quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Brasil vai iniciar produção de urânio enriquecido em escala industrial

BID eleva recursos para financiamento na América Latina

Déficit comercial dos EUA cai ao menor valor em 5 anos

Empresas aceleram reestruturações para garantir uso do ágio

Investidores em imóveis veem Brasil como 2º mercado mais atraente

Temporada de limpeza de balanço está só começando

Temporada de limpeza de balanço está só começando

Valor Econômico
14/01/2009
A informação revelada na quarta-feira de que a Time Warner vai reduzir o valor de seus ativos em US$25 bilhões deverá ser um alerta para os investidores: baixas contábeis enormes são algo importante – e não são apenas as companhias de serviços financeiros que precisam delas.
As ações da Time Warner chegaram a cair 9% depois que a empresa de mídia anunciou essa provisão enorme contra os lucros para dar baixa nos chamados bens intangíveis de seus segmentos de TV a cabo, publicação e internet.
As perdas não foram uma surpresa, mas alguns investidores parecem ter sido pegos desprevenidos mesmo assim. Conforme escrevi em novembro, qualquer um que tivesse olhado para a queda do valor de mercado da Time Warner no ano passado podia ver que a companhia estava dando aos seus ativos valores muito mais altos que aqueles que o mercado acreditava que eles tinham. A empresa simplesmente foi lenta na atualização.
Baixas de ativos deste tipo – incluindo reavaliações que reconhecem a perda de valor em marcas, direitos de franquias e outros ativos não-financeiros que carecem de substância física – são importante por algumas razões. Elas são prospectivas porque dizem que a administração concluiu que os fluxos de caixa futuros não correspondem às estimativas anteriores.
Essas despesas, ou a falta delas, também representam um teste de credibilidade. Se os executivos de uma companhia não admitem problemas óbvios, isso é um sinal de que o resto de seus números também podem ser suspeitos.
Antes da notícia da quarta-feira, a ação da Time Warner era negociada a cerca de um terço menos que seu valor contábil, ou patrimônio líquido. Seu valor de mercado estava alguns bilhões de dólares abaixo dos US$42,5 bilhões em ativos intangíveis que apareciam no balancete de 30 de setembro. Em outras palavras, os ativos intangíveis supostamente valiam mais que a Time Warner inteira.
Uma razão que não faz sentido é que os ativos intangíveis não podem ser vendidos por si só. Eles são apenas a entrada de contabilização que as companhias registram quando pagam um ágio para comprar outra empresa. As baixas contábeis são um reconhecimento da Time Warner de que ela pagou demais por aquisições prévias. Talvez uma equipe administrativa diferente tivesse se saído melhor. Pelo menos agora, o patrimônio da empresa parece que vai se aproximar de seu valor de mercado.
Há muito mais do lugar de onde isso veio. Até quarta-feira, a Time Warner estava entre as 196 empresas americanas que valiam menos que seus ativos intangíveis e que estavam sendo negociadas com um desconto sobre o valor contábil, segundo dados da Bloomberg. Combinadas, essas companhias tinham cerca de US$808 bilhões em ativos intangíveis, mais da metade dos quais eram fundos de comércio (“goodwill”). Em comparação, o valor de mercado dessas empresas era de cerca de US$ 451 bilhões. (Os números excluem empresas com valor de mercado de US$100 milhões ou menos).
Até 30 de setembro, o Bank of America mostrava cerca de US$ 112,1 bilhões em ativos intangíveis, incluindo US$ 81,8 bilhões em fundos de comércio. Seu valor de mercado está agora em apenas US$ 67m2 bilhões, ou menos da metade do valor contábil. O balanço do Citigroup mostrava US$63,1 bilhões em intangíveis, incluindo US$39,7 bilhões em fundos de comércio; em comparação, o valor de mercado é de US$39 bilhões.
A News Corp., controladora do “The Wall Street Journal” e da Fox News, tinha US$31,9 bilhões em intangíveis, incluindo US$18,2 bilhões em fundos de comércio. O valor de mercado é de US$ 24,3 bilhões. Outras companhias da lista incluem a provedora de telecomunicação Sprint Nextel, a fabricante de equipamentos médicos Boston Scientific, a operadora de bolsas de valores NYSE Euronext, a varejista Macy’s, a editora jornalística Ganett e as administradoras de investimentos Legg Mason e Invesco.
Há apenas uma maneira de restabelecer a confiança nas demonstrações financeiras. É certificar que elas voltarão a ter alguma semelhança com a realidade. O alerta da Time Warner deve ser só o começo.

Empresas aceleram reestruturações para garantir uso do ágio

Valor Online / Marta Watanabe
14/01/2009
A mudança na lei contábil provocou uma corrida das empresas de capital aberto para implementar reestruturações societárias com o objetivo de garantir o uso do benefício tributário que permite descontar do Imposto de Renda (IR) o ágio pago em aquisições.
Em 2008 foram enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 15 comunicados anunciando a acionistas incorporações ou cisões que tinham como uma das justificativas possibilitar o aproveitamento do ágio. Somente em dezembro de 2008 foram enviados à CVM quatro comunicados, metade dos oito emitidos em todo o ano de 2007 para o mesmo tipo de operação.
É fácil entender o motivo da pressa das empresas em aproveitar o ágio. Criado em 1997 para viabilizar as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, o benefício fiscal do ágio corre risco de ser extinto. Em janeiro de 2008 a nova lei contábil eliminou a amortização do ágio, procedimento que tinha como resultado tributário a dedução integral da parcela amortizada não só no IR como na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Desde então, surgiu entre as empresas o receio de que a mudança contábil gere um novo tratamento tributário pelo qual perderiam direito às deduções milionárias propiciadas pelo ágio. O resultado foi, durante 2008, uma corrida para fazer as operações o mais rapidamente possível, enquanto a legislação tributária que permite a dedução ainda está em vigor. Não se sabia se essa mudança contábil seria neutra para o cálculo dos impostos. Em dezembro a MP nº 449/2008 regulamentou a nova lei contábil e garantiu a neutralidade tributária até o fim de 2009.
Os tributaristas dizem que a MP deu sossego momentâneo, mas em 2009 as empresas devem voltar a acelerar as reestruturações societárias que permitem o uso do ágio. Isso porque ninguém sabe se o benefício será mantido a partir de 2010.

Déficit comercial dos EUA cai ao menor valor em 5 anos

Rodrigo Postigo
14/01/2009
A contração da demanda dos consumidores e a queda dos preços do petróleo fizeram o déficit comercial dos Estados Unidos cair, em novembro, para US$ 40,442 bilhões, menor quantia em cinco anos - desde novembro de 2003.
No total, a diferença entre as importações e as exportações americanas caiu 28%, a maior em 12 anos, influenciada por todo o barateamento do petróleo importado, segundo informou nesta terça-feira o governo dos EUA.
Em novembro, os consumidores americanos adquiriram 12% menos bens e serviços de outros países, e as exportações americanas foram as menores em quase três anos.
Os números do governo mostram que as importações ficaram em US$ 183,2 bilhões, seu nível mais baixo em dois anos e meio. Já as exportações caíram 5,8%, ficando em US$ 142,8 bilhões.
A economia dos Estados Unidos entrou em recessão em dezembro de 2007 e a contração do comércio mundial provavelmente continuará por meses, com queda dos preços e do crédito que levam consumidores e empresários no mundo todo a cortar suas despesas.

Brasil vai iniciar produção de urânio enriquecido em escala industrial

Valor Online
14/01/2009
A empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai fabricar urânio enriquecido em Resende, no sudoeste fluminense, a partir do próximo mês. Até o final do ano a produção deve chegar 12 toneladas da matéria-prima do combustível utilizado em usinas nucleares. A expectativa da INB é produzir, até 2012, todo urânio enriquecido utilizado na usina nuclear de Angra 1 e 20% para Angra 2.
As informações são do diretor de Produção do Combustível Nuclear da INB, Samuel Fayad Filho, que considera ao processo nacional de enriquecimento de urânio "um salto".
"O grande avanço é que no futuro nós não vamos depender de serviços externos para uma tecnologia importante. Não teremos nenhum problema de alguém fechar a válvula do gás", disse o diretor se referindo ao episódio do corte de fornecimento de gás Gazprom da Rússia para a Ucrânia e demais países da Europa ocorrido na semana passada.
De acordo com Fayad Filho, a produção nacional de urânio enriquecido vai trazer ao Brasil uma economia de US$ 25 milhões, o correspondente ao que o país gasta para enriquecer o mineral no exterior. Até agora, o Brasil tinha o minério, mas por não dominar o processo de enriquecimento exportava o material bruto e comprava de um consórcio de empresas européias o urânio enriquecido.
A tecnologia para o enriquecimento de urânio foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O país será o nono a dominar o processo de enriquecimento do mineral.

BID eleva recursos para financiamento na América Latina

Agência Brasil
14/01/2009
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgou nesta terça-feira informação que vai ampliar dos atuais US$ 400 milhões para US$ 1 bilhão a dotação para seu Programa de Facilitação de Financiamento ao Comércio Regional (TFFP).
A informação é do presidente do BID, Luis Alberto Moreno. Ele disse que o reforço financeiro complementa outra iniciativa recente do BID, o Programa de Liquidez para Sustentabilidade do Crescimento, no valor de US$ 6 bilhões, que "visa aliviar o impacto da atual crise financeira na região, decorrente da escassez de fluxos comerciais".
O BID não detalha quanto será destinado a cada país, uma vez que a demanda de comércio por regiões é que vai determinar os valores a serem contratados. Moreno destacou que o banco vai oferecer empréstimos e dar apoio a transações de financiamento em dólares e em outras moedas.
Por meio do TFFP, o BID proporciona garantias para cobertura de cartas de crédito documentais, notas promissórias e outros instrumentos usados no financiamento do comércio internacional. Pelo programa, os bancos podem expandir suas atividades de financiamento comercial na América Latina e no Caribe.
Lançado em 2005, o TFFP é o instrumento pelo qual o BID investe no crescimento econômico e na ampliação do financiamento comercial à disposição de empresas da América Latina e do Caribe. Até agora, o BID já aprovou mais de US$ 419 milhões em garantias, para 532 transações comerciais, que totalizam US$ 554 milhões.

Brazil Stocks Gain on Prospect of Bigger Rate Cuts; Bolsa Drops

By Alexander Ragir and William Freebairn
Jan. 13 (Bloomberg) -- Brazilian stocks rose for the first time in three days on speculation the central bank will make bigger cuts in interest rates to boost the economy.
Redecard SA, which processes credit-card purchases for Mastercard Inc., led gains on the Bovespa index as traders increased bets the main rate may be cut by 75 basis points next week. Retailer Lojas Renner SA advanced as Itau Corretora said falling rates create an “unprecedented” growth environment for Brazil. Petroleo Brasileiro SA gained as oil rose for the first time in six days. Brazilian banks fell after Morgan Stanley downgraded the industry on concern about the earnings outlook.
“Through 2009, monetary conditions will become very auspicious for a recovery,” Itau’s chief economist Guilherme de Nobrega wrote in a note. An expected 3 percentage point cut in the benchmark Selic rate, along with a weaker currency “will create an unprecedented environment for growth.”
Brazil’s Bovespa index added 140.76, or 0.4 percent, to 39,544.23. Mexico’s Bolsa slid 0.5 percent and Chile’s Ipsa rose 0.1 percent. The MSCI Emerging Markets index lost 0.4 percent.
Investors stepped up bets on Brazil rate reductions today, pushing down the yield on the overnight interbank futures contract maturing in January 2010 by 12 basis points, or 0.12 percentage point, to 11.56 percent.
Rate Cuts
Economists predict the central bank will cut the rate to 13 percent at its next policy meeting, on Jan. 21, according to the median of six estimates compiled by Bloomberg. The reduction would be the first since September 2007.
Redecard climbed 6.2 percent to 25.80 reais.
Lojas Renner led gains for retailers, rising 1.6 percent to 15.80 reais, on the prospect that lower rates would spur consumer spending.
Lower rates may hurt the nation’s banks, Morgan Stanley said.
“Most large cap banks in Brazil have asset-sensitive balance sheets; thus, falling interest rates normally result in margin compression,” analyst Jorge Kuri wrote. “This, combined with a sharp deceleration in volumes and a pickup in non- performing loans, makes the earnings outlook less favorable.”
Profit margins fall with interest rates because short-term investments tied to the benchmark Selic rate represent “the bulk” of their assets, according to Morgan Stanley.

World Economic Fears Send Brazil Stocks Down Again

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: January 13, 2009
Filed at 8:28 p.m. ET
SAO PAULO, Brazil (AP) -- Stocks fell in Mexico and Brazil on Tuesday on fears about the health of U.S. businesses and declining industrial employment in Brazil.
Brazil's benchmark Ibovespa index dropped for a third day session, by 1 percent to 41,583. Mexico's IPC index fell 0.5 percent to 21,047.
Investors were spooked after U.S. aluminum giant Alcoa Inc. kicked off the fourth quarter earnings season in disappointing fashion. In Brazil, the government reported that industrial employment fell 0.6 percent in November, the largest drop in five years.
Stocks posted minor gains in Argentina and Chile.
Argentina's Merval closed up 0.3 percent at 1,132. Chile's IPSA rose 0.1 percent to 2,470.