quarta-feira, 17 de junho de 2009

Hipermercados garantem alta nas vendas no varejo

Arrecadação de impostos cai por 7º mês consecutivo no Brasil

Certificação obrigatória não agrada dirigentes de fundos de pensão, mostra pesquisa

IBGE: Páscoa leva vendas do varejo a alta de 6,9% em abril

Terra / Daniel Gonçalves
17/06/2009
O volume de vendas do varejo brasileiro cresceu 6,9% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a receita nominal do setor subiu 13%, na mesma base. "(O resultado) bem acima das taxas observadas em março, devido ao deslocamento da Páscoa, de março para abril, entre 2008 e 2009", aponta o levantamento.
O coordenador de Serviços e Comércio do IBGE, Nilo Lopes de Macedo, explicou a influência da data comemorativa nos resultados da pesquisa. "Na verdade ela está influenciada por causa do calendário. É a mesma explicação para o mal desempenho na comparação anual do mês de março. É o efeito-calendário. Em 2008 tivemos a Páscoa em março, e este ano caiu em abril. Então (o resultado) está subestimado por causa disso", disse ele.
A estabilização dos números na comparação com ajuste sazonal não pode ser encarada como uma boa notícia já que o desempenho do setor caiu muito desde a crise econômica mundial. "É positivo, mas (o resultado) está bem abaixo do que o comércio varejista vinha crescendo até setembro do ano passado, antes da crise", explicou.

EUA terão regulador único para grandes bancos, diz Obama

AFP
17/06/2009
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira o controle dos grandes bancos por uma única agência reguladora, como parte das reformas financeiras destinadas a prevenir a repetição da crise no setor.
"O que faremos, e o que está contido em nossa proposta, é que para as grandes instituições, de primeira linha, as que exigem nosso apoio em caso de fracasso, esse pessoal terá que estar sob um único corpo regulatório", disse Obama em entrevista ao canal de televisão CNBC.
Obama planeja detalhar nesta quarta-feira seus planos de reforma financeira, numa tentativa de proteger os consumidores dos excessos do setor, acusado de levar a economia americana e mundial à crise.

Certificação obrigatória não agrada dirigentes de fundos de pensão, mostra pesquisa

Segundo levantamento da APEP, proposta de obrigatoriedade é considerada supérflua e sinônimo de mais custos e burocracia
InfoMoney
17/06/2009
Uma pesquisa realizada pela APEP (Associação dos Fundos de Pensão de Empresas Privadas) concluiu que a proposta de certificação obrigatória de dirigentes de fundos de pensão - em estudo na SPC (Secretaria de Previdência Complementar) - desagrada aos fundos patrocinados pelo setor privado, que a consideram supérflua e sinônimo de mais custos e burocracia.
O levantamento mostra que a opinião dominante no segmento é de que os parâmetros estabelecidos pela Lei Complementar 109/01 são mais do que suficientes para o preenchimento dos cargos na diretoria executiva e nos conselhos deliberativo e fiscal.
Assim, cabe destacar que para 79,2% dos entrevistados, após o cumprimento dos requisitos definidos pelo marco regulatório, a escolha e a indicação dos dirigentes devem ter como único referencial o processo previsto no estatuto de cada fundo de pensão.
Entrevistados defendem adoção voluntária
Por outro lado, uma constatação curiosa feita pela pesquisa é de que não há rejeição dos participantes à certificação proposta, desde que as regras deixem a critério dos fundos a sua adoção voluntária.
Na opinião de 60% dos entrevistados, esse seria o caminho a ser seguido, sem qualquer prejuízo aos fundos de pensão no sistema de avaliação de risco da SPC. Outros 10,4% também defendem o caráter voluntário, mas com algum prejuízo na avaliação, o que seria uma espécie de "incentivo" à certificação de dirigentes e conselheiros.
"A certificação é uma boa ideia. O problema é a forma impositiva com que a SPC pretende implantá-la", afirma Paulo Tolentino, presidente da APEP. "Em vez de impor, seria muito mais vantajoso induzir, estimular e convencer os fundos de pensão sobre as vantagens da certificação", completa.
Obrigatoriedade pode ser prejudicial
Os representantes dos fundos de pensão ouvidos pelo órgão também acreditam que, além de não trazer benefícios, a obrigatoriedade poderá contribuir até mesmo para o encolhimento do sistema fechado de previdência complementar.
Para 25% deles, a medida representará, caso implantada, apenas um ônus a mais devido à complexa regulamentação a que estão sujeitas. Porém, mais preocupante é o fato de 35,4% dos entrevistados acreditarem que a certificação compulsória provocará uma migração de patrocinadores do setor privado para o sistema aberto.
"Embora não explicitado no levantamento, há um grande incômodo no setor em razão de tal exigência não ter precedente, considerando-se cargos diretivos em qualquer ramo de atividade do País, mesmo nos mais sensíveis e vitais, caso do sistema financeiro. Certificações só costumam ser exigidas de técnicos, razão pela qual os dirigentes de fundos de pensão estão se sentindo rebaixados a este nível", esclarece Tolentino.

Arrecadação de impostos cai por 7º mês consecutivo no Brasil

EFE
17/06/2009
A arrecadação de impostos no Brasil caiu 6,06% em maio, a sétima queda mensal consecutiva, para R$ 49,8 bilhões, informou a Receita Federal.
No acumulado do ano, a receita dos cofres públicos somaram RS$269,7 bilhões, com uma redução de 6,9%, comparado aos cinco primeiros meses de 2008.
A principal razão para explicar a queda na arrecadação é a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, eletrodomésticos linha branca e materiais de construção, explicou a Receita, em comunicado.
No início do ano, o Governo decretou fortes descontos no IPI de automóveis e chegou a reduzir a taxa a 0% para os modelos de menor cilindrada, destinados ao mercado de baixo poder aquisitivo, como medida para incentivar o estímulo das vendas no setor automotivo, um dos mais atingidos pela crise.
Nos primeiros cinco meses de 2009, a receita proveniente do IPI sobre automóveis caiu 81,8%, detalhou o comunicado, embora este fator deixe de pesar nas contas públicas a partir de julho, já que o Governo já anunciou que não vai prorrogar por mais tempo os descontos tributários pela melhoria do setor.
Além dos descontos tributários, outros fatores associados à crise também contribuíram negativamente nestes cinco meses, como a queda dos lucros das empresas (-29,5%), o retrocesso da produção industrial (-14,6%) e a queda das importações (-29%).
A queda da arrecadação obrigou o Governo a aplicar cortes no orçamento de diversos ministérios e a revisar para baixo alguns investimentos que estavam previstos.
O Brasil está oficialmente em recessão técnica, por acumular dois trimestres de crescimento negativo, com a retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6% no último trimestre do ano passado e de 0,8% nos três primeiros meses de 2009.

Hipermercados garantem alta nas vendas no varejo

Valor Online / Rafael Rosas
17/06/2009
O desempenho do grupo Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo garantiu a forte alta de 6,9% do volume de vendas do comércio varejista em abril, em relação a igual mês do ano passado. O grupo subiu 14,1% nesta comparação, a alta mais significativa desde os 14,2% observados em abril de 2006.
Nilo Lopes de Macedo, da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), credita o bom desempenho do grupo, e a consequente alta do volume de vendas do comércio, ao efeito calendário. Segundo ele, a Páscoa em abril favoreceu a comparação com abril de 2008, quando o feriado caiu em março.
" O resultado do varejo em abril tem a ver com o efeito calendário. A Páscoa teve impacto muito forte no setor mais pesado, que é o de Super e Hipermercados " , afirmou Macedo, lembrando que, em abril, o peso do grupo de Super e Hipermercados no comércio varejista foi de 47,5%.
Nos demais grupos, Macedo chamou a atenção para o efeito negativo da crise econômica sobre atividades mais dependentes do crédito. O grupo Móveis e Eletrodomésticos teve redução de 10% no volume de vendas em abril, na comparação com abril do ano passado, enquanto Veículos, Motos, Partes e Peças caiu 11,3% e Material de Construção recuou 15,8%, esses dois últimos grupos já dentro do varejo ampliado, que recuou 0,8% em abril, a despeito do bom desempenho dos super e hipermercados.
Macedo recordou que a redução do IPI para a linha branca foi anunciada apenas no dia 18 de abril, o que comprometeu as vendas de eletrodomésticos na primeira quinzena de abril, uma vez que a desoneração já era aguardada pelos consumidores.
Na construção, a desoneração, anunciada no fim de março, ainda não foi totalmente apreendida pelo índice de abril, enquanto, em relação aos veículos, o técnico do IBGE observou que a demora no anúncio da prorrogação dos cortes de alíquota levaram a um consumo maior em março, reduzindo as vendas de automóveis em abril.
" A implementação da redução do IPI para a linha branca foi na segunda metade do mês de abril. Então, o impacto ainda não foi visto nos nossos números. É muito provável que, no mês que vem, esse impacto seja mais observado " , destacou Macedo.