quinta-feira, 25 de junho de 2009

Vale investe US$ 305 milhões em biodiesel

Do total, US$ 40 milhões deverão ser desembolsados neste ano; Biopalma é parceira no projeto
Valor Online / Patrick Cruz
25/06/2009
A Vale anunciou no início da noite de ontem que investirá US$ 305 milhões em seu projeto para a produção de biodiesel a partir da palma. Desse total, segundo a companhia, US$ 40 milhões serão desembolsados ainda em 2009. O anúncio estava programado inicialmente para hoje.
O projeto será desenvolvido com a Biopalma, empresa criada em 2007 e ligada ao Grupo MSP, que tem negócios principalmente na área de mineração. Embora tenha sido anunciado oficialmente ontem, o contrato entre a Vale e a Biopalma foi assinado no dia 30 de abril. O Consórcio Brasileiro de Produção de Óleo de Palma (CBOP), como o projeto foi formalmente batizado, terá 59% de seu controle nas mãos da Biopalma e 41% nas da Vale.
Ainda segundo o comunicado, a produção de biodiesel a partir do óleo de palma deverá começar em 2014. A capacidade da unidade será de produção de 500 mil toneladas de óleo de palma e de 160 mil toneladas de biodiesel por ano.
A Vale pretende, com o projeto, abastecer sua frota de locomotivas da Estrada de Ferro Carajás e máquinas e equipamentos de grande porte das minas de Carajás, no Pará. A mistura a ser utilizada no maquinário será na proporção de 20% de biodiesel e 80% de diesel mineral. No parecer sobre o projeto da Secretaria de Direito Econômico (SDE), ligada ao Ministério da Justiça, Vale e Biopalma informam que a divisão da produção de óleos ou outros produtos ocorrerá na proporção que cada uma tem no projeto.
O plantio de palma pela Biopalma já ocorreu em pelo menos 5 mil hectares no município de Moju (PA), em trabalho iniciado antes da assinatura do contrato com a Vale, conforme apurou o Valor. Segundo informações fornecidas pela Biopalma ao Banco da Amazônia, o plantio de palma ocupará 40 mil hectares.

Petrobras e Vale devem anunciar parceria em petróleo e gás

Vale deve comprar 25% de bloco da Petrobras no Espírito Santo.
Mineradora investe em energia para suprimento próprio.
Agência Estado
25/06/2009
As duas maiores empresas da América Latina, Petrobras e Vale, devem anunciar nesta quinta-feira (25) uma parceria para explorar petróleo e gás natural no Espírito Santo, segundo informações do jornal "O Estado de S.Paulo".
O memorando de entendimentos será apresentado pelos presidentes das duas companhias - José Sérgio Gabrielli e Roger Agnelli, respectivamente - como um passo na direção de uma estratégia conjunta no setor de energia. Diretores da mineradora já adiantaram, porém, que os investimentos da Vale em energia estão voltados exclusivamente para suprimento próprio.
Esse primeiro acordo visa à aquisição, pela Vale, de 25% da concessão da Petrobras no bloco BM-ES-22, no norte da Bacia do Espírito Santo, área com elevado potencial de gás natural. Fontes do mercado e das empresas, no entanto, adiantam que outras aquisições não estão descartadas. Há indicações também de que estão em andamento negociações para a produção conjunta de fertilizantes e outros investimentos na produção de gás.
A Vale iniciou em 2007 a estratégia de garantir autossuprimento de gás natural. Depois de estrear na 9ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo (ANP) adquirindo nove blocos - todos em parceria com a Petrobras - a Vale comprou, com autorização da ANP, participações de companhias privadas em outras sete áreas nas bacias de Santos e Espírito Santo. Em 2008, também adquiriu a PGT, empresa de pesquisas geológicas, e firmou com a Shell memorando para a aquisição de blocos no Espírito Santo.
Adquirido integralmente pela Petrobras na 6ª Rodada da ANP em 2004, o bloco BM-ES-22 começou a ser perfurado em março deste ano. Ainda não foi anunciada descoberta efetiva na área. A expectativa era de que os resultados fossem concluídos este mês. Na mesma região, a Vale já havia adquirido 10% de um bloco vizinho, o BM-ES-21, operado pela estatal petrolífera (80%), com participação da Repsol (10%). E ainda comprou metade da participação da Shell (17,5%) no bloco BM-ES-27, operado pela Petrobrás (65%).

Novas formas de governança global precisam ser discutidas, afirma Fecomercio

Clifford Sobel, Luis Lampreia e outros especialistas em política externa do Brasil e exterior se reúnem na Federação para debater questões envolvendo o país e os Estados Unidos
Revista Meio Filtrante
25/06/2009 O Brasil se encontra numa situação favorável em relação ao restante do mundo. O país possui a matriz energética mais limpa do planeta, está evoluindo socialmente e, além disso, está com uma estatura moral perante outras grandes potências mundiais. Esta análise, feita por Mario Marconini, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fecomercio, será um dos nortes do II Fórum Brasil Estados Unidos, debate que a Federação vai realizar no próximo dia 24 de junho em São Paulo.
O II Fórum Brasil Estados Unidos vai abordar questões envolvendo comércio internacional, políticas econômicas, recessão e perspectivas diante da atual situação global. Para tanto, a Fecomercio vai reunir especialistas em política externa do Brasil e dos Estados Unidos, alguns deles vindos da Johns Hopkins University, do Peterson Institute of International Economics e da Brasil Institute Woodrow Wilson International Center for Scholars, além de contar com o embaixador dos Estados Undios no Brasil, Clifford Sobel, como convidado de honra.
“Após a crise oriunda dos Estados Unidos, estamos em um momento político-econômico singular. Chegamos a um ponto em que precisamos rediscutir a melhor forma de governança global, e a realização deste Fórum de discussões é de suma importância no atual momento da economia mundial”, afirma Marconini.
Gary Hufbauer, professor do Peterson Institute of International Economics, de Wasgington D.C., compartilha da mesma opinião “O Brasil pode fazer muitas coisas importantes no contexto internacional. Com a nova administração dos Estados Unidos, deverá ter mais voz ativa em instituições importantes como o FMI, as Nações Unidas e também deve garantir um lugar no Conselho de Segurança da ONU.”
Além de Mario Marconini, Gary Hufbauer e Clifford Sobel, o II Fórum Brasil Estados Unidos terá as presenças de Luiz Felipe Lampreia, Riordan Roett, Paulo Sotero, Marcelo Carvalho, John Welch e José Goldemberg. Abaixo, seguem a programação completa e o mini-currículos dos palestrantes.

Crise ameaça os fundos de pensão, diz OCDE

Financial Times / Chris Giles
25/06/2009
As pressões nos sistemas previdenciários, tanto nas modalidades privadas como nas públicas, ameaçam transformar a crise financeira dos dois anos passados numa crise que poderá durar décadas, alertou ontem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na sua análise anual sobre a saúde dos sistemas de pensão ao redor do mundo, a organização sediada em Paris constatou que os planos de pensão privados perderam 23% do seu valor no ano passado, ao passo que o desemprego crescente "deixa pouco espaço para pensões públicas mais generosas".
Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, disse: "A reforma dos sistemas de pensão agora, visando torná-las mais acessíveis e robustas o suficiente para prover proteção contra oscilações de mercado, poupará aos governos muito desgosto financeiro e político no futuro".
Os pensionistas mais duramente atingidos incluem as pessoas pesadamente dependentes das contribuições com benefício definido, nas quais economizam para gerar um fundo pessoal, os mais próximos da aposentadoria e os pesadamente investidos em renda variável. Isso diz respeito a muitos cidadãos dos EUA que possuem grandes planos de pensão, conhecidos como planos de aposentadoria 401(k) [em referência à seção do código fiscal dos EUA, que o normatiza].
Para essas pessoas e para os recém-aposentados que não adquiriram uma pensão vitalícia, as perdas serão as maiores, disse a OCDE, exacerbando a sensação de uma crise previdenciária ganhando vulto por todo o mundo. As pessoas que têm pensões privadas com benefícios definidos não estão imunes a perdas potenciais, num momento em que as empresas veem restringindo cada vez mais os valores pagos. Por outro lado, os trabalhadores mais jovens têm tempo para reparar os danos causados às suas pensões. Suas perdas também são menores na comparação com suas contribuições anuais do que para os que estão perto da aposentadoria e que já acumularam um grande plano de pensão.
As perdas nos planos de pensão privados foram as maiores - de mais de 25% - em países como Irlanda, Austrália e EUA, nos quais a maior proporção foi investida em renda variável. As perdas na Alemanha, México e República Tcheca, porém, ficaram abaixo de 10%, já que as pensões privadas estavam fortemente investidas em títulos de dívida. Rendas futuras provenientes de pensões públicas não estão imunes à crise financeira, alertou a OCDE, pois as finanças públicas esticadas ao máximo evitarão que os países elevem suas provisões públicas e poderão levar a cortes.

Câmara aprova agência reguladora para fundos de pensão

Agência Estado / Luciana Leal
25/06/2009
O plenário da Câmara aprovou hoje, em votação simbólica, a criação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a agência reguladora dos fundos de pensão fechados. A função de fiscalização atualmente é da Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência. O projeto de lei prevê a criação de 336 novos cargos, sendo 96 comissionados (com admissão sem concurso público). Serão extintos 15 cargos da Secretaria, que continuará a funcionar com uma pequena estrutura e a atribuição de traçar a política de governo para o setor. Entre os novos servidores, há 40 procuradores que atuarão na Advocacia Geral da União. Segundo cálculos do PSDB, o impacto financeiro dos cargos é de cerca de R$ 40 milhões anuais.
A Previc foi criada em 2004 e chegou a funcionar por cinco meses, mas foi extinta porque o Senado não votou a medida provisória que criava a autarquia. Aprovada na Câmara, a proposta será levada mais uma vez ao Senado. Uma das diferenças da Previc em relação à Secretaria é que a autarquia terá os custos pagos pelos fundos de pensão, que farão contribuições trimestrais. Os valores da Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar (Tafic) vão variar de acordo com os recursos administrados por cada fundo de pensão e as contribuições irão de R$ 15 a R$ 2,2 milhões por trimestre.
O relator do projeto, Chico D''Angelo (PT-RJ), afirmou que a criação da agência reguladora se justifica para "suportar a atual demanda de fiscalização das entidades já existentes, bem como o crescimento esperado do mercado dos fundos de pensão". Já o tucano Arnaldo Madeira (SP) criticou a "fúria na criação de cargos para todos os lados".

For Hedge Funds, Biggest Fear Is More Regulation

By Tomoeh Murakami Tse
Washington Post Staff Writer
Thursday, June 25, 2009
NEW YORK, June 24 -- The greatest fear among hedge fund managers and executives, who have seen their industry shrink in the financial crisis, is neither the flight of wealthy investors nor ill-functioning markets but regulation, according to a survey to be released Wednesday.
Among respondents, 38 percent said that "onerous government regulation" was the biggest threat to the industry, reflecting their anxiety over Washington's heightened attention to hedge funds and other Wall Street firms involved in the financial crisis. Lack of willing investors was a distant second, with 16 percent. Other factors, such as a lack of access to capital and a lack of market transparency, received single-digit percentages.
While 43 percent said there is the "right amount" of regulation now, 37 percent said they favored more regulation, according to the survey, which was commissioned by RSM McGladrey, a financial services consultancy. Eighteen percent favored looser oversight. This was the first time the survey was conducted.
"Do I think there should be more regulation than there was a year ago? Yes. Do I fear it's going to be too much? Yes," Rob Topping of Topping Capital, a Chicago fund manager with about $110 million in assets under management, said in an interview. "What you don't want to do is run the risk of killing the entrepreneurial spirit that made this country great."
Other fund managers, however, said regulation was not a concern.
"The greatest threat is not from Washington. The greatest threat is from a malfunctioning economy," Leon Cooperman, co-founder of Omega Advisors, a $4 billion hedge fund, said in an interview.
Under an Obama administration plan for overhauling financial regulations, hedge funds whose managed assets exceed a "modest" threshold would have to register with the Securities and Exchange Commission. They would also be required to report information that regulators could use to assess risk to the financial system.
While trade groups representing hedge funds say they agree with the broad concepts, the industry is engaged in discussions with Washington over what type of information should be supplied and which funds would be subject to the requirements, officials said. The industry is also worried that regulators could deem particular hedge funds so large or so linked to the broader financial system that they would face additional capital requirements and reporting mandates.
The survey of 102 hedge fund managers and executives -- conducted from May 20 to June 4 and reporting a margin of error of 9.7 percent -- also asked them to rate the performance of regulatory agencies. The Federal Reserve and the Federal Deposit Insurance Corp. had the best reviews, both garnering 78 percent approval rates. The Treasury Department was next, with 61 percent approving of its job.
The Securities and Exchange Commission, under fire for its failure to prevent the implosion of Bear Stearns and Lehman Bothers as well as the multibillion-dollar Bernard Madoff fraud, fared the worst, receiving a 26 percent approval rating.

Schapiro Says SEC Will Regulate Security-Based Swaps

By SARAH N. LYNCH
The Wall Street Journal
JUNE 22, 2009, 11:20 P.M. ET
WASHINGTON -- The head of the Securities and Exchange Commission outlined on Monday how she believes securities, commodities and banking regulators should divide their jurisdiction for over-the-counter derivatives.
In prepared testimony, SEC Chairman Mary Schapiro told a panel of U.S. senators that she believes the SEC should get expanded authority over security-based swaps and certain nonbanking derivatives dealers that offer securities-related OTC products.
Oversight of foreign exchange, interest-rate and commodity swaps, she said, should go to the Commodity Futures Trading Commission. Banking regulators like the Federal Reserve, meanwhile, should be charged with overseeing banks like Goldman Sachs or Morgan Stanley also deal in derivatives.
"Primary responsibility for securities-related over-the-counter derivatives would be retained by the SEC, which is also responsible for oversight of markets affected by this subset of over-the-counter derivatives," Ms. Schapiro said in testimony before the Senate Banking Subcommittee on Securities.
"Primary responsibility for all other over-the-counter derivatives, including derivatives related to interest rates, foreign exchange, commodities, energy and metals, would rest with the CFTC," she said.
Ms. Schapiro stressed that banks that deal in swaps shouldn't be forced to duplicate regulations. Her views on this may come as a relief to some in the financial-services industry who previously had feared that the Obama administration may seek to force nonbanking swaps dealers to be regulated like banks.
"Over-the-counter derivatives dealers that are banks would be subject to prudential supervision by their federal banking regulator. All other over-the-counter derivatives dealers in securities-related over-the-counter derivatives would be subject to supervision and regulation by the SEC," she said.
As such, these firms would have to abide by certain capital requirements set by the SEC as well as business-conduct standards, record-keeping and reporting requirements.
Ms. Schapiro appeared before the Senate panel Monday alongside CFTC Chairman Gary Gensler and Patricia White, the associate director of the Fed's division of research and statistics. Ms. Schapiro and Mr. Gensler both endorsed the Obama administration's regulatory plan, first unveiled in May, to bring all OTC derivatives under the watch of federal regulators.
That plan would require all standardized OTC products to go through clearinghouses, which guarantee trades and help lessen the blow to the markets in the event of a default.
Standard products would also have to be traded on exchange or electronic execution systems. Customized products, meanwhile, could still be traded over the counter, but they would be subject to mandatory reporting requirements. Data on those customized trades would be stored in a trade repository.
Currently, the SEC only has antifraud authority over security-based swaps -- a fact which Ms. Schapiro said Monday has severely hindered the agency and made investigations "far more difficult and time-consuming."
The Obama administration hasn't taken a position on how the SEC and CFTC should share jurisdiction over swaps -- a subject that has been the source of turf wars for years.
On Monday, Mr. Gensler didn't take a position on it in his prepared testimony either, although he stressed that new regulations "will require close coordination between the SEC and the CFTC to ensure the most appropriate regulation."
He added that clearinghouses will still answer directly to their primary regulators, although a systemic regulator would still be able to get information from clearinghouses and accompany the SEC or CFTC on examinations, among other things.
Since the Obama administration first laid out its suggested derivatives regulatory plan, the SEC and CFTC have been asked to consider and make suggested changes to the securities and commodities laws.
On Monday, Ms. Schapiro proposed one such change that would help incorporate securities-based derivatives, like credit-default swaps, into the current regulatory framework for all other securities.
Since derivatives allow traders to essentially replicate the economics of a purchase or sale of securities without directly buying the stocks themselves, she said the SEC may consider proposing changes in the law so that "ownership of and transactions in security-based derivatives would be considered ownership of and transactions in the underlying equity security."
The SEC is additionally discussing whether people who trade in equity derivatives should also be subject to the beneficial ownership reporting requirements if they accumulate a very large share of positions.