sexta-feira, 7 de março de 2008

Brasil não acompanha tendência e aumenta o número de fusões e aquisições

Rodrigo Postigo

07/03/2008

O Brasil não acompanhou a tendência mundial de redução do volume de fusões e aquisições, puxada pela queda do volume de operações nos Estados Unidos. Segundo pesquisa realizada pela consultoria Thomson Financial, o volume de fusões e aquisições nos primeiros dois meses deste ano de US$ 9,55 bilhões foi quase duas vezes o do mesmo período de 2007 (US$ 4,52 bilhões).

O desempenho brasileiro representou 60% do volume da América Latina, de US$ 15,82 bilhões. No mesmo período de 2007, o volume de movimento de fusões e aquisições na região ficou em US$ 11,77 bilhões. No mundo, o volume de fusões, conforme a pesquisa, ficou em US$ 399,24 bilhões nos dois primeiros meses deste ano com uma redução de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior ( U$ 602,29 bilhões).

A performance mundial foi afetada uma redução das operação nos Estados Unidos, devido ao aumento do risco provocada pela crise que começou no mercado hipotecário americano e se alastrou para outras segmentos de crédito.

Brasil tem diversas vantagens em biocombustíveis, diz Fitch

Reuters

07/03/2008

A Fitch divulgou, hoje, um relatório especial sobre combustíveis alternativos brasileiros, afirmando acreditar que as vantagens competitivas significativas do País e a crescente demanda mundial por combustíveis alternativos devem permitir que a indústria de biocombustíveis eleve a produção mundial e as exportações.

A consultoria diz que fatores essencias para a produção, como clima, geografia e condições geológicas, a abundância de terras disponíveis e o preço baixo dos terrenos, mão-de-obra barata e incentivos do governo demonstram as diversas vantagens competitivas das quais o Brasil desfruta e que devem permitir o crescimento de sua produção a baixos custos.

Além disso, para a Fitch, o aumento no uso de veículos bicombustíveis, assim como a necessidade crescente em escala mundial por gasolina misturada ao etanol, mostram as possibilidades de evolução contínua da indústria.

Durante 2008, a Fitch espera que os produtores brasileiros de etanol e açúcar continuem se desenvolvendo, enquanto os produtores de biodiesel podem enfrentar mais dificuldade, devido aos preços elevados da soja, principal matéria-prima para esse biocombustível.

"O desempenho dos produtores de açúcar e etanol deve melhorar gradualmente durante a temporada 2008/09, em razão de uma leve recuperação nos preços do açúcar, da elevação contínua das vendas de etanol e de uma participação maior no setor de energia", afirma, Revisson Bonfim, diretor do Latin America Corporates Group da Fitch, em nota.

"Os produtores de etanol podem eventualmente se beneficiar da oferta insuficiente de gás natural no curto e médio prazos".

Brazilian Real Advances to Highest Since May 1999 on Rate Gap

By Guillermo Parra-Bernal
March 6 (Bloomberg) -- Brazil's real climbed to its highest since May 1999 after the central bank yesterday left its benchmark interest rate at 11.25 percent, maintaining the yield advantage of the nation's fixed-income securities.
Banco Central do Brasil left its benchmark overnight rate unchanged for a fourth straight month, as forecast by all 35 economists in a Bloomberg survey. Policy makers said they would keep monitoring inflation before their April 15-16 meeting, leading some traders to bet that they will raise the benchmark rate in the second half of the year unless inflation slows.
``It's hard to see changes in the local interest-rate scenario in the short run,'' said Ronie Marcelo Germiniani, the proprietary trading manager at Banco Itau Holding Financeira SA, Brazil's biggest non-government bank in terms of market value. Maintenance or an increase in the rate ``should very much work in favor of the real because the yield differential plays a role in attracting some of the investment funds into Brazil.''
The real reached 1.6592 per dollar, the strongest since May 19, 1999, and traded at 1.6649 per dollar at 10:44 a.m. New York time. The currency has climbed 6.9 percent this year, the fourth- most among the 16 most-traded currencies.
Annual inflation in Brazil has quickened from an eight-year low of 2.96 percent last March to 4.74 percent through mid- February. Since January, the 12-month inflation rate has exceeded the mid-point of the central bank's target of 4.5 percent plus or minus 2 percentage points.
Fed Rate Cuts
Interest-rate cuts by the U.S. Federal Reserve have boosted the yield advantage on Brazilian fixed-income securities, luring investment flows to local markets and buoying the currency. Brazil's main rate is 8.25 percentage points above the 3 percent benchmark U.S. rate.
The yield on the interbank deposits future rate contract due in January 2009, the most actively traded contract of its kind on Brazil's Commodities and Futures Exchange, rose 4 basis points to 11.76 percent today. The yield is 51 basis points above the central bank's benchmark overnight rate. One basis point equals 0.01 percentage point.
The real may gain to as high as 1.63 to the dollar within the next three weeks as a global rout of the dollar boosts the attractiveness of currencies offering high returns and almost investment-grade risk to investors, said Italo Lombardi, a strategist at research company IDEAglobal in New York.
Brazil's benchmark lending rates, among the highest in emerging markets, are prompting investors to buy government bonds with money financed by loans in countries where interest rates are low, such as Japan, Lombardi said.
The dollar touched a record low of $1.5347 per euro today, the weakest since the European currency's debut in 1999, After European Central Bank President Jean-Claude Trichet said there is ``strong upward pressure on inflation,'' signaling he's in no hurry to cut interest rates.
Brazil's central bank bought dollars for reais at a rate of 1.6665 per dollar at an auction today, part of a policy to bolster international reserves and temper the currency's rally.

Lei ainda levanta dúvida fiscal

Valor Online

07/03/2008

A nova lei contábil brasileira continua despertando debates a respeito da existência ou não de impacto tributário com sua adoção. Mais uma vez, em seminário com platéia lotada, em São Paulo, os especialistas reiteraram que o propósito, desde a época da criação do projeto de lei da reforma, é que não houvesse efeito fiscal, nem para mais, nem para menos.

Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do Comitê Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), enfatizou que o objetivo era ausência de impacto fiscal, durante o II Seminário Ibef e Anefac sobre a lei 11.638 e a convergência contábil brasileira ao padrão internacional, IFRS.

Ele fez coro ao ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Marcelo Trindade, que enfatizou a inexistência de aumento da alíquota de arrecadação. "Nunca se escreveu com tantas letras numa lei que não há impacto tributário. Se ainda assim houver é porque o Fisco virou o poder."

Trindade referia-se a dois artigos da lei: o primeiro que prevê a separação entre o balanço entregue à Receita Federal e o entregue à CVM e o segundo que deixa claro a ausência de impacto sobre os ajustes que forem feitos no balanço fiscal para adequação às normas de contabilidade.

Carvalho, do Iasb e um dos criadores do projeto de reforma da Lei das Sociedades Anônimas, que deu origem a lei 11.638, reiterou a história da reforma da legislação, lembrando que desde o início estabeleceu-se um equilíbrio de interesses. De um lado, a iniciativa privada apoiou o projeto pela ausência de impacto fiscal e do outro, a Receita Federal teve a contrapartida de que não sofreria perda de arrecadação.

"Já estamos dando conversa para quem não está na conversa", enfatizou Trindade, sobre os reiterados comentários feitos por especialistas a respeito da necessidade de um pronunciamento da Receita Federal. Carvalho, do Iasb, avalia que, se houver algum impacto de ordem tributária com a implantação da lei, "tudo o que foi feito até agora pode ser jogado fora".

Apesar de os especialistas reiterarem o pacto de cavalheiros firmado quando decidiu-se pela reforma da lei, as empresas temem alguma surpresa em relação à Receita Federal. "Acho que ainda há muito medo das decisões do Fisco", disse Marcus Severini, diretor de Controle da Vale do Rio Doce.

O economista e ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola participou do seminário de ontem e mostrou a mesma tensão em relação ao Leão. "Há preocupação com senso de oportunismo do Fisco. E não é apenas o brasileiro que é assim. O Fisco de qualquer lugar do mundo sente-se atraído pela possibilidade de ampliar sua arrecadação."

Na avaliação de Luis Felipe Schiriak, diretor financeiro da Votorantim Participações, as companhias deveriam também estar preocupadas com os custos internos de adoção das novidades da lei, pela necessidade de mudança nos sistemas de Tecnologia da Informação (TI). Ao mesmo tempo, destacou que companhias de atuação internacional serão beneficiadas pelo processo de convergência por conta da economia de custos. "Temos um investimento num grupo na Colômbia, feito pela unidade peruana, a partir de investimento que começou no Chile. Temos que fazer um balanço para cada país", disse Schiriak.

Nova falta de energia leva sindicato a alertar para apagão em SP

Rodrigo Postigo

07/03/2008

A cidade de São Paulo registrou, hoje, a segunda ocorrência de falta de energia em uma semana. Para o sindicato dos eletricitários do Estado (Stieesp), as redes não estão preparadas para o consumo elevado e é preciso lançar uma campanha pelo uso racional da energia para evitar o chamado "apagão", como o ocorrido em 2001.

A Eletropaulo, distribuidora paulista, justificou que foi apenas a queda de galhos de árvores sobre a rede que provocou o desligamento de circuitos por algumas horas em duas áreas da capital na tarde de hoje - nos Jardins e no Planalto Paulista.

A empresa evitou comparar os eventos de hoje com o "apagão" ocorrido na última terça-feira, quando problemas numa subestação da companhia de transmissão CTEEP atingiram 24 bairros da zona sul da cidade e parte de Embu.

Segundo o sindicato, quase três milhões de pessoas foram afetadas nos últimos três dias pelos episódios de falta de energia em São Paulo.

"Esse transtorno causado à população é reflexo da falta de investimento em recursos para melhoria na transmissão de energia", afirmou o presidente do Stieesp, Antonio Carlos dos Reis, conhecido como Salim, em nota.

"Teremos mais apagões se as empresas responsáveis não tomarem providências sérias em relação à manutenção da rede. Sem isso, a falta de energia é certa".

Porto de Santos registra alta em movimentação de 6% e recorde em 2007

Rodrigo Postigo

07/03/2008

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) divulgou hoje que o Porto de Santos registrou, em 2007, uma movimentação geral recorde, quando operou 80,7 milhões de toneladas, alta de 5,9% em relação ao ano retrasado. A quantia superou em 2,5% as expectativas da Codesp, que estimava 78,9 milhões de toneladas em movimentação até o último mês de dezembro.

No fim do ano passado, a previsão da Codesp, no entanto, chegou a atingir 81,5 milhões de toneladas, porém, foi frustrada pela redução de 400 mil toneladas na movimentação de açúcar, que ficou retida no porto, em dezembro, pela entrada da Índia neste mercado, com preços mais competitivos.

A exportação de óleo diesel também derrubou as previsões, pois apresentou uma queda de 100 mil toneladas, colaborando para a queda no movimento geral.

Ainda segundo a Codesp, do total movimentado em 2007, os produtos exportados tiveram uma participação de 66,65%, ou 53,8 milhões de toneladas, o que significou uma alta de 3,1% em relação a 2006. As importações, com 26,9 milhões, representaram 33,35% do geral, aumento de 12% sobre o mesmo período analisado.

Soybeans, Corn Fall After Brazil Crop Forecast; Wheat Declines

By Madelene Pearson
March 7 (Bloomberg) -- Chicago corn and soybean futures fell in Asian trading after Brazil forecast bigger crops and on sales by some investors after both commodities reached records this week. Wheat also declined.
Brazil, the world's second-largest soybean producer, will harvest 1.9 percent more of the oilseed and 3.2 percent more corn this year than previously forecast, the nation's agriculture minister said yesterday.
Soybeans and corn are among commodities including oil and gold that rose to records this week on investor demand for a hedge against inflation as the dollar slumped to its lowest ever against the euro. The UBS Bloomberg Constant Maturity Commodity Index of 26 futures contracts has gained 19 percent this year.
``They had their big run up, there's been a bit of profit taking and they are having a breather at the moment,'' Ben Barber, a broker at Bell Commodities Ltd. in Melbourne, said by phone. ``There are more gains to be made in the grains.''
Soybean futures for May delivery fell as much as 14.75 cents, or 1 percent, to $14.44 a bushel on the Chicago Board of Trade. The most-active contract stood at $14.4775 in after-hours electronic trading at 4:48 p.m. in Sydney. The commodity is heading for its biggest weekly fall since July.
Still, soybeans have surged 95 percent in the past year and reached a record $15.8625 a bushel March 3 after farmers in the U.S., the biggest producer, planted the fewest acres in 12 years.
Brazil will harvest 59.6 million metric tons this year, compared with previous estimate of 58.5 million tons, the government's crop forecasting agency said yesterday. It may harvest 55.3 million tons of corn this year, up from the previous estimate of 53.6 million tons.
Corn, Wheat
Corn futures for delivery in May fell as much as 4.5 cents, or 0.8 percent, to $5.6275 a bushel. The contract was at $5.65 at 4:50 p.m. in Sydney. Prices have gained 33 percent in the past year and reached a record $5.7425 a bushel on March 5 on demand for the grain used to make ethanol and to feed livestock.
``Raw commodities, your basic commodities, are a great hedge against inflation because that's what people eat and that is basically inflation,'' Barber said. ``You'll see the funds bring fresh money into these markets and inundate them with cash.''
Wheat futures for May delivery fell as much as 20 cents, or 1.8 percent, to $11.05 a bushel. The contract was at $11.0975 at 4:49 p.m. in Sydney. Prices have more than doubled in the past year and reached a record $13.495 on Feb. 27.
AWB Ltd. and other grain exporters fell today in Sydney trading. AWB, Australia's largest grain exporter, declined 8 cents, or 3.2 percent, to A$2.45 at the 4:10 p.m. close of trade in Sydney. ABB Grain Ltd., Australia's largest barley exporter, fell 43 cents, or 4.6 percent, to A$9.01.

Reforma tributária: ministro entrega parecer a Chinaglia

Agência Câmara / Salu Parente

07/03/2008

O presidente da Câmara recebeu, na tarde desta quinta-feira, parecer do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, da Presidência da República, sobre a proposta de reforma tributária apresentada pelo governo (PEC 233/08). O documento foi entregue pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, acompanhado de integrantes do conselho. José Múcio Monteiro anunciou que, a partir da próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará reuniões com todas as bancadas.

Para o ministro das Relações Institucionais, a reforma tributária não pode ser apenas uma reforma do governo. "Tem que ser uma reforma que toda a sociedade se sinta vencedora e que o Legislativo se sinta parceiro. O trabalho do ministro Mantega e de sua equipe tem sido o de esclarecer, de promover o debate, de aprimorar a proposta naquilo que for necessário", declarou.

Chinaglia informou que está conversando com os líderes partidários sobre a matéria e lembrou que a PEC deverá ter sua admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Só depois será criada uma comissão especial para analisar a proposta, que ainda precisará de ser votada em dois turnos pelo Plenário.