam mais rápido que as isoladas", afirmou hoje um porta-voz do Banco Mundial (BM) durante um fórum realizado em Brasília.
Truman Packard, economista do organismo, disse que, durante as crises da década de 1990, os países do sudeste asiático deram margem ao crescimento graças à sua integração na economia global, que permitiu que amortizassem os impactos das turbulências financeiras.
Como contrapartida, citou os casos dos Estados Unidos e da Europa após a "Grande Depressão" da década de 1930, e afirmou que os dois sofreram os efeitos durante anos devido à falta de uma maior integração.
Packard participou de um seminário sobre políticas regionais no marco do Mercosul - bloco formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai - e recomendou a estas nações que impeçam as tentações do protecionismo em tempo de crise e mantenham a aposta na integração.
"A tendência através da história é que as nações mais integradas se recuperam mais rápido" das crises, afirmou.
O funcionário do BM admitiu, no entanto, que na América do Sul se acumula um longo "histórico de fracassos" em matéria de integração, que atribuiu em parte à falta de infra-estruturas que facilitem o comércio regional.
Segundo Packard, é preciso potenciar o que qualificou de "fator geográfico" da integração e manter o olhar no longo prazo, apesar das dificuldades impostas pelo momento atual.
O economista do BM afirmou que a mobilidade de pessoas e mercadorias deve ser a "pedra angular" de todo o processo de integração econômica e a base de uma "globalização sustentada e com inclusão".
Nesse sentido, também se mostrou favorável às migrações, tanto locais como internacionais, pois "ajudam o desenvolvimento" das nações e dos próprios indivíduos, indicou.
No entanto, ressaltou que as migrações não podem ser causadas por falta de emprego ou de serviços básicos, como ocorre na maioria dos países latino-americanos, mas pelo desejo de indivíduos qualificados que buscam "progresso econômico".
"As migrações podem ser benéficas aos indivíduos, mas o importante é que sejam benéficas às sociedades", indicou o funcionário do Banco Mundial.

Argentina anuncia US$ 3,8 bi para estimular a economia

Reuters
05/12/2008
A Argentina destinará cerca de US$ 3,8 bilhões para estimular a economia local diante dos sinais de desaceleração em decorrência da crise global, disse a presidente do país, Cristina Kirchner.
O plano será financiado em parte com ativos dos fundos de pensão, que foram estatizados recentemente.
- Quero anunciar a vocês que vamos incentivar a produção, o investimento, o trabalho, o emprego, o consumo, destinando 13,2 bilhões de pesos por meio de instrumentos distintos- disse a presidente.
Dos fundos, o governo destinará 3,5 bilhões de pesos para empréstimos para consumo de pequena escala e 3,1 bilhões de pesos para créditos para a venda de veículos.
Kirchner também anunciou uma redução de 5 pontos percentuais nos impostos para as exportações de trigo e milho, entre outras medidas.

Stimulus Package Lifts Argentine Stocks Higher

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: December 4, 2008
Filed at 2:38 p.m. ET
SAO PAULO, Brazil (AP) -- Argentine stocks rose on the government's announcement of an economic stimulus package, while other Latin American markets were flat in midday trading Thursday.
Argentina's benchmark Merval increased 2 percent to 990 in late trading, while Brazil's Ibovespa index was nearly even at 35,284.
Mexico's IPC index was up 0.2 percent at 20,188 in midday trading.
Argentina's government announced plans Thursday to use billions of dollars of newly nationalized pension fund assets to grant low-cost loans to farmers, industry and automakers.
Meanwhile, Europe's stock markets closed modestly lower Thursday, despite hefty interest-rate cuts across the continent. Wall Street fell amid further grim corporate and economic news ahead of Friday's crucial U.S. jobs report for November.
Chile's IPSA index was flat in late trading at 2,302, and the Colombian IGBC index rose 0.6 percent to 7,423.

UPDATE 1-Brazil says to unveil new steps to ensure growth

Thu Dec 4, 2008 2:43pm EST
(Recasts, adds Rousseff comments, context)
BRASILIA, Dec 4 (Reuters) - Brazil's government plans to soon unveil new measures to cushion the blow of the global economic downturn on Latin America's largest economy and will take steps to prevent a spike in unemployment, two top officials said on Thursday.
The comments come the same week that mining giant Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz)(RIO.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) cut 1,300 jobs and Volvo (VOLVb.ST: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), the world's number two truck maker, laid off 430 workers at its truck plant in the southern city of Curitiba.
"We will continue to generate jobs and to take measures to prevent the economy from stalling," Finance Minister Guido Mantega told reporters in Brasilia.
President Luiz Inacio Lula da Silva's chief of staff, Dilma Rousseff, earlier said the government would do all in its power to avoid rising unemployment.
"This is a key issue for the government, not to allow a fall in employment which will compromise all that we've achieved until now," she told reporters before meeting with union leaders in Brasilia, the capital.
Latin America's largest economy has grown at a rapid pace in recent years but there are now signs that it is being hurt by the global financial crisis.
Brazil's government has taken a series of measures in recent months to help limit the impact of the crisis.
The country's central bank has increased credit lines to sectors that have been badly affected by the liquidity squeeze and has intervened regularly in the foreign exchange market to limit the fall of the local currency.
But with with industrial production slumping, bank lending contracting and business confidence at its lowest in more than three years, the government is under pressure to do more to shore up the economy especially since governments in Europe and the United States have already announced their own economic stimulus packages.
(Reporting by Isabel Versiani and Fernando Exman; Writing by Ana Nicolaci da Costa)

UPDATE 1-Brazil auto sales plunge 26 pct as crisis spreads

Thu Dec 4, 2008 8:40am EST
* Car and truck sales plunge 25.7 pct in November
* Production falls 34.4 pct, 4th straight monthly drop
* Sales are still up 18.3 pct so far in 2008 (Adds exports, year-to-date sales, breakdown by automaker)
SAO PAULO, Dec 4 (Reuters) - New automobile sales in Brazil slumped for the second straight month in November, falling 25.7 percent from October as a nagging credit crunch and a slowing economy kept many consumers out of showrooms, the national automakers' association said on Thursday.
Production of cars and trucks also dropped in November for the fourth month in a row, plunging 34.4 percent to 194,900 vehicles after slipping 1.3 percent in October.
Sales of new cars and trucks last month totaled 177,800 units, said Anfavea, the automakers' association. Sales had tumbled 11 percent in October, reversing course after a 9.8 percent jump in September.
Exports also fell sharply in November, dropping 23.1 percent from the previous month to $1 billion.
The slowdown follows three years of torrid growth in Brazil's auto market, one of the main beneficiaries of a credit boom that helped fuel a surge in consumption in Latin America's largest economy.
But lending has shrunk dramatically in the last few months as the global financial crisis has spilled into Brazil, hitting credit-sensitive sectors like the auto industry especially hard.
Despite the slowdown, auto sales were still up 18.3 percent so far in 2008 through November, Anfavea said.
Brazil is a crucial market for global automakers such as Italy's Fiat (FIA.MI: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Germany's Volkswagen AG (VOWG.DE: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), U.S.-based General Motors Corp (GM.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) and Ford Motor Co (F.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz). Asian and French manufacturers are also boosting their presence in Brazil, a vast country where most people still don't own cars.
Fiat, the market leader, sold 40,764 cars and trucks in November, a 23.6 percent drop from the previous month. Volkswagen sales fell 23.8 percent to 37,466 units, GM sales plunged 32.5 percent to 29,702 vehicles, and Ford sales slumped 29.4 percent to 15,943 cars and trucks. (Reporting by Alberto Alerigi Jr., Writing by Todd Benson; Editing by Derek Caney and Lisa Von Ahn)