sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Brasil está entre piores em lista de educação da OCDE

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O Brasil é um dos países com pior nível de educação de ciências para estudantes de 15 anos, segundo uma lista de 57 países organizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com a lista, a ser publicada em detalhes na semana que vem, o Brasil fica a frente apenas da Colômbia, Tunísia, Azerbaijão, Catar e Quirguistão.

O estudo testou as habilidades de mais de 400 mil estudantes nos 57 países que, juntos, correspondem a cerca de 90% da economia mundial.

Os estudantes da Finlândia ficaram em primeiro lugar, seguidos pelos de Hong Kong (na China) e do Canadá.

A pesquisa, baseada em testes realizados em 2006, é o principal instrumento de comparação internacional do desempenho entre estudantes do ensino médio.

Câmara deixa para 2008 decisão sobre Venezuela no Mercosul

Rodrigo Postigo

30/1/2007

A proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul deve ser votada apenas no ano que vem, conforme previu nesta quinta-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"Em que momento ela será votada depende de vários fatores. Se considerarmos as MPs (medidas provisórias) e outras prioridades, a conclusão é que não há espaço para votar. Acho que vai ficar para o ano que vem", disse Chinaglia.

Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a proposta de inclusão da Venezuela ao bloco de países que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na sequência, o trâmite do projeto prevê votações nos plenários da Câmara e depois no Senado.

Para não atrapalhar o andamento das negociações da prorrogação da CPMF no Senado, a Câmara está adiando votações, o que inclui medidas provisórias, projetos de lei e a discussão do Orçamento da União para 2008.

Os presidentes dos países do Mercosul aprovaram em julho do ano passado a entrada da Venezuela no bloco, mas nem o Congresso do Brasil nem o do Paraguai deram luz verde para a adesão.

CPMF atrasa votação de Reforma Tributária e Orçamento

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O governo confirmou nesta quinta-feira que o Orçamento Geral da União para 2008 só será votado no Congresso após a matéria que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011 ser resolvida. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, esteve com os líderes da Câmara para garantir o acordo.

Eles chegaram ao consenso também de que a Casa não vote nada até o ano que vem, para não dificultar ainda mais a tramitação do tributo no Senado. A intenção é fazer um "recesso branco", para que não haja o perigo de votar medidas provisórias, que obrigatoriamente teriam que ser enviadas para o Senado e travariam a pauta.

"É um gesto de responsabilidade (não votar o orçamento), pois uma coisa é orçamento com a CPMF e outra coisa é orçamento sem CPMF", disse Múcio. "Sem desfaçatez, a Câmara está contribuindo (para o recesso). É interesse do governo a votação da CPMF", completou.

Apesar de participar das negociações na Câmara, o novo ministro negou que o governo tenha articulado a paralisação. "Em hipótese alguma. O governo não tem absolutamente nada a ver com isso", afirmou Múcio.

Outro motivo do encontro do Ministro das Relações Institucionais com os líderes da Câmara foi pedir para que os parlamentares trabalhem pessoalmente para convencer os senadores indecisos a votarem pela CPMF. O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), resumiu o pedido de Múcio: "Os líderes da base aliada vão fazer um esforço junto aos senadores, com vistas a trabalhar no sentido de convencê-los a votar a favor da CPMF", afirmou.

Em visita ao Congresso Nacional nesta quinta-feira, o novo Ministro Múcio também admitiu as dificuldades para aprovar a prorrogação do tributo até 2011. Ele disse que no momento os votos ainda são incertos. "A cada hora, a cada conversa, vamos trabalhar para conseguir votos. Mas agora a oposição diz que tem tantos votos, o governo diz que tem tantos. Se juntarmos os dois, vemos que temos mais números do que os 81 senadores", disse.

Cresce faturamento das empresas no primeiro semestre

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O crescimento médio do faturamento líquido das empresas no primeiro semestre de 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi de 7,2%, já descontada a inflação, segundo estudo da Serasa apresentado nesta quinta-feira.

Esse desempenho foi beneficiado, de acordo com a Serasa, pelo crescimento da demanda interna, sustentada pelo aumento da massa real de rendimentos, pela expansão do crédito e dos prazos de financiamento e pela redução das taxas de juros.

A indústria cresceu 10,3% no primeiro semestre de 2007, sendo o setor que registrou o melhor desempenho nas vendas líquidas. Ele é justificado pela recuperação do agribusiness, aliado à expansão da economia mundial e à alta dos preços das principais commodities, fatores que promoveram um aumento das exportações, amenizando os efeitos da apreciação do real ante o dólar americano.

Entre os segmentos da indústria que mais se destacaram está a siderurgia, favorecida pelo alto patamar das cotações do aço, decorrente da expansão dos investimentos em setores demandantes e do crescimento da produção de bens de consumo duráveis.

As vendas do comércio, no primeiro semestre de 2007 em relação ao primeiro semestre de 2006, cresceram 6,4%. O comércio foi impulsionado pelo incremento na venda de bens de consumo duráveis, em especial os segmentos de veículos e motos, favorecidos pela manutenção das boas condições de crédito (maior oferta de recursos, menores taxas de juros e, principalmente, o alongamento dos prazos). Contribuíram ainda para o crescimento do comércio, os segmentos de tecidos, vestuário e calçados, estimulados pelo inverno mais rigoroso.

O estudo foi realizado com uma amostra de 9,7 mil balanços, sendo 3,2 mil de empresas da indústria, 3,7 mil do comércio e 2,8 mil de serviços.

Resultado fiscal supera meta para o ano em R$10,7 bi

Rodrigo Postigo

30/11/2007

A economia feita pelo setor público brasileiro para o pagamento de juros foi recorde para o mês em outubro e contribuiu para o país superar em mais de 10 bilhões de reais a meta fiscal para o ano de 2007, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira.

Apesar desse desempenho favorável, impulsionado por receitas tributárias crescentes, a dívida líquida subiu no mês, impactada pelo efeito da valorização do real sobre os ativos cambiais do governo, em particular as reservas internacionais.

O superávit primário foi de 15,347 bilhões de reais em outubro, frente a um superávit de 10,466 bilhões de reais há um ano.

O resultado ficou acima da mediana das estimativas de analistas consultados pela Reuters, que indicava um superávit primário de 11,85 bilhões de reais.

No acumulado de 2007, o superávit primário somou 106,570 bilhões de reais, ante uma meta de 95,9 bilhões de reais para todo o ano.

"A expectativa é de cumprimento da meta, podendo ficar ligeiramente acima", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes a jornalistas, lembrando que a sazonalidade é desfavorável para as contas nos últimos dois meses do ano.

Ele afirmou que tradicionalmente o resultado fiscal de novembro tende a cair por um aumento sazonzal de despesas e, em dezembro, o país registra déficit primário por conta do pagamento de metade do 13o salário a aposentados, pensionistas e funcionalismo público.

SP e Rio concentram 58% dos gastos com cartão de crédito, diz Ibope

Rodrigo Postigo

30/11/2007

Um terço da população brasileira já usa o cartão de crédito como meio de pagamento, segundo pesquisa feita pelo instituto Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira. De acordo com o levantamento, os gastos com cartão no País chegam a R$ 5,4 bilhões por mês, dos quais 58% estão concentrados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Apesar de 33% dos brasileiros já possuirem o cartão, apenas 23% o utilizaram nos últimos três meses. No Brasil, Salvador é a cidade em que a maior parte da população tem o chamado "dinheiro de plástico" (38%), enquanto que Florianópolis apresenta a menor incidência do produto (23%) no País.

O Ibope aponta também que os cartões de crédito são mais utilizados por homens (34%) do que por mulheres (31%). Além disso, eles gastam mais do que elas no cartão de crédito. A média mensal por pessoa é de R$ 347 para o sexo masculino, e de R$ 259 ao mês para o feminino.
Ainda segundo o levantamento, que cobre 11 regiões metropolitanas, a média no País é de 1,7 cartão por pessoa. A capital que tem a menor concentração de cartões é Florianópolis, onde somente 23% dos habitantes usam o meio de pagamento. Já a cidade pesquisada com maior concentração de cartões é Salvador (38%).

Entre os usuários de cartão de crédito, 12% têm intenção de cancelá-lo em breve. Dentre aqueles que ainda não possuem cartão, 83% não têm interesse em adquiri-lo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Capacidade de doação e sucesso

Ivan Postigo Da Silva

Um grande amigo costuma brincar que tem sentimentos contraditórios com sua opção profissional , diz que tem uma relação de amor e ódio com o que faz.
Fundamentalmente a medida de seu sucesso como empreendedor está ligada ao lucro, disponibilidade de dinheiro em caixa e capacitação para vencer a concorrência.
Quando consegue ver oportunidades e as potencializa ama 80% e odeia s outros 20%%, contudo há dias que não obtém sucesso então odeia mais que ama.
De vez em quando se pergunta: O que é o sucesso?
Como se constrói um grande sucesso?
O que precisa uma pessoa para ter sucesso?
Pessoas que conseguiram feitos extraordinários descobriram a fórmula do sucesso?
Como perceber a oportunidade de um sucesso?
O sucesso nunca é duradouro, como ter certeza que daqui para frente os resultados serão positivos?
Um de nossos amigos sempre diz a ele em tom de brincadeira:
“Na vida as melhores coisas são as surpresas, afinal segurança é saber o que vai acontecer amanhã, mas saber o que vai acontecer depois de amanhã é um enorme tédio”. Outro para ajudar emenda : “ É como nascer aposentado !!!!!!! “.
Para refletir sobre a questão abra um jornal, um livro, procure uma história de sucesso e verá que muitas vezes a situação era extremamente adversa, mas alguém conseguiu fazer daquela adversidade um grande aliado.
Quando todos conseguem superar as dificuldades a concorrência é maior, contudo quando só uma pessoa consegue superar as adversidades suas chances de obter retornos significativos são enormes.
Muitas vezes os problemas não são superados porque são difíceis, são barreiras intransponíveis, mas porque ninguém tentou, porque a questão não motiva, não há crença na possibilidade de sucesso ou, simplesmente, porque não interessam.
Quem já teve oportunidade de ver um garimpeiro trabalhando vai perceber facilmente o confronto da dificuldade com a fé no resultado. Quilos de pedras removidos e trabalhados para encontrar algumas gramas de ouro.
Um vendedor que trabalhou comigo alguns anos sempre dizia: “Dedique-se, dificilmente saberemos quando uma iniciativa nossa nos levará a resultados surpreendentes, pois na vida, na sua empresa, fazendo tudo certo suas chances de sucesso são de 50%”.
Qualquer tarefa que vale a pena ser feita, merece ser bem feita, acredite nisso. Quando decidir fazer alguma coisa faça bem feito , pois pior que não fazer é fazer mal feito .
Existem situações no dia-a-dia que incomoda a todos, mas ninguém se propõe a resolver afinal como diz o dito popular: “Por que eu tenho que resolver isso ?”
Conta a lenda que um rei muito preocupado com seu reino queria saber se as pessoas também se importavam com o bem estar de seus súditos e com o lugar onde viviam e trabalhavam.
Para fazer uma avaliação colocou uma pedra enorme no meio da principal estrada que dava acesso ao castelo, onde todos tinham que passar para as audiências em busca de ajuda. As pessoas passavam , desviando , contornavam a pedra e seguiam caminho.
Um senhor vinha em sua carroça com legumes para vender no mercado, ao ver a pedra encostou-se à margem da estrada e desceu para tentar remove-la. Sempre que passava uma pessoa pedia que o ajudasse, mas todos diziam :
“Meu senhor essa pedra esta ai há dias, não perca seu tempo” e seguiam em frente.
Com muito esforço, já bastante cansado, conseguiu move-la e empurrá-la para um canto da estrada. Quando seguia para sua carroça notou uma bolsa no chão, num buraco que havia embaixo da pedra, ao abri-la encontrou com um bilhete que dizia:
“Esta bolsa contém moedas de ouro e é um presente do Rei para quem se importa com o bem estar de seu reino e de seus semelhantes”.
Que tal remover algumas pedras do caminho hoje?

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Investimentos externos chegam a US$ 31,2 bilhões, melhor resultado desde 1947

Rodrigo Postigo

29/11/2007

Brasil bateu o recorde de ingresso de investimentos estrangeiros diretos para o período de janeiro a outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central. O volume de investimentos estrangeiros no Brasil somou US$ 31,2 bilhões, o melhor resultado desde 1947.

O crescimento foi de 128% em relação aos dez primeiros meses de 2006, quando os investimentos somaram US$ 13,6 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o Banco Central estimou que o Brasil fechará novembro com investimento estrangeiro direto de US$ 2,5 bilhões, sendo que US$ 2,2 bilhões já foram contabilizados até esta quarta-feira.

Com isso, o volume sobe para US$ 33,4 bilhões no acumulado deste ano, superando o recorde anterior registrado no ano de 2000 fechado - quando entraram US$ 32,7 bilhões em investimentos no País.

Já para 2008, a projeção do Banco Central é de recuo na entrada de investimentos diretos. A previsão é de um ingresso de US$ 28 bilhões. Entretanto, este valor não inclui a previsão de aquisições e fusões. Segundo Lopes, a projeção deve ser revisada no próximo mês.

Para a conta de transações correntes, que registra as entradas e saídas de dólares referentes ao movimento da balança comercial, dos serviços e das rendas, houve um déficit de US$ 42 milhões em outubro deste ano. No entanto, no acumulado dos dez primeiros meses de 2007, ocorreu um superávit de US$ 5,59 bilhões.

Lula atribui recuo na reforma tributária ao Congresso

Valor Econômico / Paulo de Tarso Lyra

29/11/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou ontem aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social - que possui um subgrupo para tratar da reforma tributária - que decidiu adiar o encaminhamento da proposta, bem como da nova política industrial, ao Congresso, para poder " esperar para ver o que acontece com a CPMF " . Lula, que aposta em uma solução para a CPMF para os próximos dias, deixou claro que as dificuldades enfrentadas para prorrogar o imposto do cheque, serão cobradas mais à frente, durante a tramitação da reforma. " Não vamos fazer como fizemos em 2003, quando mandamos a reforma tributária para o Congresso, os parlamentares e os governadores não quiseram e a culpa ficou sendo do governo "

Lula defendeu que sejam dados nomes aos bois . Para ele, é preciso apontar qual o parlamentar, qual o prefeito, qual o governador, qual o ministro, que não quer a reforma tributária. O presidente justificou o adiamento do encaminhamento com a argumentação do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Dornelles acha que misturar temas polêmicos como reforma tributária e CPMF não ajuda o debate político. O ministro da Fazenda havia alegado que o governo estava atendendo, no recuo, a um pedido da líder Ideli Salvatti. Ele me mostrou que não é bom colocar na mesma sala alunos que estão em séries diferentes , comparou o presidente. Na noite de segunda, Lula vetou um artigo da MP 387 que permitia o repasse de verbas do PAC durante o período eleitoral. O artigo provocou uma revolta da oposição, especialmente no Senado, que havia derrubado o artigo, recolocado posteriormente pela Câmara. O líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que o governo apenas quitou um passivo que tinha com a oposição, algo insuficiente para alterar a disputa política em relação à CPMF . O Planalto continua cabalando votos.

Ontem, durante o almoço, o ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro, estudou os números da CPMF com os colegas Paulo Bernardo (Planejamento), Guido Mantega (Fazenda) e José Gomes Temporão (Saúde). Múcio definiu o embate daqui por diante de uma disputa de poder, algo que extrapola a questão técnica da CPMF . Múcio jantou ontem com a bancada do PTB, hoje deve reunir-se, à noite, com a bancada do PMDB no Senado. Não sabe se ouvirá dos senadores uma cobrança efetiva em relação ao Ministério de Minas e Energia. Se me apresentarem a demanda, repassarei o pacote adiante , prometeu ele. O novo ministro da coordenação reconhece que a CPMF transformou-se em um depositário de sentimentos políticos, mas sempre acha que o sentimento de responsabilidade vai prevalecer . Nos próximos doze dias, Múcio vai tentar conversar com todos os senadores, ouvir as demandas de cada um e estudar os pleitos. Não é hora de faz de conta . O petebista acha difícil, devido a agenda de viagens oficiais, que Lula jante com senadores antes do primeiro turno da votação da CPMF. E classifica a disputa como um clássico, no jargão futebolístico. Precisamos de 49 votos. Ninguém pode se machucar daqui para frente .

Não há momento mais oportuno para investir no Brasil, diz Henri

Gazeta Mercantil

29/11/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o grão-duque Henri de Luxemburgo, no Palácio do Itaramaty. De acordo com ele, este é o momento oportuno para as empresas do país europeu intensificarem os investimentos no Brasil, pois a economia nacional está estável e crescendo.

"O momento para voltar os olhos para o Brasil não podia ser mais oportuno. A economia brasileira está firmemente assentada nos trilhos da estabilidade. Temos assegurado crescimento duradouro a taxas anuais de no mínimo 5%. Os fluxos de investimentos direto estrangeiros deverão ultrapassar os US$ 35 bilhões em 2007".

Lula citou a expansão da siderúrgica Arcelor-Mittal, em Vitória (ES), com investimentos de US$ 1,8 bilhão. A empresa é uma fusão de siderúrgicas de Luxemburgo e da Índia. Amanhã, Lula e o grão-duque participam do lançamento da expansão na capital capixaba.

O grão-duque, por sua vez, afirmou que o Brasil é um país dinâmico e ambicioso. "O desenvolvimento de seu país nos obriga a mirá-lo", acrescentou. Henri abriu seu discurso com uma brincadeira, ao afirmar que foi o padre luxemburguês João Felipe Bettendorf quem descobriu o guaraná, durante uma missão jesuíta no Brasil, no século 17. Ele continuou, dizendo que não vai reivindicar a patente.

Lula ressaltou que os dois países compartilham os ideais de combate à pobreza e de proteção do meio ambiente. E lembrou que Luxembrugo é um dos países que aplicam recursos para o desenvolvimento em nações pobres. O presidente aproveitou para falar sobre a produção de biocombustíveis, já que o grão-duque visitou uma fábrica de etanol, em Ribeirão Preto (SP).

"O Brasil leva muito a sério essas responsabilidades. Por isso, estamos trabalhando no zoneamento agro-ecológico da cana e no desenvolvimento de certificação para o etanol e para o biodiesel", disse Lula. "Queremos garantir que os setores de etanol e biodiesel se desenvolverão em harmonia com a natureza e em benefício da população mais carente".

Setor de eletrônicos espera alta de 15% nas vendas neste final de ano

Rodrigo Postigo

29/11/2007

Embalados pelo crescimento da renda dos consumidores e pelo aquecimento do mercado, os fabricantes nacionais de eletroeletrônicos projetam um crescimento em suas vendas de 15% durante este Natal, na comparação com as festas do ano passado. A previsão é de Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Segundo Kiçula, o segmento também está sendo impulsionado pelas constantes inovações apresentadas pela indústria. A expectativa é favorável , pontuou ele.

Dentre os destaques das vendas esperadas para este ano, o presidente da Eletros lembrou dos refrigeradores, na linha branca, que estão cada vez mais eficientes na economia de energia; dos conversores para TV digital, na linha de imagem e som; e dos ventiladores, com a elevação das temperaturas do verão.

Superávit do governo central sobe a R$ 10 bi em outubro

Rodrigo Postigo

29/11/2007

O governo central fechou outubro com um superávit primário em suas contas de R$ 10,01 bilhões, ante resultado positivo de R$ 38,7 milhões no mês anterior, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira.

Em outubro do ano passado, o superávit primário foi de R$ 6,850 bilhões. A recuperação das contas frente a setembro se explica porque, naquele mês, o governo antecipou o pagamento de metade do 13º salário a aposentados e pensionistas. A outra metade do benefício será paga em dezembro.

O governo central é formado por Tesouro, Previdência e Banco Central.

No mês passado, o Tesouro registrou um superávit primário de R$ 12,771 bilhões; a Previdência teve um déficit de R$ 2,694 bilhões e o BC, déficit de R$ 65,6 milhões.

No ano, o superávit primário acumulado pelo governo central é de R$ 61,657 bilhões, equivalente a 2,96% do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a outubro do ano passado, o superávit foi de R$ 55,018 bilhões, o que correspondia a 2,89% do PIB.

Trocas entre Brasil e Venezuela já ultrapassam US$ 4 bilhões

Rodrigo Postigo

29/11/2007

O comércio entre o Brasil e a Venezuela vem batendo recordes sucessivos nos últimos anos. Entre 2003 e o ano passado, as vendas brasileiras para o país vizinho cresceram 486%, saltando de US$ 608 milhões para US$ 3,565 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No período, Brasil contabilizou superávit de quase US$ 3 bilhões.
De acordo com o presidente da Câmara Venezuelana-Brasilleira de Comércio e Indústria, José Francisco Marcondes, a Venezuela em 2003 era o 26º destino das exportações brasileiras, atingindo atualmente a 6º colocação, ficando atrás dos EUA, Argentina, China, Holanda e Alemanha. Somente em outubro passado as exportações chegaram a US$ 550 milhões, pouco abaixo de todas as vendas registradas em 2003. Como destacou Marcondes, de 1999 a 2002 o crescimento tinha sido de apenas de 48%, passando de US$ 536,7 milhões para US$ 798,9 milhões.

O crescente comércio entre os dois países - de janeiro a outubro deste ano as trocas comerciais já somaram US$ 4,1 bilhões, 18,3% a mais sobre o mesmo período de 2006, e superávit de US$ 3,524 bilhões - vem sendo impulsionado pelas políticas de integração do continente e pelo desempenho da economia venezuelana no período. Desde 2003, a Venezuela vem apresentando um dos maiores índices de crescimento econômico do continente (9,3% em 2005 e 8,2% no segundo trimestre de 2006), com ampliação do mercado consumidor interno.

“O momento é de crescer e seguir construindo a integração”, afirmou o presidente da entidade empresarial ao defender a adesão da Venezuela ao Mercosul. Na semana passada, o ingresso da Venezuela ao bloco foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos deputados.

Os principais produtos que o Brasil exporta atualmente para a Venezuela são automóveis de passageiros, autopeças, tratores, carne de frango, produtos laminados planos de ferro ou aço, veículos de carga, álcool etílico, pneus, açúcares, medicamentos, ônibus e aparelhos de telefonia celular.

“A Venezuela compra basicamente produtos manufaturados do Brasil. O que é bastante salutar do ponto de vista de utilização de mão-de-obra e tecnologia, já que o país é grande exportador de commodities”, disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. O professor Ricardo Carneiro, do Instituto de Economia da Unicamp, destaca que a exportação de manufaturados do Brasil para vizinhos latino-americanos é beneficiada pelo crescimento das economias da região.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Redução de impostos ao etanol brasileiro pode ajudar clima, diz ONU

Rodrigo Postigo

28/11/2007

O Brasil tem uma produção mais eficiente de etanol que os Estados Unidos e a União Européia, embora as vendas externas do produto brasileiro sejam limitadas por altas tarifas de importação, informou nesta terça-feira um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

"O levantamento destas taxas iria gerar ganhos não apenas para o Brasil, mas para mitigação das alterações climáticas", afirma o documento.

O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2007-2008 também afirma que o comércio internacional poderia desempenhar "um papel mais preponderante na expansão de mercados para combustíveis alternativos".

"Além disso, o etanol produzido com a cana-de-açúcar é mais eficiente na redução de emissões de carbono", disse o relatório. O Brasil é o maior produtor deste tipo de etanol.

Na parte do documento sobre América Latina e Caribe, a Amazônia brasileira aparece como responsável por estocar 49 bilhões de toneladas de carbono, embora o País ocupe a quinta posição entre as fontes de emissão de gases do efeito estufa através do desmatamento.

"Para cada um dólar gerado pela destruição de florestas no Brasil para produção de soja para exportação, o mundo perde U$ 6 em ativos para mitigação vital do clima", afirmou o relatório.

Leilão da ANP arrecada R$ 2,1 bi

Rodrigo Postigo

28/11/2007

As mudanças promovidas às vésperas do leilão afugentaram as maiores companhias do setor, mas, mesmo assim, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) obteve arrecadação recorde de R$ 2,109 bilhões na 9ª rodada de licitações de áreas exploratórias no Brasil, realizada ontem.Desta vez, ao contrário de anos anteriores, os grandes concorrentes da Petrobrás foram companhias brasileiras, estreantes no setor ou de pequeno e médio porte.

A ANP vendeu 117 das 271 áreas oferecidas e espera investimentos de R$ 6 bilhões nos próximos anos.

O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, comemorou o resultado do evento, que arrecadou mais do que o dobro do que o recorde anterior, de R$ 1,07 bilhão. Mas reconheceu que poderia ser bem melhor caso as 41 áreas com potencial de reservas abaixo da camada de sal fossem mantidas. "Mas as áreas saíram para que se busque benefícios maiores para o Brasil. Foram reservadas para um aproveitamento mais expressivo do que os R$ 8 bilhões em bônus que poderiam render."

Lula esquece palavra empenhada e adia reforma tributária para 2008

Ele prometera enviar proposta até dia 30, mas mudou de idéia, com receio de tema contaminar votação da CPMF

Agência Estado / Adriana Fernandes, Renata Veríssimo e Denise Madueño

28/11/2007

O cenário para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) piorou tanto que o governo decidiu ontem adiar o envio ao Congresso Nacional do projeto de reforma tributária e descumprir a palavra empenhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o temor de piorar as negociações, a proposta só será enviada depois de resolvida a votação da CPMF. Como a emenda que prorroga o imposto do cheque só deverá ser votada no fim de dezembro, é certo que o tema ficará para o próximo ano. A reforma tributária já foi adiada várias vezes desde o primeiro mandato de Lula.

Na semana passada, durante encontro com empresários alemães e brasileiros em Blumenau, o presidente prometera encaminhar o texto até dia 30 deste mês. O envio da proposta até o fim de novembro também fez parte das negociações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a base aliada para a votação da emenda da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A decisão de adiar a reforma tributária foi tomada pelo presidente depois que os líderes dos partidos da base aliada ponderaram que o projeto poderia aumentar a polêmica em torno da votação da CPMF.

Segundo avaliação dos governistas, a tramitação da reforma tributária, que embute temas polêmicos, poderia desagregar a base e aumentar o risco de reprovação do imposto do cheque. Coube ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar a decisão após reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. "A coordenação do governo chegou à conclusão de adiar a apresentação da reforma tributária para depois que resolvermos a questão da CPMF. É para primeiro tirar uma questão de cena", disse.

Segundo ele, a base aliada achou "inadequado" apresentar um tema "forte", no momento em que o governo ainda não conseguiu aprovar a prorrogação do imposto do cheque.A equipe econômica estava preparada para enviar o projeto no dia 29 e de última hora tinha feito modificações para ampliar a partilha dos tributos com os Estados e conseguir maior apoio à CPMF. "A reforma continua valendo. Ela está praticamente pronta e dará entrada no Congresso tão logo seja oportuno. Não vamos misturar os canais", disse Mantega. Ele reconheceu, contudo, que há "vozes discordantes" em relação à proposta desenhada pelo governo.

Reforma tributária só após CPMF, diz Mantega

Rodrigo Postigo

28/11/2007

A coordenação política do governo decidiu hoje (26), em reunião, adiar a apresentação da proposta de reforma tributária, que deveria ser encaminhada ao Congresso Nacional até o próximo dia 30, conforme havia dito o presidente Luis Inácio Lula da Silva.A informação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo quem, a intenção é não colocar o tema em pauta no mesmo momento em que o Legislativo discute a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)."Queremos primeiro tirar uma questão de cena para depois entrarmos com a outra", disse o ministro, ao informar que a mudança de planos foi sugerida pelos líderes que compõem a base aliada do governo. "A reforma tributária é muito positiva para o país, agrada a grande maioria. Mas pode ter uma voz discordante, pode ter um senador que não goste de um ponto. Então é melhor postergá-la", acrescentou.

Segundo Mantega, a proposta já está pronta e trará pontos positivos para os estados e a sociedade como um todo. "Mas agora vamos concentrar todos os nossos esforços para a aprovação da CPMF", reiterou.

Sobre essa questão, o ministro admitiu que, caso os senadores votem contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga o imposto até 2011, até mesmo o superávit primário poderá ser sacrificado.

"Vamos continuar nos esforçando para ter um equilíbrio fiscal e para fazer o superávit fiscal que está comprometido. Agora, é claro que se você ficar sem R$ 40 bilhões de uma hora para outra, isso pode nos afetar também na questão do superávit", disse, referindo-se à estimativa de arrecadação da CPMF em 2008.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Execesso de proteção no Japão afasta fundos

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Bloomberg News

27/11/2007

Os fundos de hedge estão tirando os investimentos do Japão, devido aos retornos mais baixos e à deficiente governança corporativa na maior economia da região, disse Kathy Matsui, principal estrategista do Goldman Sachs Group em Tóquio. O retorno médio do Japão sobre ações será de 10,2% este ano fiscal, ante 20% nos EUA e 15,7% na Ásia, segundo Matsui.

O retorno sobre o patrimônio mede o retorno do capital investido pelos acionistas. Por outro lado, as empresas japonesas se defendem das compras de companhias estrangeiras, procurando elevar os preços das ações, por meio de compras de participações entre si ou tomando as chamadas medidas "poison pills" (dispositivo de desvalorização da empresa aos olhos do comprador).

Cerca de 400 empresas japonesas, ou 10% de todas as firmas de capital aberto, tomaram providências para afastar compras hostis de controle acionário, segundo pesquisa do jornal Nikkei. "Encontro estrangeiros o tempo todo; as pessoas estão desapontadas com o mercado japonês", disse Matsui.

Os hedge funds que investem no Japão presenciaram a fuga de capital de cerca de US$ 7 bilhões, enquanto a Ásia ex-Japão viu entradas de recursos de US$ 17 bilhões até o final de outubro este ano, segundo a Eurekahedge, empresa de pesquisa de hedge funds de Cingapura. O índice Nikkei 225 recuou 4,3% este ano em dólares, e pode caminhar para o seu pior ano desde 2002.

O índice Eurekahedge Asia Ex-Japan Hedge Funds ganhou 35% este ano, ante avanço de 1,9% do índice Eurekahedge do Japão. A maioria dos cerca de 700 investidores internacionais que compareceram a uma conferência de dois dias do Goldman Sachs em Tóquio no início do mês demonstrou interesse em investir na Ásia, de acordo com três dos participantes, incluindo Hiromichi Tsuyukubo da Myojo Asset Management Japan.

"O interesse pelo Japão em média ficou menor que no ano passado", disse Tsuyukubo, que administra cerca de US$ 800 milhões na Myojo Asset, hedge fund com sede em Tóquio. "Mas a boa nova foi que a conferência atraiu muitos investidores de longo prazo, como fundações estudantis e empresas familiares."

Os investidores no Japão, incluindo a Steel Partners e a Harbinger Capital Partners de Warren Lichtenstein, tiveram rejeitadas suas ofertas hostis já que as empresas japonesas se voltaram para as "poison pills" e participações acionárias. A Bull-Dog Sauce, fabricante de condimentos, rejeitou em junho uma abordagem de compra da Steel Partners, e permitiu que todos os investidores, exceto o fundo, convertessem bônus que emitiu em ações ON.

O Tribunal Superior de Tóquio decidiu que a Steel Partners é "uma compradora aproveitadora". A Suprema Corte do Japão também tomou partido da Bull-Dog. As empresas também se voltam para uma antiga prática de participação acionária. A

Toyota Motor e a Matsushita Electric Industrial, respectivamente a maior e a décima empresa do país em valor de mercado, disseram que mantêm participações uma da outra. "Os parâmetros de governança no Japão, em relação ao resto da Ásia, estão realmente muito baixos", disse Matsui.

Superávit de novembro é de US$ 1,568 bilhão

Rodrigo Postigo

27/11/2007

A balança comercial brasileira encerrou a quarta semana de novembro com superávit de US$ 139 milhões, o menor saldo semanal do mês, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.

Com o resultado, o superávit acumulado em novembro subiu para US$ 1,568 bilhão, informou o Ministério em comunicado.

As exportações na quarta semana do mês somaram US$ 3,5, o equivalente a uma média por dia útil de US$ 700 milhões.

No mesmo período, as importações totalizaram US$ 3,361 bilhões, o que corresponde a US$ 672,2 milhões de média por dia útil. No ano, a balança comercial brasileira acumula saldo positivo de US$ 35,944 bilhões.

Reforma tributária não chegará ao Congresso até dia 30

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou, na tarde desta segunda-feira (26), que a proposta de reforma tributária não será enviada ao Congresso Nacional até o dia 30 deste mês. De acordo com o parlamentar, não adianta encaminhar uma proposta de reformaque ainda não está concluída pelo Executivo.

Jucá defendeu o envio de uma reforma tributária radical e ousada. Porém, segundo ele, se a área da Fazenda ainda não fechou esse modelo "mais ousado" com os governadores e prefeitos é melhor discutir mais um pouco e não enviar uma proposta pela metade. O senador lembrou que proposta de reforma aprovada há quatro anos pelo Senadoestá parada na Câmara. Em sua opinião, isso ocorreu por falta de acordo com os governadores.

- Eu acho que a proposta tem que ser contundente. Tem que ser uma proposta que sinalize para a sociedade que o governo quer avançar na questão tributária, simplificando e melhorando os tributos. Se a proposta não está pronta ainda, o governo não deve enviá-la - defendeu o senador.

PIB brasileiro se concentra em 7 Estados

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é concentrado em sua grande maioria por sete Estados do Brasil, segundo divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na revisão do PIB entre os anos de 2002 e 2007 em todas as regiões brasileiras. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina são responsáveis por 75% do PIB.

A soma das participações dos sete maiores Estados na economia brasileira atingiu 75,9%, em 2002 e reduziu-se para 75,2% em 2005. Entre 2002 e 2005, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os que mais perderam participação, embora São Paulo tenha se recuperado ligeiramente em 2005, sem retornar ao patamar de 2002. Uma seca, que levou à queda dos preços dos grãos, foi o principal motivo para o resultado no Rio Grande do Sul em 2004 e 2005.

Com a revisão, o Distrito Federal continua com o maior PIB per capita, mas, na nova série, São Paulo tomou do Rio a segunda posição neste ranking. O PIB representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil.

País quer limitar cobrança da TEC no Mercosul

Agência Estado / Adriana Chiarini

27/11/2007

O Brasil vai propor aos demais países do Mercosul, inclusive à Venezuela, a transformação do bloco em uma efetiva união aduaneira (com livre circulação de mercadorias importadas), com limitação da cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) à entrada de produto no bloco, informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Eduardo Melin. Hoje há mais de uma cobrança da TEC por produto estrangeiro, porque ela é cobrada na passagem do bem entre um país e outro dentro do bloco.

A proposta do Brasil é criar um mecanismo de cobrança e repartição da TEC, que seria unificada, e iria para os "países menores". "Nas uniões aduaneiras, os grandes ganham mercado, e os pequenos, renda e investimento", afirmou.Segundo Melin, até hoje não se conseguiu limitar a cobrança da TEC no Mercosul a uma vez por causa de dificuldades de distribuição de receita aduaneira. Se a distribuição da receita fosse pelo lugar de entrada, provavelmente o Brasil arrecadaria mais por ter o maior território e mercado.

Outras formas pelas quais Melin acredita que o Brasil ajuda a apoiar os países vizinhos é pela construção de infra-estrutura de energia e transportes na região e também de regras institucionais para reduzir as assimetrias e dar estabilidade à região.

"Mas isso não é integração em si, são coisas que facilitam a integração, mas não resolvem", disse.No mesmo seminário, o diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, informou que os diplomatas brasileiros estão orientados a trabalhar para que o Brasil passe a ter déficits comerciais com os países da América do Sul, como forma de demonstrar "generosidade" com a região de maneira a facilitar a integração.

Melin, no entanto, descartou a possibilidade de o Brasil passar a ter déficits comerciais com esses países. "A generosidade que o Brasil pode e deve demonstrar não vai se manifestar substancialmente nos saldos comerciais. É só olhar as estruturas produtivas. A assimetria é profunda, estrutural e só tende a crescer", afirmou Melin.

Economia brasileira deve crescer 4,71% em 2007 e 4,33% no ano seguinte, revela Focus

Valor Online

27/11/2007

O mercado financeiro fez mudanças na expectativa de crescimento da economia brasileira em 2007 e nos 12 meses seguintes. Para este ano, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi levemente alterada, de 4,70% para 4,71%. Em 2008, a estimativa é de que a economia do país avance 4,33% e não 4,37% como o calculado antes.

A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a instituições financeiras, mostrou também alteração na expectativa para o saldo comercial deste ano, ampliada de US$ 40,78 bilhões para US$ 40,80 bilhões. Para 2008, a estimativa saiu de US$ 34 bilhões de superávit para US$ 34,6 bilhões.

Os analistas reduziram novamente a previsão para as contas correntes brasileiras em 2007, de US$ 8,6 bilhões para US$ 8,45 bilhões, mas conservaram o prognóstico do próximo ano em US$ 2,42 bilhões.Quanto à projeção para a entrada de investimentos estrangeiros, foi mantida em US$ 33 bilhões para 2007 e em US$ 25 bilhões em 2008.O documento apresenta ainda um aumento de 5,30% para a produção industrial até dezembro e de 4,5% no ano que vem.

Votação para entrada da Venezuela no Mercosul fica para 2008

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), descartou nesta segunda-feira votar ainda este ano no plenário da Casa o projeto que autoriza a entrada da Venezuela no Mercosul. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

Chinaglia explicou que já há acordo para votar outras três matérias neste último mês de trabalhos legislativos. "Não creio que se consiga votar isso (entrada da Venezuela) ainda este ano. Mesmo porque ainda temos pendente a votação do Orçamento e outras três matérias", disse.

Pelo acordo, as outras três propostas que devem ser votadas antes do recesso são a proposta de emenda à Constituição dos vereadores, um projeto sobre defensoria pública e a conclusão da reforma política, além de medidas provisórias que trancam a pauta.

O novo líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também acredita que a votação da entrada da Venezuela no Mercosul não deva acontecer este ano, mas disse que a proposta é uma das prioridades para a base.

O líder, no entanto, disse que não fará disso "uma sangria desatada". "A questão está andando bem, a proposta foi aprovada na CCJ na semana passada. A relação do Brasil com a Venezuela está bem. Não precisamos correr contra o tempo, se não for esse ano, aprovamos no começo do ano que vem", disse Fontana.

Depois de passar pela aprovação do Plenário na Câmara, a proposta ainda segue para tramitação no Senado.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Novo Mercado já conta com 32% das empresas atualmente listadas na Bovespa

Uma empresa listada no Nível 1 não apresenta práticas diferenciadas, mas para o investidor o fato de dizer que faz parte dos níveis que exigem mais governança pode levar o investidor a comprar gato por lebre, argumentam analistas do mercado

Rodrigo Postigo

26/11/2007

O segmento mais exigente da Bovespa, o Novo Mercado vive seu momento mais importante e conta hoje com 151 empresas, ou 32% do total as empresas atualmente listadas na Bolsa. Já a porcentagem de valor de mercado desse grupo de empresas alcança os 50%, demonstrando maior confiança e valor de suas ações em empresas com mais governança. O Novo Mercado, criado em 2001 com 15 empresas, exige os níveis máximos de governança corporativa.

Os níveis de governança já respondem por 59% do valor de mercado (market capitalization) da Bovespa ( R$ 1 trilhão), segundo estudo da Fecap.

Analistas e investidores, porém, afirmam que os níveis de governança precisam ser aperfeiçoados. Uma empresa listada no Nível 1 não apresenta práticas diferenciadas, mas para o investidor o fato de dizer que faz parte dos níveis que exigem mais governança pode levar o investidor a comprar gato por lebre, argumentam analistas do mercado.

Outra crítica é quanto a abertura que está sendo dada para entrar, principalmente no Novo Mercado, que é o mais exigente dos níveis de governança. Isso porque na hora de firmar o contrato - necessário para entrar nos níveis de listagem especial da bolsa - existe abertura para que algumas regras só sejam cumpridas depois. Entre elas está a que determina que as companhias precisam ter um mínimo de 25% de suas ações em circulação no mercado (free float). A regra faz parte do regulamento do Novo Mercado e Nível 2.

No entanto, é permitido que as empresas tenham até três anos para cumprir o free float, após fazer seu IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações, pela qual as empresas abrem seu capital). Atualmente, das 89 companhias do Novo Mercado, nove estão fora do free-float. O diretor de relações com empresas da Bovespa, João Batista Fraga, diz que o prazo é concedido quando o valor do IPO é muito alto. O prazo para cumprir o free float precisa ser solicitado pela empresa à Bovespa, acrescentou.

CDR aprova autorização para duas novas ZPEs

Rodrigo Postigo

26/11/2007

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) aprovou nesta quinta-feira (22) pareceres favoráveis a dois projetos que tratam da criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). Uma dessas áreas será em Sinop (MT) e a outra em Paragominas (PA).

Ambas as propostas seguem agora para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para votação em decisão terminativa.O projeto que propõe a ZPE de Sinop (PLS 439/07) é de autoria do senador Jayme Campos (DEM-MT). Em seu parecer favorável, a relatora da matéria, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), destacou a importância das ZPEs como instrumento para fomentar o desenvolvimento econômico.

Em Sinop, a criação da área de comércio contribuirá para estimular o desenvolvimento industrial da região, gerando empregos e renda para a população, acredita a senadora.Jayme Campos comemorou a aprovação da proposta na CDR e afirmou acreditar que a criação de ZPEs no interior do país é uma "forma de acabar com o desequilíbrio de renda e desenvolvimento entre as regiões do Brasil".

O senador disse esperar que o governo federal transforme em realidade as ZPEs, cuja criação compete ao Congresso autorizar.A outra autorização aprovada pela CDR, prevista no projeto de autoria do senador Mário Couto (PSDB-PA), tem por objetivo a criação de uma ZPE em Paragominas (PLS 554/07). Em parecer favorável, o relator do projeto, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), destacou que a cidade de Paragominas, com população de quase 90 mil habitantes, tem infra-estrutura de transporte adequada para o escoamento de produtos de uma área de livre comércio.

O relator lembrou que no município existe um terminal rodoviário moderno e, destacou, o mais novo aeroporto do Pará.

Economia aquecida puxa recorde no consumo de energia no Brasil

Reuters / Denise Luna

26/11/1007

O consumo de energia no Brasil atingiu volume recorde no acumulado de 12 meses até o final de outubro, devido ao aumento da demanda por parte do setor industrial e do comércio, informou nesta sexta-feira a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

De acordo com relatório divulgado pela EPE, o consumo no acumulado de 12 meses até outubro obteve um acréscimo de 17,8 mil gigawatts em relação a igual período de 2006, pulando para 372.960 gigawatts/hora, uma alta de 5 por cento.

"Isso mostra uma mudança de patamar no Brasil... é o maior volume de energia consumido dentro da série histórica", disse a jornalistas o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

A entidade informou que o consumo de energia no Brasil apenas no mês de outubro ficou 6 por cento acima do verificado em outubro de 2006, em um volume de 32.087 gigawatts/hora.

"Esse crescimento é positivo, se não houvesse aumento é porque estaríamos em recessão", avaliou, rebatendo preocupações com o risco de racionamento se o consumo continuar alto.

"Não há problema de desabastecimento, as distribuidoras estão com energia contratada até 2012, mas vamos fazer mais dois leilões para ajustes de oferta em 2011 e 2012, não vai faltar energia", disse o executivo.

A região Centro-Oeste, movida pela agroindústria, teve uma das maiores mudanças de patamar, segundo levantamento da EPE. Em outubro de 2006 o consumo havia crescido 2,5 por cento em relação ao mesmo período de 2005, enquanto este ano registra acréscimo de 6,3 por cento na comparação anual.

Na mesma comparação, o consumo no Sudeste, responsável por metade da demanda por energia do país, subiu 4,7 por cento em outubro deste ano, contra alta de 3,2 por cento em outubro do ano passado em relação a 2005.

O consumo de energia pelo comércio, segundo dados da EPE de outubro, subiu 7,5 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, enquanto as residências demandaram mais 5,7 por cento, e a indústria, responsável por quase metade da demanda total, teve alta de 5 por cento.

Tolmasquim destacou a perspectiva de aumento da autoprodução de energia, que em outubro correspondia a 8 por cento do total consumido, ou 16 por cento do consumo industrial. Em dez anos, estimou o executivo, a geração própria deve representar 13 por cento do total ou 27 por cento do consumo industrial.

"A autoprodução vai crescer principalmente nos setores de siderurgia, papel celulose, petroquímica e sucroalcooleiro", estimou Tolmasquim.

De janeiro a outubro, o consumo de energia no país foi de 311.108 GWh, ou 5,2 por cento a mais do que os 295.676 GWh registrados em 2006.

Economia aquecida puxa recorde no consumo de energia no Brasil

Reuters / Denise Luna

26/11/1007

O consumo de energia no Brasil atingiu volume recorde no acumulado de 12 meses até o final de outubro, devido ao aumento da demanda por parte do setor industrial e do comércio, informou nesta sexta-feira a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

De acordo com relatório divulgado pela EPE, o consumo no acumulado de 12 meses até outubro obteve um acréscimo de 17,8 mil gigawatts em relação a igual período de 2006, pulando para 372.960 gigawatts/hora, uma alta de 5 por cento.

"Isso mostra uma mudança de patamar no Brasil... é o maior volume de energia consumido dentro da série histórica", disse a jornalistas o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

A entidade informou que o consumo de energia no Brasil apenas no mês de outubro ficou 6 por cento acima do verificado em outubro de 2006, em um volume de 32.087 gigawatts/hora.

"Esse crescimento é positivo, se não houvesse aumento é porque estaríamos em recessão", avaliou, rebatendo preocupações com o risco de racionamento se o consumo continuar alto.

"Não há problema de desabastecimento, as distribuidoras estão com energia contratada até 2012, mas vamos fazer mais dois leilões para ajustes de oferta em 2011 e 2012, não vai faltar energia", disse o executivo.

A região Centro-Oeste, movida pela agroindústria, teve uma das maiores mudanças de patamar, segundo levantamento da EPE. Em outubro de 2006 o consumo havia crescido 2,5 por cento em relação ao mesmo período de 2005, enquanto este ano registra acréscimo de 6,3 por cento na comparação anual.

Na mesma comparação, o consumo no Sudeste, responsável por metade da demanda por energia do país, subiu 4,7 por cento em outubro deste ano, contra alta de 3,2 por cento em outubro do ano passado em relação a 2005.

O consumo de energia pelo comércio, segundo dados da EPE de outubro, subiu 7,5 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, enquanto as residências demandaram mais 5,7 por cento, e a indústria, responsável por quase metade da demanda total, teve alta de 5 por cento.

Tolmasquim destacou a perspectiva de aumento da autoprodução de energia, que em outubro correspondia a 8 por cento do total consumido, ou 16 por cento do consumo industrial. Em dez anos, estimou o executivo, a geração própria deve representar 13 por cento do total ou 27 por cento do consumo industrial.

"A autoprodução vai crescer principalmente nos setores de siderurgia, papel celulose, petroquímica e sucroalcooleiro", estimou Tolmasquim.

De janeiro a outubro, o consumo de energia no país foi de 311.108 GWh, ou 5,2 por cento a mais do que os 295.676 GWh registrados em 2006.

Lula quer CPMF permanente na reforma tributária

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Em um esforço para tentar retomar o diálogo com o PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e articuladores políticos do governo no Senado a convidar os tucanos para discutir o projeto de reforma tributária que o Executivo pretende enviar ao Congresso em breve.

A idéia é tentar trocar a aprovação da prorrogação da CPMF até 2011 pela redução significativa ou completa de um ou mais tributos num amplo acordo de reforma tributária. Mais: nessa operação, a CPMF poderia virar imposto permanente, com alíquota menor, caso haja mesmo um acordo em torno da reforma tributária.

O governo argumenta que o imposto do cheque, mesmo que venha a ter reduzida gradativamente a alíquota de 0,38% para 0,30%, é um tributo fundamental para o fechamento das contas públicas e o financiamento da Saúde e de programas sociais.

Nesse contexto, uma CPMF permanente interessaria ao PSDB, que tem dois presidenciáveis na praça, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Faz sentido discutir uma reforma tributária que trocasse a confirmação em definitivo da CPMF como tributo em troca da redução ou extinção de outros.

Com razão, senadores e dirigentes do PSDB desconfiam que esse novo aceno de Lula seja abandonado depois de prorrogada a CPMF, já que o governo petista promete se empenhar por uma reforma tributária desde o primeiro mandato.

Se for apenas um factóide para prorrogar a CPMF, o resultado será o fortalecimento da ala do PSDB que bombardeia tentativas de diálogos e acordos entre tucanos e petistas.

Lula quer CPMF permanente na reforma tributária

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Em um esforço para tentar retomar o diálogo com o PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e articuladores políticos do governo no Senado a convidar os tucanos para discutir o projeto de reforma tributária que o Executivo pretende enviar ao Congresso em breve.

A idéia é tentar trocar a aprovação da prorrogação da CPMF até 2011 pela redução significativa ou completa de um ou mais tributos num amplo acordo de reforma tributária. Mais: nessa operação, a CPMF poderia virar imposto permanente, com alíquota menor, caso haja mesmo um acordo em torno da reforma tributária.

O governo argumenta que o imposto do cheque, mesmo que venha a ter reduzida gradativamente a alíquota de 0,38% para 0,30%, é um tributo fundamental para o fechamento das contas públicas e o financiamento da Saúde e de programas sociais.

Nesse contexto, uma CPMF permanente interessaria ao PSDB, que tem dois presidenciáveis na praça, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Faz sentido discutir uma reforma tributária que trocasse a confirmação em definitivo da CPMF como tributo em troca da redução ou extinção de outros.

Com razão, senadores e dirigentes do PSDB desconfiam que esse novo aceno de Lula seja abandonado depois de prorrogada a CPMF, já que o governo petista promete se empenhar por uma reforma tributária desde o primeiro mandato.

Se for apenas um factóide para prorrogar a CPMF, o resultado será o fortalecimento da ala do PSDB que bombardeia tentativas de diálogos e acordos entre tucanos e petistas.

Lula vê economia sem gargalos de infra-estrutura

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Na visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a economia brasileira está operando sem gargalos de infra-estrutura. Em entrevista exclusiva publicada neste domingo pelo jornal O Globo, que durante a semana fez uma série de reportagens sobre gastos públicos, o presidente pareceu ser direto e reto em questões sobre gargalos na produção.

"Não existe", disse Lula ao jornal do Rio.

Na entrevista, o presidente também voltou a negar a intenção de concorrer a um terceiro mandato e disse que "resistirá" aos pedidos para uma nova reeleição, mesmo num cenário em que sua popularidade esteja alta e seu partido, o PT, não tenha um candidato natural à sua sucessão.

"Ninguém me ouviu falar em terceiro mandato. Todo mundo sabe que eu era contra a reeleição. Só não mando um projeto acabando com a reeleição porque fui reeleito", disse Lula segundo o jornal.

"Acredito na alternância de poder. Não sei onde surgiu essa história (de terceiro mandato)."
Questionado sobre quem apoiaria nas eleições presidenciais de 2010, Lula se esquivou: "só irei pensar na minha sucessão a partir de 2009".

"Posso dizer que não tenho nomes (para a sucessão), nem interno nem externo", disse.

No campo da política externa, o presidente defendeu a "autodeterminação dos povos" ao ser questionado sobre o governo venezuelano comandado pelo presidente Hugo Chávez, que defende uma proposta de reforma constitucional que põe fim aos limites para a reeleição presidencial. A proposta será submetida a um referendo.

"Cada país determina o regime político que quer", defendeu Lula. "Por que eu vou ficar criticando ou aplaudindo a decisão da maioria do povo de um país? O regime político da Venezuela, o mandato de um presidente é um problema do povo venezuelano."

"Ao Brasil interessa ter uma relação do Estado brasileiro com o Estado venezuelano", acrescentou.

Nova proposta de reforma tributária pretende padronizar cobrança do ICMS, diz Mantega

Agência Brasil / Vinicius Konchinski

26/11/2007

A proposta de reforma tributária que deve ser encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional prevê a padronização das regras para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Segundo afirmou hoje (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a nova legislação, se aprovada, deve acabar com a guerra fiscal entre os estados, que atualmente têm autonomia para fixar alíquotas e isenções locais para o tributo.

Em reunião nesta tarde em São Paulo, o ministro apresentou o projeto do governo a líderes de centrais sindicais. À imprensa, Mantega disse que o objetivo da reforma é simplificar a forma de cálculo e o pagamento dos tributos e, além de incentivar os investimentos que geram empregos.
O ministro afirmou que a reforma resultará na simplificação do sistema tributário brasileiro e na redução do peso dos impostos sobre a economia. “Hoje, temos reclamações de que a carga tributária é elevada e de que o sistema de cobrança é irracional e incide de forma inadequada. A reforma tributária vai racionalizar isso”, avaliou.

Segundo Mantega, a nova legislação deve coibir a sonegação e contribuir para o crescimento da arrecadação do Estado. “Aqueles que não pagam impostos passarão a pagar. Um dos efeitos da reforma é a implantação da nota fiscal eletrônica”, explicou. “Serão combinados os cadastros da União, dos estados e dos municípios, o que aperfeiçoará a cobrança.”

A proposta de reforma agradou aos sindicalistas, mas as entidades pediram que seja incluída a desoneração da folha de pagamento, que não consta do projeto do governo. De acordo com o diretor-executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo, Mantega pediu que os trabalhadores apresentem uma sugestão sobre o assunto.

Vice-presidente da Força Sindical, José Carlos Gonçalves, o Juruna, defendeu que a desoneração da folha de pagamento ocorra como previsto na proposta de reforma tributária encaminhada em 2003 para o Congresso. “A contribuição dos patrões para a Previdência Social poderia ser fixada de acordo com o faturamento da empresa, não sobre o salário dos funcionários”, destacou.

Sobre a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Mantega afirmou que ela não entrará na reforma. A idéia do governo é manter o tributo, com as reduções de alíquotas e isenções já previstas na proposta para prorrogação do imposto em análise no Senado.

O ministro também afirmou que espera que a proposta de emenda à Constituição que prorroga a CPMF até 2011 seja aprovada no Senado até o final do ano, com apoios isolados de senadores de partidos da oposição.

Impostos federais atingirá 16,3% do PIB

Rodrigo Postigo

26/11/2007

A carga dos tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), não incluída a contribuição ao INSS, subirá de 15,46% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 16,29% do PIB este ano, de acordo com previsão que consta do relatório de avaliação de receitas e despesas relativo ao quinto bimestre, encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional esta semana. O aumento da carga em 0,84 ponto porcentual do PIB é a verdadeira “gordura tributária”, ou seja, o avanço que a União fez sobre a renda das empresas e dos trabalhadores neste ano. Essa “gordura” corresponde a R$21,1 bilhões.

Mantida a tendência de arrecadação da União, de estados e municípios ao longo do ano, a carga tributária total do Brasil deve subir em 2007 para 35,3% do Produto Interno Bruto (PIB), com alta de 1,1 ponto porcentual em relação a 2006. É o que estima o economista Amir Khair, especialista em contas públicas. Em 2006, a carga tributária foi de 34,2%. Pelos cálculos do economista, a União seria responsável por 90,5% desse crescimento e os estados, por 6,5%. A alta da contribuição dos municípios foi estimada em 3%. “Os destaques são para o Imposto de Renda e para a Previdência Social, que respondem por 52,9% do crescimento”, destaca Khair. O indicador da carga tributária é obtido pela divisão da arrecadação dos tributos (impostos, contribuições e taxas) da União, estados e municípios pelo Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o relatório enviado ao Congresso, a arrecadação dos tributos federais administrados pela SRFB, já descontadas as restituições e os incentivos fiscais, deverá atingir R$411,65 bilhões este ano. Em 2006, ficou em R$359 bilhões. O crescimento nominal da receita de tributos federais será, portanto, de R$52,6 bilhões. Em termos reais, o aumento da receita tributária federal será de R$38,66 bilhões. O governo justifica que o forte aumento da arrecadação decorre do crescimento econômico e das medidas de combate à sonegação e evasão fiscal. Segundo autoridades, não houve aumento de alíquota dos tributos ou criação de novo imposto ou contribuição.

A receita que mais cresceu este ano, segundo os dados do relatório, foi a do Imposto de Renda, que passará de 5,45% do PIB em 2006 para 5,74% do PIB. Em termos nominais, o aumento será de R$18,2 bilhões. Os técnicos explicam que essa elevação decorre da melhoria da renda dos trabalhadores e dos rendimentos das empresas. A receita da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) deverá crescer de 3,88% do PIB para 4,05% do PIB,ou aumento nominal de R$12,1 bilhões.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Participação de estrangeiros no Brasil aumenta 81% em 7 anos

Rodrigo Postigo

23/11/2007

Nos últimos sete anos, a participação de investidores estrangeiros no Brasil cresceu 81%, mostrando uma tendência de forte internacionalização da economia brasileira. A constatação é da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), em sua carta bimestral.

Para chegar a este número, a instituição analisou o chamado passivo externo bruto - composto de investimentos estrangeiros diretos (IED), investimentos de portfólio e dívida em mãos de estrangeiros. No período, o volume subiu de US$ 372,06 bilhões para US$ 673,69 bilhões.

Em termos líquidos, o passivo externo do País subiu menos: 54,4%. Isso porque os investimentos mantidos por brasileiros no exterior passaram de US$ 264,97 bilhões em 2001 para US$ 409,10 bilhões em março de 2007, a última posição disponível divulgada pelo BC.

A Sobeet analisa este período porque, a partir do ano 2000, uma série de medidas legais foram adotadas no sentido de ampliar a abertura financeira do País, facilitando a vida dos investidores estrangeiros e dos brasileiros que vão ao mercado externo.

Racionamento de energia é improvável até 2012, afirma Elektro

Rodrigo Postigo

23/11/2007

O Brasil não deve sofrer outra crise energética nos próximos cinco anos. A afirmação é de Luiz Otávio Assis, diretor executivo Comercial e de Suprimento de Energia da Elektro, distribuidora de energia elétrica que atende 228 municípios brasileiros.

Segundo ele, "a probabilidade de passarmos por um novo racionamento de energia é muito pequena". Assis participou de reunião do comitê estratégico de Finanças da Câmara América do Comércio em Campinas (Amcham-Campinas), e suas declarações foram publicadas no site da Amcham.

Para ele, a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, e os investimentos da Petrobras em termoelétricas estão entre as medidas que garantirão o abastecimento energético do País até 2012.

Assis disse ainda que, quando o Brasil saiu do racionamento em 2002, o consumo aproximado de energia elétrica da população havia baixado cerca de 25%. Como isso, houve uma oferta energética maior do que a demanda e os preços despencaram. "Nos últimos anos, o consumo voltou ao normal e o mercado percebeu que não existe mais sobra. Não dá para afirmar quanto, mas as tarifas energéticas tendem a subir", previu.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o consumo de energia no País cresceu 4,8% nos últimos 12 meses em relação ao período anterior. Apenas em outubro, o aumento foi de 7,5% comparado ao mesmo mês em 2007. A expansão foi liderada pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que demandam juntas 62,3% da energia do País.

BNDES vai dispor de fundo soberano de US$ 10 bi, diz Mantega

Folha Online / Lísia Gusmão

23/11/2007

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que será criado um fundo soberano de US$ 10 bilhões para atender a demanda de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para 2008.

Segundo o ministro, o fundo será alimentado pela "aquisição de dólares que estão sobrando no mercado". Não serão usadas as reservas internacionais, reforçou Mantega.

O BNDES quer captar pelo menos R$ 25 bilhões, metade dos recursos já disponíveis.

"Não precisamos usar as reservas existentes. Essas reservas serão mantidas e continuarão aumentando. Vamos criar um fundo de reservas. O BNDES poderá se beneficiar das aplicações que esse fundo de reserva fará, porque ele vai comprar títulos, fazer operações financeiras. E o BNDES é um forte candidato a apresentar os seus títulos externos para que sejam comprados desse fundo", disse o ministro.

CPMF é um tributo proporcional

Marcos Cintra

23/11/2007

Condicionados por idéias preconcebidas, muitos economistas e tributaristas repetem que a os impostos indiretos, em geral, e a CPMF, em particular, são regressivos, ou seja, o ônus tributário deles se reduziria conforme a renda se eleva. Em função disso, afirmam que eles são perversos e injustos porque oneram mais os pobres.A tese da regressividade tem sido citada intensamente nos últimos meses por conta das discussões envolvendo a prorrogação da CPMF.

Os grupos que defendem sua extinção têm usado esse argumento para convencer a sociedade que ela é injusta.O estudo “Parâmetros Tributários da Economia Brasileira”, publicado na Revista de Estudos Econômicos - FEA/USP (out-dez/2006), de autoria dos pesquisadores Nelson Leitão Paes e Mirta Noemi Sataka Bugarin, mostra que a alegada regressividade dos impostos indiretos e da CPMF precisa ser revista. O trabalho compreende 10 faixas de renda mensal familiar, obtida usando a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002/2003 do IBGE, e para cada uma delas é calculada a carga tributária de alguns tributos indiretos e o ônus total sobre o consumo.

No tocante a tributação sobre o consumo o trabalho revela que não há regressividade. Mesmo com a diferenciação na cesta de consumo das famílias e das alíquotas nominais de tributos como ICMS e IPI, a variação na carga final praticamente não existe. Ela gira na casa dos 28%, seja para uma família com renda até 2 salários mínimos ou uma que recebe mais de 30 salários mínimos.

Quanto a CPMF, o ônus fica na casa de 1,3% do orçamento familiar para qualquer faixa de rendimento. È um tributo que se revela proporcional, o mais harmonioso dos impostos brasileiros.

O estudo em questão é uma importante contribuição ao debate sobre os tributos no Brasil. Essa é uma área que se mostra carregada de preconceitos e esse trabalho pode servir para aprofundar as discussões e ajudar a derrubar o mito envolvendo a regressividade dos impostos indiretos e da CPMF.Cumpre dizer que o trabalho em questão é mais um ponto favorável à CPMF. Nos mais de 10 anos de existência do tributo ele foi capaz de desmentir previsões pessimistas que se faziam quando da sua discussão em meados dos anos 90.

Dizia-se que ela provocaria inflação e que haveria desintermediação bancária e nada disso se confirmou. Agora a alegação de que ela pesa mais sobre os pobres também começa a se mostrar falsa.Este artigo não tem a intenção de defender a CPMF ou a tributação sobre o consumo. Ele busca apenas mostrar que a mistificação de determinados conceitos dificulta a discussão racional de um tema fundamental para o país que é a reforma tributária.

A CPMF tem sido um dos tributos mais criticados, mas isso deriva do fato de que a sociedade já está saturada com a situação tributária de um modo geral. Na realidade ela vem mostrando qualidades e deveria ser a base para a implantação de uma estrutura mais justa e eficiente. É um imposto que deveria ser utilizado para substituir tributos de alto custo e ineficientes como o Imposto de Renda, a Cofins e as contribuições previdenciárias recolhidas pelas empresas.

CPMF: FHC diz que "o povo cansou de pagar tributos"

Invertia / Maria Clara Cabral

23/11/2007

Ao chegar no terceiro Congresso do PSDB em Brasília, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso negou que a bancada do Senado do partido esteja indecisa em relação à matéria que prorroga a CPMF até 2011. O ex-presidente disse que a mudança de posição do partido acontece porque os senadores da bancada estão pensando no Brasil e que "o povo cansou de pagar tributos."

Segundo ele, independentemente da pressão de governadores tucanos, o partido já tomou uma posição clamaramente contrária à prorrogação do chamado "imposto do cheque".

Fernando Henrique afirmou que a contribuição era necessária durante o seu mandato, quando o tributo foi criado. "Temos que ter sempre uma posição e, no caso da CPMF, ela já foi tomada; a CPMF foi criada no meu governo e eu apoiei, porque na época havia uma escassez de recursos. A análise agora, no entanto, é outra. Não tem crise de identidade nenhuma. Isso é passado e por isso temos uma posição clara."

O primeiro turno de votação da CPMF no Senado está programado para acontecer no dia 14 de dezembro. Para ser aprovada, ela precisa ter o apoio de, no mínimo, 49 de 81 senadores. Os tucanos chegaram a negociar com a o governo, sinalizando com a possibilidade de votar a favor da matéria. Os pedidos dos tucanos, no entanto, não foram contemplados e anunciaram que vão votar contra a matéria.

Simples Nacional já rendeu R$ 4,7 bi aos governos

Rodrigo Postigo

23/11/2007

O Simples Nacional já arrecadou R$ 4,79 bilhões desde a sua criação, em 1º de julho deste ano, segundo a Receita Federal. Desse total, R$ 3,46 bilhões foram para a União, R$ 1,017 bilhão para os Estados e R$ 311,934 mil para os municípios.

Atualmente, cerca de 2,7 milhões empresas estão cadastradas no novo regime de arrecadação para as micro e pequenas empresas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Senado força companhias a migrarem para o Novo Mercado

Comissão aprova alteração na Lei das AS ampliando as chances de donos de ações preferenciais terem direito de voto nas empresas

Rodrigo Postigo

22/11/2007

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem, por unanimidade, uma alteração no trecho do artigo 111 da Lei das Sociedades Anônimas, que amplia as chances de donos de ações preferenciais (PN) terem direito de voto nas empresas.

A contrapartida, os preferencialistas têm prioridade na distribuição de dividendos, com o direito de receber 10% a mais do que os valores pagos aos donos de ações ordinárias (votantes). A lei permite o pagamento de "qualquer" dividendo, do qual, muitas empresas utilizam para repassar valores irrisórios.

A Lei das SA prevê que pelo menos 25% dos lucros do exercício devem ser repartidos entre os acionistas. "A idéia é fazer com que todas as empresas adotem boas práticas de governança corporativa e tenham todo o capital distribuído apenas em ações votantes", afirmou o autor da proposta, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).

Raupp alerta que o momento é adequado, dada importância e crescimento do Novo Mercado, segmento mais rígido da Bovespa com rígidas normas de transparência e respeito aos acionistas.
O Novo Mercado já conta com 89 empresas, com adesão voluntária e com quase a totalidade das 357 demais companhias listadas na bolsa têm dois terços do capital composto por ações não votantes. "Queremos forçar mais companhias a migrarem para o Novo Mercado", afirma Raupp.

Aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos em caráter terminativo - ou seja, sem necessidade de votação no plenário do Senado -, o projeto agora segue para apreciação na Câmara dos Deputados.

Adoção de padrão IFRS requer ajustes

O setor financeiro brasileiro terá menos problemas para adequar-se ao padrão contábil internacional do IFRS que as indústrias de bens e serviços, mudanças obrigatórias para todas as companhias abertas a partir de 2010

Rodrigo Postigo

22/11/2007

O setor financeiro brasileiro terá menos problemas para adequar-se ao padrão contábil internacional do IFRS (International Financial Report Standard) que as indústrias de bens e serviços, mudanças obrigatórias para todas as companhias abertas a partir de 2010. Existem, atualmente, 447 companhias na Bovespa. As instituições financeiras, incluindo seguradoras e administradores de recursos de terceiros já estão no caminho da adoção dos padrões devido a uma obrigatoriedade exigida pelos órgãos reguladores do setor, o Banco central e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a adotar práticas contábeis em linha com o IFRS para transações de carteiras de investimentos (fundos) e a instrumentos financeiros derivados.

A questão da marcação a mercado teve grande impacto no patrimônio dos fundos de investimentos comercializados pelos bancos. A marcação a mercado está alinhado com o conceito de custo ao mercado previsto no padrão internacional, que é definido pelo valor justo (valor ajustado pelo mercado de um determinado direito ou obrigação). Na norma contábil brasileira, o conceito de custo segue outra definição: é dado pelo valor da transação em si, sem ajustes. Por isso, sua adoção certamente terá mais impacto nas demonstrações contábeis das empresas não financeiras.

Pelo IFRS, a divulgação nas demonstrações contábeis da conta empréstimos e financiamentos precisará ter maior abertura. No padrão contábil brasileiro, as empresas podem divulgar nessa conta um único valor, vencido ou a vencer, sem discriminá-lo. No IFRS, tem de explicitar qual o valor a vencer e o já vencido. Para ser bem sucedida na implantação das mudanças, a empresas façam projetos pilotos das demonstrações contábeis em IFRS antes de 2010.

Se for aprovado o projeto de lei 3.741, que altera as normas contábeis das sociedades anônimas e no momento aguarda votação no Congresso, a adoção do padrão internacional será obrigatório também para as companhias de capital fechado de grande porte (com faturamento anual acima de R$ 300 milhões ou patrimônio liquido superior a R$ 240 milhões).

CCJ aprova adesão de Venezuela ao Mercosul

Rodrigo Postigo

22/11/2007

Por 44 votos a favor e 17 contra, o parecer do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que defende a entrada da Venezuela no Mercosul, foi aprovado nesta quarta-feira na Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O projeto, que ainda precisa ser votado no Plenário, teve o apoio da base aliada.

O líder do governo, José Múcio (PTB-PE), participou ativamente das quase cinco horas de negociações para conseguir que o texto fosse aprovado. Ele insistiu na importância de separar o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, da necessidade econômica de integrar o país ao bloco.

"Deixamos aqui para o segundo plano as ligações comerciais, culturais entre os países (Brasil e Venezuela), mas não podemos esquecer que a Venezuela é o nosso terceiro maior parceiro comercial", disse.

O governo contou com apoio ainda da bancada do Psol. "Com todos os países somos tolerantes, por que seriamos intolerantes com a Venezuela? A adesão interessa ao Brasil, a Venezuela e aos dois povos", disse o deputado Ivan Valente (Psol-SP).

O PMDB, que ameaçou pedir vista do parecer, mudou de idéia e também votou pela entrada da Venezuela no bloco. "Somos favoráveis, mas sem deixar de nos manifestarmos pela concordância com Chavez, seus métodos e suas falácias", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A oposição foi derrotada, já que havia fechado questão contrária a entrada da Venezuela no Mercosul. O deputado Antonio Carlos Magalhães (Democratas-BA), criticou a aprovação. Em sua opinião, um país anti-democrático, como o comandado por Chavez, não poderia fazer parte do bloco.

"É impossível separarmos o presidente do país. Impossível fecharmos os olhos para a ditadura instalada na Venezuela, mas a votação ainda vai para o Plenário", lembrou o deputado.

Maioria das indústrias espera aumentar ou manter investimentos em 2008, diz CNI

Rodrigo Postigo

22/11/2007

A capacidade produtiva está aquém da demanda futura para 20% dos industriais consultados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas a maioria espera aumentar ou pelo menos manter o ritmo de investimentos em 2008.

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira mostrou que 42% das empresas esperam aumentar a compra de máquinas e equipamentos em relação a 2007 e 45% planejam manter o mesmo ritmo. Os demais 13% prevêem redução desses investimentos.

O percentual dos que consideram a capacidade de produção inferior à demanda é maior que o verificado em pesquisas semelhantes em 2005 (17%) e 2006 (16%). Segundo a CNI, essa avaliação é compartilhada por 22% das pequenas empresas e 14% das grandes.

"O fato de as pequenas empresas apresentarem maior necessidade de ampliar a capacidade instalada em 2008 está associado, em boa medida, ao fato dessas pequenas empresas terem investido relativamente menos do que as grandes empresas em 2007", acrescentou a CNI.

Neste ano, 86% das empresas ouvidas planejavam investir e, do total dos projetos previstos, 85% foram realizados total ou parcialmente. A CNI ouviu 1.655 empresas entre 27 de setembro e 8 de novembro.

Reforma tributária ainda está longe de um consenso

Com Ciência / Luciano Valente

22/11/2007

A reforma tributária, debatida há anos e tida como uma necessidade para impulsionar o crescimento do país, voltou a estar em pauta devido às discussões sobre a renovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O presidente Lula, em programa de rádio Café com o Presidente chegou a afirmar que a maior dificuldade da reforma é conciliar os diferentes interesses da União, dos estados e municípios, mas que o texto está quase pronto. “Nós precisamos abrir mão das nossas propostas individuais e construir uma proposta consensual para o país. Estamos perto e vamos mandar logo para o Congresso Nacional”, declarou o presidente.

A reforma tributária tem como objetivo simplificar a cobrança de impostos em âmbito federal, estadual e municipal. Os impostos como o PIS, Cofins, IPI, Cide Combustíveis, ICMS e ISS dariam lugar a apenas três: o Imposto de Valor Agregado Federal (IVA Federal), o Imposto de Valor Agregado Estadual (IVA Estadual) e o Imposto sobre Vendas e Varejo, na esfera municipal.

O atual modelo fiscal é tido como insustentável para o setor produtivo, pois é complexo e cumulativo, gerando o chamado ‘efeito cascata’, ou seja, o imposto é cobrado repetidamente nos vários elos da cadeia produtiva. Além disso, leva à conhecida guerra fiscal, mecanismo que permite aos estados e municípios modificar as alíquotas de seus tributos para atrair empresas e investidores. De acordo com o professor Francisco Lopreato, do Instituto de Economia da Unicamp, o sistema tributário brasileiro tem sua origem no Código Tributário Nacional de 1965 e, desde então, vem sofrendo emendas e leis para adaptá-lo às mudanças econômicas. “Todos esses ajustes criaram uma deturpação muito forte e, o sistema precisa ser revisto”, afirma.

A idéia de unificação dos tributos é considerada boa por Lopreato. Ele explica que um imposto de valor agregado elimina o ‘efeito cascata’, pois possui um sistema de créditos que funciona da seguinte maneira: quando uma empresa vende matéria-prima a uma outra, ela paga o imposto. No momento que esta segunda empresa agrega valor ao produto pronto (através da produção) e o revende, ela usa o valor pago pela primeira empresa como crédito dedutível do valor de seu imposto, recolhendo apenas proporcionalmente ao que ela adicionou. Atualmente, o ICMS estadual funciona desta maneira.

“Em princípio, o IVA é positivo, pois expande este conceito do valor agregado a outros tributos. O risco que temos é o de na unificação, optarmos pelas alíquotas praticadas mais altas e criar um imposto único muito alto”, pondera o economista. Esta é uma possibilidade que afetaria o setor produtivo. O problema é que como existem diversas alíquotas, os estados que praticam as mais altas, irão pressionar para a unificação nestes valores, para não perderem arrecadação. “A harmonização dos diversos interesses é o maior desafio”, conclui Lopreato.

Um ponto polêmico da unificação das alíquotas é a perda de espaço dos governos estaduais, pois eles não poderiam definir a sua estrutura tributária. Lopreato defende que na reforma tributária seja discutida também a distribuição dos impostos. Atualmente, grande parte das verbas municipais passa diretamente do governo federal para os municípios. “Isso é um problema grave, pois os estados estão perdendo poder, mas eles é que conhecem melhor as necessidades de cada cidade”, afirma.

Ao perder a possibilidade de determinar as alíquotas de seus impostos, os estados também ficarão impossibilitados de fazer a ‘guerra fiscal’ para atrair novas empresas. Entretanto, para o pesquisador da Unicamp, essa política de incentivos existe por causa da inexistência de uma política nacional de desenvolvimento industrial regional, que se mostra necessária. A guerra fiscal, segundo ele, faz com que os estados concedam incentivos de maneira desorganizada e, muitas vezes, nem obtenham benefícios muito grandes.

Outra grande discussão é a proposta da tributação dos impostos no destino da mercadoria, ao contrário do que ocorre atualmente, em que o imposto incide na origem. Os estados essencialmente exportadores de bens industrializados, como São Paulo e Amazonas, perderão receita. Internacionalmente, a tributação é feita no destino. Lopreato diz que para São Paulo o prejuízo será menor, já que o estado produz muito, mas também consome bastante. No Amazonas, devido aos incentivos da Zona Franca de Manaus, a diferença entre o consumo e a produção é extrema, e por isso, segundo Lopreato, essa questão necessitará atenção especial.

O economista da Unicamp defende um modelo de distribuição da arrecadação per capita, um sistema de transferências vertical entre a união, os estados e os municípios, e horizontal, entre os estados e municípios, considerando a população. “Isso precisa ser estudado; se você analisar as diferenças entre cidades muito próximas, como na região metropolitana de Campinas, em que se tem Paulínia com um recurso per capita dez vezes maior do que as outras, verá que é preciso mudar isso e distribuir os recursos de uma forma mais uniforme”.

Recentemente, foram implantadas algumas mudanças como a integração de cadastros estaduais, a nota fiscal eletrônica e o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que estão contribuindo para a redução de custos com fiscalização, por parte dos governos, e para a queda dos custos empresariais com as áreas tributárias. Isto, aliado ao crescimento da economia, está também fazendo com que o Brasil tenha tido sucessivos recordes de arrecadação.

Lopreato entende que a atual discussão sobre a prorrogação da CPMF até 2011 deve ser feita dentro do contexto do sistema tributário como um todo. Entretanto, segundo ele, os desafios da reforma são enormes, e atingir um consenso será muito difícil.

Reforma tributária simplificará o ICMS, diz ministro

Rodrigo Postigo

22/11/2007

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira que a proposta de reforma tributária que o governo vai enviar ao Congresso no final deste mês terá foco na simplificação do ICMS. A declaração foi feita na saída do 1º Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional, realizado na Câmara.

"Nossa idéia é mandar no dia 30 uma reforma que vai fazer uma simplificação, assim como foi feito no sistema para as microempresas, o Suersimples. Vamos fazer uma simplificação importante nos tributos federais e nos tributos estaduais, particularmente o ICMS", explicou.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Projeto piloto em Tupi prevê retirada de 100 mil barris por dia em 2010

Rodrigo Postigo

21/11/2007

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella disse nesta terça-feira que a estatal começará um projeto piloto na reserva gigante de Tupi em 2010. A intenção da Petrobrás é retirar inicialmente cerca de 100 mil barris de petróleo por dia do local e entre 1,5 milhão de metros cúbicos e 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

De acordo com Estrella, o objetivo é "queima zero de gás", ou seja, aproveitar todo o insumo explorado na reserva.

Para isso, a Petrobras terá de definir como trazer o gás do local, que fica a 250 quilômetros do litoral brasileiro. "A primeira estimativa é que a opção tradicional, com gasoduto, vai custar mais caro", adiantou.

Segundo o diretor, a Petrobras trabalha com outras três opções. A primeira é construir uma plataforma para liqüefazer o gás no local da extração. Com isso, o gás seria regaseificado nas plantas da Petrobras, que começam a funcionar em maio do ano que vem.

Outra alternativa é construir uma termelétrica para gerar energia em alto mar. Para trazer a energia até o litoral seria construída uma linha de transmissão submarina.

A terceira opção seria construir cavernas na camada de gás para armazenar o insumo para uso posterior.

Lula promete reforma tributária e, em tom de ameaça, defende CPMF

Rodrigo Postigo

21/11/2007

Em plena negociação da prorrogação da CPMF no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ontem, em Blumenau (SC), o envio ao Congresso Nacional de uma nova proposta de reforma tributária até o dia 30 deste mês. Lula disse que espera receber amplo apoio ao projeto por parte de governadores e prefeitos.

"Até o dia 30 deste mês estaremos mandando para o Congresso Nacional uma outra proposta de política tributária, para ver se a gente consegue ter, senão a carga tributária e a política tributária ideal, mas aquela que seja factível e possível com as necessidades dos governadores, dos prefeitos, do governo federal e de suporte da sociedade", disse Lula no Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

"Para que ela seja aprovada no Congresso Nacional é preciso que todos nós tenhamos uma atitude de cooperação, para que a gente faça, não aquela que seria a ideal, mas aquela que vai permitir construir a maioria para aprovar uma política tributária", declarou Lula, que também prometeu enviar, até o dia 30, uma nova proposta de política industrial.

Em nenhum momento o presidente mencionou a CPMF, que foi tema de seu programa semanal de rádio, o "Café com o Presidente", veiculado ontem de manhã. No programa, Lula havia dito que a resistência dos partidos de oposição à contribuição tem motivação eleitoral e, em caso de derrota da prorrogação da CPMF, os responsáveis terão de se explicar: "Eu quero saber quem vai explicar para os prefeitos do Brasil, para os governadores do Brasil e para os pacientes do SUS na hora em que não tiver dinheiro para fazer essa quantidade de atendimentos que eu acabei de citar agora.

Nós vamos ter que arrumar dinheiro em algum lugar". Lula evocou a "consciência" dos senadores ao pedir apoio à prorrogação do imposto: "Eu acho que é normal que os senadores queiram negociar, acho que é normal que algumas pessoas se coloquem contra qualquer tipo de imposto. Mas eu também acho normal que as pessoas tenham responsabilidade na hora de votar e saibam o que significam R$ 40 bilhões no Orçamento da União".

Lula disse que "alguns senadores não estão sabendo o que o dinheiro da CPMF causa de benefício neste País" e que a contribuição é responsável por 40% do orçamento da Saúde: "Eu vejo o discurso de alguns senadores dizendo que, ao não aprovar a CPMF, vão criar problema para o Governo. Não vão criar problema para o Governo, vão criar problema para a sociedade brasileira". E acrescentou: "O Brasil não pode prescindir desses recursos".

Chinaglia diz que reforma tributária será colocada em discussão mesmo sem consenso

Folha Online / Renata Giraldi

21/11/2007

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta terça-feira que não vai aguardar o "consenso" entre os partidos para colocar em discussão a proposta de reforma tributária que o governo deverá enviar na próxima semana. Chinaglia conversou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto com o objetivo de preparar a Câmara para a votação.

"A intenção é acabar com a guerra fiscal e simplificar os tributos. E, evidentemente, permitir que se faça melhor justiça fiscal no país", disse Chinaglia, lembrando que há várias propostas relativas à reforma tributária em tramitação na Câmara, o que obriga a buscar alternativas no regimento interno.

Chinaglia afirmou que tão logo seja enviado o texto da reforma tributária, a proposta será encaminhada aos líderes para depois partir para os debates.

"Se for esperar consenso, não se vota nunca. Há o famoso conflito de interesses. Governadores do mesmo partido divergem, dado que são disputas regionais. Mas há um único consenso: a guerra fiscal não ajuda", disse o petista.

CCJ da Câmara discute entrada da Venezuela ao Mercosul

Rodrigo Postigo

21/11/2007

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados promove hoje audiência pública para discutir a adesão da Venezuela ao Mercosul. O ingresso da Venezuela está previsto no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 387/07, que será votado pela CCJ amanhã.

Foram convidados para a audiência o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, e o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Roberto Pio.

O projeto recebeu parecer favorável do relator, deputado Paulo Maluf (PP-SP). Ele argumentou que a adesão da Venezuela ao Mercosul está de acordo com o Artigo 4º da Constituição, que orienta o país a buscar a integração econômica, política, social e cultural com a América Latina.

Arrecadação federal chega a R$ 484,7 bi e cresce 16% em outubro

Rodrigo Postigo

21/11/2007

A Receita Federal divulgou nesta terça-feira que a arrecadação federal bateu recorde em outubro foi de R$ 54,779 bilhões, aumento nominal de 16,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O montante arrecadado em outubro de 2007 é o maior valor computado pela Receita para o mês em toda a história.

Na comparação com setembro deste ano, o aumento foi de 8,66%.

No acumulado deste ano, a arrecadação do governo federal já alcança R$ 484,747 bilhões, um crescimento de 11,44% em relação aos dez primeiros meses de 2006.

O coordenador-geral de Previsão e Análise de Receitas Federais, Raimundo Eloi, disse que o aumento da arrecadação se deve "a uma combinação de crescimento da economia e recuperação de débitos em atraso, já que não houve aumento de alíquotas no período (janeiro a outubro)".

O aumento da arrecadação em outubro, segundo relatório da Secretaria da Receita Federal (SRF), é decorrente do aumento de impostos recolhidos com importações, cerca de 39,1% a mais que no mesmo mês do ano passado, e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado na venda de automóveis e fumo.

O relatório aponta ainda que o IPI recolhido em outros setores também contribuiu para o aumento, já que o IBGE vem registrando aumento da produção industrial. Em setembro, a produção aumentou cerca de 5% em todo País e gerou melhor arrecadação em outubro.

Reforma tributária chega ao Congresso sem data para sair

Rodrigo Postigo

20/11/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta segunda-feira que o governo encaminhará seu projeto de reforma tributária ao Congresso até o final de novembro, após inúmeros adiamentos, conforme promessa já feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a senadores na última semana.

Analistas políticos, contudo, avaliam com ceticismo a possibilidade de a tramitação da proposta, que é complexa e mexe com grandes interesses dos Estados, avançar ainda durante o governo Lula.

Ricardo Ribeiro, da consultoria MCM, lembra que o governo vem adiando o envio da proposta desde agosto, em uma busca sem sucesso por um consenso com os secretários de Fazenda dos Estados.

Em 2008, haverá ainda o obstáculo das eleições municipais, que tradicionalmente reduzem a quase zero a atividade no Congresso no segundo semestre, afirma o analista.
"Poderíamos, em tese, ter avanços em 2009, mas é difícil saber como estará o ambiente político até lá", disse Ribeiro. "A perspectiva não é muito boa."

Ao anunciar o envio da reforma, Lula disse esperar, com as mudanças, que o país possa ter "senão a carga tributária e a política tributária ideal, mas aquela que seja factível e possível com as necessidades dos governadores, dos prefeitos, do governo federal, e de suporte da sociedade brasileira".

A proposta do governo, de acordo com esboço do projeto divulgado a governadores e parlamentares ao longo do primeiro semestre, prevê a substituição do ICMS, cobrado pelos Estados, por um Imposto sobre Valor Agregado com um número reduzido de alíquotas.

A idéia é que o IVA passe a ser cobrado nos Estados consumidores das mercadorias e serviços, e não nos produtores, acabando com a possibilidade de governadores praticarem guerra fiscal (desoneração de impostos) para atrair investimentos.

O governo também quer substituir a maioria dos impostos coletados pela União por um IVA federal.

Ministro do Planejamento sugere investimento estrangeiro em infra-estrutura

Rodrigo Postigo

20/11/2007

As aplicações em infra-estrutura não devem estar atreladas apenas ao capital do governo. A afirmação é do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que após apresentação sobre investimentos e possíveis benefícios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para empresários que participam do "Encontro Econômico Brasil-Alemanha", sugeriu a participação e o investimento internacional na área de infra-estrutura.

"A concepção do PAC é a de que nós precisamos aumentar os investimentos públicos em estrutura, mas também precisamos viabilizar investimentos privados. Em áreas como as de energia e de logística, nós temos todo o interesse em trazer financiamento estrangeiro para ajudar a fazer melhorias essenciais", assegurou o ministro.

Com relação a possíveis acordos econômicos com a Alemanha para aprimorar o parque industrial e agilizar o escoamento da produção brasileira, Paulo Bernardo lembrou da tradição do comércio entre os dois países e mostrou esperança para futuros investimentos.

"Algumas empresas alemãs atuam no Brasil há mais de 100 anos. A possibilidade de investimento está sempre presente. Ter falado com um público como esse (250 empresários alemães participam do encontro), formado por grandes investidores em potencial, é uma oportunidade fantástica para abrir as possibilidades de parcerias para financiamentos em infra-estrutura."

O presidente da Confederação Nacional da Indústria da Alemanha, Jürgen Thumann, que também esteve presente no encontro econômico internacional, enalteceu as proposições do PAC.
"O programa é muito importante para alavancar as metas comerciais brasileiras", analisou.
Thumann também recomendou a diminuição dos gastos públicos e o melhor direcionamento do orçamento para educação e tecnologia como medidas para estimular os investimentos internacionais no Brasil.

Mercosul: dólar deverá ser dispensado já em janeiro

Agência Estado

20/11/2007

A eliminação do dólar como moeda de transação comercial entre Brasil e Argentina pode acontecer já no início de 2008. O anúncio da "desdolarização" foi feito pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Segundo ele, a medida "seguramente vai dar uma nova qualidade à relação comercial". Isto, porque, ao fazerem a troca de moedas diretamente entre os dois países, sem passar pela etapa de troca por dólares, há uma redução de custos para os exportadores dos dois países, além de desburocratizar a relação comercial. O Brasil exportou US$ 11,7 bilhões em produtos diversos para a Argentina, em 2006, e importou US$ 8 bilhões.

O acerto foi feito hoje durante reunião de cerca de duas horas entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Cristina Kirchner, no Palácio do Planalto. O encontro também foi marcado por discussões na área energética, grande preocupação dos dois países. Foram discutidos desde os novos investimentos da Petrobras na Bolívia, que vão beneficiar os dois países, que compram gás boliviano, passando pela construção da hidrelétrica de Garabi, na Argentina, considerada uma prioridade, até cooperação na área nuclear.

Em relação à desdolarização, Marco Aurélio Garcia destacou a complexidade da sua implementação. "A desdolarização é uma coisa importante, mas ela implica a criação de um sistema de pagamentos entre os dois países, que é um sistema complexo", declarou o assessor palaciano, que explicou que para a entrada em vigor deste processo, teve de ser criado um software específico só para organizar este sistema de pagamentos, que passa a ser diário. "A impressão que tenho é que, já no começo do próximo ano, ele (o software) comece a ser efetivamente aplicado", declarou, explicando que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está resolvendo as últimas questões técnicas.

Garcia destacou que "a política de valorização cambial do Brasil" trará maior equilíbrio no comércio entre os dois países. "O presidente Lula tem muito empenho de que o comércio de Brasil e Argentina se equilibre", declarou. O real valorizado torna mais competitivo o produto argentino em relação aos brasileiros.

A presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, por sua vez, informou que acertou com o presidente Lula que Brasil e Argentina passarão a ter duas reuniões bilaterais por ano para discutir e trabalhar sobre temas de interesses das duas nações, para reforçar as relações entre os dois países além do Mercosul. A primeira reunião foi marcada para fevereiro, em Buenos Aires.

Cristina ressaltou, porém, que na reunião foi destacada a necessidade de fortalecer o bloco regional para se ter maior poder nas relações internacionais. Quanto aos encontros bilaterais que ocorrerão a partir do ano que vem, informou ela, deverá ser restabelecida uma metodologia com metas, prazos e objetivos para serem alcançados. "O mais importante é que se tenha a percepção de que o processo de integração avance com resultados concretos, que possam ser verificados", afirmou.

A presidente eleita explicou ainda que as reuniões entre os dois países não serão feitas entre representantes de Ministérios específicos, mas por áreas de cooperação, o que poderá envolver mais de um ministério. Segundo fonte do Palácio do Planalto, na reunião de hoje os temas foram abordados de maneira bastante genérica. Além de energia e do comércio exterior, os dois governos discutiram mecanismos de financiamento de longo prazo para a Argentina com a participação do BNDES.

Marco Aurélio informou ainda que, no encontro, o presidente Lula "insistiu muito na necessidade de cooperação entre a Enarsa (petrolífera argentina) e a Petrobras, inclusive em prospecção em águas profundas". Segundo ele, "há fundadas suspeitas da parte dos geólogos de que há um manancial petrolífero que se estenda mais ao sul, mas isso é especulação, e não podemos falar senão as ações vão subir muito".

Marco Aurélio minimizou a possibilidade de a maior integração Brasil e Argentina causar ciúmes nos demais países do Mercosul e também reduzir a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez. "De maneira nenhuma, Isso é uma visão tacanha e mesquinha da política sul-americana. A política sul-americana só se beneficiará de uma boa relação de Argentina e Brasil", disse ele, enfatizando que os dois países não temem que o Mercosul saia de foco com o fortalecimento da relação bilateral. "A política brasileira e a política argentina não são movidas por temores, mas por um otimismo extraordinário", completou ele, defendendo uma "política de inclusão" de todos os países.