quinta-feira, 2 de abril de 2009

Maioria de brasileiros crê em fim da crise até 2010, diz pesquisa

Sondagem da BBC mostra que Brasil está entre os mais otimistas com recuperação.
BBC
02/04/2009
A maioria dos brasileiros acredita que a economia vai se recuperar da atual crise mundial em 2010, segundo pesquisa do Serviço Mundial da BBC divulgada na quarta-feira.
A sondagem realizada em 24 países mostra que 78% dos entrevistados em nove capitais brasileiras creem que a crise terminará dentro de um ano - incluindo 44% que acham que o prazo será de apenas seis meses.
O país com menos expectativas de uma pronta recuperação é o Japão, onde apenas 9% dos entrevistados se incluem nesse grupo.
Entretanto, quase um em cada três brasileiros diz não ter sido afetado pela crise global.

G-20 deve anunciar US$ 1 trilhão para irrigar economia mundial

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, novos recursos seriam destinados ao FMI e ao Banco Mundial
O Estado de São Paulo / Andrei Netto
02/04/2009
A reunião de cúpula do G-20, nesta quinta-feira, 2, em Londres, deve resultar no anúncio de US$ 1 trilhão em novos recursos para irrigar a economia mundial, socorrer os países emergentes e em desenvolvimento e estimular as trocas comerciais. Deste valor, cerca de US$ 750 bilhões seriam destinados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e até outros US$ 200 bilhões para o Banco Mundial. As revelações foram feitas nesta quarta pelo ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.
O aporte de recursos no FMI, segundo Mantega, deve acontecer por diferentes modelos de capitalização. Por meio da linha de crédito New Arrangements to Borrow (NAB), um método defendido pelos Estados Unidos, seriam injetados US$ 250 bilhões. Outros US$ 250 bilhões viriam por meio dos Direitos Especiais de Saque (SDR), que estão ligados ao poder de decisão de cada país-membro do fundo. Esta é, de acordo com o ministro, o a preferência brasileira. Por fim, mais US$ 250 bilhões seriam originários de empréstimos diretos dos governos, como se dispuseram a fazer o Japão - com US$ 100 bilhões -, a União Europeia - com US$ 100 bilhões - e a Noruega - com US$ 48 bilhões.
Os recursos se somariam aos US$ 250 bilhões dos quais o FMI já dispõe, totalizando US$ 1 trilhão para socorrer as economias emergentes e em desenvolvimento que enfrentem crise. Conforme Mantega, um acordo em torno destes valores depende da reorganização do poder de decisão nas instituições internacionais, de como o aporte será feito e da reformulação das condições de saque por parte dos países-membros do fundo. "Não podemos manter o status quo do fundo, ou seja, permitir que o comando seja mantido por países que não têm mais o poder de decisão e de aporte", afirmou o ministro.
Além dos recursos para o FMI, o Banco Mundial também receberia um novo aporte. Os recursos seriam voltados ao reaquecimento do comércio internacional. Segundo o ministro brasileiro, o G20 deve injetar entre US$ 100 e US$ 200 bilhões na instituição. "Os recursos seriam alocados para os países em desenvolvimento, para reativar o comércio", disse Mantega.
No total, de acordo com os negociadores da delegação brasileira, o G20 deverá anunciar US$ 1 trilhão em recursos novos para os organismos internacionais. Esses valor diz respeito ao total de recursos novos para as diferentes instituições, confirmaram ao Estado o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia.
"O Brasil está disposto a colaborar, mas temos de ver qual é a melhor maneira e adaptar (as instituições) às novas regras do jogo. Não podemos trabalhar com as velhas regras", argumentou o ministro. "São novas regras para que o Brasil seja também protagonista. Não é só colocar dinheiro sem saber onde será alocado."
A proposta de aumento dos recursos do FMI veio a público em 22 de fevereiro, ao término de uma reunião preparatória entre chefes de Estado e de governo dos países europeus do G20 - Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Holanda. Então, um dos entusiastas do novo aporte era o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown.
Embora a maior parte dos membros do G20 apoie a recapitalização das instituições internacionais, a reforma e a redistribuição do poder de decisão não são, de acordo com a delegação brasileira, prioridades dos Estados Unidos e da União Europeia. O tema é uma das bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Londres.

CVM espera ter nova regra de registro para companhias já no 2º semestre

Valor Econômico
02/04/2009
Com o fim do período de recebimento de sugestões do mercado, que foi até a última segunda-feira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai agora desenhar a versão final da chamada "nova 202", que deve sair no segundo semestre deste ano, para que as normas passem a valer a partir de 2010. A instrução trata das regras para concessão e atualização de registro das companhias abertas
De acordo com a superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM , Luciana Pires Dias, o objetivo é trabalhar intensamente para editar o texto final o quanto antes. "Não queremos deixar muito para o fim do ano, pois será preciso que a área de tecnologia desenvolva todo um novo sistema de acompanhamento adaptado às novas exigências, e isso demanda tempo", explica Luciana.
De acordo com a superintendente, o volume de sugestões recebidas é bastante significativo, mas a maioria dos participantes deixou para enviar os dados na última hora. "Ainda não fiz um levantamento preciso, mas acredito que cerca de 70% do material recebido chegou no fim do prazo, na segunda-feira", contou a superintendente.
Ela disse que ainda não analisou o conteúdo das sugestões e críticas com relação aos pontos mais polêmicos das regras, como a exigência de divulgar detalhadamente a remuneração de cada diretor e conselheiro. "Acredito que veremos tanto reclamações quanto o contrário", afirma Luciana.
Segundo a superintendente, a autarquia também recebeu um número razoável de sugestões de estrangeiros no processo. As novas regras para as companhias abertas foram apresentadas ao mercado no fim de dezembro e o prazo de audiência pública foi maior do que o habitual por conta da magnitude das mudanças apresentadas.
A instrução cria diferentes categorias de emissores, com exigências maiores ou menores de acordo com o mercado de negociação e o ativo a ser ofertado. Também o Informativo Anual (IAN) passa por uma verdadeira revolução com as novas regras a serem divulgadas.
Pelo texto provisório, ele passa a se chamar Formulário de Referência e o volume de informações que devem ser apresentadas agora vai se assemelhar ao conteúdo de um prospecto de oferta pública e permanecer sempre atualizado.
Além disso, o novo IAN também deverá conter informações mais analíticas. Por conta disso é que será preciso fazer também um novo sistema de acompanhamento, adaptado às mudanças.

CVM coloca em audiência pública minuta de instrução sobre informações e pedidos públicos de procuração para exercício do direito de voto

A CVM coloca em audiência pública hoje, 1º de abril, minuta de instrução que regulamenta os pedidos públicos de procuração para exercício do direito de voto nas assembléias de companhias abertas e as informações que as companhias devem fornecer aos acionistas antes das assembléias.
Em razão do número de companhias abertas que passaram a ter seu capital disperso, a regulamentação desses temas tornou-se necessária para permitir uma organização mais eficiente dos acionistas das grandes sociedades anônimas.
Visando a aumentar a transparência do processo decisório das companhias, a minuta texto exige que certas informações e documentos sejam fornecidos aos acionistas antes das assembléias gerais, tais como currículo de candidatos a cargos na administração, proposta de remuneração de administradores e comentários sobre as demonstrações financeiras.
Em relação aos pedidos públicos de procuração, a minuta busca fomentar a participação dos acionistas no processo decisório da companhia, sobretudo através da internet. Nesse sentido, a minuta de instrução dispõe que:
i. acionistas que representem mais de 0,5% do capital social podem incluir candidatos para o conselho de administração ou para o conselho fiscal nos pedidos públicos feitos pela administração (art. 26);
ii. as companhias que tiverem sistema eletrônico de procurações deverão permitir que acionistas com mais de 0,5% do capital façam pedidos públicos de procuração por meio desse sistema (art. 29); e
iii. a companhia que não instituir um sistema eletrônico de procurações deverá arcar com uma parcela dos custos de pedidos públicos de procuração promovidos por acionistas que representem mais de 0,5% do capital social, dentro de determinados limites (art. 30).
A minuta exige ainda que todo o material utilizado em pedidos públicos de procuração, bem como as informações e documentos relativos à assembléia, sejam colocados à disposição dos acionistas na página da CVM na internet.
Com essa proposta, a CVM espera contribuir para diminuir os custos associados ao exercício do direito de voto e, assim, facilitar a supervisão dos negócios sociais pelos acionistas.
O prazo para envio de sugestões e comentários com relação à minuta posta em audiência pública vai até o dia 1º de junho de 2009.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do edital de audiência pública com a minuta de Instrução.
http://www.cvm.gov.br/port/infos/ED0209.pdf

Remuneração de executivos deverá ser aberta em 2010

Folha de São Paulo / Samantha Lima
02/04/2009
CVM quer adotar, na divulgação do ano que vem, regra sobre transparência nas companhias
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pretende fazer valer as novas regras para divulgação da remuneração de executivos de companhias abertas brasileiras em 2010. A previsão da superintendente de desenvolvimento de mercado da autarquia, Luciana Pires Dias, é que a nova instrução, que substituirá a atual, de 1993, seja editada no segundo semestre.
Se a previsão se concretizar, o mercado passaria a ter mais detalhes sobre a remuneração dos executivos de companhias abertas a partir de abril de 2010, tendo por base os valores pagos aos administradores em 2009. Atualmente, só é necessário divulgar o valor geral de salários pagos a todos os funcionários.
Mais do que a remuneração dos executivos, a audiência pública foi aberta com o intuito de receber sugestões para a criação do conjunto de regras que substituirá a instrução número 202, de 1993. Essa instrução estabelece as exigências que as empresas de capital aberto devem cumprir.
A questão da remuneração dos altos funcionários das companhias ganhou mais destaque, porém, devido à popularização do mercado de ações, nos últimos cinco anos, e à repercussão negativa sobre as bonificações altas pagas a executivos de empresas americanas em dificuldades -ou mesmo quebradas. Muitas delas receberam recursos do governo americano.
Um dos casos mais criticados é o dos bônus pagos pela seguradora AIG, socorrida pelo governo dos Estados Unidos, que desembolsou US$ 165 milhões aos seus empregados. A Câmara dos Representantes chegou a aprovar projeto que taxa em 90% os rendimentos obtidos pelos executivos de empresas que recebem ajuda estatal. Ainda falta a votação no Senado.

Atividade industrial dá sinais de reativação

Gazeta Mercantil/1ª Página
02/04/2009
O comportamento da demanda por energia elétrica observado em março aponta para mais um mês de recuperação da atividade industrial. No mês passado, o consumo nacional de eletricidade subiu 2,1% em relação ao mesmo período de 2008 e 2,7% sobre fevereiro. Para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a melhora da demanda em março, que havia caído, na comparação anual, 3,1% em dezembro e 2,6% em janeiro, é atribuída à manutenção do consumo por setores industriais voltados para o mercado interno.
Ainda na área de energia, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, antecipou esta semana que as vendas de combustíveis em março subiram em relação ao mesmo mês de 2008, ao contrário do que ocorreu em fevereiro.O IBGE também confirmou ontem alta de 1,8% da produção industrial em fevereiro. Embora no bimestre, a indústria ainda registre retração de 17,2% na comparação com o mesmo período de 2008, as expectativas são positivas para alguns setores, como é o caso da produção de veículos que, depois de crescer 8,7% em fevereiro, voltou a registrar bom desempenho em março, o segundo melhor mês em vendas da história da indústria automobilística, com o emplacamento de 271.494 veículos ( automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus).

SCENARIOS-What to expect from the G20 Summit

Thu Apr 2, 2009 7:15am EDT
LONDON, April 1 (Reuters) - G20 leaders from top industrialised and emerging economies are meeting to chart a path to recovery from the world's worst economic crisis since the 1930s.
They will seek to agree at a G20 summit on Thursday what fiscal and monetary measures are needed to restore growth, what regulatory changes are needed to the financial system and how to reform international forums such as the International Monetary Fund.
Wary of the threat to confidence any overt disagreements would pose, G20 leaders are under pressure to show a united front at the summit hosted by Prime Minister Gordon Brown.
But cracks have shown among policymakers -- particularly over support packages and regulation. Below is a look at what the G20 can realistically hope to achieve. FISCAL AND MONETARY STIMULUS
Best outcome for summit: A strongly-worded commitment to raise spending and do whatever it takes, in a co-ordinated manner, to get the global economy back on track. No public bickering between nations on the best way forward.
Most likely outcome: A firm commitment to act as necessary to restore growth. Criticism already has started from France and Germany of excessive public spending plans.
Where the G20 stand:
Draft Communique: No new commitments, beyond saying "we are committed to deliver the scale of sustained effort necessary to restore growth while ensuring long-run fiscal sustainability." And on financial institutions: "We are committed to take all necessary actions to restore the flow of credit."
The United States, Japan, China and Britain have all voiced support for further fiscal stimulus measures to boost demand -- eager to act now and risk doing too much rather than hesitate and find out later that not enough was done to avoid a slump.
Much of continental Europe has been far cooler, arguing there is already plenty of support in train which should be allowed to work before committing to further spending, given the precarious state of many nations' public finances.
One area of a genuine unity is among global central banks who are either using unconventional monetary policy tools or considering using them as interest rates near zero. Only the European Central Bank is hesitating, partly due to legal constraints. IMF REFORM AND RESOURCES
Best outcome for summit: A solid commitment to increase the IMF's resources by a large, specific amount of at least double the existing $250 billion with contributions from both old and emerging powers.
A detailed, timetabled agreement on how to make the International Monetary Fund more representative, giving more say to emerging economies such as China, India and Brazil.
Most likely outcome: A solid commitment to double the IMF's coffers, largely based on developed world contributions, but only a pledge to transform international institutions.
Where the G20 stands:
Draft communique: Leaves a blank for the amount of money the G20 agrees to make available to international financial institutions, and each one individually.
The United States favour a trebling of the existing $250 billion fund the IMF has at its disposal to support struggling economies, indicating it could contribute up to $100 billion.
The IMF and European leaders want to see the IMF's resources doubled and the European Union is prepared to offer about $75 billion. Japan has offered $100 billion, plus $20 billion to the Asia Development Bank, and China has recently also warmed to the idea.
But the size of any contribution from China or other cash-rich economies such as India is likely to be dependent on what is done to make global financial institutions more reflective of the changing economic order.
Australia, Brazil and Russia also want to see more voting rights for developing nations.
REGULATION
Best outcome for summit: A detailed agreement on banks' capital requirements, regulating credit rating agencies, risk taking, hedge funds and clamping down on tax evasion. An agreement to establish effective early warning systems and monitoring of financial markets, including empowered regulatory bodies.
Most likely outcome: A commitment to drastically improve regulation -- with reference to much of the above -- but falling short of any timetable for implementation.