terça-feira, 14 de abril de 2009

Setor privado deve investir US$ 34 bi em petróleo até 2013

Reuters News
14/04/2009
Empresas privadas que atuam na área de petróleo e gás no Brasil deverão investir aproximadamente US$ 34 bilhões no País deste ano até 2013, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que representa companhias do setor.
O número foi divulgado pelo presidente do IBP, João Carlos de Luca, nesta segunda-feira, e soma-se ao volume de investimentos previstos pela estatal Petrobras, de US$ 174 bilhões para igual período, sendo cerca de US$ 161 bilhões apenas no Brasil.
O dirigente não divulgou dados para comparação com outros períodos, mas afirmou que o número representa aumento nos investimentos.
"...só por causa do pré-sal já tem um crescimento bastante significativo", declarou após seminário promovido pela Fundação Getúlio Vargas sobre a crise econômica e seus efeitos no Brasil e no mundo.
Ele afirmou que o setor privado defende os atuais sistemas de licitações de novas áreas de exploração de áreas de petróleo e gás para garantir investimentos futuros, e disse estar preocupado com a demora na definição de um novo marco regulatório para o setor.
Segundo de Luca, não há motivo para mudanças radicais que dependam de autorizações que podem demorar a ser aprovadas pelo Congresso.
"Entendemos que o pré-sal é uma grande riqueza, mas não existe risco zero no pré-sal. Serão necessários investimentos, tecnologia...vai ser necessário o esforço de todos os agentes liderados pela Petrobras", disse o executivo.
O governo defende que por conter grandes volumes de petróleo e gás natural, as áreas do pré-sal devem ter uma arrecadação financeira maior para o governo do que as áreas normalmente licitadas nos leilões da Agência Nacional do Petróleo, que possuem risco maior.
Até que se tenha um novo marco regulatório para o setor - em fase de elaboração por uma comissão interministerial - o governo suspendeu as licitações em áreas no pré-sal, uma faixa que se estende por 800 quilômetros do Espírito Santo a Santa Catarina, e vem realizando a venda apenas de blocos em terra, menos atraentes para os investidores de grande porte.
Para este ano a ANP já confirmou que a 11ª rodada de licitações de áreas petrolíferas repetirá a 10ª rodada, em 2008, e não incluirá blocos marítimos.

Faturamento da indústria alemã tem maior queda em 18 anos

EFE
14/04/2009
O faturamento da indústria alemã sofreu em fevereiro uma queda de 23,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, o que representa o maior recuo desde que se começou a fazer este cálculo, em 1991.
O número reflete o impacto da crise econômica sobre o volume de negócios industriais, que em janeiro já havia registrado uma baixa de 19,9% frente ao mesmo mês de 2008.
Em comparação com janeiro, o faturamento caiu 4,3%.

Emergentes voltam a captar, diz IIF

Agência Estado
14/04/2009
O mercado internacional de capitais está se abrindo para os países emergentes, disse ontem o Instituto de Finanças Internacionais (IIF na sigla em inglês, espécie de Febraban mundial). No primeiro trimestre deste ano, os países emergentes captaram US$ 22,14 bilhões com emissão externa de títulos soberanos e de empresas.
O número representa aumento de 41% em relação ao último trimestre do ano passado, quando os emergentes só conseguiram captar US$ 4,32 bilhões com títulos externos.
"Entre novembro (do ano passado) e fevereiro (deste ano), empresas de países emergentes foram totalmente excluídas dos mercados de capitais, e isso agora está começando a melhorar", disse Charles Dallara, diretor-gerente do IIF. Ele disse que uma das vulnerabilidades que o mundo deve enfrentar daqui para a frente é a necessidade de refinanciamento de dívidas de emergentes, mas que a atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI) em prover linhas de crédito facilitadas e o começo da abertura do mercado o deixavam "esperançoso".
Segundo Hung Tran, diretor de mercado de capitais e política para mercados emergentes do IIF, caiu muito a probabilidade de ocorrer uma implosão financeira ou um evento inesperado como a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, em meados de setembro do ano passado. Com isso, voltou parte do apetite a risco dos investidores. "As coisas estão começando a melhorar", disse Tran. De acordo com ele, os investidores já estão abertos para títulos soberanos de boa qualidade e títulos de empresas com o maior rating possível. "O mercado continua fechado para títulos mais arriscados de emergentes e países ricos."

Crise muda perfil da balança comercial

Gazeta Mercantil
14/04/2009
Na última reunião do G-20, realizada mês passado em Londres, o presidente norte-americano Barack Obama deixou claro que os Estados Unidos não mais seriam a máquina de absorver os excedentes produzidos em quase todos os demais países do mundo. Reflexos desta nova situação já foram sentidos no Brasil, quando o superávit de US$ 448 milhões que o País obteve com os EUA no primeiro trimestre de 2008 se transformou em um déficit de US$ 1,8 bilhão em igual intervalo deste ano. No mesmo período, o Brasil reduziu de US$ 2 bilhões para US$ 220 milhões seu déficit com a China.
Com a crise atingindo em cheio sua economia, os EUA estão importando menos têm mais excedente de produção com menos consumo interno, e isso faz com que eles sejam mais agressivos em suas exportações, avalia Roberto Gianetti da Fonseca, diretor do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "É um ajuste da balança comercial dos EUA, não só com o Brasil, mas com o resto mundo. A economia norte-americana precisa deste ajuste para reduzir seu déficits fiscal e comercial, que eram insustentáveis", afirma.
Para André Sacconato, da Tendências Consultoria Integrada, esse movimento de redução do déficit comercial já está claro. Antes da crise, argumenta, o Estados Unidos financiavam o seu rombo em contas externas por meio da venda de títulos públicos. "Isso deve mudar, diminuir a magnitude. E eles serão obrigados a fazer o ajuste na balança comercial, pois já não tem como financiar o déficit com lado de capitais", diz.
A origem do primeiro superávit dos EUA com o Brasil em quase uma década está no fato de que as exportações norte-americanas caem em um ritmo menos acelerado do que as importações, lembra Gianetti. O economista destaca que essa mudança é normal dentro das condições atuais, e que o saldo a favor dos Estados Unidos é uma "tendência, e talvez permaneça nos próximos dois ou três anos".
Sacconato afirma que é possível que o Brasil encerre o ano com déficit com os Estados Unidos, dado que o PIB brasileiro deve crescer 0,3% em 2009 em um cenário de retração. Para ele, no entanto, o País voltará a registrar superávits passada a crise mundial. "É só uma conjuntura da crise", avalia.
"Não acredito que seja definitivo [o superávit dos EUA com o Brasil]", afirmou o secretário executivo do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Ivan Ramalho. A queda principal das exportações brasileiras foi de produtos industriais, "e é por isso que em março a China foi o primeiro destino comercial das exportações brasileiras, porque eles compram mais produtos agrícolas, e estes não registraram quedas expressivas", salientou.

UPDATE 1-Brazil may adopt measures to combat crisis-c.bank

Mon Apr 13, 2009 10:09am EDT
(Adds GDP growth, Meirelles comments)
SAO PAULO, April 13 (Reuters) - Brazil's government may adopt additional measures to counteract the impact of the global financial crisis on the country's economy, Central Bank President Henrique Meirelles said on Monday.
The bank is implementing policies to support the economy and will focus on measures that will allow for lending rates to decline in the future, he said without providing details.
"It's important to guarantee the economy has lower interest interest rates in the future, so that it will allow for sustainable growth without the imbalances of the past," Meirelles told business executives in Sao Paulo.
Brazil, Latin America's largest economy, should recover from the global crisis faster than other countries, Meirelles said, reiterating comments he has made in recent weeks.
The country was one of last to be dragged into the crisis, with the economy surging at an annual rate of 9.3 percent up until the third quarter of 2008, which was one of the reasons the central bank was late in cutting borrowing costs, Meirelles said. Policy makers started cutting rates in January but have been criticized for not being aggressive enough.
"We may aspire to have lower rates in the future ... but an economy that has this type of demand growth isn't an economy with an excessively conservative central bank," Meirelles said, flanked by the head of the Sao Paulo industry federation that has been one of the biggest critics of Brazil's interest rate.
The bank has slashed its benchmark Selic lending rate by 250 basis points to 11.25 percent and analysts expect borrowing costs to drop to single digits by in the coming months. (Reporting by Daniela Machado; Writing by Elzio Barreto)

Emerging Markets, Setting a New Pace

The New York Times
By CONRAD DE AENLLE
Published: April 11, 2009
THERE is a natural order to stock market chaos. When investors panic, they often sprint away from emerging markets first and return only at a dawdling pace, after a global rebound is well under way.
Everything went according to plan last year. Many markets in the developing world lost far more than half of their value, compared with a 38.5 percent decline in the Standard & Poor’s 500-stock index.
In the first quarter this year, however, emerging markets lost less as the decline continued and gained more in the recovery that began early last month.
Stock indexes in markets like China, Brazil and Russia ended the first quarter with double-digit percentage gains, although the weakness of some emerging-market currencies limited returns for American investors. The S.& P. 500, by contrast, fell 11.7 percent.
The average emerging-market equity fund in Morningstar’s database fell 1.7 percent in the period, compared with an 8.3 percent loss for the average United States general stock fund.
Investment advisers caution against reading too much into the discrepancy. Stocks everywhere may be experiencing a dead-cat bounce, with ones in the developing world merely gaining a bit more altitude after their initial drubbing.
“Emerging markets really took it on the chin last year, so it isn’t that much of a shock that they have been more resilient this year,” said Ben Inker, head of asset allocation at GMO, a global investment management firm.
But he and others contend that there is more to the rally. They take it as a sign of fundamental strength in emerging economies.
Severe periods of underperformance in the past have been deserved, they say, and were not just a matter of risk aversion. This time around, emerging markets seem to be the strong link in an otherwise flimsy chain.
“Fundamentals are much better in parts of the emerging world than in the developed world,” said Thomas Melendez, manager of the MFS International Diversification fund.
“Some would argue that some developed markets are bankrupt,” he said. “Emerging markets have very little debt at the government, company or individual level.”
In other words, many emerging markets got stronger by getting smarter.
“Companies, for the most part, are pretty solid with strong balance sheets and lots of cash because they were being cautious in view of what happened in the past,” said Mark Mobius, executive chairman of Templeton Asset Management. The same goes for governments, many of which have built up huge foreign-exchange reserves.
The lower debt and abundant cash mean that some of the larger developing countries are burdened with fewer financial and economic problems than more mature ones. That allows them to tackle their problems more aggressively. China is an oft-cited example.
“I still think there is a strong case for China doing better” than other markets, emerging or mature, said Edmund Harris, manager of the Guinness Atkinson Asia Focus fund. By preventing banks from engaging in some practices that proved so disastrous elsewhere, the country “has protected itself to some degree,” he said.
“That provides a stable base through which China can stimulate its domestic economy,” he added.
JUST how much stimulation China needs is debatable. Josephine Jiménez, chief investment officer of Victoria 1522 Investments, notes that some economists predict 6 percent growth in Chinese economic output this year and that the government expects its efforts to support the economy to result in 8 percent growth.
Other developing countries will be hard pressed to match either number, but Ms. Jiménez expects growth in many of them to come in well ahead of what mature economies will attain. That growth comes cheap, in her view.
“I’m finding a lot of companies trading below their breakup value,” she said, meaning that their market values are lower than what the companies’ net assets likely would fetch in acquisitions.
She prefers sectors like gold mining, telecommunications and food production. Her portfolio includes such holdings as Zhaojin Mining in China; Shoprite Holdings, a fast-growing retailer in such countries as Botswana and Madagascar; and Rainbow Chicken, which supplies four million broiler chickens a week in South Africa for a 30 percent share of the market.
Mr. Mobius, at Templeton, also finds emerging markets extremely cheap. “We’re like kids in a candy shop,” he said. “Everywhere we turn, we’re finding bargains.”
He favors energy companies, including Petrobras of Brazil and PetroChina, and banks like the Industrial and Commercial Bank of China, China Construction and Banco Itau in Brazil.
Mr. Melendez, the MFS fund manager, says he thinks that buying technology stocks is a way to capture a recovery in the global economy.
“If we do come out of this malaise, we’ll probably see a replacement cycle, which would be good for parts makers,” he said.
South Korea is an especially good play on global growth, said Mr. Inker of GMO. But he reminds investors that most emerging markets, with their emphasis on commodities and manufacturing, amount to a bet on a stronger economy.
He does not know whether such a bet will pay off, but he likes the odds that the markets are offering.
“It helps to be priced for destruction,” he said. “It’s never too much of a surprise when cheap stocks go up.”