sexta-feira, 12 de junho de 2009

Economia do Brasil está pronta para crescer de novo, diz "Economist"

Folha Online
12/06/2009
Entre os últimos países do mundo a cair em recessão devido à crise econômica global em curso, o Brasil pode estar entre os primeiros a sair dela, segundo reportagem na versão eletrônica da revista britânica "The Economist".
Na reportagem, intitulada "Ready to Roll Again" ("Pronta para Rodar de Novo", em tradução livre), a "Economist" diz que uma série de indicadores, do valor do mercado acionário à criação de crédito, já estão quase onde estavam antes da quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro do ano passado, que agravou a crise financeira e acabou por afetar a economia mundial como um todo.
A revista ainda destaca o corte feito pelo Banco Central na taxa Selic, feito ontem, para 9,25% ao ano --"a primeira vez que a taxa fica em um dígito desde os anos 60"--, a queda de apenas 0,8% no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no primeiro trimestre deste ano na comparação com o último de 2008.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2008, por sua vez, o PIB brasileiro teve retração de 1,8%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (9). Trata-se da segunda taxa negativa consecutiva do PIB (Produto Interno Bruto) nessa comparação --houve queda de 3,6% no quarto trimestre--, o que configura um quadro de recessão técnica, a primeira desde 2003.
A queda de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2008 é a mais forte desde o quarto trimestre de 1998, quando a retração foi de 1,9%. Apesar da esperada queda, a retração é menor que a esperada pelo mercado e economistas ouvidos pela Folha Online.
"Muitos analistas acreditam que o Brasil está começando agora a crescer de novo, e vai voltar a um crescimento anual de 3,5% a 4% no próximo ano. Se for assim, isso significará que o país escapou [da crise] após uma breve recessão", diz o texto.
A reportagem, no entanto, destaca alguns problemas "familiares", como a valorização do real frente ao dólar. "Para os exportadores o câmbio está mais uma vez dolorosamente forte, como antes de setembro", diz o texto.

Acionistas e regulador ganham mais poder sobre salário de executivos nos EUA

EFE
12/06/2009
O Governo dos Estados Unidos anunciou hoje novas normas referentes aos salários máximos para executivos, segundo as quais os acionistas e a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) terão um papel fundamental na hora de decidir essas remunerações.
As normas serão aplicadas aos principais executivos em cada uma das mais importantes empresas que receberam bilhões de dólares de ajuda do Estado para sobreviver durante atual a crise econômica, informou o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em comunicado.
Ele ressaltou que o Governo proporá que o Congresso aprove uma legislação que obrigue os comitês que definem salários e bônus dos diretores a serem independentes da Administração da empresa.
Além disso, pedirá também uma legislação que conceda à SEC a autoridade para solicitar que os acionistas possam ter um voto não vinculativo nas assembléias anuais sobre os salários dos executivos.
Ao anunciar hoje as medidas, Geithner insistiu hoje em que as remunerações aos executivos foram "uma prática que contribuiu" à crise financeira atual.
A imprensa americana afirma hoje que Geithner deve criar a figura de um "diretor de compensações".
Ele será encarregado de controlar as remunerações dos executivos, e os meios de comunicação indicam que o escolhido seria o advogado Kenneth Feinberg, que, no Departamento do Tesouro, supervisionou o fundo de compensação para as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Trabalhadores e empresários querem renúncia fiscal

Agência Brasil
12/06/2009
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vão apresentar ao governo uma série de sugestões para garantir o emprego e aumentar o acesso ao crédito.
As propostas saíram de um encontro de representantes das três entidades, nesta quarta-feira (10), na sede da Abimaq. Agora, eles vão soliciar uma audiência com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge e do Trabalho, Carlos Lupi para falar das medidas que querem propor.
As entidades vão pedir a renúncia temporária dos impostos e o empenho do governo para ampliar o acesso ao crédito com a incidência de juros menores.
Segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, desde outubro do ano passado, já foram demitidos pelo setor 22 mil empregados e, de janeiro a abril, foi registrada uma queda de 30% no faturamento. Para ele, o primeiro ponto a ser atacado é o peso da carga tributária, que representa 25% do custo operacional.
O executivo também defende uma maior facilidade de acesso ao crédito e que a taxa de câmbio se mantenha em um nível mais equilibrado, na faixa de R$ 2,30 a R$ 2,40.
Embora reconheça que cabe ao próprio mercado definir a valorização da moeda norte-americana, já que vigora no país o regime de câmbio flutuante, Aubert Neto pondera que se houvesse mais acesso às linhas de empréstimo destinadas a investimentos em bens de capital, com juros menores, e “a desoneração por meio de menos impostos”, a cotação desejada poderia ser obtida.
A importância do câmbio está associada ao fato de que esse setor exporta cerca de 30% de sua produção. “Estamos perdendo mercado lá fora”, justifica.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que a proibição do uso de máquinas usadas também ajudaria na retomada das atividades da indústria do setor, evitando, assim, que as empresas continuassem a demitir empregados.
Já o presidente da Federação dos Metalúrgicos pela CUT em São Paulo, Valmir Marques da Silva, acredita que o governo pode ajudar. “É importante que o governo entenda a necessidade de um reaquecimento do setor e, a exemplo da concessão que fez a outros setores, diminua a carga tributária”, afirmou o líder sindicalista. Ele observou, ainda, que “esse é um setor [de máquinas] expressivo para a economia e na geração de renda e emprego”.

Obama Administration to Seek New Power for SEC on Executive Pay

Robert Schmidt and Rebecca Christie Robert Schmidt And Rebecca Christie
Wed Jun 10, 11:34 am ET
June 10 (Bloomberg) -- The Obama administration will seek new powers for the Securities and Exchange Commission to force firms to let shareholders vote on executive pay and make directors who set compensation more independent, an administration official said.
Today’s proposal, subject to congressional approval, would cover all public companies. President Barack Obama has long supported giving shareholders nonbinding votes on bonuses, salaries and severance packages. The administration also will name a “special master” to monitor compensation plans for firms receiving exceptional assistance in the financial rescue.
The changes are aimed at reducing systemic risks and quelling a political uproar over bonuses paid to executives whose companies were bailed out by the government. Treasury Secretary Timothy Geithner has repeatedly blamed pay standards tied to short-term profits for contributing to the worst financial crisis since the 1930s.
“It clearly is going to force companies to be more transparent with their disclosure” on compensation, said Irv Becker, national practice leader for Philadelphia-based Hay Group’s executive compensation practice. If the measure is implemented, it likely will take several years before shareholders begin to confront management, he predicted.
“It’ll kind of be novel the first year, maybe the first two, and then likely be a little bit more serious in future years,” said Becker, a former head of compensation and benefits at Goldman Sachs Group Inc.
Treasury Meeting
Geithner is scheduled to meet today with SEC Chairman Mary Schapiro, Federal Reserve Governor Daniel Tarullo and executive- compensation specialists at the Treasury.
The Treasury chief said yesterday that the Fed and other bank regulators will define “standards and principles that supervisors would use to help bring about reforms in compensation practices in the financial industry.â€
“A centerpiece of sensible reforms will be to tie compensation to better measures of long-term investment and return, and to adjust them to reflect the riskâ€
Changing executive pay practices is part of a broader initiative by Obama to overhaul U.S. financial rules in the aftermath of the crisis. Obama will unveil his “series of specific proposals” streamlining and reorganizing regulation on June 17, White House spokesman Robert Gibbs said.

SEC Chief Strives To Rebuild Regulator

Scrutiny Intensified In Financial Crisis
By Zachary A. Goldfarb
Washington Post Staff Writer
Thursday, June 4, 2009
On the morning of Feb. 4, the chairman of the Securities and Exchange Commission, Mary Schapiro, sat in a confidential meeting reviewing financial crime cases when an assistant handed her a note. Schapiro read it and then asked everyone in the room to leave, except for her fellow commissioners and their aides.
She learned that top SEC officials had just been pilloried at a House committee hearing on the agency's failure to detect Bernard Madoff's massive fraud. When the officials refused to answer questions about the case, one lawmaker lamented that the SEC had acted like it had been "anointed by God to be all righteous."
With the room cleared, Schapiro asked whether, before her arrival eight days earlier, the agency had placed legal limits on what officials could tell Congress. It had not. Then, she immediately phoned the committee leaders and wrote a letter promising "a full accounting, both of Mr. Madoff's activities and why we did not detect the fraud."
Schapiro's rapid response offers a window into her strategy to rebuild what was once the nation's premier financial regulator and preserve the agency as the Obama administration and Congress set out to shape the future of financial regulation.
Inside the agency, Schapiro is working to step up enforcement efforts, pushing cases linked to the financial crisis and freeing investigators to more vigorously pursue financial wrongdoing. She is also pursuing regulations to govern hedge funds, derivatives, short-selling, money managers, corporate disclosures and governance.
The agency has been under enormous pressure to change. Besides the fallout from the multibillion-dollar Madoff fraud, the SEC has been hamstrung by years of bureaucratic infighting and wounded by a series of internal investigations into suspicious trading and other potential misconduct by employees. Now, the agency is fighting to protect its domain as Obama administration officials discuss stripping key powers.
Schapiro's efforts to reform the agency are still getting off the ground and have yet to gain the prominence of actions taken by the Treasury Department and Federal Reserve to stabilize the financial system. But by taking so many actions so quickly, Schapiro is trying to send the message that the SEC is an aggressive and relevant regulator.
"I wanted to be very clear almost from my first day -- not just with words, which are pretty easy to string together, but with actions -- that this is a new SEC that is moving in a decidedly different direction and at a decidedly different pace," she said in one of a pair of lengthy interviews.
Since 1934, the SEC has been writing rules for companies that participate in the financial markets and penalizing firms that break them. It is the agency's job to ensure that investors have honest and timely information, that funds and investment firms don't abuse their clients and that public companies give investors accurate data about their financial condition. But its recent past has been troubled. It oversaw the investment banking industry that all but collapsed last year, dragging down the market. The SEC leadership has appeared missing in action during moments of crisis. And the agency's pride -- enforcement -- has suffered.
"Our markets are vulnerable if we're not able to restore confidence," Schapiro said. What investors "need to see is that the rules that are in place and will be in the future are enforced and aggressively enforced. If they don't see that, their reluctance to engage the capital markets will be pretty significant."
But the messaging only goes so far. More than three months after she promised a full accounting of the Madoff fraud, neither Congress nor the public has received one.