Rodrigo Postigo
21/11/2007
Em plena negociação da prorrogação da CPMF no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ontem, em Blumenau (SC), o envio ao Congresso Nacional de uma nova proposta de reforma tributária até o dia 30 deste mês. Lula disse que espera receber amplo apoio ao projeto por parte de governadores e prefeitos.
"Até o dia 30 deste mês estaremos mandando para o Congresso Nacional uma outra proposta de política tributária, para ver se a gente consegue ter, senão a carga tributária e a política tributária ideal, mas aquela que seja factível e possível com as necessidades dos governadores, dos prefeitos, do governo federal e de suporte da sociedade", disse Lula no Encontro Econômico Brasil-Alemanha.
"Para que ela seja aprovada no Congresso Nacional é preciso que todos nós tenhamos uma atitude de cooperação, para que a gente faça, não aquela que seria a ideal, mas aquela que vai permitir construir a maioria para aprovar uma política tributária", declarou Lula, que também prometeu enviar, até o dia 30, uma nova proposta de política industrial.
Em nenhum momento o presidente mencionou a CPMF, que foi tema de seu programa semanal de rádio, o "Café com o Presidente", veiculado ontem de manhã. No programa, Lula havia dito que a resistência dos partidos de oposição à contribuição tem motivação eleitoral e, em caso de derrota da prorrogação da CPMF, os responsáveis terão de se explicar: "Eu quero saber quem vai explicar para os prefeitos do Brasil, para os governadores do Brasil e para os pacientes do SUS na hora em que não tiver dinheiro para fazer essa quantidade de atendimentos que eu acabei de citar agora.
Nós vamos ter que arrumar dinheiro em algum lugar". Lula evocou a "consciência" dos senadores ao pedir apoio à prorrogação do imposto: "Eu acho que é normal que os senadores queiram negociar, acho que é normal que algumas pessoas se coloquem contra qualquer tipo de imposto. Mas eu também acho normal que as pessoas tenham responsabilidade na hora de votar e saibam o que significam R$ 40 bilhões no Orçamento da União".
Lula disse que "alguns senadores não estão sabendo o que o dinheiro da CPMF causa de benefício neste País" e que a contribuição é responsável por 40% do orçamento da Saúde: "Eu vejo o discurso de alguns senadores dizendo que, ao não aprovar a CPMF, vão criar problema para o Governo. Não vão criar problema para o Governo, vão criar problema para a sociedade brasileira". E acrescentou: "O Brasil não pode prescindir desses recursos".
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