segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Wall Street vê ’sinal ruim’ na política fiscal

BBC Brasil

11/02/2008

O aumento do salário mínimo para R$ 380 e o reajuste da tabela do Imposto de Renda dificultam ainda mais o controle das contas públicas e ameaçam o esforço do governo de aumentar a sua capacidade de investir, segundo economistas de Wall Street ouvidos pela BBC Brasil.

“Quando o mercado esperava cortes e uma atitude mais responsável do ponto de vista fiscal, vimos o contrário”, afirmou o economista responsável pela área de América Latina no banco de investimentos Dresdner Kleinwort Wasserstein, Nuno Camara.

Para Camara, o acordo entre governo e sindicatos é uma “sinalização muito ruim” para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque mostra que “a opinião (do Ministério) da Fazenda não tem prevalecido”.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendia um reajuste dos atuais R$ 350 para R$ 367.
Somados, o aumento do mínimo e o reajuste da tabela do IR deverão custar R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos.

Menos investimentos

O economista para a América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, diz que na prática as medidas significam que a despesa corrente continua aumentando e que será mais dificil encontrar espaço no orçamento de 2007 para aumentar investimentos.

Segundo Ramos, a falta de investimentos não só impede um crescimento mais robusto da economia, como compromete a médio prazo o controle da inflação e, por extensão, o ganho de poder aquisitivo obtido com o aumento do mínimo.

“Se você não investe e aumenta a renda, acaba tendo um crescimento da demanda sem que haja um crescimento da oferta. Isso gera inflação, que corrói o mínimo”, explica Alberto Ramos.

Para o economista, a “perda fiscal não programada” restringe ainda mais as opções do governo na elaboração de um pacote de medidas para aumentar a sua capacidade de investir e estimular o crescimento, cuja divulgação estava prevista para esta quinta-feira e foi adiada para 2007. “A ginástica vai ter que ser maior”, disse Ramos.

Já Maria Cristina Cacciamali, professora de Economia do Trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, destaca o impacto “direto e positivo” que o aumento do mínimo teria na desigualdade na distribuição de renda.

“O primeiro efeito seria sobre o aumento do consumo dos grupos menos favorecidos em termos de renda e o segundo aspecto seria sobre a diminuição do leque salarial no longo e médio prazo”, disse Cacciamali, em entrevista à Agência Brasil.

Mesmo antes do acordo, economistas ouvidos pela BBC Brasil mostravam-se preocupados com o impacto fiscal do pacote de medidas estudado pelo governo.

Na expectativa de que o pacote de estímulo à economia fosse anunciado nesta quinta-feira, o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, temia que o governo ficasse “desesperado para liberar investimento” e adotasse medidas que “contaminassem a estabilidade econômica”.

Brasil parece imune à turbulência do mercado, diz 'FT'

BBC Brasil

11/02/2008

O Brasil parece imune à turbulência do mercado, mas o governo deve fazer mais para encorajar o crescimento a longo prazo, segundo um editorial publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico Financial Times.

"Menos de uma década atrás o Brasil balançava ao primeiro sinal de instabilidade nos mercados financeiros internacionais. Hoje, em contraste, o País - como grande parte da América Latina, rica em recursos - parece imune à turbulência do mercado", afirma o editorial.

O FT cita o caso da Vale, que em meio à crise está atraindo investimentos na ordem de US$ 50 bilhões enquanto faz uma oferta de US$ 90 bi pela Xstrata, uma gigante da mineração anglo-suíça.

"Ainda assim, as tensões financeiras globais devem servir de alerta para um governo que ainda precisa aprender a gastar com sabedoria, encorajar as empresas e aumentar a produtividade econômica."

O editorial lembra que, mesmo em boas condições no mercado, o crescimento econômico do Brasil no ano passado ficou atrás da China, Índia e Rússia, os outros países do grupo conhecido como Bric.

O jornal também alerta que o país dificilmente escapará totalmente da crise dos mercados. "Uma recessão ou desaquecimento nos Estados Unidos e Europa vai atingir as exportações. Desaceleração na Índia e na China deve enfraquecer os preços de matérias-primas, enfraquecendo mercados cuja força vinha sustentando a poderosa performance comercial do Brasil nos últimos anos."

Segundo o diário britânico, já há sinais da vulnerabilidade e este ano o Brasil deve registrar déficit de conta corrente pela primeira vez desde 2002, em parte porque o fortalecimento do real está encorajando indivíduos e empresas a gastar dinheiro no exterior.

O jornal ainda lembra que, apesar de o investimento estrangeiro estar ocorrendo em níveis recordes, o comportamento dos investidores muitas vezes é volátil.

"Por todas essas razões é vital que o Brasil faça mais para encorajar o crescimento a longo prazo. Muitas empresas já estão começando a pensar em como aumentar a produtividade, retendo lucros e reinvestindo. O governo deveria ajudar."

Para o Financial Times, o governo precisa liberalizar os regulamentos de empresas, começar a negociar reformas fiscais e trabalhistas.

"O País pode ter orgulho de seu progresso, mas é necessário um senso de urgência para manter o ímpeto."

Brazil's Economists Cut 12-Month Inflation Forecast to 4.26%

By Andre Soliani

Feb. 11 (Bloomberg) -- Brazilian economists cut their 12- month consumer price forecast to 4.26 percent from 4.30 percent a week earlier, according to the median estimate on a Feb. 8 central bank survey of about 100 analysts published today.

Canada, Brazil lead oil output growth in Americas

Fri Feb 8, 2008 10:09am EST
By Jeffrey Jones - Analysis
CALGARY, Alberta (Reuters) - Booming investment in Canada's oil sands and rising Brazilian crude production should more than make up for declines elsewhere in the Americas -- good news for the United States as it tries to reduce its reliance on Middle East imports, a Reuters survey showed.
The gains from northern Alberta's vast tar-like oil deposits and a string of discoveries off Brazil's coast point to shifting oil clout among Western Hemisphere countries more friendly to the United States, the world's top consumer.
"What we have been seeing is relatively flat or falling supplies from Mexico and Venezuela," said Greg Stringham, vice-president of the Canadian Association of Petroleum Producers.
"It really does open an opportunity for what I call secure, reliable supplies of oil from Canada into those markets."
Oil production in the Americas is set to rise by a net 150,000 barrels a day, or 0.7 percent, to 21.57 million bpd in 2008 -- equal to about a quarter of total estimated global output, according to Reuters calculations based on a survey of governments, investment banks and consultants.
Click here for a table showing the results of the survey:
ID:N08381815.
Canadian output is on track to rise by nearly 7 percent to around 3 million barrels a day, excluding gas liquids from processing plants and refineries, said Martin King, analyst at FirstEnergy Capital Corp.
"The gain that we're projecting there is virtually all oil sands-related," King said.
Two major oil sands projects, Nexen Inc's (NXY.TO: Quote, Profile, Research) $6.1 billion Long Lake venture and Canadian Natural Resources Ltd's (CNQ.TO: Quote, Profile, Research) $7.8 billion Horizon development, are slated to start up this year. Several smaller ones are also set to begin.
The overall value of planned oil sands projects and those under development is pegged at more than $100 billion, with nearly every oil major weathering surging costs to tap the largest oil source outside the Middle East.
BRAZIL GROWTH
Brazil could produce 2.32 million barrels a day, up 13 percent from 2007, including output of ethanol. Three new platforms are slated to start up, including Marlim Leste and Marlim Sul, each with a 180,000-barrel-a-day capacity.
State-run Petrobras also expects to begin a production test at the giant Tupi oil and gas field, where it has estimated reserves as high as 8 billion barrels.
U.S. output is expected to rise slightly as large Gulf of Mexico projects start up, making up for onshore declines.
Rising supply among Washington's allies has political benefits in the United States. But oil fetches a global price regardless of origin and OPEC still has a major influence on that price, said Judith Dwarkin, chief economist at Canadian research firm Ross Smith Energy Group.
World prices will react to supply disruptions whether Canadian or Venezuela crude is involved, Dwarkin said.
"Canada is not a price maker, nor is Brazil," she said.
Output from OPEC member Venezuela, where President Hugo Chavez spent the past year nationalizing energy assets, could dip slightly to 2.43 million barrels, the survey said, well below claims by the government.
The drop is blamed on a lack of investment and the impact of damage to facilities sustained in a crippling oil industry strike in 2002 and 2003, and comes after 2006 output was reduced by maintenance on heavy crude upgrader projects.
In Mexico, production may fall by 180,000 barrels a day to 3.32 million, due largely to declines at the giant Cantarell field, the country's largest crude source.
Those declines are big drivers behind a push by pipeline companies to build new capacity to Texas, hub of the largest U.S. refining region, from faraway Canada.
Already, producers ship supplies as far as Oklahoma, well beyond the traditional U.S. Midwest market for Canadian crude.
"The issues are Mexican decline and Venezuela as a wild card, but in the grand scheme of things, longer term, Canadian crude is going down south to the U.S. Gulf Coast," said Steve Fekete, a market analyst with consultants Purvin & Gertz.
(Additional reporting by Matthew Robinson in New York, Andrei Khalip in Rio de Janeiro and Catherine Bremer in Mexico City, editing by Matthew Lewis)

CVM vai criar nova divisão

Rodrigo Postigo

11/02/2008

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) criará uma divisão especial para monitorar o cumprimento das leis e acelerar as investigações sobre o uso de informações privilegiadas em transações realizadas no mercado acionário brasileiro - o de crescimento mais acelerado da América Latina.

A divisão será formada por 30 investigadores, entre os quais advogados, e será implementada assim que o presidente Luis Inácio Lula da Silva sancionar o decreto referente a ela, disse Maria Helena Santana, presidente da CVM, em conferência com investidores realizada em Nova York.

Emerging debt investors face test as returns negative

Sun Feb 10, 2008 1:44pm EST
By Daniel Bases
NEW YORK (Reuters) - Emerging market investors will have their mettle tested in the coming week as they face the prospects of both weak retail sales adding to recession fears and uncertainty over Venezuelan oil assets.
Overall emerging debt returns fell into negative territory last week, brought lower by weak U.S. equities and building evidence that America's economy is heading for contraction.
The benchmark JP Morgan Emerging Markets Bond Index Plus saw total returns fall 0.52 percent for the year after rising as much as 0.82 percent by mid-January.
"Next week we continue to test lower. I think that there are people out there now who are going to start worrying about actual performance since we've gone into negative territory," said Enrique Alvarez, Latin America strategist at IDEAglobal in New York.
Emerging market sovereign bonds, which are typically referred to as high-yield, high-risk investments, are still outperforming high-yield U.S. corporate bonds, according to Merrill Lynch data. Merrill's index is down 1.84 percent year-to-date.
Alvarez believes the performance of Brazil's prices in the coming week will hold the key to how the overall market performs given its standing as the most liquid market.
Brazil's long-dated bonds due 2034 and 2037, especially, have seen prices grind lower, testing support levels.
"I think it doesn't have anything to do with the fundamentals at this point in time but is related to the technical's of bond performance," he said.
The slowing U.S. economy and the mess in the credit markets are proving to have a negative impact on emerging markets, putting the theory that they have decoupled to a severe test.
U.S. retail sales data for January are due on Wednesday, with a Reuters poll of economists forecasting a 0.2 percent decline.
"Price direction in the credit markets is hard to say but probably we are due for some consolidation after this sharp spread widening. I don't think there is any imminent rally in spreads coming. They will probably tighten but not back to the levels of two weeks ago," said Igor Arsenin, emerging markets debt strategist at Credit Suisse in New York.
VENEZUELA FOCUS
The freezing of $12 billion worth of assets belonging to Venezuelan state oil company PDVSA by courts in Britain, the Netherlands and the Dutch Antilles has compounded the selling pressures on the sector.
Exxon Mobil Corp (XOM.N: Quote, Profile, Research) won the court orders in a move meant to guarantee the company will be paid in the event it wins an arbitration case brought over the nationalization of its stake in a multibillion-dollar Venezuelan heavy oil project.
"The thing to look out for now is how PDVSA is going to handle this case, either settle it or have confrontation," said Arsenin.
Venezuelan sovereign bonds plunged on the news last week because PDVSA is the government's main source of revenue.
Financing in the region could be severely impacted if Venezuela is forced to pay off Exxon Mobil. This would reduce the amount of financing it is providing to regional neighbors Argentina, Bolivia and Ecuador.
"These countries are kind of joined at the hip ... I think this is going to be a drawn-out process as far as facing Exxon in courts and make these freezes go away. On the other hand you always have the open possibility that the rhetoric from President (Hugo) Chavez inflames the situation. People are going to be very wary of that going forward," said IDEAglobal's Alvarez.
One positive note from the affair came from Fitch Ratings which said in a statement on Friday the court decisions will have "minimum impact" on the operations or credit quality of PDVSA.
(Editing by Braden Reddall)

Faturamento das MPEs paulistas é o melhor desde 2002

Rodrigo Postigo

11/02/2008

As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas estão comemorando os resultados favoráveis registrados pelo segmento no ano passado. Uma combinação de fatores positivos possibilitou às MPEs do Estado registrarem em 2007 o maior nível de faturamento dos últimos cinco anos, confirmando a expectativa do Sebrae-SP de aumento médio de 4% no faturamento real.

O nível do rendimento médio pago aos empregados, outro destaque do mês, também ficou acima do esperado. O clima de euforia influenciou positivamente as expectativas dos empresários que, já no mês de janeiro, encontram-se otimistas para 2008.

A pesquisa é realizada mensalmente pelo Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP, com apoio da Fundação Seade, junto a 2,7 mil micro e pequenas empresas do comércio, indústria de transformação e prestadoras de serviços de todo o Estado, a mostra representativa dos 1,3 milhão de MPEs da indústria da transformação, comércio e serviços.

Previsão para pagamento de tributos é de R$ 5,9 bilhões

Rodrigo Postigo

11/02/2008

A previsão para pagamento de tributos federais é de R$ 5,970 bilhões. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) abriu com sobra de reais, algo em torno de R$ 18 bilhões.

Há entrada de R$ 20,793 bilhões no caixa dos bancos dos leilões informais (go-around) realizado pelo Banco Central (BC) e mais R$ 3,420 bilhões de outras operações. Em contrapartida estão saindo do sistema R$ 1,7 bilhão de operações compromissadas.

No mercado a vista, as primeiras ofertas de recursos de juros indicam taxa anual de 11,18%, ou 0,80% de taxa efetiva. Os investidores aguardam a atuação da autoridade monetária, que deve realizar leilão informal para equilibrar a liquidez do sistema.