quarta-feira, 2 de julho de 2008

Novos desafios da política monetária

Gazeta Mercantil/Caderno A / Rogério Mori
02/07/2008
O desenho estratégico da condução da política monetária brasileira encontra-se em uma encruzilhada de solução não trivial neste momento. Sem sombra de dúvida, o aperto monetário iniciado neste ano está longe de terminar ante o cenário econômico desenhado, mas vários desafios se impõem em face dos dilemas apresentados.
Sob essa perspectiva, está mais do que evidente que o cenário de inflação enseja uma continuidade do processo de elevação da meta da taxa básica de juros (Selic) por parte do Banco Central (BC). A alta de preços, que inicialmente parecia estar mais restrita aos preços de alimentos e de algumas commodities, começa a se difundir para outros segmentos da economia brasileira e não será surpresa para muitos se a inflação de 2008 medida pelo IPCA superar o limite superior da meta estabelecida para o ano. Adicionalmente, a mediana das projeções de inflação das instituições financeiras, que alimentam o sistema de informações do BC, começou a exibir um processo de elevação sistemática não apenas para este ano, mas também para 2009, sinalizando um potencial efeito negativo da inflação corrente sobre as expectativas dos agentes. Nesse contexto, o processo de aperto da política monetária, sob a lógica do regime de metas para inflação, parece, em princípio, mais do que adequado (e não se deve descartar inteiramente uma aceleração no ritmo das altas nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Por outro lado, existem sinais que indicam uma desaceleração em curso da atividade econômica brasileira. Contrariamente ao que poderia indicar uma análise superficial dos dados, a aceleração da inflação recente ocorre em um ambiente em que o ritmo da economia começa a exibir sinais de arrefecimento. De fato, as informações relativas ao Produto Interno Bruto (PIB) do começo do ano e da produção industrial brasileira sugerem uma acomodação no ritmo da atividade econômica. Esses (e outros indicadores) eliminam os temores de sobreaquecimento da economia brasileira, ainda que alguns setores isoladamente possam estar exibindo um ritmo de crescimento superior à média dos demais segmentos da economia. Na verdade, uma vez que o principal vetor da expansão recente foi dado pelo crédito, é natural que esse processo tenda a exibir sinais de desaceleração tendo em vista o fato de que o crescimento do crédito foi muito superior à expansão da renda das famílias.
Em outras palavras, é possível que o ciclo de endividamento das famílias esteja dando sinais de esgotamento, o que começa a se refletir sobre o conjunto da economia brasileira. Sob essa perspectiva, a indicação para a política monetária seria de alguma moderação, em face do quadro da atividade econômica em curso.
Outro aspecto relevante diz respeito aos efeitos sobre a taxa de câmbio. O aumento do diferencial entre juros domésticos e os praticados no exterior tende a ampliar a atratividade brasileira de recursos externos, o que estimula a apreciação da moeda brasileira e amplia as dificuldades de vários setores no que tange à competitividade.
O conjunto desses elementos impõe um quadro de difícil solução para o BC, que, a exemplo de outros bancos centrais ao redor do mundo, enfrenta dificuldades relativas ao quadro de inflação. A maior diferença no caso brasileiro reside no fato de que, diferentemente do caso dos EUA, por exemplo, a economia brasileira, apesar de registrar alguma desaceleração, apresenta sinais de robustez.
Dentro desse contexto, é claro que a política monetária brasileira opera no sentido de tentar coibir uma deterioração do quadro inflacionário, mas poderia ter contribuições adicionais de forma a evitar um peso excessivo dos juros sobre a economia brasileira. Sob essa perspectiva, sem dúvida, a política fiscal poderia desempenhar um papel mais favorável em uma lógica em que a contenção dos gastos do governo abriria espaço em termos de demanda agregada no sentido de evitar uma pressão excessiva da política monetária. Infelizmente, os sinais da política fiscal têm sido na direção contrária dessa tônica.
kicker: O endividamento das famílias pode estar dando sinais de esgotamento

Saldo da balança comercial cai 33% em junho

Rodrigo Postigo
02/07/2008
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,719 bilhões em junho, elevando para US$ 11,370 bilhões o resultado acumulado no ano, informou nesta terça-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado, no entanto, é 33% menor que o verificado em maio deste ano.
Em maio, a balança comercial havia registrado um superávit de US$ 4,075 bilhões, número recorde para o período, inflado por exportações feitas no mês anterior, mas registradas com atraso por conta da greve dos auditores fiscais da Receita Federal.
Em junho do ano passado, o saldo foi positivo em US$ 3,821 bilhões.
Apesar da retração, que reflete a aceleração das importações em ritmo mais acelerado do que o das exportações, o resultado do mês passado ficou acima do esperado por analistas consultados pela Reuters, que apostavam num superávit de US$ 2,25 bilhões.
As exportações somaram US$ 18,594 bilhões em junho, o correspondente a US$ 885,4 milhões de média por dia útil. O crescimento foi de 35% na comparação com junho de 2007.
As importações, por sua vez, totalizaram US$ 15,875 bilhões, o equivalente a uma média por dia útil de US$ 756 milhões - alta de 62,6% ante o mesmo mês do ano passado.
Analistas consultados pelo Banco Central estimam um superávit de US$ 23 bilhões para a balança comercial em 2008.

Senador dos EUA pede fim da tarifa sobre etanol do Brasil

Reuters
02/07/2008
Um influente senador republicano pediu na terça-feira ao presidente americano, George W. Bush, a eliminação da tarifa imposta ao álcool brasileiro nos Estados Unidos.
O senador Richard Lugar, o republicano de mais alto nível na Comissão de Relações Internacionais da Casa, mandou uma carta a Bush em meio as reunioes do G-8, o grupo de países mais industrializados do mundo mais a Rússia, sugerindo medidas para lidar com os altos preços de petróleo e energia --incluindo uma revisão sobre a tarifa imposta aos produtores brasileiros.
Isso incluiría suspender ou reduzir a tarifa de US$ 0,54 por galão de álcool exportado do Brasil para os Estados Unidos.
"Para demonstrar liderança, os Estados Unidos deveriam remover a tarifa para o etanol brasileiro que existe hoje na indústria norte-americana", disse Lugar no documento.
Ele acrescentou que os países do G-8 deveriam também incentivar a pesquisa e a adoção comercial em grande escala de uma nova geração de biocombustíveis feita sem o uso de alimentos.
Os EUA fabricam etanol a partir do milho com custo mais alto que no Brasil, mas o lobby ruralista norte-americano tem sido bem sucedido no Congresso na manutenção de subsídios para esse tipo de biocombustível.
A discussão sobre a eliminação da tarifa para o álcool brasileiro, assim como outras medidas para lidar com os altos preços do petróleo, vem ganhando mais apoio no Congresso, disse um assessor legislativo republicano.
"Os norte-americanos querem um alívio para encher o tanque", disse o assessor, que pediu para não ser identificado.
"Quanto mais alto o preço da gasolina, maiores as chances de que a opinião pública norte-americana apóie a redução na tarifa para o etanol brasileiro, para que seja ajustada ou eliminada", acrescentou.
Um projeto de lei promovido por dois senadores prevê ajustes na tarifa e tramita atualmente no Senado norte-americano, embora seu futuro no Congresso, controlado pela oposição democrata, ainda seja incerto.

Nova lei européia pode abrir espaço para biocombustível brasileiro

JB Online
02/07/2008
Na próxima segunda-feira, a União Europeia dará mais um passo para ter uma nova legislação sobre biocombustíveis que, conforme o que for aprovado, possibilitará maior espaço para o etanol brasileiro no bloco. Um dos dois comitês do parlamento europeu que analisam o assunto, o de sustentabilidade, votará a proposta da Comissão Européia para a lei e 304 emendas propostas pelos parlamentares - no outro comitê há 1,4 mil emendas. A indústria sucroalcooleira e os diplomatas brasileiros acompanham de perto o assunto, para evitar que pontos que prejudiquem o Brasil sejam colocados em prática e façam com que o país perca mercado.
A diretriz da Comissão Européia propõe que até 2020, 10% do combustível usado no transporte seja de biocombustível. A decisão precisará ser aprovada pelo parlamento e pelo Conselho da UE.
"Esse percentual cria mercado para o Brasil", diz Emmanuel Desplechin, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a UE.
Estima-se que hoje o percentual da mistura seja de 3% a 4%, com variação entre os países. O uso de biocombustível no bloco não é mandatório, há apenas uma indicação aos países de que o ideal seria um percentual de 5,75%.
Um os pontos da proposta de lei refere-se ao local de produção do biocombustível. Pode ficar definido, por exemplo, em que tipo de áreas a matéria prima do etanol deve ser plantada para o combustível não ser barrado na UE.
A cláusula social do projeto de lei estabelece que o etanol tem de ser produzido num país que ratificou 10 resoluções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil não ratificou uma delas, sobre representação sindical, porque a Constituição não permite - os Estados Unidos, por exemplo, maiores produtores de biocombustível do mundo, não ratificaram nenhuma.
O conteúdo desta cláusula é um ponto que está em discussão entre representantes da UE, diz a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, chefe da missão brasileira para as Comunidades Européias, em Bruxelas.
Há pelo menos um ponto da proposta em que o Brasil pede mais rigor: no que define o percentual de emissão de gases de efeito estufa que o biocombustível deverá gerar. A UE fixa a meta em 35%, o País quer que ela seja elevada.
"Estamos dizendo que esse percentual é muito baixo. Nesse teto, qualquer produto hoje feito no mundo poderia entrar na UE. Há propostas de emenda para percentuais maiores, de até 60% de uma só vez, ou gradual, começando em 35% e subindo para 50% em 2015. O etanol brasileiro economiza 90%, mas o Brasil não defende esse patamar, porque deixaria o produto brasileiro praticamente sozinho no mercado europeu e essa situação coloca riscos ao país", diz Desplechin.

Falta de mão-de-obra ameaça crescimento do Brasil, relata ‘NYT’

BBC Brasil
02/07/2008

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal americano The New York Times afirma que a falta de mão-de-obra qualificada "ameaça" as metas de crescimento econômico do Brasil.
Sob o título "Procuram-se trabalhadores qualificados para uma economia em crescimento no Brasil", o texto diz ainda que isto poderia afetar "a ascensão política e econômica" do País no cenário internacional.
"Após anos de expansão e contração, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está projetando um período de crescimento sustentado, com o PIB (Produto Interno Bruto) crescendo 5% ao ano de agora até 2010, e cerca de 3% a 4% ao ano na década seguinte", lembra o jornal.
"Mas muitas empresas e economistas, incluindo alguns do governo, dizem que a escassez de mão-de-obra altamente qualificada, particularmente engenheiros e técnicos profissionais, ameaçará estas metas, assim como a ascensão política e econômica do Brasil". A reportagem afirma que a falta de mão-de-obra se espalha "por diversos setores da indústria".
"A falta de engenheiros civis e de construção ameaça projetos de infra-estrutura; áreas como bancos, fabricação de aviões, petroquímica e metalurgia estão todas competindo pelos melhores graduados; na indústria de petróleo e gás, que experimenta um boom, as empresas estão recorrendo a mão-de-obra estrangeira porque não há brasileiros qualificados suficientes para o trabalho."
O artigo cita um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), segundo o qual mais da metade de 1.715 empresas pesquisadas em setembro não conseguia contratar os trabalhadores qualificados de que necessitava.
As soluções de curto prazo têm sido dadas pelas próprias empresas - gigantes como Vale, Petrobras, Ultrapar e Embraer mantêm programas internos de treinamento, diz o NYT. Mas no longo prazo "o prognóstico é mais problemático".
"O sistema educacional do Brasil está em desarranjo. Nos testes de desempenho acadêmico realizados a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com jovens de 15 anos de 57 países, os estudantes brasileiros ficaram na quarta pior colocação em ciências e na terceira pior em matemática", afirma a reportagem.
Enquanto as grandes corporações têm recursos para contratar ou treinar os melhores profissionais, empresas médias "não têm a mesma sorte".

Cartões de crédito movimentam R$ 102,2 bi até junho

Agência Estado
02/07/2008
As movimentações feitas com cartão de crédito, no primeiro semestre deste ano, somaram R$ 102,2 bilhões, o que representa um crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados hoje pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Já o número de plásticos desta modalidade em circulação no País chegou a 100 milhões de unidades em 2008 até junho.
As movimentações de toda a base de meios de pagamento eletrônicos - crédito, débito e cartões de lojas e redes - alcançaram R$ 176,2 bilhões, equivalente a uma expansão de 24% em relação aos seis primeiros meses de 2007. Ao todo, o País contava com 466 milhões de plásticos ao final de junho.
Desse resultado, o maior crescimento proporcional foi registrado nas compras feitas com cartão de débito, que somaram R$ 50,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, representando um incremento de 30%. O presidente da Abecs, Félix Cardamone, considera esse crescimento "surpreendente", resultante da maior utilização dos cartões em detrimento dos cheques, destacou em nota.
Até o fim de 2008, a associação prevê que os cartões movimentem R$ 387,5 bilhões e que o número de unidades chegue a 498 milhões. Se esse desempenho for alcançado, as altas serão de 24% e 14%, respectivamente.

Brazil: May Industrial Output Declined

By REUTERS
Published: July 2, 2008
Industrial production in Brazil fell unexpectedly in May from April, a sign that expansion in output may be slowing after months of robust growth, government data showed. Output fell 0.5 percent, the first month-on-month drop since February, the country’s statistics agency, I.B.G.E., said.

Wanted: Skilled Workers for a Growing Economy in Brazil

Lalo de Almeida for The New York Times
A worker on a plane production line for Embraer in Brazil. The company has doubled in size since the start of the decade.
By ANDREW DOWNIE
Published: July 2, 2008
SÃO PAULO, Brazil — For almost any nation other than China or India, achieving more than 5 percent growth a year is hard. Doing it without skilled labor is even harder.
The aircraft manufacturer Embraer created a program that puts engineering graduates through a specialization course.
But that is the challenge facing Brazil, the B in the BRIC economies — Brazil, Russia, India and China — today’s version of economic tigers.
After years of boom and bust, the administration of President Luiz Inácio Lula da Silva is projecting a period of sustained growth, with the gross domestic product increasing 5 percent a year, from now to 2010, and about 3 and 4 percent annually for the decade after.
But many companies and economists, including some inside the government, say the dearth of highly skilled labor, particularly engineers and tradesmen, will jeopardize those goals, and Brazil’s economic and political rise.
“The lack of availability of technical ability may be a constraint on growth, no doubt about it,” José Sergio Gabrielli, president of Petrobras, the state-run oil company, said in an interview. “It is a big challenge for the country.”
The engineering shortage here is spreading across industries. The lack of civil and construction engineers threatens infrastructure projects; areas like banking, aircraft manufacture, petrochemicals and metals are all competing for the same top graduates. In the booming oil and gas industries, companies are turning to foreign labor because there are not enough qualified Brazilians to go around.
“Some of our big clients in the oil and gas sector have 40 to 50 job openings and they can’t fill them,” said Paulo Pontes, managing director of Michael Page International, a leading headhunting firm.
“When we asked companies what the careers of the future were, seven out of 10 of them were in engineering. That shows the reality of what is happening today.”
A study by the National Confederation of Industry last September found that more than half the 1,715 industrial firms polled could not find the skilled workers they needed. Of those, 69 percent said the lack of a qualified work force resulted in inefficiency; 36 percent said it led to lower quality goods; and 25 percent said it made acquiring or assimilating new technologies more difficult.
That reality is leading thousands of Brazilian companies into the education business. Some teach basic literacy and arithmetic to janitors and manual workers. Other more advanced courses help factory and production line workers better understand math, science and composition. And major companies are increasing the amount of on-the-job training they give to engineers and professionals.
“We are planning to invest $11 billion this year and $60 billion over the next five years just in organic growth projects,” said Maria Gurgel, director of human resources planning and compensation at Vale, one of the world’s largest mining companies. “The people behind these projects are geologists and engineers whose specialties are in ports, railways and mines. Those are the areas where we have shortages. We need to give them specialized training. It would be difficult to grow” without them, she said.
Today, companies like Vale, Petrobras, and the petrochemical firm Ultrapar spend millions of dollars on their own training programs.
A typical program is like the one at Embraer, one of the largest manufacturers of aircraft. Embraer builds private and commercial jets that seat from six to 122 people. The company has doubled in size since the start of the decade and currently has orders in excess of $20 billion. It expects to deliver nearly 200 aircraft to clients this year.
That is because in part, of the creation of its specialization in engineering program. In 2001, company directors realized that with only three Brazilian universities offering courses in aeronautical engineering there would not be enough graduates available to help them design, build and sell planes in a rapidly growing market.
So the company created a program that selects the country’s best engineering graduates and puts them through an 18-month specialization course. They already have a base in disciplines like electronics, mechanics or design. In Embraer’s classrooms, overlooking a shop floor scattered with fuselages, they learn the skills that will help them become aeronautical engineers.
Júlio Franco, executive vice president for organizational development and personnel, said the company spends $45,000 training each student.
“I have no doubt it pays off,” he said. “It gives us enormous peace of mind.”
The Brazilian government is less serene.
One official said he believed that shortages were limited to certain sectors and could be overcome in the short term by hiring retirees and foreign workers. But the medium- and long-term prognosis is more problematic, said Nelson Barbosa, the secretary of economic monitoring at the finance ministry.
“The measures to resolve the problem in the short term won’t work in the medium term,” Mr. Barbosa said. “As growth increases, those solutions will run out and it will be crucial to increase and invest in education. The challenge is to increase the number of graduates, which means opening up more vacancies, and raising the percentage of people that finish their courses.”
The problem is that Brazil’s educational system is in disarray. In the Organization of Economic Cooperation and Development’s tests of academic performance given every three years to 15-year-olds in 57 nations, Brazilian students finished fourth from the bottom in science and third from the bottom in math.
The average Brazilian worker has six years of schooling, compared with 10 years in South Korea, 11 in Japan and 12 in the United States and Europe, according to the National Confederation of Industry study.
Of the few Brazilians who go to a university, fewer than one in five take engineering, science, mathematic or computing, according to a recent World Bank study on the links between education and economic growth.
“In Brazil, most people that go to university do social science programs and this happens not because people desire to study philosophy, anthropology, geography, history,” said the study’s author Alberto Rodriguez, “but because private universities, where the growth has taken place, offer these courses because they are cheaper than offering engineering.”
The graduates who succeed are in demand. Big companies have the money to hire or train them. Midlevel firms are not as lucky.
“We had to reduce the size of our company,” said Marcos Coelho, president of the administrative council at Esteio, an engineering firm that conducts topographic studies. “If we had more people we’d be growing much quicker.”