quarta-feira, 26 de março de 2008

Celso Amorim defende entrada da Venezuela no Mercosul

Ministro diz ainda que uma das razões pela qual o País está menos suscetível é diversificação do comércio

Agência Estado / Paulo Maciel

26/03/2008

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a entrada da Venezuela no Mercosul durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 24. "Com a entrada da Venezuela, o potencial do Mercosul é ser o mercado comum, ou pelo menos um processo de integração de toda a América do Sul", ponderou.

Segundo ele, apesar da "retórica" anticapitalista de Hugo Chávez, os empresários brasileiros que investiram na Venezuela não têm do que reclamar. Questionado se as negociações comerciais com aquele país não seriam uma forma de "neutralizar" a importância de Chávez no continente, Amorim minimizou: "Eu acho que nós podemos ter uma influência positiva. Nós não queremos neutralizar." Ainda sobre acordos comerciais e apesar de reconhecer que um com os Estados Unidos poderia favorecer alguns setores da economia brasileira, Celso Amorim acredita que foi melhor para o Brasil não ter ainda entrado para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

"Hoje eu vejo importantes economistas norte-americanos dizerem que uma das razões pela qual o Brasil está menos suscetível às crises é que o nosso comércio se diversificou", sobre a opção de procurar acordos comerciais com outros países emergentes. "Se nós tivéssemos entrado para a Alca, não só o comércio teria se concentrado mais, sobretudo em relação ao mercado norte-americano, mas também nós estaríamos muito mais vulneráveis do ponto de vista de balanço de pagamentos", afirmou Amorim.

Celso Amorim reconheceu que, apesar das dimensões continentais do País, o Brasil não pode permanecer à margem dos grandes blocos comerciais hoje existentes. "A China em si é um grande bloco, a Índia é um grande bloco, os Estados Unidos são um bloco e a União Européia é um bloco. Nós não podemos ficar isolados", afirmou o ministro.

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