segunda-feira, 12 de maio de 2008

Perdidos no mercado, um filme preto no branco

Ivan Postigo

Ao visitar o mercado e conversar com muitos gestores, você ouvirá muitas queixas sobre a complexidade para a administração dos negócios. Algumas por vícios de reclamação, outras porque as empresas realmente enfrentam dificuldades.
Cada dia os produtos estão mais parecidos e são ofertados com boa qualidade, satisfazendo as exigências do consumidor, gerando uma feroz concorrência.
O número de concorrentes, onde o mercado se mostra atrativo, também aumenta, afinal quem vê oportunidades quer explorá-las.
Errar até por ser aceitável, em alguns casos, persistir não é permitido.
Muitas empresas, que se vêem em dificuldades, não acabaram de se instalar não, são tradicionais, apenas não se deram conta das mudanças no mundo empresarial.
Tenho observado casos, em que várias destas, num ciclo de 5 anos, conseguiram “perder” o mesmo cliente 3 vezes. Não conseguiram atender as exigências do pedido de compra, estes foram cancelados, contudo, num período entre seis meses a um ano foram bem sucedidas em restabelecer os negócios. Não cumpriram o acordo novamente e assim seguem, perdendo clientes e lutado para recuperá-los.
São empresas que têm problemas generalizados e não localizados.
Não desenvolvem um trabalho de diferenciação de marca, portanto vendem commodities. Para manter seu volume de negócios praticam os menores preços.
Apresentam concentração de venda em um cliente que pode absorver mais de 40% do seu volume, portanto têm baixa distribuição no mercado e reduzido poder de negociação. Essa característica é resultado da inexperiência em prospecção ou excessivo foco em canais de negócios.
Trabalham com conceitos fundamentados num passado longínquo, sem visão de futuro Sempre fizeram assim e têm dado certo!
São incapazes de entender os conceitos primários de margem de contribuição para reposição do parque industrial, depreciado a cada dia.
Apresentam comprometimento financeiro elevado, chegando a superar o valor de dois meses de faturamento no curtíssimo prazo.
Demonstram assustador descontrole sobre a cobrança das duplicatas a receber e desconhecimento da real inadimplência.
Trabalham em três ou quatro turnos em setores estratégicos, sem margem de manobra para melhorar seus custos, e desconhecem os conceitos de administração dos gargalos de produção. As convocações para horas extras são feitas sem planejamento, ocupando domingos e feriados, com custos elevadíssimos.
Aceitam qualquer volume de pedidos. Incapazes de dizer não, pois negligenciam os conceitos de planejamento, comprometem toda a qualidade da produção, entrega e continuidade dos negócios!
Os conflitos acabam sendo inevitáveis, o que leva a um alta rotatividade dos funcionários, dificultando a retenção de talentos, acendendo a chama perigosa da velha “mínima“: Ninguém é insubstituível.
O mundo está repleto de histórias de sucesso, seguida de fracasso, pela perda de mentores. Pessoas como Pelé, Maradona, Guga, Jordan, Mandela, Einstein, Cora Coralina, Jorge Amado e outros, são raras em suas áreas de atuação, quando encontrar uma retenha.
Pensando bem, se não for para respeitá-los e permitir que brilhem, que os deixem ir. Eles merecem um lugar de destaque e a possibilidade de se mostrarem para o mundo.
Alto volume de conflito, normalmente, indica baixa capacidade de comando e concentração demasiada de poder.

Um problema não resolvido leva a outro, facilmente pode-se observar: Logística deficiente, faltas ao trabalho exageradas, descontrole de paradas de máquinas, queixas constantes de clientes desconsideradas, baixa credibilidade interna, vendedores dependentes de ajudas de custo por não auferirem comissões suficientes para sustentação, e uma série de “pequenos grandes” problemas.
Parece um pouco exagerado? Acredite, não é.
Uma empresa, antes de quebrar, pode agonizar por anos, e há no mercado pessoas com criatividade suficiente para sustentá-la nesse estágio por um longo período.
Um delicado filme sobre muitos que estão perdidos no mercado, preto no branco, por não observarem conceitos básicos de administração!


Ivan Postigo
Economista , Bacharel em contabilidade , pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

O que há de engraçado na gestão de um circo ?

Ivan Postigo

Você já parou para pensar que o circo é uma empresa, não muito diferente das nossas, apenas que o seu produto é voltado ao entretenimento? Bom, se você estava esperando uma piada esqueça.

Como não convivemos com esse tipo de empreendimento as chances de refletir sobre suas oportunidades e dificuldades são raras.

De onde veio essa idéia maluca, para levantar essa questão, você pode me perguntar.

Enquanto tomávamos um café, um de nossos amigos contava que para mudar uma mesa de lugar, de um estagiário, eles levaram três dias e praticamente uma semana para instalar um ponto para ligar o computador.

Seu fiel escudeiro, companheiro de trabalho, muito sério e meio irritado disse: “Ainda bem que não somos donos de circo, pois nunca teríamos sucesso! “.

Dessa observação surgiram algumas reflexões e comparações sobre quais seriam as dificuldades de se administrar um desafio como esse.

Mudar uma mesa de lugar vira um desafio? O que dizer de criar uma filial, levar um escritório para outro local, ou a fábrica inteira? Certamente vamos encontrar empresas que terão essa intenção a vida toda e nada acontecerá, mas e o circo?
Finda a temporada, muda-se tudo. Você pode dizer: Bom, mas ali são lonas, panos e madeiras!

Diria à você: Não, reflita melhor e veja a complexidade envolvida, considerando toda a equipe, iluminação, sonorização, acomodações, e mais uma série de itens. Lembre-se que a conversa começou devido a dificuldades com uma mesa e alguns fios, não com um projeto para se chegar a Marte.

Mudanças, tema que resistimos nas empresas é a situação mais corriqueira no circo.
Falamos em desafios nas nossas empresas, no circo o desafio é a motivação! Você acha que não? Olhe para baixo!
Vendemos nossos produtos a um publico que o avalia individualmente, temos tempo de corrigir falhas, o produto do circo é apresentado à coletividade para apreciação instantânea.

Aceitação ou rejeição serão imediatas. Ë verdade que não recebemos aplausos com freqüência por termos um produto de qualidade, mas como administraríamos uma estrondosa vaia?
Os nossos produtos são fabricados a portas fechadas e os erros podem ser corrigidos e maquiados, no circo o produto é preparado na frente do consumidor, muitos deles, as crianças, extremamente exigentes.

A maquiagem nas empresas tem a finalidade de esconder, no circo de destacar!
Uma criança que diga: “ Não gostei ”, influencia pelo menos dois outros consumidores, pai e mãe, que falarão mal do produto a todos que encontrarem.

Os nossos produtos são distribuídos a vários locais no mercado, o circo a cada momento tem que explorar aquele ponto de venda com profundidade. É como se colocássemos nossos materiais num hipermercado e lá retirássemos todo faturamento do período.
Nas nossas empresas há aqueles profissionais que sempre se atrasam para as reuniões e invadem a sala com as mais variadas desculpas, tipo: “Desculpem, fiquei retido no trânsito!”.

Você já viu o espetáculo do trapézio começar, e subitamente surge um sujeito com uma roupa azul ---mais azul que as outras--- brilhante --- mais brilhante que as outras--- correndo, subir até o topo do aparelho e pedir desculpas pelo atraso?
Ah, e que tal uma situação onde a apresentação do artista não está dando dá certo e o locutor diz o seguinte: “ Amanhã a gente retoma, hoje já não dá mais!”.

No circo seria interessante ouvir:” Respeitável público, amanhã retomaremos nosso espetáculo, hoje nosso trapezista se sente desconfortável em realizar o triplo mortal!”.
Gente, melhor pedir outro café, gestão de circo é trabalho para foca que é capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo: Bater o bumbo enquanto peteca a bola!


Ivan Postigo
Economista , Bacharel em contabilidade , pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Brazil upgrade sparks LatAm investment-grade frenzy

Fri May 9, 2008 10:30am EDT
By Walter Brandimarte - Analysis
NEW YORK (Reuters) - The recent upgrade of Brazil's credit ratings by Standard & Poor's has stoked expectations that ratings agencies are about to hand out a handful of tickets to the coveted investment-grade club of low-cost borrowing in Latin America.
Investment-grade passes are in the pipeline for Peru, Brazil, Colombia and Panama, analysts and government officials of those countries say, feeding an investor frenzy that has helped support prices of sovereign bonds and currencies in the region.
Peru and Brazil were the latest to be promoted to investment-grade territory -- the former by Fitch in the beginning of April and the latter by S&P last week -- and investors expect both countries to get more upgrades from other rating agencies soon.
"There is talk in the market that Fitch is about to upgrade Brazil to investment-grade status," said Andrew Brenner, senior vice president at MF Global in New York.
With investment-grade classification by two ratings agencies, Brazil's bonds would be added to the benchmark Lehman Aggregate Bond index, creating an additional demand of $10 billion to $20 billion for the securities, Brenner estimates.
While Moody's has said Brazil's high public debt is the main constraint for an upgrade, Fitch advised last week that the country's ratings are currently under "active review."
Fitch still has a stable outlook on Brazil's ratings, but that would not stop it from upgrading the country right away, the same way it lifted India to "BBB-" from a stable "BB+" rating in August, 2006.
Peru is also about to get its second investment-grade credit rating, this time from S&P, Prime Minister Jorge del Castillo told congress this week, adding that he had a meeting with S&P representatives on Thursday.
Government officials in Latin America usually like to inflate their chances of getting a credit upgrade, but even S&P acknowledges that Peru's high growth rates are a good reason to review its ratings up, despite weak institutions and ethnic issues.
In a recent interview with Reuters, S&P managing director Jane Eddy said the agency wants to see Peru's economic growth, which has been "significant", but "initially very concentrated in a couple of mining areas," spilling over to other sectors of the economy before an upgrade.
Since Brazil's upgrade last Wednesday, spreads over U.S. Treasuries of Brazilian, Colombian and Peruvian debt tightened more than 10 basis points each, while the overall emerging debt market remained practically flat according to the JP Morgan EMBI+ index.
Spreads measure the additional yield over benchmark U.S. Treasuries that borrowers need to pay investors when issuing bonds abroad.
RECOUPING INVESTMENT GRADE
Colombia has also been fighting to recover the investment-grade status it lost about eight years ago, and analysts say the latest efforts to "convert" external debt into peso-denominated securities may pay off soon.
Colombia unveiled this week plans to hedge in the local market as much as $20 billion worth of foreign debt against a possible appreciation of the dollar. In doing so, the government would take advantage of the current strength of the peso, eliminating at the same time one the main sources of external vulnerability.
"Who knows, the ratings agencies may like what they see and think further about an upgrade," Lehman Brothers' analyst Gianfranco Bertozzi wrote in a recent note to clients, referring to Colombia's debt plans.
Panama is also on track to be admitted into the club. S&P and Fitch currently have the country at "BB+," one notch below investment grade.
In the beginning of the year, Fitch said Panama is poised to get an BBB-level rating within two years, as the economy speeds up.
(Additional reporting by Richard Leong; editing by Clive McKeef)

The country of the future finally arrives

With an export boom and oil finds, Brazil, the sleeping giant of South America is awakening
This article appeared in the Guardian on Saturday May 10 2008 on p41 of the Financial section. It was last updated at 10:52 on May 12 2008.

Sitting in his air-conditioned office in Guarantã do Norte, a remote agricultural town on the edge of the Amazon rainforest, local mayor José Humberto Macêdo looked a contented man.
Thanks largely to the global boom in commodities, this soya-growing region has been transformed into the vanguard of Brazil's march on to the world stage. "This is going to be the new Brazil," Macêdo beamed, explaining how ballooning commodity prices had made his region, Mato Grosso state, into a powerhouse of the Brazilian economy.
Across the country, similar optimism can now be heard among businessmen and politicians, all convinced that South America's sleeping giant is finally waking up. Brazil has long been known as the país do futuro (country of the future). But a series of economic and political crises and 21 years of military rule somehow meant the future never quite arrived.
Now things seem to be changing. Brazil's currency recently hit a nine-year-high against the dollar, inflation is under control and millions of Brazilians are being propelled towards a new middle class. Last week, meanwhile, Brazil was awarded "investment grade" status by the financial rating agency Standard & Poor's, sending the country's stocks soaring to an all-time high.
Following the announcement, Brazil's president, Luiz Inácio Lula da Silva, said: "If we translate this into a language that the Brazilian people understand, it means that Brazil was declared a serious country, that has serious policies, that takes care of its finances with seriousness and because of this we deserve international confidence."
From oranges and iron ore to biofuels, Brazilian exports are booming, creating a new generation of tycoons. Brazil's millionaire club grew from 130,000 in 2006 to 190,000 last year - one of the fastest rates in the world, according to a study by the Boston Consulting Group.
"We are the biggest exporters of meat, coffee, sugar, fruit juices and the second biggest of grains," Brazil's agriculture minister, Reinhold Stephanes, boasted at a conference in Brasília last month.
Meanwhile, Brazil's stockmarket, known as the Bovespa, was one of the best performing in the world last year.
Despite the world economic crisis, the Brazilian government recently raised the projected growth rate this year to 5% - lower than the other so-called BRIC nations of Russia, India and China but impressive for a developing country.
"The future has already arrived," said David Fleischer, a political scientist at the University of Brasília. "Foreign investments coming into Brazil are very strong; inflation is more or less under control; Brazil now has more international reserves than foreign debt, and the commodities are booming."
Not to mention the oil. A series of huge offshore discoveries by the state-owned energy company Petrobras has led many to dub the president "Sheikh Lula" and claim that Brazil may soon become a major oil producer.
In April, when Haroldo Lima, head of Brazil's national petroleum agency, made headlines after claiming that another huge oilfield had been found off Rio's coast, the news appeared to confirm what many Brazilians have long claimed: God is Brazilian.
Lia Valls, an economist at Rio's Getulio Vargas Foundation, said: "We are now living a singular economic situation we have never experienced before. The international situation is very favourable to Brazil."
In February, when the government announced that it had paid off its foreign debt, Lula boasted that Brazil had "taken an extremely important step towards transforming itself into a country taken seriously in the financial world".
"We will transform this country, definitively, into a great economy and a great nation," the president added.
Keen to transform itself from developing nation to world power, Brazil is also presiding over a 1,200-strong UN stabilisation force in conflict-ridden Haiti. Paulo Cordeiro, the country's former ambassador in Port-au-Prince, said the presence of Brazilian troops was a "demonstration of Brazil ... wanting more responsibility.
"I think Brazil has already reached a certain level of development in which the international community starts calling on it to act more," he said.
"Brazil's international leadership has grown a great deal over the last six or seven years," said the University of Brasília's Fleischer, citing Brazil's involvement in the UN mission and its leadership of the emerging nations in the Doha talks. "The tendency is for this influence to keep growing."
For analysts, much of the euphoria sweeping Brazil is down to the ability to control the inflation that plagued the country in the late 1980s and early 1990s. In 1993 inflation reached 2,490%. Today the figure stands at about 4.7%.
"I think now it is difficult to imagine a return to this," said Valls.
Analysts are less certain, however, about the effects that a drop in commodity prices might have. Many believe this could bring a dramatic end to Brazil's boom. Others question whether the infrastructure and education systems are strong enough to maintain the economic momentum.
Valls warned: "All this does not mean you are guaranteed economic growth. Brazil still has serious structural problems; there needs to be lots of investment in infrastructure. There are some serious pitfalls that compromise this growth: education, having a qualified workforce, health."

Brazil warns EU on green biofuel controls

Fri May 9, 2008 2:13pm EDT
BRASILIA (Reuters) - Brazil will contest any attempt by the European Union to place limits on biofuel exports because of environmental concerns, a senior Brazilian official said on Friday.
The European Union's environment chief said last month that biofuels, which Brazil hopes to export to the EU, must meet certain criteria regarding potential harm to the environment and social conditions. It is now discussing guidelines.
"If the criteria were trade-distorting we will appeal," Andre Aranha Correa do Lago, head of the Foreign Ministry's energy department, told reporters.
Brazil is the world's largest exporter of ethanol, which it derives from sugar cane.
President Luiz Inacio Lula da Silva has rejected most criticism of Brazilian biofuels as an attempt by international competitors to protect trade.
Correa said further studies were required to see if ethanol production was displacing other crops and cattle in the Amazon forest. Brazil also needs to step up its controls of working conditions on cane plantations, he said.
Most of Brazil's cane production has no social or environmental problems, he said.
Brazil is eager to discuss the EU criteria, Correa said.
"If Brazil wants to export ethanol to the EU, it is the first to want the EU to consider it sustainable," he said.
As part of a diplomatic offensive to counter criticism, Brazil will hold an international conference on biofuels, including a ministerial-level meeting, in November.
Other measures may include bringing a case against the United States to the WTO if proposed ethanol tax rules are approved as part of a new U.S. farm bill, Brazil's chief trade negotiator, Roberto Azevedo, said on Thursday.
The proposed new farm bill would extend an import tariff of 54 cents per gallon for two more years and reduce an ethanol blenders' tax credit to 45 cents per gallon from 51 cents. Brazilian producers say the rules would distort prices and discourage imports or sugar cane-based ethanol.
(Reporting by Raymond Colitt; editing by Angus MacSwan and Mohammad Zargham)

Empresário fica em dúvida sobre eficácia

Para dar certo, programa precisa de um coordenador forte, dizem líderes
O Estado de São Paulo / Cleide Silva
12/05/2008

Ainda um pouco desconfiado, o setor empresarial espera que, desta vez, o Brasil tenha uma política industrial eficaz. A dúvida é sobre o alcance da desoneração tributária e a coordenação do projeto. Teme-se a repetição do que ocorreu na primeira fase, lançada em 2004, quando houve resistências das próprias esferas governamentais.Também há uma mágoa em relação à maneira como foi formatada. "O certo seria um envolvimento maior da classe produtora nas discussões, de forma mais transparente, mas não houve essa abertura", reclama o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. "Se a política for boa, vamos aplaudir; se tiver algum problema, vamos sugerir mudanças."Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, "as linhas básicas de desoneração de investimentos, apoio à exportação e metas para pesquisa e desenvolvimento são relevantes".O caráter mais horizontal da política também é elogiado. Um dos desafios é articular as políticas industrial e macroeconômica. "É preciso ter um coordenador forte para o programa", afirma ele, que pede a volta do conselho criado quando Luiz Furlan era ministro do Desenvolvimento.Skaf acredita que, se as medidas forem eficazes, o País receberá novos investimentos externos e evitará a saída de recursos. "Muitas empresas estão investindo no exterior porque encontram maior competitividade lá fora." O investidor busca segurança, agilidade, pouca burocracia, desoneração tributária e infra-estrutura adequada.Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), diz que, ao reforçar a competitividade, o País receberá aporte além do já anunciado. Este ano, as montadoras investirão US$ 4,9 bilhões em capacidade produtiva.Com o montante, a capacidade das fábricas passará de 3,5 milhões de veículos para 3,85 milhões este ano. Em 2009, chegará a 4 milhões. O ministro Miguel Jorge tem dito que um dos objetivos da política industrial é chegar a 5 milhões de carros.Julio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi, acha importante definir a dosagem dos investimentos. "Setores mais acossados pela concorrência chinesa, como o têxtil, devem receber dosagem de inovação. Para os que estão crescendo, a dosagem é o incentivo ao investimento e, para setores como o de celulose, é o aumento da exportação."
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Gigante da América do Sul está acordando, diz jornal

'The Guardian' diz que Brasil finalmente está caminhando para o futuro.
BBC
12/05/2008
A edição deste sábado do jornal britânico The Guardian dedica uma página inteira ao "país do futuro", o Brasil, explicando por que muitos acreditam que finalmente "o gigante adormecido da América do Sul" está acordando.

O diário diz que muitos empresários e políticos brasileiros estão convencidos de que o Brasil está caminhando para um lugar de destaque no cenário internacional graças aos avanços na situação econômica do país.

"Graças em grande parte ao 'boom' mundial das commodities, esta região de plantação de soja (o Mato Grosso) se transformou na vanguarda da marcha do Brasil rumo ao palco mundial", começa dizendo a matéria, assinada pelo repórter Tom Phillips.

Ele lembra que apesar de o Brasil ter sido conhecido como o país do futuro há muito tempo, uma série de crises econômicas e políticas, além de 21 anos de ditadura militar, evitaram com que o país chegasse lá.

Momento favorável
"Agora as coisas parecem estar mudando. A moeda brasileira atingiu a maior alta dos últimos nove anos em relação ao dólar, a inflação está sob controle e milhões de brasileiros estão sendo empurrados em direção a uma nova classe média", afirma Phillips.

Ele também lembra que na semana passada, a agência Standard & Poor's revisou para cima o rating concedido ao Brasil, melhorando a classificação geral para grau de investimento.

"De laranjas e minério de ferro a biocombustíveis, as exportações do Brasil estão estourando, criando uma nova geração de magnatas. O clube de milionários do Brasil aumentou de 130 mil em 2006 para 190 mil no ano passado - uma das taxas mais rápidas do mundo, de acordo com um estudo do Boston Consulting Group", afirma a matéria.

O texto do The Guardian também lembra das recentes descobertas de grandes reservas de petróleo pela Petrobras, que deram o apelido de "xeique Lula" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva "e indicam a possibilidade de o Brasil se tornar um grande produtor de petróleo em breve".

O repórter encerra a matéria ressaltando que analistas acreditam que uma queda nos preços dos commodities pode acabar com o ritmo acelerado de crescimento do Brasil e outros questionam se os sistemas de infra-estrutura e educação são fortes o suficiente para manter o bom momento econômico.

"Tudo isso não significa que você tem crescimento econômico garantido. O Brasil ainda tem problemas estruturais sérios. Existem algumas armadilhas sérias que comprometem este crescimento: educação, ter uma mão-de-obra qualificada, saúde", ressaltou a economista da Fundação Getúlio Vargas, Lia Valls, citada na matéria.

Importações da indústria batem recorde e atingem 20% do consumo

Rodrigo Postigo
12/05/2008
As importações da indústria brasileira bateram recorde em 2007 e atingiram 20,3% do consumo no País de bens industrializados, de acordo com a Folha de S.Paulo, citando um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O estudo mede a participação dos bens importados no consumo total e leva em conta a produção doméstica destinada ao mercado interno e as importações de produtos.
Ainda segundo o jornal, a alta da presença de produtos importados foi favorável para a economia brasileira no período de 2004 a 2007, evitando um descompasso entre oferta e demanda.
De 2004 a 2007, a participação das importações no consumo cresceu 6,5%. O complexo eletrônico, por exemplo, registrou alta de 11,7% na participação das importações e os instrumentos médicos, de controle e automação, de 24,8%.

Pacote corta custo para exportação

Governo reduz contribuição patronal na folha de empresa exportadora e dá outros incentivos para indústrias
O Estado de São Paulo / Fabio Graner e Marcelo Rehder
12/05/2008
A nova política industrial que será anunciada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá trazer cerca de 20 medidas de desoneração tributária e de financiamento. Entre elas está a primeira iniciativa para desonerar a folha de salários da indústria, que por enquanto será apenas para as empresas exportadoras do setor de tecnologia da informação.O governo deverá reduzir pela metade a contribuição patronal dessas empresas para a Previdência, dos atuais 20% da folha de pagamentos para 10%. O alívio incidirá só sobre a folha de pagamento dos funcionários que trabalham com exportação. Para os demais, que estão voltados para o mercado doméstico, a empresa continuará a recolher 20%.Até ontem, o governo estudava ainda a possibilidade de eliminar a contribuição das exportadoras de software ao chamado chamado Sistema S (conjunto de entidades voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, que têm em comum seu nome iniciado com a letra S, como Sesi, Senai e Senac) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Se a medida for incluída no pacote a ser anunciado hoje, representará corte adicional de 3,1 pontos porcentuais na carga sobre a folha de pagamento.As desonerações previstas no Plano de Desenvolvimento Produtivo, como tem sido chamado oficialmente a nova política industrial, terão um custo fiscal para o Tesouro Nacional que poderá chegar a R$ 25 bilhões até 2011. Somadas a uma série de outras medidas de redução de custos financeiros, de investimento e de exportação, elas têm como objetivo incentivar os investimentos, a inovação tecnológica e, principalmente, as exportações.Na prática, esse conjunto de medidas pode compensar, ao menos em parte, a indústria pela valorização do real em relação ao dólar. A intenção é estimular as vendas externas para reverter a escalada no déficit em conta corrente, que tem preocupado o governo.Adiado várias vezes, por conta de divergências entre o Ministério da Fazenda e do Desenvolvimento, o anúncio da nova política é aguardado com alguma desconfiança pela indústria. Além de dúvidas quanto ao alcance das medidas de desoneração tributária, os empresários estão preocupados com a instância que coordenará o projeto. Eles temem uma repetição do ocorrido com a política anterior, de 2004,que enfrentou resistências dentro do próprio governo.