segunda-feira, 8 de junho de 2009

IPI e dólar reduzidos impulsionam varejo

Valor Econômico
08/06/2009
A redução do IPI para os produtos eletrodomésticos da linha branca, a deflação e a valorização do real frente ao dólar (que facilitou as importações) permitiram às redes de varejo ousarem mais nas promoções para o Dia das Mães. O resultado foi um aumento de 10% a 20% nas vendas de maio em relação a igual mês do ano passado. Para este mês, as previsões indicam nova expansão das vendas, levando algumas redes a reforçar as encomendas à indústria.
No comércio varejista da construção, as vendas cresceram 4,5% em maio em comparação com o mesmo mês de 2008, sendo que as vendas de itens com IPI reduzido registraram incremento de 10%, informa a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, que representa 138 mil lojas no país. No ano, o setor conseguiu, com o aumento das vendas em abril e maio, repetir o desempenho dos cinco primeiros meses de 2008. Para junho, a expectativa da entidade é de crescimento de 8% nas vendas em relação a junho de 2008 e, para o ano, de expansão de 5%.

Iata dobra estimativa de perdas para setor aéreo em 2009

Prejuízo da indústria deve ser de US$ 9 bilhões, contra US$ 4,7 bilhões projetados em março.
BBC Brasil
08/06/2009
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) estimou nesta segunda-feira que o setor perderá US$ 9 bilhões em 2009 - uma projeção que equivale quase ao dobro dos US$ 4,7 bilhões estimados há apenas dois meses.
Atribuindo os novos resultados a um "ambiente de receitas em rápida deterioração", o órgão também revisou o valor das perdas de 2008: US$ 10,4 bilhões, contra uma estimativa de US$ 8,5 bilhões divulgada em março.
"Não existe precedente moderno para a crise econômica de hoje", disse o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, durante a conferência da indústria em Kuala Lumpur, na Malásia. "O terreno mudou. Nossa indústria está abalada."
Ele disse que a atual crise econômica "é a pior situação que a indústria já enfrentou".
"Depois do 11 de setembro, a receita caiu 7%. Foram necessários três anos para recuperar o terreno perdido, mesmo na esteira de uma economia forte. Desta vez, enfrentamos uma queda de 15% - uma perda de receita de US$ 80 bilhões - em meio a uma recessão global", comparou.
De acordo com os novos cálculos da Iata, a receita cairá dos US$ 528 bilhões registrados no ano passado para US$ 448 bilhões em 2009.
O diretor do órgão pediu que os governos atuem para estimular a volta do crescimento econômico e evitem medidas protecionistas que afetem ainda mais o comércio mundial.

Governo permitirá que fundos de pensão invistam mais em ações e imóveis, para compensar juro menor

O Globo
08/06/2009
O governo vai mexer nas regras de aplicação dos fundos de pensão fechados - ou seja, criados para um grupo determinado, como os funcionários de uma empresa ou setor - para adequar o sistema à nova realidade econômica do país, de juros mais baixos, que reduz a rentabilidade das aplicações em renda fixa (como títulos públicos). Segundo reportagem de Geralda Doca publicada na edição desta segunda-feira do jornal O GLOBO, além de poder investir até 10% dos ativos no exterior, as entidades ganharão mais flexibilidade para aplicar em renda variável (em ações, por exemplo), investimento que pode render mais, mas também é mais arriscado.
O teto, que hoje varia entre 35% e 50% dos recursos, dependendo da política de transparência de gestão adotada, poderá chegar a 70%. A proposta prevê também a ampliação do teto para imóveis, fixada hoje em 8%. Mas, em vez de tijolos e cimento, a proposta é estimular a compra de valores imobiliários, via fundos de investimento (certificados e recibos de depósitos bancários, títulos imobiliários e do agronegócio).
As regras estão em estudo pela equipe econômica e serão submetidas em breve ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Elas vão alterar a resolução 3.456, de junho de 2007. Outra novidade será a criação de um segmento específico para quem quiser aportar recursos em infraestrutura. Neste caso, o limite começaria com 3%. Nos países desenvolvidos, é permitido aos fundos aplicar até 7% dos seus ativos no setor. Em outra frente, a partir do segundo semestre, o governo vai obrigar os gestores dos fundos de pensão a fazerem curso de certificação, conforme já ocorre em outros segmentos do mercado.
E, a partir de 2010, todas as entidades terão que trabalhar com juros inferiores a 6% ao ano, além da inflação - a chamada rentabilidade, usada para trazer a valores atuais o volume de recursos que a entidade precisará ter em caixa, no futuro, para honrar a aposentadoria de seus participantes. Quanto maior a taxa, maior a folga de caixa.
Favorável à flexibilização das regras, o presidente da Previ, Sérgio Rosa, destacou que os ganhos da entidade com aplicações em renda variável atingiram 950% em dez anos. Ele defendeu que o governo dê aos fundos condições semelhantes às do setor privado. Entre as críticas, Rosa citou a exigência de o patrocinador (o Banco do Brasil) e o Ministério da Fazenda aprovarem previamente a realização de acordos de acionistas. Nas transações privadas, quando o fundo quer vender suas ações de uma empresa, por exemplo, também é preciso a aprovação da Secretaria de Previdência Complementar (SPC).

Distribuidoras de energia divergem sobre concessões

Valor Econômico
08/06/2009
O fim das concessões do setor elétrico, em 2015, já cria antecipadamente divisão entre as empresas, com posições muito divergentes entre si sobre como reagir às decisões do governo federal. Geradoras de energia parecem aceitar o fato de que terão de preparar seus lances para renovar as concessões e manter as hidrelétricas. Já as distribuidoras se dividem. Grupos privados com poder de compra defendem a licitação das 42 empresas de distribuição de energia que terão suas concessões vencendo até 2017. As estatais do Sul do país e companhias privadas com menor capacidade de investimento se armam, por sua vez, para defender na Justiça a prorrogação das concessões, se o governo federal decidir pela licitação.
Desde da tentativa frustrada de venda da Cesp pelo governo paulista, que expôs o problema do fim das concessões, as geradoras de energia começaram a preparar-se para pagar pela manutenção dos seus ativos. O governo federal ainda não decidiu se vai retomar as concessões e fazer um leilão por menor preço de energia ou se vai permitir uma prorrogação onerosa. Mas o fato é que a Cesp já aceita esta última alternativa, como disse o presidente da empresa, Guilherme Augusto Cirne de Toledo, durante teleconferência para analistas. Com isso, poderá manter as usinas de Ilha Solteira e Jupiá que respondem por 70% dos ativos.

Cresce interesse estrangeiro no mercado interno do País

AE - Agencia Estado
08/06/2009
A crise tem alterado o perfil do investimento produtivo no Brasil. Dados do Banco Central (BC) mostram que atividades ligadas ao mercado interno têm atraído cada vez mais as multinacionais interessadas no aumento da renda do brasileiro. O melhor exemplo é o setor automobilístico, que tem recebido cada vez mais dólares. De janeiro a abril, o investimento estrangeiro direto (IED) no segmento saltou 221% ante igual período de 2008. Informática, eletrônicos e telecomunicações também têm apostado mais fichas no País. As áreas que estavam no olho do furacão da crise diminuíram o ritmo. Bancos cortaram os aportes em 87,8% e o setor imobiliário, em 51,8%.
Mesmo com a situação difícil nos Estados Unidos e Europa, montadoras têm reforçado os projetos no Brasil. De olho na rápida reação das vendas após as medidas de desoneração anunciadas pelo governo, a indústria automobilística enviou US$ 1,95 bilhão em IED nos quatro primeiros meses do ano. O valor conferiu às montadoras o primeiro lugar no ranking dos setores que mais investiram no País, com 22,3% de participação. No mesmo período de 2008, a fatia era de modestos 5,2%, no quinto lugar.
“No Brasil, a política anticíclica tem sido muito ativa, com estímulos importantes à indústria automobilística e eletrodomésticos. Isso chama a atenção das empresas. Além disso, tivemos a manutenção da renda da população”, diz a professora de economia da Unicamp Daniela Prates. A especialista diz que também é preciso lembrar da frágil situação da economia nos países centrais, o que diminui as perspectivas dessas empresas nos mercados tradicionais, como Estados Unidos, Europa e Japão.

LATAM WEEKAHEAD-Brazil to fine tune rates, look past recession

Sun Jun 7, 2009 1:20pm EDT
By Walter Brandimarte
NEW YORK, June 7 (Reuters) - Brazil is expected to reduce the pace of interest rate cuts this week, with policymakers looking beyond economic data that will confirm Latin America's largest economy slipped into recession between the end of 2008 and beginning of this year.
Brazil will be at the center of Latin American investors' radar this week, with a series of growth and inflation data on tap before the central bank's rate-setting meeting late on Wednesday.
Early on Tuesday, the country's gross domestic product data is expected to show the economy slipped into technical recession by contracting for two consecutive quarters.
Economists surveyed by Reuters expect a 2.1 percent contraction in the first three months of the year, in comparison with the previous quarter.
But, rather than looking at past growth data, the central bank will likely focus on a combination of declining inflation and incipient signs of recovery to cut interest rates, but at a slower pace.
Nineteen out of 30 analysts surveyed by Reuters expect the bank to reduce the benchmark Selic rate by 75 basis points, from its current level of 10.25 percent. Ten bet on a steeper 100-basis-points reduction and only one on a more modest 50-basis-points cut.
The central bank has already slashed rates by 350 basis points in four consecutive rate cuts so far this year.
"The policy-making environment seems to be changing. Policy is likely to become closer to the fine-tuning variety, rather than the more frantic approach of the past few months," Barclays Capital's analysts Guillermo Mondino and Jimena Zuniga wrote in a research note.
The following are some key data points investors will be watching this week:
Tuesday June 9:
* Mexico - May CPI inflation: consumer prices are expected to fall 0.21 percent in May, after a 0.35 percent increase in April.
Wednesday June 10:
* Brazil - May IPCA inflation: consumer prices are expected to rise about 0.45 percent in May, after a 0.48 percent increase in April.
"Impacts from higher electricity tariffs and tobacco prices should produce lower headline inflation," Barclays Capital said.
* Argentina - May CPI inflation: consumer prices are expected to rise about 0.4 percent in May, after a 0.3 percent increase in April.
(Editing by Diane Craft)

SEC Charges Former Countrywide Executives With Fraud

Former CEO Angelo Mozilo Additionally Charged With Insider Trading
SEC
2009-129
Washington, D.C., June 4, 2009 — The Securities and Exchange Commission today charged former Countrywide Financial CEO Angelo Mozilo and two other former executives with securities fraud for deliberately misleading investors about the significant credit risks being taken in efforts to build and maintain the company's market share. Mozilo was additionally charged with insider trading for selling his Countrywide stock based on non-public information for nearly $140 million in profits.
The SEC alleges that Mozilo along with former chief operating officer and president David Sambol and former chief financial officer Eric Sieracki misled the market by falsely assuring investors that Countrywide was primarily a prime quality mortgage lender that had avoided the excesses of its competitors.
The SEC's enforcement action alleges that from 2005 through 2007, Countrywide engaged in an unprecedented expansion of its underwriting guidelines and was writing riskier and riskier loans, which these senior executives were warned might ultimately curtail the company's ability to sell them. Countrywide was required to disclose these important trends to its investors in the Management Discussion and Analysis portion of its SEC filings, but failed to do so.
"This is the tale of two companies," said Robert Khuzami, Director of the SEC's Division of Enforcement. "Countrywide portrayed itself as underwriting mainly prime quality mortgages using high underwriting standards. But concealed from shareholders was the true Countrywide, an increasingly reckless lender assuming greater and greater risk. Angelo Mozilo privately described one Countrywide product as 'toxic,' and said another's performance was so uncertain that Countrywide was 'flying blind.'"
Rosalind Tyson, Director of the SEC's Los Angeles Regional Office, added, "Angelo Mozilo had access to detailed and alarming information about Countrywide's operations. He knew that Countrywide was gambling with increasingly risky mortgages and he kept those details from investors while he was actively taking his own chips off the table."
According to the SEC's complaint, filed in federal district court in Los Angeles, Countrywide's annual reports for 2005, 2006, and 2007 misled investors in claiming that Countrywide "manage[d] credit risk through credit policy, underwriting, quality control and surveillance activities." Its annual reports for 2005 and 2006 falsely stated that the company ensured its "access to the secondary mortgage market by consistently producing quality mortgages." The annual report for 2006 also falsely claimed that Countrywide had "prudently underwritten" its Pay-Option ARM loans.
The SEC alleges that Mozilo, Sambol, and Sieracki actually knew, and acknowledged internally, that Countrywide was writing increasingly risky loans and that defaults and delinquencies would rise as a result, both in loans that Countrywide serviced and loans that the company packaged and sold as mortgage-backed securities.
According to the SEC's complaint, Countrywide developed what was internally referred to as a "supermarket" strategy that widened underwriting guidelines to match any product offered by its competitors. By the end of 2006, Countrywide's underwriting guidelines were as wide as they had ever been, and Countrywide made an increasing number of loans based on exceptions to those already wide guidelines, even though exception loans had a higher rate of default.
The SEC's complaint alleges that Mozilo believed that the risk was so high that he repeatedly urged that Countrywide sell its entire portfolio of Pay-Option loans. Despite these severe concerns about the increasing risks that Countrywide was undertaking, Mozilo, Sambol, and Sieracki hid these risks from the investing public.
The SEC further alleges that Mozilo engaged in insider trading of Countrywide stock that he owned. Mozilo established four executive stock sale plans for himself in October, November, and December 2006 while he was aware of material, non-public information concerning Countrywide's increasing credit risk and the expected poor performance of Countrywide-originated loans. From November 2006 through August 2007, Mozilo exercised more than 5.1 million stock options and sold the underlying shares for total proceeds of nearly $140 million, pursuant to written trading plans adopted in late 2006 and early 2007.
The SEC's complaint alleges that each of the defendants violated Section 17(a) of the Securities Act of 1933, Section 10(b) of the Securities Exchange Act of 1934 and Rule 10b-5 thereunder, and aided and abetted violations of Sections 13(a) of the Exchange Act and Rules 12b-20, 13a-1, and 13a-13 thereunder. The complaint further alleges that Mozilo and Sieracki violated Rule 13a-14 under the Exchange Act. The SEC's complaint seeks permanent injunctive relief, officer and director bars, and financial penalties against all of the defendants and the disgorgement of ill-gotten gains with prejudgment interest against Mozilo and Sambol.