segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fiesp consegue mais tempo para articular mudanças na reforma tributária

Diante de uma reforma tributária capenga, os industriais, liderados por Paulo Skaf, preparam um projeto mais consistente

Isto É Dinheiro / Hugo Cilo e Gustavo Gantois
01/12/2008
Na tarde de quarta-feira 19, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se mostrava eufórico com a proposta de reforma tributária que acabara de ser entregue à Câmara dos Deputados, em Brasília. Era um indício de que a sonhada redução da carga de impostos no País finalmente sairia do papel. No dia seguinte, o otimismo deu lugar a um sentimento de revolta. Por baixo do pano, nove itens que podem aumentar a mordida dos impostos foram camuflados no projeto inicial. A reação foi imediata. "Em hipótese alguma aceitaremos aumento da carga tributária", rugiu Skaf, em sua sala na avenida Paulista. "A reforma é bem-vinda apenas se for para melhorar." Em seguida, ele convocou uma reunião com a cúpula da entidade para esmiuçar o documento apresentado ao Legislativo federal e elaborar uma lista de pontos discordantes. Em poucas horas, o contra-ataque estava pronto. Resultado: a votação foi postergada para o ano que vem e a Fiesp ganhou tempo para articular as mudanças no texto da reforma.
O projeto de reforma tributária, em discussão há cerca de quatro meses no Congresso Nacional, chegou a ser aprovado na Comissão Especial na quinta-feira 20. Na teoria, ele seguiria direto para o plenário, onde precisaria ser aprovado em dois turnos para depois seguir para o Senado. Mas o excesso de medidas provisórias travou a pauta das Casas mais do que esperava o governo. Com isso, não há tempo hábil para que o projeto seja aprovado ainda neste ano. Para complicar, a oposição fechou questão em torno do adiamento da matéria até março de 2009. "Particularmente, acho a proposta positiva porque não haveria tempo de votar em segundo turno", assentiu o deputado Sandro Mabel, relator da proposta. O recado pegou os governistas no contrapé. A sensação do Palácio do Planalto é a de que uma eventual perda de arrecadação dos Estados no ano que vem, em virtude de possíveis efeitos da crise financeira internacional, pode colocar governadores e suas bancadas em posição mais protecionista. "Há uma incerteza enorme sobre as receitas públicas", disse o governador capixaba Paulo Hartung.
O cerne do debate da reforma tributária está mais na unificação do ICMS do que realmente numa divisão mais igualitária do bolo tributário. A redução de impostos, então, passa ao largo do projeto. Um destaque que previa o corte de 1% ao ano durante oito anos da carga tributária foi vetado ainda na Comissão Especial. É por isso que o debate vem se concentrando na aplicação das alíquotas do imposto sobre circulação de mercadorias. Os Estados do Nordeste acreditam que o projeto pode vir a fixar em 2% o percentual do ICMS a ser cobrado no Estado de origem. Seria o melhor dos mundos para eles. O problema é que os grandes Estados produtores, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, não aceitam a divisão e pleiteiam 4% na origem. "Acho que o governo percebeu que o ambiente não é propício para votar reforma este ano", disse o deputado tucano José Aníbal. "Temos a intenção de fazer a busca de entendimento com o governo, se for realizado nos três primeiros meses de 2009."
Diante desse impasse, a Fiesp elaborou um cardápio de mudanças. O primeiro item a ser colocado na mesa de discussões é a ampliação da base de cálculo e aumento de alíquotas da Contribuição Financeira sobre Extração Mineral (CFEM). Atualmente, a CFEM retém 2% sobre o lucro líquido. Pela nova proposta, iria para 3% do bruto. "Isso é um absurdo. É o mesmo que dobrar o imposto das empresas de mineração", rebateu Skaf. "Quando aumenta para minerais, oneram-se cadeias produtivas inteiras", completou ele. Mas a discordância é bem mais ampla. Mesmo que fosse aprovada neste ano, a reforma tributária entraria plenamente em vigor em 12 anos. Antes, o prazo de transição era de oito anos. "É muito tempo. Não aceitaremos essa prorrogação", enfatizou o presidente da Fiesp. Entre os demais pontos de discórdia na proposta de reforma tributária se destacam ainda o item que permite aos Estados aumento de 5% na cobrança do ICMS, falta de transparência nos impostos e a limitação dos benefícios fiscais à da Zona Franca de Manaus, entre outros.
O levante do meio empresarial chegou com força. Depois que a CPMF foi derrubada, as idéias de Skaf não passam despercebidas na capital federal. O fim do imposto do cheque, que arrecadava R$ 40 bilhões/ano, representou a maior vitória dos contribuintes em muitos anos e foi fruto de uma mobilização nacional liderada pela Fiesp. Desta vez, a entidade espera que a batalha seja mais rápida e menos sangrenta.

China 'perde competitividade' em meio a crise

Presidente chinês alertou sobre os efeitos da crise na economia do país.
BBC Brasil
01/12/2008
O presidente chinês, Hu Jintao, disse que o país está perdendo o diferencial competitivo em meio a crise financeira global. Durante um encontro do Politburo, organismo com 24 membros eleitos pelo Comitê Central do Partido Comunista que controla a manutenção da linha do partido, Jintao alertou para os efeitos da crise na economia chinesa. Jintao destacou que a demanda por exportações diminuiu e afirmou que a situação econômica atual é um teste para avaliar a habilidade do Partido Comunista em governar o país. Dados recentes mostram que o crescimento do país caiu para 9% e a previsão é de que possa ser reduzido para 7% ou 8% no próximo ano. Segundo o correspondente da BBC em Pequim, James Reynolds, muitos chineses acreditam que o crescimento do país precisa estar acima dos 7% para garantir a manutenção da estabilidade social.

Brasil é o melhor preparado para crise na América Latina, aponta OCDE

Terra / Lúcia Jardim
01/12/2008

O Brasil é o país latino-americano mais preparado para enfrentar a crise mundial. Na opinião do coordenador do Centro de Desenvolvimento da América Latina da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômino (OCDE), Jeff Dayton Johnson, o crescimento do mercado interno e da quantidade das reservas em dólar do País nos últimos anos são as principais razões para este cenário.
O especialista diz ainda que o Brasil pode não escapar dos efeitos da recessão mundial, mas tem condições de retardar a chegada deste processo ao País e sair mais cedo dele, comparado a outras nações. Confira a entrevista exclusiva concedida ao Terra, direto de Paris.
Terra - Que análise o senhor faz da situação do Brasil face à crise econômica?Jeff Dayton Johnson - Em comparação ao México, por exemplo, o Brasil se encontra em uma situação claramente melhor. Porque o Brasil investiu em uma diversificação dos mercados externos e há uma diversificação da atividade doméstica. Há uma demanda muito importante que vem do interior do País e investimentos importantes sendo feitos no Brasil. O Brasil está, provavelmente, melhor colocado do que jamais esteve para fazer face á qualquer crise internacional. Embora o Brasil continue muito dependente dos Estados Unidos e dos países europeus, na América Latina ele é o melhor colocado.
Terra - Até que ponto esta dependência externa ainda vai fazer o Brasil sofrer com os efeitos da crise?Johnson - Por causa dessa dependência que ainda existe, e em função dos efeitos que estes países (EUA e europeus) ainda vão sofrer, haverá certamente desaceleração econômica e diminuição das trocas comerciais. A alta demanda chinesa por matérias-primas, que poderia suprir a redução da demanda americana, também será reduzida. Ou seja, haverá uma diminuição global das trocas comerciais, em relação ao que estávamos tendo nos últimos anos. Uma segunda causa para a desaceleração, evidentemente, será a baixa dos preços dos produtos exportados, que provocará efeitos negativos. Mas, além disso, há uma questão que segue sendo a mais misteriosa, que é a questão do crédito. Todo mundo sabe que alguma coisa vai acontecer em função da falta de crédito, mas ainda não se sabe exatamente o que e nem a que ponto será negativo para a América Latina. Na crise de 97, no Brasil, houve uma retração forte de cerca de 30% nos investimentos. Hoje, se os efeitos forem os mesmos, de onde virá o dinheiro para o crédito? O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e outras instituições financeiras internacionais poderão ser novamente fontes de recursos. Mas uma coisa que é nova no Brasil, desta vez, é o montante incrível de reservas do Banco Central. Houve até mesmo tentativas de mobilizar essas reservas para suplementar o crédito e isso, no contexto latino-americano, é algo verdadeiramente inovador. É claro, é uma medida complicada por razões institucionais. Mas, se chegamos a mobilizar as reservas no Brasil, isso, sim, poderá diminuir a escassez de crédito.
Terra - O reforço do mercado interno poderia ser uma outra solução?Johnson - Sim, logicamente essa seria uma boa solução. O resultado das políticas contra a pobreza no Brasil e as mudanças na distribuição de renda no Brasil, provavelmente, reforçarão o poder de compra da população. É fato que, quanto mais houver movimentações em direção aos degraus mais altos da escala social, mais demanda interna teremos. Num caso como o brasileiro, a demanda interna por bens de consumo e por investimentos continua, felizmente, muito forte.
Terra - Teremos recessão no Brasil?Johnson - A definição de recessão varia muito de um país para o outro. Nos Estados Unidos, ocorre recessão depois de dois ou três trimestres de redução do PIB. Na China, uma recessão é um ano de crescimento de 6% ou 7%. No Brasil, não sei se teria uma definição clara, mas uma taxa de crescimento mais baixa é certamente prevista para o próximo ano. Por exemplo, se comparamos um crescimento de 3% com que se verificou uns anos atrás, seria considerado recessão. Mas no contexto atual, um crescimento de 3% é bom, comparado com as previsões para outros países.
Terra - O Brasil demorou mais para entrar na crise do que os países da Europa, por exemplo, que entraram logo que ela começou nos Estados Unidos. Por isso, ele deve também demorar mais para sair da turbulência?Johnson - É uma boa pergunta. Não sei dizer, mas provavelmente não.
Terra - É necessário que Estados Unidos e Europa se recuperem para que Brasil também possa se recuperar?Johnson - Se há uma recuperação na Europa e nos Estados Unidos, isso terá efeitos muito rápidos no Brasil. Então, no Brasil, pode acontecer, de no final das contas o País, ter entrado tarde e saído cedo da crise.
Terra - Os brasileiros devem prever deflação para o próximo ano, como é o caso de países como o Japão e os Estados Unidos?Johnson - Acho pouco provável. As pressões inflacionárias estão sendo muito mais estruturais na América Latina. No Brasil, não vejo chance para uma deflação generalizada. Haverá variação nos preços de uma forma muito relativa: em alguns setores vão subir e em outros, vai diminuir. Mas uma deflação geral é pouco provável.

BNDES libera R$ 10 bilhões para capital de giro

Agência Estado
01/12/2008
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia amanhã uma linha de financiamento a capital de giro, com nova injeção de recursos de R$ 10 bilhões para o setor produtivo. Será mais uma medida do governo para tentar manter inalterado o nível de investimentos no País, apesar da crise.
Do volume recorde de R$ 90 bilhões que o banco estima liberar este ano, pelo menos R$ 51,2 bilhões virão de reforços extras em seu caixa. A escassez de recursos no mercado elevou a importância do banco estatal - principal veículo financiador das empresas nacionais - na economia.
O BNDES aumentou sua participação no crédito à exportação para suprir a seca das Antecipações de Contratos de Crédito (ACCs); passou a oferecer empréstimo-ponte para garantir novos projetos; elevou sua participação em projetos industriais e se dispôs a entrar como debenturista ou acionista no capital de empresas em dificuldades.
"Vai haver um momento em que o governo, que orienta o banco, decidirá o que é mais conveniente: ou o BNDES fica restrito, atuando de forma mais segmentada e seletiva, ou aumenta o seu funding. Considerando a característica o longo prazo, é possível que o nível do banco tenha de ficar sistematicamente acima da capacidade atual", disse o diretor financeiro do banco, Maurício Borges Lemos.

Argentina corta subsídios e eleva tarifa

Reuters
01/12/2008
A Argentina disse na sexta-feira que irá reduzir os subsídios para altos consumos industriais, comerciais e residenciais de gás natural, poupando US$ 409 milhões em um momento no qual o governo procura equilibrar suas contas fiscais diante da fragilidade econômica mundial.
A medida foi anunciada em uma coletiva de imprensa pelo ministro do Planejamento, Julio De Vido. Ele explicou que o objetivo do governo no futuro é eliminar totalmente os subsídios. "Alcançaremos uma redução anual de subsídios de 1,4 bilhão de pesos (US$ 409 milhões) que estará acompanhada de uma melhora e uma consolidação do superávit fiscal primário argentino", afirmou.
O aumento das tarifas de gás será aplicado aos consumos feitos a partir de 1º de novembro e afetará 36% das casas e 1,5% do comércio e indústria, segundo De Vido. "Estas medidas representam um aumento diferencial na fatura de gás natural dos usuários residenciais com alto consumo, adicionando uma média de 18 pesos para a categoria mais baixa e de 185 pesos para aquelas de maior consumo bimestral", disse De Vido
As tarifas de serviços públicos foram congeladas na Argentina em 2002, em meio a uma profunda crise econômica, para evitar a crescente inflação. Desde então, o Estado vem subsidiando os aumentos nos custos de produção do gás. No entanto, nos últimos meses, o governo autorizou aumentos para eletricidade, gás e está negociando elevar as tarifas de telefonia fixa, com a intenção de ajustar os gastos diante da incerteza sobre a situação financeira do país.

BRIC Shoppers Will ‘Rescue World’ Says Goldman Sachs Economist

By William Mellor and Le-Min Lim
Dec. 1 (Bloomberg) -- The best hope to keep the global economy growing may be people like Wei Yufang. A peasant who farms a small plot beside the mud-brown Huaihe River in central China, Wei has a modest dream: to buy an air conditioner to give her family relief from the dusty heat that each summer envelops Xiaogang (Little Hill) village in Anhui province.
With economies from the U.S. to Japan in recession, Wei and the other 2.8 billion people in Brazil, Russia, India and China may provide the consumer demand needed to counter the slump.
Jim O’Neill, the Goldman Sachs Group Inc. economist who in 2001 coined the acronym BRIC from the initials of the four big emerging economies, says the faster growth investors have come to expect from these countries will survive this crisis. O’Neill, who is based in London, says the citizens of the BRIC nations are poised to spend more. “The BRIC consumer is going to rescue the world,” he says.
China’s leaders are doing their part. The massive 4 trillion yuan ($586 billion) stimulus plan they unveiled on Nov. 9 signaled their intent to spur domestic consumption to help pick up the slack left as developed economies buy fewer Chinese exports. The first-ever meeting of finance ministers from the BRIC nations, a few days earlier in Sao Paulo, charted a newly assertive role.
“The crisis revealed weakness in risk management, regulation and supervision in the financial sectors of some advanced economies,” the ministers said in a statement. It also showed the resilience of the BRIC economies, they said.
‘Global Solutions’
“This is a global crisis and demands global solutions,” says Brazilian President Luiz Ignacio Lula da Silva. “The participation of the developing world is essential.”
Chinese President Hu Jintao said at a summit in Washington on Nov. 15: “Steady and relatively fast growth in China is in itself an important contribution to international financial stability.”
Economic leadership from these nations wasn’t part of the mix in 1997 and 1998, when currency devaluations and excessive debt threw Asia and then Russia into crisis. Back then, the world looked mostly to the U.S. to spark a rebound.
China’s two-year stimulus program calls for spending on housing, roads, railways and airports; tax deductions for businesses that invest in new equipment; and subsidies for farmers.
Equal to about 16 percent of the country’s annual gross domestic product, the plan dwarfs the $168 billion stimulus in the U.S. in the spring of 2008, which was about 1 percent of GDP. In the weeks since the Chinese effort was announced, President-elect Barack Obama has said he favors a larger stimulus for the U.S. economy; his aides have said it could top $600 billion.
Chinese Consumers
While Chinese consumers, as a group, still don’t overshadow their American counterparts in total spending, their outlays are growing. China’s retail sales jumped 22 percent in October. Consumer purchases in the U.S., by contrast, dropped in the third quarter for the first time in seven years.
“Since October 2007, the Chinese shopper alone has been contributing more to global GDP growth than the American consumer,” O’Neill, 51, says.
The BRIC economies are performing better overall than O’Neill forecast when he unveiled the term in a November 2001 report. He predicted they would account for 10 percent of global economic output by 2010. Already, they comprise more than 15 percent.
Forecasters at Merrill Lynch & Co. share the enthusiasm. “Can BRICs help stabilize the global economy?” Merrill’s global economics team asked in an October report. “We think so.”
‘Hit the Hardest’
This doesn’t mean that the downdrafts being felt by the BRIC nations don’t hurt. “A year ago everyone was so optimistic about emerging markets,” says Marc Faber, who manages $300 million in Hong Kong. “Now the global economy is going into a severe recession and it is the most volatile economies -- the emerging markets--that are being hit the hardest,” says Faber, publisher of the Gloom, Boom and Doom Report.
The BRIC countries’ stock markets have seen big swings. The benchmark index in Shanghai has been down as much as 70 percent from its high, while Moscow’s stock market has fallen as much as 75 percent from its peak.
At its peak in May 2008, Brazil’s Bovespa Index had quadrupled in four years. By late October, the index was down 60 percent from its May high. Brazil’s real in August and September erased two years of gains against the dollar and euro.
The question is whether a deeper collapse is coming -- or a turnaround. Mark Mobius, the Singapore-based money manager, says BRIC markets are a buying opportunity. “We’re like children in a candy shop,” says Mobius, 71, who oversees $30 billion in emerging-market equities at Templeton Asset Management Ltd.

In Brazil, Whiplash on Assembly Lines

World Financial Crisis Costs Booming Auto Industry Its Middle-Class Customers
By Joshua Partlow
Washington Post Foreign Service Monday, December 1, 2008; Page A12

SAO CAETANO, Brazil -- The car builders wistfully recall those heady days.
The General Motors factory plowed ahead at full tilt. Stamped, welded and painted, new Chevrolets flew off the line in greater numbers each month. The company added a third shift in March: 1,600 new employees. The union cheered. Assembly-line painter Jair Nery de Andrade used his 11 percent employee discount in February to buy himself a new Chevrolet Corsa Classic.
"I wouldn't buy it now," he said. "I wouldn't feel secure about making that kind of commitment."
The situation over the past couple of months at the GM of Brazil plant in Sao Caetano do Sul, as in many parts of Brazil's economy, was not a crash, or a collapse, or even a crisis, but rather a collective whiplash. A sharp lowering of expectations. A sobering up. These past few years have been boom times for Brazil, and the auto industry was no exception. Newfound prosperity driven by high commodity prices has fostered an expanding middle class -- a group more than willing to seize easy credit terms and buy up automobiles by the thousands.
That changed in a flash when the shock waves of the U.S. financial crisis radiated worldwide. As credit dried up in early October and it became more expensive to secure car loans, Brazil's stock market plunged and its currency rapidly lost value. Automobile sales nationwide fell 11 percent from September to October, the first monthly decline for the industry in five years, according to the Brazilian automakers association, Anfavea.
"It happened practically all at once," said Ivan Favarin, the sales manager at a GM dealership in a middle-class neighborhood of Sao Paulo, where sales dropped more than 30 percent in October. "It was a mix of the decline in credit but also, I think, a psychological effect: People didn't want to commit themselves without first seeing if there were any measures coming to combat this situation."
The government stepped in with a $3.5 billion aid package for the auto industry by funding banks to boost the amount of credit available for car loans. The Brazilian auto industry's ability to weather the downturn will test the assertions of those who say the country's burgeoning and diversifying economy is better prepared to fend off a U.S.-generated crisis than in earlier years.
In neighboring Argentina, the auto sector, which was one of the primary industries that helped the nation rebound from its 2001 financial crisis, has suffered layoffs, reductions in hours and compulsory vacations. Production was down 7.7 percent in October compared with the same month last year. Thousands of Argentine auto workers marched in downtown Buenos Aires last month to protest reduced salaries and job cuts. Unlike Brazil, where most cars produced are sold internally, 60 percent of auto production in Argentina is exported.
"So when there is a lack of international demand, we have a problem," said Mariano Lamothe, an economist at Abeceb.com, a Buenos Aires consulting firm. "The falling demand from Brazil is what is hitting Argentine carmakers the hardest."
In Brazil in October, interest rates rose from about 1.2 percent a month to more than 2 percent. Before the crisis, people were buying cars fully financed, with monthly payments that consumed half their income. Then the rules changed. Now customers' income must be three times the monthly payment or they face a required 50 percent cash down payment, Favarin said.
"The banks are now being much more strict about the criteria for approval for the loan, and if people can't meet those criteria, they require" a down payment, he said.
With falling sales, a downturn in production followed. At two General Motors plants outside Sao Paulo, in Sao Caetano do Sul and Sao Jose dos Campos, the number of automobiles produced rose steadily this year to a high of 42,783 in July, before dropping to 29,240 in October. As have several auto companies in Brazil, GM has instituted mandatory vacations during which the entire plant stops working to slow output.
At Sao Caetano do Sul, 5,000 GM production workers have experienced three weeks of such stoppages, said Francisco Nunes, vice president of the metalworkers union at the plant. More days off are planned.
"We're worried about the situation," he said last Monday afternoon in his office. "Just two hours ago I heard there will be no production tomorrow or the day after."
Under a looming GM water tower, the once largely empty parking lots are crammed with Vectras and Corsas waiting to be sold. There is talk of converting the workers' bus lot into parking space for more excess stock. The company has offered employees new incentives to retire. For four months' pay, a lifelong membership at the company club and a going-away party, Luiz Gonzaga, 49, said yes.
"Some people are fearful," Gonzaga said, standing outside the plant's chain-link fence. "But I actually think we need to make room for the younger generation."
"When there's a voluntary dismissal program, that means there are problems," he said. "The difference now is they took on a lot of people recently because the industry was booming, and now there's more people to get rid of," he said.
But this is one of the best jobs around. Many of the other metalworking firms have moved to inner Sao Paulo, and nobody here wants to lose the salary and benefits provided by GM. Of the 16,000 metalworkers in the area, 11,500 work at GM, according to union officials.
Andrade, the assembly-line painter, has spent 25 years at the plant, following his father and elder brother, and has married and raised three children. The work slowdown recalled painful memories of the late 1990s, when the Brazilian auto industry went through hard times and many lost work. In 1998, after the Asian financial crisis, the Ford plant in Sao Bernardo shed 2,800 employees, or 40 percent of the workforce, said Paulo Cayres, a top union official for the Ford workers.
"It's like we see the ghost of unemployment," Andrade said. "There were excellent levels of production, and suddenly, out of the blue, it fell drastically. So we're concerned. We don't know how long the crisis is going to last."
GM of Brazil's officials said they expect to move forward with planned investments over the next four years, including new plants, new auto lines and renovations. Car industry officials said the government bailout measures are beginning to show results.
"The figures will recover a little bit. Perhaps not in the same level we had in August and September, but we will begin to recover. This is the expectation," said Jackson Schneider, president of Brazil's carmakers association.
Despite the troubles in recent months, Brazil's domestic auto market is still expected to grow by double-digit figures over last year, although by less than the 24 percent increase projected this year, Schneider said.
"The conditions became worse, and it really affected the consumer decision," he said. "But these were really good moments for the Brazilian automotive industry."
Special correspondent Brian Byrnes in Buenos Aires contributed to this report.

Gains Overseas May Be Start of Trend

Washington Post
Steven E. Levingston

Sunday, November 30, 2008; Page F02
Not so long ago -- think back about a week and a half -- stocks seemed to be in a freefall again. A fresh wave of financial panic knocked more than 10 percent off Standard & Poor's 500-stock index over two days. Then the clouds lifted a bit. Citigroup got a massive capital infusion and President-elect Barack Obama introduced his financial team. And stocks got a robust bounce.
Market-weary investors tend to focus only on the frenzy. But for Tom Sowanick, chief investment officer at Clearbrook Financial, an investment management company in Princeton, N.J., the noise masks what he believes is a positive trend that has emerged over the past month or so. He finds the good news not so much in the United States -- but overseas. What is happening on exchanges in China, Brazil and Russia, he says, has significant ramifications for investors here.
In China, the CSI 300 index is up about 17 percent from Nov. 4, which Sowanick says could be its bottom. In Brazil, the Bovespa is up about 15 percent from its low on Oct. 27. Russian shares also have bounced off their bottom, with the RTS index up about 23 percent since Oct. 24.
Why is this important for the U.S. market? In Sowanick's view, the gains on the emerging markets suggest that global investors are regaining an appetite for risk (emerging markets tending to be most risky). In the heat of the financial crisis, risk has become a dirty word. But to operate effectively, markets do need investors to assume some risk. China's own giant stimulus package has helped, along with the emergency rescues and transfusions from the U.S. Treasury. While Sowanick cautions that the performance of the emerging markets could be another false start, it might also suggest that those markets are leading the way to a global recovery.
"To say that the U.S. markets are market leaders may be patriotic but not necessarily accurate," Sowanick wrote in his market update last week. "In fact, the data suggests that emerging equity markets may once again be ahead of developed markets in setting the stage for establishing market bottoms, and therefore potential market reversals."