quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Bovespa recupera parte das perdas em alta de 2%

Rodrigo Postigo

14/11/207

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de mais de 2% nesta terça-feira, com investidores aproveitando o rali do mercado norte-americano para comprar ações que caíram muito na véspera.

O principal indicador da bolsa paulista avançou 2,28%, para 62.927 pontos nesta sessão. A alta, entretanto, foi insuficiente para apagar as perdas de segunda-feira, quando o Ibovespa despencou 4,34%.

A alta foi bem parecida com a valorização do Dow Jones <.DJI>, estimulado, entre outros fatores, pelas vendas de moradias pendentes, que subiram de forma inesperada, e pelos setores de tecnologia e de bancos, que no Brasil também tiveram bom desempenho: Bradesco teve alta de 3,77%, Itaú subiu 4,51% e Ubibanco avançou 5,08%.

O índice das principais ADRs brasileiras, no entanto, disparou quase 9%. O indicador estava atrasado em relação ao Ibovespa. Em novembro, até a véspera, tinha recuado 11,3% enquanto o indicador da bolsa paulista havia cedido 5,8%.

A bolsa paulista também teve desempenho acima das bolsas norte-americanas este mês, com analistas avaliando que o País está saindo relativamente ileso da recente crise global de crédito.
"Dois fatores explicam o forte desempenho do Brasil: o mercado claramente está se beneficiando da atual situação macroeconômica global de queda do juro norte-americano e fortes preços de commodities, assim como de seu isolamento da fraqueza da economia norte-americana", afirmaram os analistas do Citigroup Geoffrey Dennis e Jason Press.

"(Outro fator é) o impulso do setor de matérias-primas com as recentes notícias de fusões e aquisições", complementaram. O banco elevou a recomendação de Peru a "overweight" nesta terça-feira, mas disse que o Brasil permanece sua principal aposta na região.

Brasil negocia aumento no volume importado de gás da Bolívia, diz ANP

Rodrigo Postigo

14/11/2007

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, disse nesta terça-feira que o Brasil negociará com a Bolívia um aumento no volume de gás importado do país.
A declaração foi dada durante sabatina da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que aprovou por 20 votos a dis a recondução de Lima à diretoria-geral da agência. Ele ficará por outros quatro anos à frente da ANP.

De acordo com Lima, a quantidade passaria dos atuais 30 milhões de metros cúbicos por dia para 34 milhões de metros cúbicos por dia. A negociação será feita pela Petrobras.
Lima explicou que isso poderá ser feito pelo próprio Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia) com um aumento na compressão do gás --que permitiria o transporte de um volume maior.

"Temos que ver em perspectiva, melhorar a estrutura (do gasoduto) depois", disse.

A ampliação do volume de gás importado da Bolívia seria uma maneira de tentar reverter a crise de abastecimento do combustível --que estourou no dia 30 de outubro, quando a Petrobras tentou diminuir o fornecimento para a CEG, empresa que distribui gás no Rio de Janeiro.

CPMF: Governo agora se prepara para batalha no Plenário

Invertia / Maria Clara Cabral

14/11/2007

Passado o primeiro desafio na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o governo agora se prepara para mais uma etapa no processo para prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011: conseguir aprovar a matéria no plenário do Senado, a partir da semana que vem. Mesmo com maioria na CCJ, derrotar o relatório da senadora da Kátia Abreu (Democratas-TO) foi complicado e a base está ciente que o mesmo acontecerá no plenário.

Ontem, na CCJ, o governo conseguiu derrotar por 12 votos a nove o relatório que era contrário à prorrogação da cobrança. Para conseguir esta primeira vitória, o governo foi obrigado a fazer concessões, como por exemplo a promessa da redução da alíquota da CPMF em 0,02 ponto percentual já em 2008. A proposta é que a contribuição diminua dos atuais 0,38% para até 0,30% em 2011. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, isso implicará em uma renúncia fiscal de cerca de R$ 20 bilhões para o governo.

Para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ser aprovada é preciso, no mínimo, 49 votos, de 81 senadores. A base coesa conta com 53 parlamentares. Contudo, há grande possibilidade de "traições". O recuo de Jefferson Peres (PDT-AM) na CCJ foi um sinal disso. Apesar de ter afirmado que votaria a favor da prorrogação, se absteve na sessão de terça-feira.
Consciente disso, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), admite que precisará trabalhar muito para aprovar a PEC no plenário ainda este ano. E mesmo sabendo da dificuldade que terá pela frente, Jucá diz que o governo não fará uma nova proposta formal para conquistar os votos da bancada do PSDB.

Um ponto que pode facilitar a aprovação ainda este ano é o fato de o relatório de Kátia Abreu (Democratas-TO) ter sido derrotado. Com isso, Jucá, autor do voto em separado favorável a prorrogação, passa a ser o relator para as emendas em Plenário. O parlamentar não deve usar o prazo dos trinta dias disponíveis para análise das emendas na CCJ.

CPMF, uma ferida tributária exposta

Gazeta Mercantil / Opinião

14/11/2007

Pode estar por um fio a prorrogação da cobrança da CPMF. Pelo menos se o relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) conseguir chamar ao bom senso a maioria dos senadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) virará história. Não é prudente contar com o ovo ainda dentro da galinha, principalmente com a artilharia pesada com que conta o Palácio do Planalto.

No entanto, é sempre bom voltar a argumentar sobre a necessidade de acabar com esse tributo, diga-se de passagem, um dos mais regressivos do País. O impasse sobre a CPMF e a defesa ferrenha do governo pela manutenção desses recursos deixa exposta uma ferida que precisa ser tratada com urgência, sob o risco de pagarmos caro por isso em poucos anos. A necessidade de melhor gerir os recursos públicos e a revisão das despesas correntes. Já faz tempo que o governo gasta muito e gasta mal. O próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admite que os recursos em sua pasta não estavam sendo bem gerenciados. Essa é uma admissão relevante para alguém cuja área é um dos objetivos do recolhimento da contribuição (da alíquota total de 0,38%, 0,20% vai para a Saúde).

A CPMF foi instituída em 1996 justamente para direcionar mais recursos à Saúde. E o discurso do governo pela manutenção da cobrança também passa pelo mesmo argumento. Agora, pergunto, o aumento de verba para determinada área não deveria estar vinculado às melhorias administrativas e de gestão? Afinal, quanto maior a bagunça administrativa, maior o buraco por onde escorrega o dinheiro. Por ser um país de maioria populacional pobre, é certo que o volume de recursos aplicados pelo Estado especialmente em áreas como saúde e educação seja importante. Mas faltam escolhas mais adequadas e melhores na sua aplicação. Até para que esse dinheiro renda.

Especialistas nessas áreas sustentam que o problema não é, na maioria das vezes, a falta simples e pura de verba, mas, sim, a burocracia e a má gestão que impedem que os recursos cheguem a quem realmente precisa de atendimento médico e estudo. Talvez com menos R$ 40 bilhões dos mais fáceis de arrecadar de que se tem notícia no âmbito de receitas federais do mundo, os integrantes da equipe de governo sejam forçados a rever as contas e encontrar espaço para cortes efetivos. Infelizmente, na história recente do Brasil, as evoluções no plano fiscal só ocorreram diante de eventos que as forçaram. Foi assim no período de crises financeiras mundiais na década de 90, quando o país se viu obrigado a passar para o regime de câmbio flutuante, incorporar as regras de superávit no orçamento e assim vai. Como bem disse a senadora Kátia, a hora de acabar com esse tributo é agora. E não seria nada ruim se sua argumentação técnica prevalecesse sobre os interesses políticos no Senado.

Pelo contrário. Mostraria a todos que a Casa pode abrigar políticos sérios e comprometidos com o País, principalmente depois dos acontecimentos recentes que prejudicaram a imagem da instituição. Em tempo: o senador Valter Pereira (PMDB-MS) quer vincular seu voto a favor da prorrogação da CPMF à partilha dos recursos arrecadados com estados e municípios. Se o governo ceder nessa questão estará sentenciado de uma vez por todas a perpetuação do tributo, além de abrir mais uma brecha para a partilha de contribuições. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) foi a primeira contribuição que a União aceitou dividir com os outros entes em troca de uma reforma tributária que nunca foi aprovada.

Muda a estrutura de controle das SAs

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Lucia Rebouças

14/11/2007

A expansão do mercado de capitais brasileiro está levando a uma mudança profunda na estrutura de propriedade das empresas brasileiras. Atualmente, das empresas que fazem parte do Novo Mercado - o segmento de listagem da Bovespa com as companhias que oferecem tratamento diferenciado aos minoritários -, 29 já têm capital pulverizado, difuso ou disperso (no qual, embora nenhum acionista tenha mais de 50% do capital, existem blocos de controle), número que deve crescer estimulado pelas próprias regras desse nível de governança corporativa da Bovespa. Para estar no Novo Mercado, as empresas podem emitir apenas ações com direito de voto (ordinárias). Apesar dessa nova realidade, a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, não acredita na necessidade de uma mudança na atuação do órgão regulador. Segunda ela, o que é preciso são ajustes na regulação.

Entre eles, cita a regulamentação que trata do voto em assembléias de acionistas. "O proxy vote (voto por procuração) que limita a voto eletrônico precisa ser regulamentado de forma diferente", afirma Maria Helena. Outro ponto que precisará de revisão a medida em que aumentar o número de companhias de capital pulverizado será o tag along, que é o direito do acionista minoritário de vender suas ações pelo mesmo preço obtido pelo controlador. "Num cenário de companhias sem controlador, que utilidade ele vai ter?", questiona. O tag along foi reintroduzido na regulamentação das companhias abertas pelo artigo 254 da lei 10.303, a Nova Lei das Sociedades Anônimas, que introduziu modificações na lei anterior, de número 6.404.

Sem obrigatoriedade Questionada sobre a constituição de conselho fiscal pelas companhias, a presidente da CVM disse que não é favorável que sua implantação seja obrigatória. A mesma opinião foi manifestada pelo superintendente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Gilberto Mifano, que participou do painel Estrutura de Propriedade, organizado pelo congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Para Mifano, o ideal é que as companhias tenham um comitê de auditoria. A pulverização do capital trouxe com ela mecanismos de proteção como as "poison pills", ou pílulas envenenadas, com as quais os controladores tentam proteger suas companhias de uma aquisição hostil.

Para Maria Helena, a poison pill não é uma boa coisa. "Colocar prêmio sobre valor econômico eleva o custo de aquisição, o que torna impossível uma compra que seria saudável para os acionistas", afirma. A pulverização do capital estimula a competitividade das empresas. "Sem amarras dos projetos ao tamanho do bolso do controlador fica mais fácil para a companhia expandir e gerar valor para seus acionistas", na opinião de Gilberto Mifano. Essa estrutura de propriedade, porém, tem prós e contras. Maria Helena lembrou o fato de os acionista estarem aceitando ações preferenciais (sem direito de voto) nos novos IPOs (ofertas de ações na sigla em inglês).

Supersimples já conta com 2,7 milhões de empresas, diz Rachid

Rodrigo Postigo

14/11/2007

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, informou hoje (13) que cerca de 2,7 milhões de micro e pequenas empresas aderiram ao Supersimples desde 1º de julho. E que nos três primeiros meses de recolhimento (agosto, setembro e outubro), foram arrecadados R$ 4,790 bilhões. “Estamos buscando dar mais transparência ao sistema para que todos – estados, municípios e contribuintes – tenham conhecimento do que está sendo arrecadado”, disse Rachid, ao explicar que houve redução entre 25% e 30% ao mês "na parte federal dessa arrecadação, como já era previsto".

Ao participar de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, ele explicou que 41% das adesões ao Supersimples ocorreram automaticamente e que os 59% restantes se referem a micro e pequenas empresas que optaram pelo Simples Nacional.

“Posso afirmar que houve ganhos, em todas as faixas, para todos os contribuintes que optaram pela tributação federal", acrescentou.