quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Superávit em 2007 chega a US$ 40,039 bi

Rodrigo Postigo

03/01/2008

A balança comercial do Brasil (saldo de exportações menos importações) fechou 2007 com saldo positivo de US$ 40,039 bilhões. O resultado foi 13,8 % menor do que o registrado em 2006, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No ano passado, as exportações foram de US$ 160,683 bilhões, registrando um aumento de 16,6% em relação ao ano anterior. Já as importações registraram avanço de 32%, passando dos US$ 91,351 bilhões em 2006 para US$ 120,583 bilhões em 2007.

O mês de dezembro terminou com um superávit de US$ 3,636 bilhões, com exportações de US$ 14,231 bilhões e importações de US$ 10,595 bilhões.

Na quinta e última semana do mês, que contou com apenas um dia útil, houve saldo positivo de US$ 319 milhões, resultante de exportações de US$ 365 milhões e importações de US$ 46 milhões.

Ano novo sem CPMF, mas...

Folha de São Paulo / Roberto Macedo

03/01/2008

Tributado com exagero, o contribuinte brasileiro comemorou, no final de 2007, o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que finalmente fez jus ao P de sua sigla, mas só depois de uma década.Nada indica, entretanto, que a fúria tributária do governo também tenha acompanhado o fim desse tributo. A votação que decidiu o assunto no Senado teria aprovado a continuidade da CPMF, não fora a necessidade de maioria qualificada de votos, que não veio, embora obtida na Câmara dos Deputados.

Assim, na sua maioria simples, o Legislativo se revelou favorável à prorrogação, o que indica um campo fértil para negociações com o Executivo em torno de medidas compensatórias da conseqüente perda de arrecadação.

Ademais, os recursos são vultosos. Raul Velloso, especialista em finanças públicas, escrevendo neste jornal (31/12, B2), estimou em R$ 36 bilhões a arrecadação da CPMF no ano passado, cerca de 1,4% do produto interno bruto (PIB). Também esclareceu que esse valor equivale a 7% da receita total da União, líquida de transferências. E acrescentou que provavelmente o governo federal vai compensar a perda mediante aumento de alíquotas de impostos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), as quais podem ser majoradas sem necessidade de aprovação do Congresso, ao lado de cortes nos chamados gastos discricionários (que pode fazer ou não, como os investimentos).

Velloso também concluiu que não dá mais para adiar ajustes nos gastos obrigatórios (constituídos principalmente de pessoal, previdência, saúde e assistência social), em face de limitações que se antepõem às demais alternativas. Por exemplo, o governo federal já disse que não pretende sacrificar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Em face dessas e de outras alternativas, que abominavelmente incluem a criação de um imposto substitutivo da CPMF e uma redução do superávit primário, o cenário à frente ainda tem contornos imprecisos.

A votação que levou ao fim da CPMF foi bem próxima do fim do ano, uma época em que o noticiário diminui pelo recesso de leitores, jornalistas e daqueles que geram notícias, como o governo e outros atores envolvidos nessa infindável novela da política fiscal, da qual o fim da CPMF foi apenas mais um capítulo.

No meio do reduzido noticiário, pouco esclarecedora foi a informação de um acordo entre o governo e a oposição no Senado logo após a votação da CPMF, acordo esse que permitiu a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a qual dá maior flexibilidade ao gastar, desvinculando algumas receitas de sua destinação específica. Em troca, anunciou-se que houve a garantia de que o governo não lançará um pacote de aumento da carga tributária. Mas qual carga tributária? A anterior ou a reduzida pelo fim da CPMF? Pelos números citados, a diferença não é pequena.

Como em qualquer caso essa carga é alta, idealmente para a economia o governo deveria aproveitar a oportunidade para aceitar a sua redução. Usualmente a carga se mede como porcentagem do PIB. Assim, como este deverá continuar crescendo a uma taxa acima de 4% em 2008, o governo contará com recursos adicionais, que aliviariam em muito a necessidade de cortes de despesas, desde que pelo menos fosse contido o crescimento de grande parte delas.E mais: na renovada discussão sobre o que fazer, a qual voltará quando quem manda em Brasília voltar a trabalhar neste início de 2008, certamente ressurgirão temas tradicionais como a necessidade de preservar e ampliar os recursos para os gastos em saúde.

A discussão, contudo, deveria ser pautada principalmente por aspectos macroeconômicos que dizem respeito à saúde da economia como um todo, pois é o desempenho dela que gera recursos para gastos públicos como esses e outros.Ora, nesse quadro macroeconômico, o cenário é um em que o recente aumento da inflação permanece, e poderá até se agravar, impulsionado pelo contínuo crescimento da economia a taxas acima de 4%. Isso já levou o Banco Central a suspender as reduções da taxa básica de juros, e há inclusive o risco de que venha a aumentá-la em 2008, para conter as pressões inflacionárias, mas prejudicando o crescimento.

Nesse mesmo quadro, o fim da CPMF seria um estímulo adicional aos gastos privados, gerando mais pressões inflacionárias se o governo mantivesse os mesmos gastos e reduzisse seu superávit primário. Esse seria o pior caminho. O ideal seria o governo conter seus gastos, exceto investimentos, de modo a compensar esse estímulo, cujas vantagens não se esgotariam na redução da carga tributária. Entre elas estaria o fato de que, como o setor privado investe mais que o governo relativamente aos recursos de que dispõe, nesse setor a redução da CPMF também estimularia mais investimentos. Isso ampliaria a oferta de bens e serviços, contribuindo para reduzir pressões inflacionárias.

Estimulado pela renovação que vem com a virada do ano, e pelos muitos votos recebidos, de um feliz ano-novo, fico pensando nesse caminho ideal. Caindo na real, entretanto, o mais provável é que o governo insista em aumentos de impostos já existentes. Até um novo imposto não está descartado, pois soube que o referido acordo com a oposição no Senado admite um reexame da estrutura tributária mediante o envio ao Congresso de um projeto de reforma que, se seguir a história das anteriores, aumentará a carga. Desta vez, não apenas para compensar o fim da CPMF, mas também com o risco de ir além disso.Ou seja, um ano novo sem CPMF, mas ainda sem uma boa política fiscal.

Energéticas lideraram índice sustentável em 2007

Rodrigo Postigo

03/01/2008

Na nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que entrou em vigor na Bovespa no início de dezembro, as companhias brasileiras do setor energético foram as predominantes. Das 32 empresas participantes, dez são energéticas, entre elas AES Tietê, CPFL Energia, Eletrobrás, Eletropaulo e Light.

No entanto, é a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que mereceu destaque em 2007 por sua política de desenvolvimento sustentável. Além de fazer parte do ISE, a companhia esteve entre as 18 líderes do Dow Jones Sustainability World Index - DJSI World 2007/2008 - o índice de sustentabilidade da Bolsa de Valores de Nova York. Desde a criação do DJSI , em 1999, a Cemig se manteve pelo oitavo ano consecutivo como a única empresa do setor de energia elétrica da América Latina.

A Cemig, que publicou sua Política Ambiental em 1990, também investe em programas de conservação de energia e em pesquisas de novas fontes alternativas. Recentemente, a companhia confirmou, que instalaria até o final de 2007, sistemas de aquecimento solar em 403 residências populares de Minas Gerais. Para 2008, está prevista a instalação de outros mil equipamentos nas cidades de Belo Horizonte, Bocaiúva, Candeias, Formiga e Prudente de Morais.

A empresa, que atua hoje em 11 estados do Brasil e no Chile, possui a maior rede de energia elétrica da América Latina, com mais de 300 mil km de extensão, operando um complexo de mais de 40 usinas hidrelétricas. Entre janeiro e setembro de 2007, registrou um lucro líquido de R$ 1,469 bilhão, um crescimento de 32% sobre o lucro do mesmo período do ano passado.

Governo anuncia corte de R$ 20 bi e aumento do IOF

Invertia / Elaine Lina

03/01/2008

O ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou nesta quarta-feira uma redução de R$ 20 bilhões de custeio e investimento dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Esta é uma das medidas lançadas pelo governo para compensar a perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O detalhamento do corte será feito em fevereiro.
Segundo o ministro, além do corte nos gastos, o governo passará a cobrar 0,38% sobre operações de crédito, seguros e câmbio que não eram tributadas pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

As operações que já são alvo do IOF sofrerão um aumento da alíquota de 0,38 ponto percentual. "É como substituir seis por meia dúzia", disse Mantega.

Para os financiamentos para pessoa física, o IOF foi elevado de 0,041% ao dia para 0,082% ao dia. O impacto, segundo Mantega, será de cerca de 1,5% ao ano.

O governo também resolveu elevar a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro de 9% para 15%. Por se tratar de uma medida provisória, o reajuste depende ainda de noventena - a contar da publicação no diário oficial da união - para valer.
Questionado sobre o porquê de o governo ter escolhido os bancos como único alvo do aumento da CSLL, Mantega argumentou que o setor "está tendo lucratividade maior do que outros setores".

Essas duas medidas deverão gerar uma arrecadação de cerca de R$ 10 bilhões.
O ministro da Fazenda afirmou que os recursos que ficam faltando para compensar os R$ 40 bilhões que seriam arrecadados com a CPMF serão obtidos com o esperado aumento da arrecadação decorrente da expansão econômica.

Ele argumentou que a projeção de crescimento do PIB no próximo ano foi elevada de 4,5% para cerca de 5,3%.

Mantega acredita que a oposição não verá as medidas como uma retaliação do governo pela perda da CPMF. O ministro classificou as determinações como "um ajuste tributário suave". Segundo ele, o governo está priorizando o corte de despesas e disse ainda que trata-se apenas de duas medidas tributárias que permitirão uma "recomposição modesta". Mantega afirmou que, se o governo quisesse poderia fazer uma recomposição "até maior'.

O ministro disse que a contratação por meio de concursos públicos também ficará paralisada. "O governo avaliará a situação, mas já adianta que dará continuidade a contratações apenas de mão-de-obra que venha substituir os terceirizados".

Na contenção dos gastos públicos, também entra o funcionalismo público. De acordo com o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, os servidores não terão reajuste de salário.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta quarta-feira com ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo no Palácio do Planalto para discutir as primeiras medidas do governo para compensar a perda da CPMF.

O Senado rejeitou, em dezembro, emenda constitucional apresentada pelo governo que renovava a CPMF por quatro anos.

Nova lei contábil obriga adequação ao IFRS já em 2008

Na prática, os balanços de todas as companhias abertas e as de capital fechado com ativos acima de R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões terão que seguir as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Rodrigo Postigo

03/01/2008

A reforma da lei contábil brasileira deve provocar correria entre as empresas que serão atingidas pela mudança, segundo instituições do mercado de capitais. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quinta-feira, dia 28, o texto da lei n 3741/00 determina a publicação dos demonstrativos financeiros individuais de acordo com os padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês) já no exercício de 2008.

Na prática, os balanços de todas as companhias abertas e as de capital fechado com ativos acima de R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões terão que seguir as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia avisou que pretende acatar os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão independente criado em 2005 para liderar o processo de convergência do padrão de contabilidade brasileiro ao IFRS, já adotado por 107 países.

Até agora, o CPC emitiu apenas um pronunciamento técnico, que diz respeito à redução do valor recuperável de ativos. Outros cinco pareceres estão em audiência pública e podem ser aprovados em breve de forma conjunta com a CVM. "À medida que forem divulgados, esses pareceres se tornarão obrigatórios", explica Vânia Borgerth, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri).

A CVM já avisou que o balanço consolidado das empresas do exercício de 2010 deverá estar totalmente enquadrado ao padrão internacional. Para o presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Papellás Filho, a pressa das empresas para se enquadrar às novas regras vai provocar uma corrida por profissionais especializados em contabilidade internacional. "Não vai ter contador suficiente para atender a demanda", prevê. "Não há profissionais formados em número suficiente para conduzir essa transição com tranquilidade", concorda Vânia, do Ibri.

Segundo ela, as companhias que apostavam na postergação da mudança são as que mais têm a temer, já que trata-se de uma transição complexa e custosa. "Foi por isso que as autoridades regulatórias européias deram alguns anos de prazo para as companhias da região se adaptarem". Para Reginaldo Alexandre é diretor técnico da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), a mudança é bem vinda e abrirá a porta para a chegada de mais investimentos estrangeiros em ações de empresas domésticas. "Por outro lado, a pressão de prazo vai obrigar as companhias a se movimentarem mais rapidamente", avalia.

Projeção para investimento estrangeiro dobra durante 2007 - Focus

Agência Safras

03/01/2008

A estimativa do mercado brasileiro para o investimento estrangeiro direto (IED) em 2007 elevou-se mais de 100% durante o ano, segundo informações do Boletim Focus, levantamento semanal feito pelo Banco Central junto a 100 instituições financeiras com as previsões para os principais indicadores do País. De acordo com o primeiro relatório de 2007, datado em 5 de janeiro, os analistas previam ingressos de US$ 16,20 bilhões.

No último boletim do ano, divulgado na segunda-feira, 31, a expectativa para o encerramento de 2007 chegou a US$ 35 bilhões. A elevação nas estimativas para o IED veio acompanhada da queda na taxa de câmbio projetada. Em janeiro, o mercado previa para o final de 2007 patamar de R$ 2,20 por dólar. Na última pesquisa do BC, as instituições estimaram fechamento em R$ 1,77 por dólar.

A previsão para o crescimento da economia brasileira sofreu elevação no período, passando de 3,5% em janeiro para 5,19% em dezembro. Para o superávit na balança comercial, a estimativa também subiu de US$ 38,60 bilhões para US$ 40 bilhões, projetados no último Focus. Já a previsão para o saldo positivo em conta corrente caiu ao longo do ano de US$ 6,40 bilhões para US$ 5,30 bilhões.Durante o ano passado, o mercado elevou a previsão para a inflação no encerramento de 2007 de 4% no IPCA para 4,36% na última consulta do ano.

Os valores se aproximam das previsões do próprio Banco Central, que elevou de 4% para 4,3% a estimativa para o IPCA em 2007, segundo o relatório trimestral de inflação, divulgado no dia 27 de dezembro. A estimativa dos analistas para o IPCA em 12 meses também subiu de 4,02%, no início de 2007, para 4,3% ao fim de dezembro.

As projeções do mercado e do Banco Central para o IPCA estão situadas dentro da meta de aceleração de 4,5% no indicador. Para a taxa básica de juros, mantida em 11,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os analistas consultados pelo Banco Central previam encerramento de 2007 em 11,75%. Para o fim de 2008, o mercado projeta queda para 10,75% ao ano. Com informações da Agência Leia.