sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

MP que autoriza Banco do Brasil e Caixa a comprar bancos é aprovada

Valor Econômico / Cristiane Agostine
06/02/2009
A Câmara Federal aprovou ontem a MP 443, que autoriza o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal a comprar participações em bancos e outras instituições financeiras com dificuldades. Os deputados retiraram do texto a necessidade de autorização prévia do Congresso para que os bancos realizem a transação e mantiveram a concessão de R$ 3 bilhões da União para o BNDES, para linhas de crédito exclusivas destinadas ao financiamento de empresas com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os deputados argumentaram que a necessidade de autorização do Congresso poderia comprometer as operações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e por isso retiraram a proposta. A oposição tentou derrubar o financiamento para obras do PAC, mas foi derrotada no plenário.
Os parlamentares alteraram também o prazo para autorização para as operações. Os deputados definiram que os bancos públicos poderão comprar instituições financeiras até 30 de junho de 2011, com a possibilidade de prorrogar o prazo por 12 meses. O Senado havia fixado que os bancos poderiam realizar a transação até 31 de dezembro deste ano, com a possibilidade de prorrogar por um ano. A proposta derrotada de reduzir o prazo em um ano e meio é do DEM. No texto enviado pelo Executivo, o governo não mencionava prazo.
À medida provisória foi incluída uma cláusula proibindo a compra de fundos de pensão de benefício definidos.
A MP 443 é uma das medidas do governo federal para combater os efeitos da crise econômica no país. O texto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fusões e aquisições totalizam R$ 100,4 bi em 2008, diz Anbid

Rodrigo Postigo
06/02/2009
As operações de fusões, aquisições, reestruturações societárias e Ofertas Públicas de Aquisição (OPAs) totalizaram R$ 100,4 bilhões em 2008, 14,8% a menos do que o verificado em 2007, informou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Segundo o estudo, o valor resultou de 94 operações no ano passado, contra 125 do ano anterior.
Considerando apenas as operações de fusão e aquisição foram realizadas 84 operações em 2008, ante 110 em 2007, com valor de R$ 89,914 bilhões (3,5% menor que o ano anterior). Já considerando às reestruturações societárias e OPAs foram fechadas 10 operações, com valor de R$ 10,444 bilhões, redução de 57,6% na mesma base de comparação.
"Em 2008, o destaque ficou com a quantidade de grandes operações entre empresas brasileiras, que transformaram cenários e indústrias como um todo", diz Carolina Lacerda, coordenadora da Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid.
No ano passado, a realização deste tipo de operação entre empresas nacionais representou 73,1% do total, com um montante de R$ 65,7 bilhões. "Destacaram-se no ano passado a venda da participação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) na Namisa a um consórcio de acionistas, por R$ 7,2 bilhões, e a fusão de petroquímicas (Petrobras, Unipar e Petroquisa) que deu origem à Quattor - empresa com valor de R$ 6,8 bilhões", informou o relatório da entidade.
As aquisições de empresas estrangeiras por brasileiras somaram R$ 10,846 bilhões em 2008. Deste total, 61,6% referem-se a compras de empresas européias. Segundo a Anbid, dos investimentos estrangeiros no Brasil, o destaque foi a compra da IronX, do empresário Eike Batista, pela Anglo American, por R$ 5,4 bilhões.
Por setores, a liderança no ranking de fusões e aquisições ficou com Energia, responsável por 11,7% das 94 operações. Em seguida estão Tecnologia da Informação (TI)/Telecomunicações e Metalurgia/Siderurgia, ambas com 9,6% do total.

Crise fez 5 de 16 setores reduzir investimentos até 2012

Levantamento é do BNDES; juntos, esses cinco setores reduziram investimentos em R$ 124,5 bilhões
Agência Estado / Adriana Chiarini
06/02/2009
Entre 16 setores com investimentos para o período de 2009 e 2012 levantados pelo BNDES em agosto, antes do agravamento da crise a partir de setembro, apenas cinco cortaram investimento por causa da crise, de acordo com o banco: siderurgia, papel e celulose, "extrativa mineral", automotivo e construção residencial. Juntos esses cinco setores reduziram investimentos em R$ 124,5 bilhões, de R$ 765,1 bilhões em agosto para R$ 640,6 bilhões em dezembro, respondendo por boa parte da diminuição total entre os dois levantamentos, de R$ 1,461 trilhão para R$ 1,305 trilhão, divulgada na semana passada. Três desses cinco setores estão associados à exportação de commodities - "Extrativa mineral", que é basicamente minerais, sem petróleo e gás (de R$ 72,3 bilhões em agosto para R$ 48 bilhões em dezembro); siderurgia (de R$ 60,5 bilhões para R$ 24,5 bilhões) e "papel e celulose", de R$ 26,7 bilhões para R$ 9 bilhões). Os outros dois setores nesse grupo dependem muito de crédito: construção residencial (de R$ 560,4 bilhões para R$ 535,7 bilhões) e automotivo (de R$ 35,3 bilhões para R$ 23,5 bilhões). "Dado que a gente tem a maior crise da economia mundial desde 1930, a redução de cerca de 11% nos investimentos para quatro anos (no total entre os levantamentos de agosto e dezembro) não é grande. Há redução? Há, mas muito suave, dada a gravidade da crise", diz o economista Gilberto Rodrigues Borça Junior, um dos autores do estudo do BNDES "Perspectivas de investimentos 2009/2012 em um contexto de crise". Há um grupo de três setores - sucroalcooleiro, ferrovias e portos - que reduziram investimentos por outros motivos, de R$ 71,0 bilhões para R$ 43,9 bilhões. "No início de 2008 já havia superinvestimento no setor sucroalcooleiro", considera Fernando Puga, que também assina o trabalho com Borça Junior, Ernani Teixeira Filho e Marcelo Machado Nascimento. No sucroalcooleiro, a queda foi de R$ 28,5 bilhões para R$ 19,7 bilhões. Em relação a ferrovias e portos, os motivos estão mais associados a questões regulatórias, de acordo com Puga. Há um grupo formado por oito setores, entre os 16 analisados, que tendem a continuar com investimentos firmes apesar do agravamento da crise. Esses tiveram variação de previsão de investimentos para 2009 a 2012, de apenas R$ 624,5 bilhões, em agosto, antes do agravamento da crise, para R$ 620,4 bilhões em dezembro. Borça Junior destaca petróleo e gás (R$ 269,7 bilhões, sem alteração entre os dois levantamentos); energia elétrica (R$ 141,1 bilhões, também sem mudança) e telecomunicações (R$ 77,8 bilhões, em ambos os casos) como setores com peso grande na economia nacional. "Com o novo plano da Petrobras, o valor para petróleo e gás aumentaria uns R$ 30 bilhões", observa Puga. Além desses, os setores que ficaram sem alteração entre os levantamentos de agosto e dezembro para os investimentos de 2009 a 2012 foram: saneamento (R$ 49,4 bilhões); petroquímica (R$ 23,7 bilhões) e indústria da saúde (R$ 8 bilhões). Também estão nesse grupo, dois setores que tiveram reduções pequenas com a revisão de dezembro: rodovias (de R$ 27,8 bilhões para R$ 26,7 bilhões) e eletroeletrônica (de R$ 27 bilhões para R$ 24 bilhões).

Situação no Japão está piorando, avisa presidente do BC

Reuters / Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto
06/02/2009
O presidente do Banco do Japão, Masaaki Shirakawa, fez um alerta nesta sexta-feira, ao dizer que os problemas continuam se acumulando na segunda maior economia do mundo.
Segundo o presidente do BC japonês, a contínua queda das exportações e os preços muito baixos praticados no país estão afetando o potencial de crescimento da economia e o sistema bancário.
Shirakawa reconheceu que o banco central tem adotado políticas não convencionais para dar suporte à economia, que mergulha cada vez mais na recessão, mas disse que já tem considerado de maneira razóavel como irá abandonar estas políticas de uma vez.
"As exportações caíram acentuadamente no quarto trimestre e as finanças corporativas pioraram, o que está pressionando a economia de diversas maneiras. Isso aconteceu não só no Japão, mas outras partes do mundo", disse Shirakawa ao comitê de Orçamento da Câmara Baixa do Parlamento japonês nesta sexta-feira.
"A piora da atividade econômica nos últimos três meses foi muito severa", acrescentou.
A desaceleração econômica global afetou fortemente as exportações japonesas e a produção de carros e eletrônicos, e a economia do país parece estar a caminho da mais longa recessão dos tempos modernos.

Senado americano adia decisão sobre plano de estímulo

Rodrigo Postigo
06/02/2009
O Senado Americano adiou para esta sexta-feira a decisão sobre o plano de estimulo econômico, de cerca de US$ 900 bilhões, proposto pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para enfrentar a crise financeira no país.
O líder democrata, o senador Harry Reid disse que estava otimista quanto a aprovação da medida econômica. "Espero que possamos terminar amanhã ( sexta-feira)", disse o senador após três dias consecutivos de discussões acerca da medida.
Horas antes, Reid afirmou que as discussões prosseguiriam por toda a noite se isto fosse necessário, mas no fim da noite disse que a análise do plano será retomada nesta sexta-feira.
Um grupo de senadores liderado pelo democrata Ben Nelson e a republicana Susan Collins negociava a portas fechadas na quinta-feira um possível compromisso para reduzir o custo total do plano.
Obama disse que o país pode enfrentar "uma catástrofe" e pediu aos legisladores americanos que resolvam suas diferenças para dar uma palavra final sobre o plano de estímulo até a próxima semana.

Brazil to use forex reserves to aid companies

Thu Feb 5, 2009 12:12pm EST
BRASILIA, Feb 5 (Reuters) - Brazil has enough foreign currency reserves to help compensate for a drop in international credit lines to the country, Central Bank President Henrique Meirelles said on Thursday.
The bank plans to offer credit lines in dollars, using funds from its reserves, to domestic banks on Feb. 27, March 13 and March 27. The lines, aimed at helping companies with difficulties raising cash to roll over foreign obligations, may total $20 billion, Meirelles said.
Companies have an estimated $36 billion in foreign debt obligations in the period between October 2008 and December 2009, he said. (Reporting by Isabel Versiani; Writing by Elzio Barreto; Editing by James Dalgleish)