quarta-feira, 11 de março de 2009

PIB mostra que Brasil não está imune à crise, diz Meirelles

OMC pede para o Brasil reduzir tarifas de importação

IFRS: Estoques devem ser baixados como perda

De complexo para indecifrável

Brasil ganha destaque no mercado automobilístico

O maior de todos os astros será sempre menor do que a sua própria lenda

Ivan Postigo

Você já parou para pensar que Hércules, Tarzan, Aquiles, Gengis-Kan, os samurais, Napoleão e outras pessoas ou mitos realizaram em suas épocas feitos praticamente impossíveis de serem repetidos?
Hum, você vai me dizer: “-Você está vendo televisão demais, afinal está misturando personagens com pessoas!”
É verdade, para que tenhamos uma referência maior sobre lendas e possamos divagar um pouco mais nesta conversa.
Sempre fui apaixonado por futebol, quem sabe motivado pelo meu pai que ficava grudado no radio ouvindo as partidas, torcia, torcia, me levava aos campos e contava histórias dos grandes astros.
Eu devo ter seguido mais ou menos por esse caminho, meus filhos também gostam de bater uma bolinha quando têm oportunidade, mas isso me ensinou uma lição interessante.
Os ídolos de meu pai não foram os meus e não são os de meus filhos.
Um dia, assistindo a um vídeo tape de um jogo da seleção, meus filhos me chamaram a atenção: :”- Pai, você disse que os jogadores A , B e C eram craques, mas eles não tem o mesmo domínio de bola que os craques de hoje e olha, os nossos goleiros são muito melhores do que os de antigamente!”
É verdade, se há uma posição que evoluiu muito foi a do goleiro.
Diante desses comentários comecei a assistir a jogos antigos e prestar atenção, os feitos de fato eram menores do que a imagem que eu tinha em mente.
Minhas lembranças, misturadas a imaginação, faziam com que determinadas jogadas parecessem mais empolgantes, agora revendo percebia que eu havia colocado um pouco mais de cor na situação.
Nesse período eu estava trabalhando na construção da marca de um produto e estudava com entusiasmo tudo que podia encontrar sobre empresas vencedoras.
Inevitavelmente encontrava historias de desbravamento, coragem, ousadia, loucuras, sustentando o feito de seus criadores.
Olhando em volta não conseguia encontrar empresas e empresários fazendo algo parecido, eu buscava exemplos próximos, que pudessem ser vistos, apresentados, acompanhados, mas tudo parecia real demais perto do que eu vinha lendo.
Havia muito trabalho, dedicação, empolgação, mas nenhum ato heróico!
Fui estudar os mitos, homens comuns na vida real, referencias históricas na literatura.
Comecei a prestar atenção em produtos que atravessaram décadas e hoje ainda são ícones.
Comecei a conversar com pessoas que lembravam com saudade de marcas, produtos, nomes, cuja importância parecia inigualável, mas então porque tinham desaparecido?
Uma luz começou a acender: “O maior de todos os astros será sempre menor do que a sua própria lenda”.
O distanciamento de fatos importantes ou trágicos certamente dará a eles uma dimensão maior do que realmente tiveram quando recontados, repetidamente.
Você que tem uma empresa, tem uma marca, que precisa que esta tenha maior destaque no mercado, não deixe de agregar a esta sua história de trabalho, de dedicação, de atrevimento.
Não vale mentir, pode até exagerar um pouquinho, afinal atrás de cada mito também há um pouco de exagero.


Ivan Postigo
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Autor do Livro : Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas.
Fone 11 4526 1197 e 11 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br

PIB mostra que Brasil não está imune à crise, diz Meirelles

Fundamentos sólidos ajudarão em retomada econômica, acrescenta ele.Queda do quarto trimestre foi influenciada por 'ajuste de estoques', diz.
G1 / Alexandro Martello
11/03/2009
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, avaliou nesta terça-feira (10) que o recuo de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre deste ano mostra que o Brasil não está "imune" aos efeitos da crise internacional.
"O resultado do PIB do quarto trimestre divulgado hoje pelo IBGE mostrou que a economia brasileira não está imune à crise no mercado globalizado", avaliou o presidente do BC, por meio de comunicado distribuído por sua assessoria de imprensa.
Fundamentos sólidos
Segundo a avaliação de Meirelles, a queda do PIB no último trimestre de 2008 foi "fortemente influenciada" por ajuste de estoques em alguns setores da economia. Mesmo assim, diz ele, o crescimento de 5,1% registrado em todo ano passado mostra que a economia tem "fundamentos sólidos".
"Apesar da queda do último trimestre, fortemente influenciada por ajuste de estoques em alguns setores, o crescimento do PIB de 5,1% em 2008, impulsionado pela demanda doméstica e crescimento da renda, mostra que a economia brasileira tem fundamentos econômicos sólidos. Isso ajudará na retomada, fazendo com que o Brasil tenha condições de sair mais rapidamente da crise", concluiu o presidente do BC.

IFRS: Estoques devem ser baixados como perda

Para a Apimec-SP, uma questão fundamental na contabilização é o valor do custo ser reconhecido como um ativo
Financial Web
11/03/2009
A Comissão de Normas Contábeis da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP) abriu a discussão de alguns pronunciamentos técnicos do Comitê de Procedimentos Contábeis (CPC) que estão em audiência pública. Os documentos se referem à transação dos modelos contábeis brasileiros aos moldes internacionais do IFRS.
Segundo comunicado encaminhado à imprensa nesta segunda-feira (09), as discussões abertas nesta semana estão o CPC 16, que trata de estoques. O pronunciamento dá orientações sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado — incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido, bem como sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques.
“Uma das inovações importantes trazidas por este pronunciamento é a necessidade de divulgação do montante de estoque baixado como perda no período, do montante de reversão de perdas do período e das circunstâncias que promoveram as reversões de baixas efetuadas”, comentaram os especialistas da Apimec-SP.

Fora de foco

Valor Econômico
11/03/2009
Um alerta deveria acompanhar os resultados de 2008 que as companhias abertas terão que publicar até o fim deste mês. O que já era complexo na numerologia dos balanços, agora está perto do indecifrável.
A fotografia trimestral do desempenho das empresas com ações em bolsa, essencial para a tomada de decisão dos investidores, deve sair desfocada justamente num dos períodos mais críticos da economia global. O principal motivo é a mudança das regras contábeis no Brasil. No momento, o país está num processo que, em 2010, pretende levar as empresas brasileiras ao mundo das normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês), uma tentativa de unificação da língua falada pelas companhias. O futuro parece promissor: como o IFRS já foi adotado em cerca de 110 países, os investidores poderão comparar as empresas de diferentes regiões. Mas, até lá, apertem os cintos e peçam proteção a São Mateus, o padroeiro dos contadores. Do jeito que as coisas estão, o balanço não se compara nem com ele mesmo. Os ajustes nem sempre são pequenos e há setores com maior potencial de dano, como construção e aviação civil. Para tornar pior o que já estava ruim, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com o endosso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), liberou as empresas de aplicar as novas práticas aos números de 2007, o que eliminou a base de comparação. A ideia foi facilitar a vida das companhias, perdidas em meio à enxurrada de normas que entraram em vigor em 2008. Mas a benesse dificultou - e muito - a vida dos investidores. "É um pedágio que todos estão tendo de pagar", disse Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. "No longo prazo, vai melhorar muito. Mas, agora, a confusão está grande." Estamos diante de uma espécie de marco zero da contabilidade. Não é a primeira vez. A Lei das Sociedades por Ações, de 1976, causou rebuliço semelhante. Porém, naquela época, o mercado de capitais estava longe de ter a importância que ganhou nos últimos anos. "Tivemos três dias para fazer o que a Europa fez em cinco anos", afirmou Nelson Carvalho, vice-coordenador técnico do CPC e professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Financeiras e Atuariais (Fipecafi-USP).
Carvalho refere-se à assinatura, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da lei que deu livre curso à reforma contábil, no dia 28 de dezembro de 2007, para vigência a partir de 2008. Depois de sete anos de lenta tramitação no legislativo, a expectativa era que a lei só fosse aprovada em 2008, o que daria um prazo maior para os reguladores. A confusão ajudou a tornar mais lenta a safra de balanços. Com 21 dias para vencer o prazo legal, só 121 empresas, de um universo de 650 registradas na CVM, apresentaram o balanço completo e auditado de 2008. O perda maior, em termos de informação, está nos resultados do quarto trimestre. Para fins de publicação legal, só existem os três primeiros trimestres do ano - o quarto é engolido pelo balanço anual. No entanto, o mercado não abre mão dessa informação. Como não houve nenhuma orientação específica da CVM para o período, as opções foram variadas e, em alguns casos, o quarto trimestre não se compara nem ao terceiro trimestre e nem ao mesmo período de 2007.
Um dos principais articuladores do processo de adoção das normas internacionais no Brasil, o diretor da CVM Eliseu Martins, admite a existência de um vácuo regulatório para o quarto trimestre. Ele recomenda que se apresentem os dados de ambas as formas: nova e antiga. A dificuldade com os balanços desta temporada foi tanta - para fazer e para entender - que surgiram diversos resultados para um único período. Foi preciso buscar novas qualificações para tentar colocar ordem na balbúrdia contábil: há lucros "teóricos", resultados "orgânicos" e muitos números em choque que tiveram que ser "reconciliados".
E houve ainda quem não soube como fazer e tentou simplesmente deixar para lá. Num primeiro momento, a empresa decidiu não apresentar o quarto trimestre, mas acabou tendo que comentar os dados com analistas insatisfeitos.
"O cliente não quer saber da dificuldade. Quer uma conclusão: foi bom ou ruim", enfatiza Lika, da Fator Corretora.

Brasil ganha destaque no mercado automobilístico

País ultrapassa França, Itália e Reino Unido e torna-se 6º maior produtor de veículos.
Revista Fator
11/03/2009
Depois de passar por um susto na segunda metade de 2008, quando as vendas despencaram e as montadoras acumulavam estoques, a indústria automobilística nacional começa agora a apresentar os primeiros sinais de recuperação. Só nos primeiros 16 dias úteis de fevereiro, o total de licenciamentos realizados registrou volume médio 1,33% maior do que o mesmo período de 2008 – 10.711 unidades por dia ante 10.570 registradas no período anterior.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ainda não formulou projeções para 2009, em decorrência da crise financeira que atingiu o mercado de veículos ao redor do mundo, mas, de acordo com as metas estabelecidas antes da turbulência global e com os investimentos em curso, as perspectivas são positivas. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, poderemos chegar em 2012, 2013 ou ainda 2014 a uma produção de 5 milhões de veículos, destinando 4 milhões deles para o mercado interno e 1 milhão de unidades para o externo.
O aquecimento da economia no início de 2008 não só impulsionou um fechamento bastante satisfatório para o setor, como fez o Brasil ganhar posição ainda mais prestigiada como fabricante e consumidor, pelo potencial mercado interno de veículos. Segundo a Anfavea, o setor registrou crescimento de 8% em relação à 2007, produzindo 3,21 milhões de veículos, ante 2,98 milhões no ano anterior. A produção nacional chegou a 2,82 milhões e o segmento saltou da 7ª para a 6ª posição entre os maiores do mundo, ficando atrás do Japão, Estados Unidos, China, Alemanha e Coréia do Sul.
O mercado interno também avançou e se mostra um terreno fértil para investimentos nos próximos anos, passando de 8º para 5º maior do mundo. De acordo com a assessoria de imprensa da Anfavea, o Brasil ingressou no rol seleto dos maiores produtores e consumidores da indústria automobilística, em razão dos elevados investimentos feitos no setor e da presença dos maiores fabricantes de veículos mundiais no País, com atividade industrial.
Para atender a este volume de produção, o parque fabril nacional está sempre se atualizando. E, segundo a Anfavea, apresenta hoje um nível tecnológico e de ‘design’ que está entre as melhores indústrias do gênero. O setor também está envolvido em um processo de constante evolução, focado na ampliação da capacidade de produção, elevação tecnológica, lançamento de novos produtos que atendam a consumidores exigentes.
Entre os anos de 1994 e 2007 o Brasil recebeu US$ 38,5 bilhões em investimentos de fabricantes de veículos e autopeças, o que proporcionou uma expansão da capacidade de produção de veículos para 3,85 milhões de unidades ao ano. Conforme projeta a Anfavea, entre 2008 e 2013 os investimentos devem ficar em torno de US$ 21 bilhões.
A entidade acredita que o Brasil confirma a máxima de que não há país que seja um grande produtor de veículos se não tiver uma ampla demanda. Segundo informações da assessoria de imprensa, as tendências são de que a produção no País tenha foco predominante no mercado interno, utilizando a importação como complemento dos produtos que o Brasil não oferece em escala viável para produção. Segundo a Anfavea, este perfil é possível graças à alta capacitação do segmento nacional que conta com as principais montadoras mundiais, ampla gama de produtos, domínio da técnica de produção de veículos a álcool e bons profissionais de engenharia e design.
A associação antecipa que a tendência do mercado é priorizar veículos mais econômicos e menos agressivos ao meio ambiente. Os carros que ganharão espaço nos próximos anos devem ser econômicos em termos de combustível, ter durabilidade, poder rodar com biocombustíveis – no nosso caso o etanol para o qual temos o veículo flex fuel, capaz de circular com qualquer mistura de gasolina e álcool – e ser amigáveis em relação ao meio ambiente. A era das “carroças” parece definitivamente ter ficado para trás.

Brazil Will Avoid ‘Profound Recession,’ Bradesco’s Cappi Says

By Telma Marotto
March 10 (Bloomberg) -- Brazil’s economy will keep expanding and avoid a “profound recession” because of domestic demand, said Luiz Carlos Trabuco Cappi, chief executive officer of Banco Bradesco SA.
“Brazil is able to grow and its local market is its safeguard to get through this crisis,” Cappi said late yesterday after shareholders approved him as the new head of Brazil’s second-largest non-government bank by assets. “We are not in a profound recession.”
Cappi, 57, who replaces Marcio Artur Laurelli Cypriano, takes over at Bradesco as Brazil’s economic growth slows and competition intensifies. Government-controlled Banco do Brasil SA boosted assets through acquisitions in recent months and Banco Itau Holding Financeira SA combined with Uniao de Bancos Brasileiros SA to form Itau Unibanco Banco Multiplo SA, the largest financial institution in Latin America.
Osasco-based Bradesco has no plans to acquire rivals, said Cappi, who has worked 39 years at Bradesco, most recently as head of the insurance and pension fund unit.
“There’s no need right now,” he said. “And the opportunities are very reduced at this point.”
Brazil’s economy shrank 3.6 percent in the fourth quarter from the previous three months, the most on record, the government reported yesterday. Gross domestic product expanded 1.3 percent from the year-ago period.

UPDATE 4-Brazil economy shrinks at fastest rate since 1996

Tue Mar 10, 2009 4:10pm EDT
By Todd Benson
SAO PAULO, March 10 (Reuters) - Brazil's economy had its worst showing in more than a decade in the last quarter of 2008, shrinking a larger-than-expected 3.6 percent from the previous quarter as the global financial crisis took a heavy toll on Latin America's biggest country.
The result snapped a three-year run of nonstop growth for Brazil, which until recently appeared to be sidestepping the brunt of the crisis and was one of the few remaining engines of global growth as major economies in Europe, the United States and Asia sputtered.
The weak numbers, released on the same day that the International Monetary Fund warned that the world economy was headed for a "Great Recession," also bolstered the view that Brazil's central bank will need to aggressively cut interest rates to prevent a prolonged downturn.
On an annual basis, gross domestic product expanded just 1.3 percent in the fourth quarter from a year earlier, slowing sharply from a blistering growth rate of 6.8 percent in the third quarter, the government's statistics agency IBGE said.
More recent data has shown that Brazil's economy started 2009 on an even weaker footing, prompting some analysts to predict that the South American giant could end up this year with zero growth.
"The fact the economy slowed so sharply in the fourth quarter sets the stage for an even steeper slowdown in 2009," said Roberto Padovani, chief economist at WestLB do Brasil.
Industrial output posted its worst-ever yearly plunge in January, sinking 17.2 percent, the IBGE said Friday. Consumer confidence hit an all-time low in February, and companies like aircraft manufacturer Embraer (EMBR3.SA)(ERJ.N) are laying off thousands of workers to cope with plummeting demand.
On the flip side, the downturn has helped ease inflation as retailers slash prices to attract customers, potentially paving the way for a string of interest-rate cuts.
Interest-rate futures <0#dij:> at the BM&F Commodities and Futures Exchange in Sao Paulo fell sharply after the GDP numbers were released as investors priced in the chances of steeper rate cuts in the months ahead.
Most analysts were expecting Brazil's central bank to slash its benchmark lending rate by 100 basis points on Wednesday. But the consensus changed after the release of the GDP data, which showed the largest quarterly contraction since 1996.
Of 20 economists surveyed by Reuters on Tuesday, 16 predicted the bank will now cut rates by 150 basis points. [ID:nSAQ000262]
"The chances of a more aggressive rate cut increased significantly," said Jankiel Santos, chief economist at BES Investimento in Sao Paulo.