quarta-feira, 26 de março de 2008

Acordo entre as duas bolsas deve sair logo

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Luciano Feltrin

26/03/2008

O acordo de integração operacional entre a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) e a Bovespa deve ser fechado antes da data-limite fixada por ambas. As duas companhias mantêm negociações há pouco mais de um mês. E têm até 18 de abril para anunciar os termos de uma provável fusão. "Os entendimentos estão indo muito bem. Estamos entusiasmados e otimistas e temos o desejo de que a operação saia o mais rápido possível", afirmou ontem o diretor-geral da BM&F, após a primeira reunião da empresa na Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) de São Paulo.

Na avaliação do executivo, entretanto, há alguns aspectos legais que estão sendo cuidadosamente tratados para viabilizar a parceria. Uma das preocupações é com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). De acordo com Edemir, será necessário demonstrar ao órgão antitruste que as duas bolsas atuam em mercados complementares. E que, portanto, não haverá a sobreposição de produtos, o que configuraria monopólio do segmento. "Queremos adotar um modelo sem riscos. Sejam eles regulatórios, fiscais ou de qualquer outra natureza", detalhou. Para o diretor da BM&F, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais brasileiro, estabeleceu parâmetros para viabilizar a concorrência no País. "A 461 (instrução da autarquia sobre a atuação nos mercados de bolsa no País) também contempla valores praticados na cobrança de serviços. A legislação dá, ainda, a chance de outras empresas se estabelecerem no Brasil", afirmou Edemir.

Mais crescimento

No ano passado, o lucro líquido da BM&F somou R$ 293 milhões, valor 48% acima dos resultados apurados durante 2006. A alta do ganho, porém, é considerada baixa pelos executivos da companhia. "No longo prazo, pretendemos que o lucro líquido suba em torno de 75%", disse o diretor financeiro da BM&F, Marco Aurélio Teixeira. "Todas as bolsas que disseminaram o uso das plataformas eletrônicas conseguiram ganhos exponenciais", comparou Teixeira. "O processo aqui está apenas começando e só será sentido de forma mais aguda quando chegar à ponta mais lucrativa: os investidores institucionais", estimou.

Até o final deste mês, a BM&F inicia a integração de seus produtos com a plataforma da CME, sua sócia e dona da Bolsa de Chicago, maior bolsa de futuros do mundo. O processo deverá ser finalizado no quarto trimestre do ano. O acordo prevê uma divisão no desenvolvimento de determinados produtos, como o etanol.

Contra a CSLL

A BM&F articula lobby em Brasília para reduzir a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) a que deverá ser submetida. Quer que a alíquota caia de 15% para cerca de 9%. "Somos um prestador de serviço típico e não uma instituição financeira", afirmou Teixeira.

Garibaldi: ou se assume a reforma tributária ou ela não sai do papel

Agência Senado

26/03/2008

Durante solenidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, recebeu nesta terça-feira (25), ao lado do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, a Agenda Legislativa da Indústria para 2008. Trata-se de documento que lista 13 proposições legislativas e a proposta de emenda à Constiuição referente à reforma tributária, que serão o foco da atuação da CNI nos próximos meses.

Em seu discurso, Garibaldi Alves se disse desafiado pelo principal item dessa agenda - a reforma tributária - que, na avaliação da indústria, será capaz de promover a desoneração de investimentos e exportações. O presidente do Senado pediu o consenso e a mobilização da classe empresarial para a votação dessa reforma pois, em sua avaliação, se não é a ideal, é a mais sensata, prática e realista. E observou:

- Essa é uma reforma tributária que, ou nós assumimos, ou ela não vai sair do papel, não vai sair do lugar. Quantas reformas tributárias já foram propostas neste país? Quantas saíram de uma Casa do Legislativo e empacaram na outra? Porque a reforma tributária sempre foi apresentada de forma difusa. Mas essa reforma que está aí, quem vai ganhar com ela é a Nação brasileira e ela precisa ser votada.

Referindo-se à multidão de empresários que ouvia seu discurso, Garibaldi Alves disse que, se há necessidade de consenso para a votação da reforma tributária, ele estava manifesto ali. Em sua opinião, aperfeiçoada a proposta da reforma e manifesto esse consenso, não há por que o texto não ser aprovado.

No mesmo discurso, ele disse que não estava ali apenas para receber a agenda da indústria, mas também para oferecer o compromisso de recuperar a autonomia do Legislativo. Ele resumiu esse propósito como uma união sintonizada de esforços para atender às necessidades da Nação brasileira.

- Não poderíamos chegar aqui representando um Congresso que deixou de cumprir seus mais elementares deveres, um Congresso que se deixou abater por 895 dispositivos vetados e não apreciados. Não podemos dizer que vamos votar a Agenda Legislativa da CNI se não temos condições de votar com o instituto das medidas provisórias, que trancam a pauta e não permitem que possamos discutir uma matéria. No primeiro dia de vigência, a medida provisória já é lei, já faz sentir seus efeitos - disse o senador.

Crítico do poder das medidas provisórias de "amputar o Legislativo" e defensor de uma mudança no trâmite dessas matérias, o presidente do Senado condenou as vozes que, diante de uma medida provisória em vigor há muito tempo, alegam que é melhor negligenciá-la, visto que o gasto por ela suscitado já foi consumado.

- Muitas vezes, ouvimos que o dinheiro já foi gasto. Não é esse o Congresso que vai receber a Agenda da CNI. Porque, se fosse, o que diríamos nós? Que proposta faríamos nós? Não, senhores, nós vamos receber a Agenda da CNI porque esse Congresso vai, de qualquer maneira, legitimamente, sanar a própria amputação do Legislativo representada pelas medidas provisórias. Nós só vamos receber essa agenda porque vamos votar os vetos, os presentes e os futuros. Porque se não votarmos os vetos, seremos vetados pela sociedade brasileira.

Acordo entre Lula e Chávez deve sair hoje

Gazeta Mercantil/Caderno C /EFE

26/03/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega da Venezuela, Hugo Chávez, se reunirão hoje em Recife para revisar vários acordos bilaterais e visitar as obras da refinaria binacional que ambos querem transformar em modelo de integração energética regional. Os dois chefes de Estado se encontrarão na tarde desta quarta-feira, no terreno onde a Petrobras, ainda sem estar associada a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), iniciou as obras da futura refinaria José Inácio Abreu e Lima, que começará a operar em 2010 com capacidade para processar 200.000 barris diários.

Apesar de ter sido concebido como um projeto bilateral de US$ 4 bilhões e de os dois presidentes já terem se encontrado no mesmo local, as petrolíferas estatais ainda não assinaram seu contrato de associação, razão pela qual a Petrobras preferiu iniciar as obras em setembro passado de forma independente. "Os termos da associação ainda estão em negociação e faltam alguns detalhes. A expectativa é que as negociações possam ser finalizadas e que, no encontro de amanhã (hoje), os dois presidentes possam ser testemunhas da assinatura do acordo", disse ontem o porta-voz da presidência brasileira, Marcelo Baumbach.

A assinatura do contrato é considerada prioritária por ambos os governantes para a integração energética regional. "A intenção é que a refinaria seja uma manifestação concreta da integração energética regional e permita demonstrar que a região tem condições de alcançar a segurança energética com recursos próprios", afirmou Baumbach.

A Petrobras terá 60% do controle da refinaria, que inicialmente ficaria dividida em partes iguais. A metade do petróleo processado será fornecida pela Venezuela, segundo um acordo entre as partes para equilibrar a balança comercial bilateral, atualmente com superávit para o Brasil. No encontro também será discutido outro acordo entre a Petrobras e a PDVSA para a criação de um consórcio que será controlado pela estatal venezuelana e que explorará petróleo nos campos de Carabobo, na Venezuela. Outro assunto na pauta será o andamento do processo de adesão da Venezuela ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), o bloco regional que tem Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai como membros plenos.

Anbid: fusões e aquisições crescem 15% em 2007

Em relação à quantidade, o número de negócios dobrou e bateu recorde.

O volume de transações entre empresas brasileiras teve crescimento de 146%.

Agência Estado

26/03/2008

As operações de fusões e aquisições, que envolvem união ou compra entre empresas, somaram R$ 114,22 bilhões em 2007, o que representa um aumento de 14,9% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados hoje pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Segundo a entidade, no ano passado foram registradas 135 operações de fusões e aquisições, com alta de 104,5% ante 2006, o maior volume já registrado na história do país.

O volume de aquisições entre empresas estrangeiras totalizou R$ 31,81 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de 594% em relação a 2006. De acordo com o coordenador da subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid, François Legleye, o forte crescimento deve-se, principalmente, à operação do banco holandês ABN Amro Real pelo consórcio de bancos formado pelo espanhol Santander, o escocês Royal Bank of Scotland Group (RBS) e o belgo-holandês Fortis. Ele destaca ainda que essa variação expressiva decorreu do baixo volume em 2006, que foi de R$ 4,58 bilhões.

O volume de transações entre empresas brasileiras apresentou crescimento de 146%, atingindo R$ 19 bilhões em 2007, contra R$ 7,71 bilhões de 2006. O coordenador da Anbid explica que o desempenho de 2007 ocorreu tanto em função do crescimento da economia brasileira quanto ao recente movimento de abertura de capital (IPOs, na sigla em inglês) das empresas no mercado doméstico.

Em valores, os dois setores que mostraram maior participação no número de operações foram o financeiro, com 31,5%, e metalurgia e siderurgia, com 23%. Em número de operações, o segmento que mais registrou fusões e aquisições foi o agronegócio, com 14%, seguido por metalurgia e siderurgia, com 10%.

Brazil industry leaders skeptical on Doha progress

Tue Mar 25, 2008 3:56pm EDT

By Raymond Colitt

BRASILIA, March 25 (Reuters) - Brazilian industry leaders on Tuesday welcomed signs of progress in the Doha round of world trade talks but were skeptical that a deal could be reached this year.

"There's been progress but with a global financial crisis and U.S. elections, it will be very difficult to agree on the final numbers," Soraya Rosar, director of international negotiations with the National Industry Confederation, said in an interview.

Brazil, a global agricultural powerhouse, has been a key player in the Doha round as leader of the G20 group of developing nations demanding freer farm trade.

The presidents of Brazil and the European Commission said last week they were optimistic a deal could be reached shortly.

Increased European and U.S. willingness in general and more flexibility on industry tariffs in particular brought negotiators closer to a deal in recent weeks, Brazil's chief negotiator Roberto Azevedo told Reuters on Monday.

Under the more flexible proposal currently discussed, leading developing countries like Brazil and India could choose either a lower overall tariff cut on manufactured products with few exemptions or a higher overall cut with more exemptions.

But agreeing on the actual numbers will remain a daunting challenge, said Fernando Pimentel, director of the Brazilian Textile Association.

"God and the devil are in the detail. It's a good start but we shouldn't rely on a Doha deal," said Pimentel, who favors bilateral trade talks with other countries and blocs.

Leaders of Latin America's largest economy doubt whether Brussels and Washington will deliver.

SIGNS 'NOT GOOD'

"The signs are not particularly good," said Mario Marconini, director of international negotiations with the influential Sao Paulo industry federation Fiesp.

"The White House seems more optimistic than the U.S. Trade Representative," he said in reference to recent talks he held with officials in Washington.

Brazil is also uncertain of support from its allies.

"We don't know whether our own partners -- like South Africa and Argentina -- will stand by us," Marconini said.

Brazil's proposed exemptions total 13 percent of manufactured products, including certain shoes, textiles, and chemical products. Argentina's list of exemptions reaches 16 percent, both well above the initial 10 percent limit proposed within the Doha round, the confederation's Rosar said.

As members of the South American customs union Mercosur, both countries coordinate their proposals.

The Doha round, launched in 2001 to boost the global economy and ease poverty in the developing world, has repeatedly missed deadlines and stalled.

“The only way to conclude the Doha round this year, is if everybody agrees on a less ambitious accord," Rosar said.

Azevedo is traveling to Geneva on Sunday to resume negotiations within the World Trade Organization.

(Editing by Cynthia Osterman)

Brazilian Stocks Downgraded to `Underweight' by UBS Strategists

By Adam Haigh

March 26 (Bloomberg) -- Brazilian equities were downgraded to ``underweight'' by UBS AG strategists including London-based Oussama Himani, who cited ``interest-rate cycle headwinds'' in a report to clients today.

Growth in Latin America's biggest economy has been supported by record-low interest rates and wage increases, which are fueling demand for goods such as cars, homes and electronics.
In the first week of March, the country's central bank considered raising interest rates to stem inflation for the first time since ending two years of cuts in October, according to minutes of the meeting released March 13.

Celso Amorim defende entrada da Venezuela no Mercosul

Ministro diz ainda que uma das razões pela qual o País está menos suscetível é diversificação do comércio

Agência Estado / Paulo Maciel

26/03/2008

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a entrada da Venezuela no Mercosul durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 24. "Com a entrada da Venezuela, o potencial do Mercosul é ser o mercado comum, ou pelo menos um processo de integração de toda a América do Sul", ponderou.

Segundo ele, apesar da "retórica" anticapitalista de Hugo Chávez, os empresários brasileiros que investiram na Venezuela não têm do que reclamar. Questionado se as negociações comerciais com aquele país não seriam uma forma de "neutralizar" a importância de Chávez no continente, Amorim minimizou: "Eu acho que nós podemos ter uma influência positiva. Nós não queremos neutralizar." Ainda sobre acordos comerciais e apesar de reconhecer que um com os Estados Unidos poderia favorecer alguns setores da economia brasileira, Celso Amorim acredita que foi melhor para o Brasil não ter ainda entrado para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

"Hoje eu vejo importantes economistas norte-americanos dizerem que uma das razões pela qual o Brasil está menos suscetível às crises é que o nosso comércio se diversificou", sobre a opção de procurar acordos comerciais com outros países emergentes. "Se nós tivéssemos entrado para a Alca, não só o comércio teria se concentrado mais, sobretudo em relação ao mercado norte-americano, mas também nós estaríamos muito mais vulneráveis do ponto de vista de balanço de pagamentos", afirmou Amorim.

Celso Amorim reconheceu que, apesar das dimensões continentais do País, o Brasil não pode permanecer à margem dos grandes blocos comerciais hoje existentes. "A China em si é um grande bloco, a Índia é um grande bloco, os Estados Unidos são um bloco e a União Européia é um bloco. Nós não podemos ficar isolados", afirmou o ministro.

Fracassado leilão da Cesp foi em "hora infeliz", diz 'FT'

BBC Brasil

26/03/2008

Uma reportagem do diário financeiro britânico Financial Times avalia que a tentativa de privatização da Cesp, que terminou sem resultado na última terça-feira, foi prejudicada pelo momento "infeliz" pelo qual passam companhias em todo o mundo.

Em artigo de grande destaque, o jornal explica as razões do fracasso da venda da companhia energética paulista, produtora de cerca de 10% de toda a eletricidade gerada no País e cuja venda poderia arrecadar mais de R$ 6,6 bilhões.

"Em um sentido amplo, o momento foi infeliz para o Brasil, que depois de meses de vigor financeiro entrou em águas turbulentas nas últimas semanas", diz o repórter do FT em São Paulo.

"A queda de mais de 8% nos preços de commodities na semana passada desencadeou reduções no mercado acionário local e trouxe a crise financeira global para mais perto do País, em relação a qualquer outro momento desde o surgimento de problemas no mercado americano de hipotecas de alto risco (tipo subprime)."

O jornal também menciona aspectos legais - e até políticos - que podem ter influenciado no cancelamento da venda da Cesp. O mais evidente é o curto prazo - até 2015 - restante para o fim das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que respondem por 67% da produção da Cesp.
Investidores hesitam em assumir compromissos financeiros bilionários sem saber se haverá uma mudança legal para permitir que as licenças sejam renovadas por uma segunda vez.

"Tudo isto é complicado por fatores políticos a meses das eleições municipais de outubro. (O governador de São Paulo, José) Serra vem defendendo uma mudança na lei federal que possibilitaria a renovação das concessões, o que maximizaria as receitas do Estado", conta o FT.
"O governador, entretanto, é líder do partido de oposição PSDB, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem relutado em cooperar."

Vale do Rio Doce

Em outros artigos, outra companhia brasileira ganhou destaque em jornais estrangeiros nesta quarta-feira: a Vale do Rio Doce, que anunciou ter desistido da compra da mineradora Xstrata, um negócio que poderia ter atingido US$ 90 bilhões.

Citando fontes próximas ao negócio, o FT disse que, após três meses de negociações, "ficou claro que a Vale não conseguiria elevar sua proposta para um nível aceitável pela Xstrata, particularmente em função da instabilidade no mercado de crédito".

"Entende-se que a Xstrata pedia uma oferta maior com base nas fortes projeções para os mercados de cobre e carvão, dois de seus principais produtos."

Já o diário financeiro americano The Wall Street Journal notou que a negociação "estava sendo observada cuidadosamente como um indicador de quão profundo será o efeito da instabilidade nos mercados financeiros globais sobre as fusões e aquisições".

"Impulsionado por preços em ascensão de matérias-primas como o cobre e o ferro, o setor de mineração tem sido um dos raros nichos no mercado de fusões e aquisições, ameaçado pelo declínio no crédito disponível e no crescimento econômico mundial."