sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A mudança do incômodo ou o incômodo da mudança

Ivan Postigo

Como diz o velho ditado, em gestão nada é tão constante quanto às mudanças.
Estas podem acontecer pelas mais diversas razões, desde a cultura de aperfeiçoamento tecnológico e ou administrativo da empresa até a tentativa de copiar um modelo vencedor.
Quando vemos uma organização inovadora e bem sucedida temos a impressão de que foram os novos produtos e as novas tecnologias que a levaram às mudanças, na verdade foram as mudanças que a levaram a esse desenvolvimento.
Foram à resistência à acomodação e o movimento constante, gerando uma cultura favorável às mudanças, que provocaram as mentes criativas e projetaram essa luz produzindo inovações.
Há uma tendência nessas organizações dos processos precederem o produto. Desenvolve-se uma técnica ou tecnologia e como resultado surgem os produtos.
O domínio de uma matéria, nesse caso, cria um incômodo pela necessidade de aplicação, visto que o equilíbrio encontra-se com o seu uso.
A mente ou organização incansável busca entender e desenvolver o estudo sobre uma questão, quando bem sucedida agita-se para ver o resultado da aplicação. Ajustes de procedimentos e processos fazem-se no caminho, uma vez que a base está firmada.
O esforço é para mudar o incômodo, da descoberta à aplicação final e ter a satisfação do trabalho concluído. Lógico, até a próxima descoberta.
Na outra ponta temos as empresas que procuram acompanhar as inovações para poderem concorrer no mercado em pé de igualdade, mas não tem a mesma cultura criativa. O fato de mudanças serem necessárias cria uma situação incômoda.
Nesse caso a empresa parte do produto a copiar para as mudanças de processo e finalmente de procedimentos e comportamentos. Em muitos casos o impacto é considerável e o incômodo gerado é de difícil assimilação , levando a empresa a fracassar no projeto.
Agindo na contramão a mudança provoca incômoda e como a tendência é de buscar acomodação muitas tarefas acabam sendo executadas de forma inadequada.
Isso me faz lembrar o projeto de crescimento de uma organização, com constante atualização tecnológica, onde um dos empresários sempre nos perguntava: “Quando vou ter um pouco de sossego, parar de investir, comprar máquinas e puder desfrutar mais da vida?”
O segmento em constante mudança gerava um tremendo incômodo para esse empreendedor, ao passo que para outros era uma necessidade básica e tinha efeito motivacional.
Um Chef de cozinha poderia fazer cada dia melhor seu arroz com feijão, bife e batatas, apenas melhorando o processo, contudo à medida que testa novos temperos, sabores, cria novos pratos. Assim é em qualquer segmento de negócios.
Alguns com impactos não tão contundentes, outros com brutais transformações.
Os fabricantes de mídia para gravação de dados na área de computação se deparam com novidades a cada dia, o fabricante de pregos vai encontrar algumas novidades em processo e material e o fabricante de galochas praticamente nenhuma.
O título deste texto não é apenas um jogo de palavras, pois o entendimento do que provoca a maior insatisfação e não satisfação é que determina o sucesso ou fracasso de um projeto. Lembrem-se , de modo geral as pessoas não desistem dos projetos depois de tê-lo concluído, por não gostarem . Eles desistem no caminho.
Por essa razão um volume significativo de empresas não consegue levar em frente um projeto de organização ou reorganização. Muitas iniciam , mas dado os incômodos gerados desistem .
Outras avançam no processo, mas assim que o mentor, o incentivador ou a consultoria deixa a empresa tentam voltar a se acomodar na situação em que viviam.
Mesmo a água que gosta de calmaria e procura se acomodar no ponto mais baixo da montanha, onde não assola o vento, acaba nas turbulências dos oceanos.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Agência prevê complicação do cenário energético no Brasil em 2008

BBC Brasil / Carolina Glycerio

11/01/2008

O Brasil terá de administrar um cenário energético complicado em 2008 e pode ter problemas de suprimento no médio prazo caso cresça mais de 5% ao ano, alerta a agência de avaliação de risco Fitch Ratings no seu relatório sobre as perspectivas de energia para a América Latina neste ano.

"O robusto crescimento da demanda de energia gera preocupações sobre o suprimento se esse crescimento passar de 5% ao ano", diz o relatório da Fitch, na parte dedicada ao Brasil.

"O principal desafio do governo para os próximos cinco anos é tornar viável a expansão da matriz energética", acrescenta.

A agência prevê um ano difícil para toda a região, por causa da conjunção de três fatores: crescimento da demanda, escassez de gás e aumento dos preços dos hidrocarbonetos.

"Este ano pode ser mais um desafio para as companhias de geração de energia que lutam para manter o suprimento diante do aumento da demanda na região", afirma a agência. "Em particular, o ano será desafiador no Cone Sul, em meio à crise do gás natural."

Empresas têm mais um ano para se adaptarem ao Sped

Rodrigo Postigo

11/01/2008

O Governo adiou o prazo para as empresas se adaptar ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). O prazo vencia no dia 3 de janeiro, mas foi adiado para janeiro de 2009.

Iniciado em 2006, o Sped facilitará a empresa na apresentação das informações requeridas no DIJP e outras obrigações acessórias relativas a outros tributos (Imposto sobre Produtos Industrializados, Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, entre outros) no âmbito federal.

"Apesar de ser um programa nacional, estados e municípios têm a sua própria estrutura de tecnologia e muitos deles estão fazendo alguma coisa para esse ano mesmo", afirma o diretor da Lumen IT, Werner Dietschi. "Ainda faltam instruções detalhadas, o que dificulta a implantação", comenta. De acordo com ele, falta um manual de instruções detalhado e os programas precisam ser validados. O objetivo do sistema é uniformizar as informações contábeis e fiscais das administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Entidades lançam movimento por reforma tributária e defendem pacote do governo

Folha Online

11/01/2008

Várias entidades de representação da sociedade civil, da igreja e movimentos sociais lançaram hoje uma campanha em defesa do que chamam de uma "reforma tributária justa". O documento do movimento foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento), e para deputados e senadores.

No documento, essas entidades defendem as medidas anunciadas pelo governo para compensar o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), como a elevação das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) das instituições financeiras. "Foi uma medida acertada e justa, pois atinge os mais ricos e sobretudo os bancos, o sistema financeiro e empresas estrangeiras."

O documento diz que "as classes ricas do Brasil se articularam com seus políticos no Senado Federal e conseguiram derrubar a CPMF". "A CPMF era um imposto que penalizava os mais ricos e 70% dele provinha de grandes empresas e bancos. Os seus mecanismos de arrecadação impediam a sonegação e permitiam que a Receita Federal checasse as movimentações financeiras com o imposto de renda, evitando fraudes e desvios."

As entidades criticam o PSDB, DEM e outras entidades que criticaram a elevação das alíquotas do IOF e da CSLL. "As forças conservadoras voltaram a se articular para condenar essas medidas, tendo à frente Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Febraban (Federação Brasileira de Bancos]."

Entre os signatários do movimento estão João Pedro Stedile (Via Campesina), Fernando Morais (jornalista e escritor), d. Tomás Balduíno (Comissão Pastoral da Terra), o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), Plinio de Arruda Sampaio (presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária), Lúcia Stumpf (presidente da União Nacional dos Estudantes), entre outros.

Governo não adotará tarifas específicas para importados

Rodrigo Postigo

11/01/2008

O governo decidiu não adotar tarifas específicas sobre a quantidade importada, para 11 tipos de produtos da pauta de comércio exterior. O Ministério da Fazenda havia aproveitado o pacote de medidas para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) para mudar a forma de aplicar o Imposto de Importação.

Reações contrárias vindas de setores empresariais, do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, alertaram para o fato da medida desrespeitar compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro na área de comércio. Nos próximos dias, a Casa Civil deverá apresentar a solução para anular a iniciativa, que ainda não entrou em vigor porque depende de regulamentação.

Investimento estrangeiro na América Latina cairá 10%, dizem bancos

Efe

11/01/2008

O investimento privado estrangeiro na América Latina cairá 9,9% neste ano, para US$ 105,4 bilhões, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), a maior associação de bancos do mundo.

Esta queda representa uma "ligeira moderação a partir de números muito altos no passado", explicou hoje o subdiretor-gerente do IIF, economista Yusuke Horiguchi, na apresentação do relatório "Economia Global e Mercados de Capitais para 2008".

De acordo com o cálculo realizado pelo IIF, a região obteve no ano passado US$ 117 bilhões em investimento estrangeiro, o que supõe um grande aumento frente aos US$ 46,3 bilhões de 2006 e aos US$ 70,4 bilhões de 2005.

Mas em 2008 a América Latina receberá US$ 11,6 bilhões menos que em 2007, o que supõe "uma redução pouco expressiva", disse Horiguchi, que acrescentou que o investimento estrangeiro "se mantém ainda muito alto" na região.

Por trás desta queda reside o fato de que os países da América Latina fizeram "boas mudanças em suas políticas fiscais" ao longo dos últimos anos.

"Quando esta tendência se mantém durante um tempo, os resultados são vistos", comentou Horiguchi, que indicou ainda que, devido às reformas tributárias realizadas nos últimos anos, os governos da região já não necessitam "pegar tanto dinheiro emprestado".

Apesar dessas reformas, a América Latina "tem ainda um longo caminho a percorrer", disse o economista.

Com relação ao conjunto dos países emergentes, o IFF revisou para cima suas previsões sobre o fluxo de capital privado em 2008, ao elevar seus cálculos em US$ 77 bilhões.

Assim, estes mercados obterão um investimento estrangeiro de US$ 670 bilhões este ano, frente aos US$ 681 bilhões que o IFF calcula que teriam recebido em 2007.

Esta revisão indicou que os países emergentes "estão em boa posição para suportar as turbulências em mercados considerados mais maduros", completou o relatório.

Quanto às previsões de crescimento econômico para a América Latina, o IFF avaliou que a região terá um avanço menor que em 2007, quando o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou em média 5,2%, de acordo com estimativas preliminares.

Neste sentido, a instituição prevê que o PIB da região crescerá 4,6% em 2008, em linha com a tendência de baixa da economia global.

O IFF também indicou que a economia latino-americana sofrerá desaceleração devido às políticas macroeconômicas mais restritas que estão sendo aplicadas por países para resistir à alta de preços.

A demanda doméstica continuará sendo o principal catalisador do crescimento regional.
Entre os países mais afetados pela desaceleração destacam-se Venezuela e Argentina, que registrarão quedas "mais fortes".

Os altos preços das matérias-primas, um menor crescimento das exportações e o rápido aumento das importações, a valorização da moeda local e a tendência de baixa em toda a economia global continuarão freando o superávit da balança comercial da América Latina, que será reduzido a US$ 82 bilhões em 2008.

O IFF não vê ainda, por enquanto, um cenário de recessão para os Estados Unidos, mas reconhece que a maior economia mundial se encontra em um "ponto de inflexão".

Recriação da CPMF poderá ser proposta na reforma tributária

Rodrigo Postigo

11/01/2008

Base aliada do Governo poderá propor a recriação da CPMF, que seria usada exclusivamente para financiar a saúde pública, segundo informou o deputado, Luciano Castro, em entrevista coletiva no Ministério do Planejamento A recriação seria proposta no bojo da reforma tributária, que será enviada pelo governo ao Congresso em fevereiro.

Errata: Regime de incentivo para portos é prorrogado até 2010

No dia 02/01/2008 publicamos erroneamente os créditos da matéria. A publicação é de autoria da repórter Yara Aquino da Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje uma medida provisória que prorroga até dezembro de 2010 o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto). O Reporto foi instituído por medida provisória em 2004 e perderia a validade neste 31 de dezembro.

Em linhas gerais, trata-se de um sistema que tem como foco a desoneração tributária para incentivar investimentos na recuperação, modernização e ampliação dos portos brasileiros. A desoneração abrange impostos como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Imposto de Importação incidentes sobre bens como máquinas e equipamentos para utilização exclusiva em portos.