Folha de São Paulo
23/05/2008
As reservas em moeda estrangeira devem ultrapassar US$ 200 bilhões até o final do mês. Os dados mais recentes do Banco Central mostram saldo de US$ 198,986 bilhões no dia 21. Se comparados com os US$ 100 bilhões de fevereiro de 2007, esse novo saldo recorde significa que as reservas duplicaram de tamanho em pouco mais de um ano.
O aumento de lá para cá é reflexo do forte ingresso de capital estrangeiro no Brasil. Boa parte desses dólares tem sido comprada pelo Banco Central.
A política de compra de divisas do BC foi iniciada em janeiro de 2004, quando as reservas internacionais do país estavam perto de US$ 50 bilhões. De lá para cá, as aquisições feitas ultrapassaram os US$ 150 bilhões, possibilitando o crescimento das reservas.
Essas compras, por sua vez, foram possíveis por causa dos saldos positivos alcançados pelas contas externas do país. Fato inédito na economia brasileira, a conta de transações correntes --que considera a compra e a venda de bens e serviços com outros países-- ficou positiva por cinco anos seguidos, de 2003 a 2007.
Em tese, um grande volume de reservas internacionais ajuda a proteger o país contra crises internacionais. O saldo acumulado é uma espécie de poupança do governo em moeda estrangeira e ajuda a indicar para o mercado financeiro que o país tem dinheiro suficiente para honrar sua dívida externa, diminuindo, portanto, as chances de um calote.
O aumento das reservas é citado como um dos motivos que levaram o Brasil a ser elevado à categoria de grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Segundo dados apurados no final de 2007, o valor das reservas superava inclusive o montante da dívida externa brasileira, outro fato inédito.
Os críticos a essa política do BC, porém, apontam o elevado custo de manutenção dessas reservas. Esse custo vem de duas fontes. Uma é a própria queda da cotação do dólar --a moeda tem batido recordes de desvalorização nas últimas semanas. Com a divisa valendo menos, o valor das reservas medido em reais também diminui, já que boa parte desses recursos está investida em títulos corrigidos pelo câmbio --logo, o BC tem perdas sempre que o dólar fica mais fraco.
Emissão de títulos
Além disso, existe o custo das compras de dólares feitas pelo BC. Para fazer essas aquisições, o governo precisa conseguir reais, e isso é feito pela emissão de títulos públicos, atrelados à taxa Selic. O país contrai dívidas corrigidas a juros mais elevados --hoje de 11,75% ao ano-- e aplica em papéis emitidos por países desenvolvidos, principalmente os EUA, em que a taxa básica está em 2%.
Para defender sua política, o BC argumenta que os benefícios da acumulação de reservas compensam os custos impostos por ela. A concessão do grau de investimento ao Brasil seria, segundo esse argumento, um sinal de que os ganhos alcançados são suficientemente altos para justificar as despesas com a compra de dólares.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Reservas devem passar de US$ 200 bilhões neste mês
América do Sul caminha para ter moeda única, afirma Lula
Rodrigo Postigo
26/05/2008
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em seu programa de rádio Café Com o Presidente, que a América do Sul caminha para ter um Banco Central e uma moeda única. Lula rebateu as críticas à criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Na última sexta-feira, presidentes e representantes de 12 países assinaram em Brasília o documento de criação da Unasul, que tem como objetivo a integração política, econômica e social da região.
O presidente Lula afirmou que a Unasul é a realização de um sonho. Ele admitiu, no entanto, que alguns pontos ainda têm de ser discutidos, como o Conselho de Defesa da América do Sul, que foi rejeitado pela Colômbia.
Lula comparou a Unasul à União Européia (EU) afirmando que, entre os europeus, também houve países que não aceitaram a moeda única e não aceitaram a Constituição do bloco, mas nem por isso houve uma crise.
"O importante para mim é uma frase que eu disse quando tomei posse em 2003: vamos começar fazendo o necessário, depois o possível, depois, quando nem imaginarmos, estaremos fazendo o impossível."
Para Lula, há 5 anos era impossível imaginar que a América do Sul estaria em uma situação como a de hoje, "com presidentes comprometidos com a maioria do povo, com a inclusão social, eleitos democraticamente, com as instituições se fortalecendo, e com a criação da união sul-americana de nações".
Brazil and Chile: Latin America Bond and Local Currency Preview
By Andrea Jaramillo
May 26 (Bloomberg) -- The following events and economic reports may influence trading in Latin American local bonds and currencies. Bond yields and exchange rates are from the previous session.
Brazil: The current account deficit likely narrowed to $3.1 billion in April from $4.43 billion a month earlier, according to median estimate of six economists surveyed by Bloomberg News. The central bank is to release its report at 9:30 a.m. New York time.
The real fell 0.1 percent to 1.6593 per dollar.
The yield on the zero-coupon, real-denominated bond due in January 2010 rose 5 basis points, or 0.05 percentage point, to 14.45 percent, according to Banco Votorantim SA.
Chile: Energy shortages acted as a ``brake'' on the economy, contributing to the slowest growth in five years, Finance Minister Andres Velasco said. Chile's central bank on May 23 reported that the economy expanded 3 percent in the first three months of 2008, down from a 4 percent rise in the previous quarter and less than the 3.2 percent median estimate in a Bloomberg survey of 20 economists.
The peso rose 0.3 percent to 470.75 per dollar.
The yield on Chile's 6 percent bonds due in March 2017 fell 1 basis point to 7.39 percent, according to Chile's Commerce Exchange.
Publicado por Agência de Notícias às 26.5.08
Marcadores: Internacionais sobre o Brasil
Brazil c.bank sees widespread inflation-report
Sun May 25, 2008 11:42am EDT
SAO PAULO, May 25 (Reuters) - Inflation in Brazil has become more widespread because of a surge in consumer demand, central bank President Henrique Meirelles told the official government news service over the weekend, adding that the bank will take "all measures necessary" to keep prices in check.
"There is, indeed, food inflation, but it's not just food inflation," Meirelles said in an interview with the Agencia Brasil government news service. "We have today inflation that is much more widespread.
"We have inflation of primary materials, metals and non-metals, chemical products, oil and very heated activity that brings about inflation in the services area."
Meirelles said that because of hot demand in the economy, there is greater risk of a pass-through to consumer prices from a recent surge in wholesale inflation.
Inflation as measured by the wholesale-heavy IGP-M index jumped 9.81 percent in the 12 months to April, compared with a 5.04 percent rise in the same period for the benchmark IPCA consumer price index that the central bank uses to set interest rates. The bank has an inflation target of 4.5 percent for 2008 and 2009.
"That's exactly why the central bank has already said it will take all measures necessary and as a consequence, the outlook for inflation has been anchored around the target," he said. "The nation can stay calm that the central bank will keep inflation at the target."
Meirelles said the central bank works much like someone shooting in a target practice: the bank always sets its benchmark interest rate aiming at the target of 4.5 percent for inflation, but it may need to be more or less aggressive depending on the effects of rates on inflation and activity.
"After the shot is fired there may be a strong wind that deviates the bullet a bit, but the next shot will be fired again aiming at the bull's eye," he said.
The central bank's strategy to increase foreign currency reserves has helped Brazil weather recent market turmoil caused by the slump in U.S. credit markets and Meirelles does not expect changes on that strategy because of plans by the finance ministry to launch a sovereign wealth fund.
The ministry has said money for the fund will come mainly from extra fiscal tightening, but it may also buy dollars in the spot currency market, which may ease the appreciation of the national currency, the real BRBY.
"The central bank at no point wishes to be the only player in the market. It's normal that there are several buyers (for dollars)," Meirelles said. "Indeed, in other countries, the treasury buys directly from the market to meet its obligations, including the possible creation of the sovereign fund."
The bank has no plans to raise reserve requirements on bank demand, time and savings deposits in a bid to cool down the economy, Meirelles said. Some economists have argued higher reserve requirements would reduce available credit in the economy as banks would have to set more money aside at the central bank.
"Brazil has high reserve requirements in international terms," Meirelles said. "It's much higher than the average and the highest levels practiced in other countries." (Reporting by Elzio Barreto, editing by Maureen Bavdek)
Publicado por Agência de Notícias às 26.5.08
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Brazil's auto industry cruises as economy booms
Fri May 23, 2008 9:59am EDT
By Stephanie Beasley
SAO PAULO, May 23 (Reuters) - The U.S. auto market may be flagging, but some customers in Brazil have to wait up to three months to get a car.
"If they want it, they have to wait," said Ricardo di Pace, a salesman at the Marcas Famosas Volkswagen dealer in Sao Paulo. "People have more money, and lots are using it to buy their first new cars."
Brazil's auto industry is enjoying another banner year, piggy-backing on a booming economy. Car sales and output are surging to one record after another.
Last month, sales in Latin America's largest country jumped to an all-time high of 244,200 vehicles, while output soared 34.4 percent to 300,600, according to Anfavea, the national automakers association.
By contrast, U.S. auto sales are on track to drop as much as 7 percent this year to 15 million vehicles.
Many manufacturers in Brazil are expanding by hiring more employees and opening new factories. Ford Motor Co (F.N: Quote, Profile, Research) was ahead of the curve when it opened a $1.9 billion plant in the northeastern part of the country in 2002. Today, the state-of-the-art facility ensures nearly constant production with three shifts six days a week.
General Motors Corp (GM.N: Quote, Profile, Research) followed suit last month by adding a third shift at its Sao Caetano plant on the outskirts of Sao Paulo, hiring an additional 1,500 employees. It is also investing $200 million to build a new engine and auto components plant in southern Brazil.
The top U.S. automaker continues to struggle with a home market besieged by a housing and credit crisis. But its Brazilian operation returned to profitability in 2006 and is now doing so well that it is sending dividends back home.
"This is the fruit of investment and a lot of creativity from our local staff, our providers and our network of vendors," Fritz Henderson, president of GM's global operations, said at a news conference in Brazil on Monday.
CREDIT EXPANSION
Optimism is high as the country continues to enjoy an economic revival that has helped lift an estimated 20 million Brazilians from poverty. A sharp drop in interest rates in recent years has also led to a credit boom, driving up sales of everything from cars to real estate.
To keep up with red-hot demand, the auto industry is expected to invest $5 billion in 2008, according to Anfavea. That should increase annual production capacity by nearly 9 percent, to 3.8 million vehicles from 3.5 million.
Sales are also surging because of longer finance plans. Five years is the industry norm in Brazil, although Ford in 2007 introduced payment terms of as long as seven years.
"The increase in payment plans allowed companies to reach more buyers," said Joel Leite, director of Auto Informe, a Web site that focuses on the Brazilian auto industry.
These new buyers -- many from the emerging middle-class -- are propelling sales of roomier luxury vehicles once considered too expensive for the average Brazilian.
"Today you can buy a larger car for the same monthly payment as a compact two or three years ago," Leite said.
Even the recent surge in oil prices is unlikely to put the brakes on Brazil's auto market. Almost 90 percent of all new cars sold in the country are equipped with flex-fuel engines, which run on either gasoline or cane-based ethanol.
Some automakers, like Volkswagen (VOWG.DE: Quote, Profile, Research), are even phasing out the production of gasoline-only cars in Brazil, betting that the ethanol craze is here to stay.
"If you don't have flex cars, then you will have a very difficult time selling anything," said salesman Pace.
However, some wonder about future demand as more people become car owners.
Analyst Guido Vildozo of U.S.-based consulting firm Global Insight said he was worried that the current sales pace and production boom would slow in the next two years.
Many of today's sales are "fleet" vehicles that rental agencies and other companies purchase in large numbers at a low price, he said.
"Fleet sales are always very risky," Vildozo said, "because they are robust when the market is strong, but not as robust when the market isn't strong." (Editing by Todd Benson and Lisa Von Ahn)
Publicado por Agência de Notícias às 26.5.08
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Crescimento econômico dá sinais de acomodação, diz jornal
Empresários detectaram uma redução na velocidade dos negócios.Alta dos juros básicos e aumento da inflação foram apontados como aspectos negativos.
Agência Estado
26/05/2008
O ritmo de crescimento da atividade econômica atingiu o topo e começou a se acomodar neste mês. Não se trata de uma virada, mas de uma perda de fôlego que já é notada no comércio varejista e em vários setores da indústria, segundo "O Estado de S.Paulo".
Fabricantes de alimentos, embalagens plásticas, caixas de papelão ondulado, eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo, detectaram uma redução na velocidade dos negócios que ainda não está consolidada nos indicadores.
O enfraquecimento da demanda externa, as altas sucessivas dos juros básicos e o aumento da inflação, que mina o poder de compra do consumidor, são apontados por empresários e economistas como fatores que provocam hoje um certo esfriamento no ritmo de atividade que deve ganhar contornos mais nítidos no segundo semestre.
Dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) mostram que, pelo segundo mês seguido, as vendas do produto em volume estão menores que no mesmo período de 2007. A queda foi de 6,42% em março, de 0,42% em abril e de 0,66% no ano.
"Trata-se de uma acomodação, mas estamos preocupados", diz o presidente da ABPO, Paulo Sérgio Peres. A preocupação é motivada pelo fato de 35% das vendas do setor serem para fabricantes de alimentos, que também mostram perda de fôlego nos negócios.
Para a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, Amilcar Lacerda de Almeida, o crescimento do volume (8,1%) e do faturamento (7,4%) do primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2007, não se repetirá neste trimestre.
"No primeiro trimestre, a produção estava mais acelerada que hoje", confirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Filmes Flexíveis, José Ricardo Roriz Coelho. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Especialistas e governos discutirão gás na América Latina
Rodrigo Postigo
26/05/2008
Especialistas e representantes de governos e organismos da América Latina discutirão, a partir de amanhã até a próxima quarta-feira, na cidade de São Paulo, os alcances e desafios da indústria do gás na região.
O Gas Summit Latin America 2008 terá como tema "Plano de investimentos, gestão de riscos e aspectos financeiros da construção e gerência de gasodutos".
A reunião anual tem esta vez como objetivo a análise das "possibilidades de falta de energia, as discussões sobre a provisão de gás e a necessidade de garantir subsídios para o crescimento industrial na América Latina que pretende impulsionar o investimento em novos gasodutos".
No caso particular do Brasil, será analisado o crescimento da rede de dutos, com o estudo sobre as questões financeiras, estruturais e jurídicas do país.
"Em todos estes anos o objetivo do Gas Summit foi reunir os principais agentes da cadeia produtiva de gás natural na região", declarou hoje a organização em comunicado.
O encontro reúne a representantes do governo de diversos países latino-americanos, investidores, consumidores e outros agentes da cadeia de gás.
Alguns dos questionamentos do fórum estarão relacionados à distribuição do gás natural das novas reservas de gás, à viabilidade e nível dos investimentos, ao financiamento e aos riscos dos projetos, visando conhecer melhor a nova dinâmica e estrutura do mercado de gás natural na América Latina.
Entre os participantes destacam Carlos Villegas Quiroga, ministro da Energia e Hidrocarbonetos da Bolívia; Daniel Saba de Andréa, presidente de Perupetro, e Fernando Sánchez Albavera, diretor de Infra-estrutura e Recursos Naturais da Comissão Econômica Para a América Latina das Nações Unidas (Cepal).
Presidente eleito do Paraguai diz que Brasil e Argentina exploram seu país
Agência Brasil
26/05/2008
O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, disse que quer renegociar os contratos de energia elétrica com Brasil e Argentina, e acusou "os governos de esquerda" dos dois países vizinhos de "explorarem economicamente" o seu país. A afirmação foi feita em entrevista à agência de notícias Lusa, divulgada neste fim de semana.
"Somos um dos maiores produtores de energia elétrica do mundo e por isso mesmo vamos renegociar os contratos que temos com o Brasil na barragem de Itaipu e com a Argentina em Yacyretá", afirmou Lugo em Montevidéu (capital do Uruguai), onde esteve negociando com o colega uruguaio, Tabaré Vasquez.
Lugo criticou o contrato de fornecimento de energia que mantém com os governos brasileiro e argentino. "Não podemos continuar sendo explorados economicamente por países que têm governos de esquerda e que dizem estar lutando por uma América Latina mais próspera e democrática, como é o caso do Brasil e da Argentina."
Falando especificamente de Itaipu, Lugo afirmou ter "certeza" de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabará renegociando o contrato entre os dois países, uma vez que, segundo ele, alguns ajustes já terão de ser feitos. O governo brasileiro, entretanto, não admite a renegociação, e especialistas defendem "revisão zero" como forma de criar uma segurança jurídica no setor elétrico na região.
O ex-bispo católico disse que "está na hora do Paraguai retomar a sua dignidade enquanto país e recuperar a sua soberania, exportando energia elétrica para países como o Uruguai". O contrato atual estipula que o excesso de energia elétrica produzida na barragem de Itaipu deve ser vendido, preferencialmente, ao Brasil.
O Brasil paga US$ 400 milhões (R$ 661,5 milhões) por ano ao Paraguai por essa energia. Se o governo de Fernando Lugo conseguir chegar a um entendimento com os presidentes Lula e Cristina Kirchner, a receita poderá aumentar em até US$ 1,8 bilhão.