segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Casa Branca não sabe o que fazer com montadoras, diz senador

Dobra número de empresas com estoque excessivo

FED deverá reduzir juro a próximo de zero

Governo alemão prepara 2º pacote anti-crise

Pacote traz renúncia fiscal de R$ 8,4 bi

Pacote traz renúncia fiscal de R$ 8,4 bi

O Estado de São Paulo
15/12/2008
Para garantir que a economia continuará crescendo no ano que vem, o governo lançou ontem um pacote destinado a estimular o consumo. Conforme antecipado pelo Estado, o conjunto anunciado ontem é composto por cortes no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre compras a prazo e o cheque especial. No total, elas reduzirão a arrecadação federal de 2009 em R$ 8,4 bilhões.
"O objetivo é estimular o crescimento da economia brasileira", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "São medidas que vão aumentar o volume de crédito, reduzir o custo financeiro e desonerar produtos de consumo."
Novas medidas estão a caminho. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu cerca de 30 empresários no Palácio do Planalto e ficou acertada a criação de uma comissão especial para analisar, até o fim do ano, a adoção de novas providências a partir de problemas apresentados na reunião.
O empresário Jorge Gerdau elogiou a disposição do governo de dialogar. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, saiu com a sensação que a taxa de juros Selic deverá cair em breve.
Apesar da estimativa de perda de arrecadação, o Orçamento de 2009 não foi revisto ainda porque outras medidas estão em estudo, segundo explicou Mantega. Além de mais cortes nos tributos, o governo poderá elevar o volume de investimentos. A idéia é esperar o fim das discussões para analisar os números. Além disso, o ministro espera efeitos positivos do pacote de ontem. Ao estimular a economia, a perda de R$ 8,4 bilhões pode ser parcialmente compensada - mas os técnicos não sabem em quanto.

FED deverá reduzir juro a próximo de zero

Reuters
15/12/2008
O Federal Reserve (FED) deverá reduzir a taxa básica de juros dos Estados Unidos para perto de zero na terça-feira, mas observações antecipadas sobre métodos não convencionais de dissipar uma recessão que já dura um ano é que realmente irão chamar a atenção na reunião do órgão esta semana.
Economistas prevêem que o banco central americano fará um comunicado claro sobre como irá desenvolver medidas de facilitação quantitativa para resguardar a economia de um desaquecimento mais intenso, mas não espera detalhes das medidas que serão efetivamente tomadas.
Essas palavras acompanhariam uma decisão pelo FED de reduzir sua meta de juros em pelo menos meio ponto percentual, acreditam economistas.
Um corte de meio ponto colocaria a taxa de juros em apenas 0,5%, o menor patamar desde julho de 1954, à medida em que o banco central luta contra uma recessão que muitos acreditam continuará no próximo ano.
O anúncio deve ser feito ao final de uma reunião de dois dias. O encontro havia sido inicialmente agendado para um dia, mas foi ampliado para que as autoridades monetárias possam estudar as opções para medidas incomuns com o intuito de estimular a economia com o pouco espaço que restou para redução dos custos de empréstimo.
"Daqui para frente, a política monetária precisa se apoiar primariamente em ferramentas não tradicionais, outras armas além dos juros básicos, para tentar estimular a economia," afirmou o ex-presidente do FED Lyle Gramley.
"Eles certamente terão um conhecimento de que métodos não tradicionais serão empregados agressivamente para tentar dar resistência à economia", acrescentou.

Dobra número de empresas com estoque excessivo

Índice de estoques é o maior desde outubro de 2003.
Setores mais afetados pela crise são os que retém maiores reservas.
Agência Estado
15/12/2008
O impacto da crise, que começou na esfera do crédito, é visível nos pátios lotados das montadoras, nos armazéns das indústrias de aço, papel e celulose, produtos químicos e até nos depósitos das fabricantes de máquinas. Em apenas um mês, de outubro para novembro, dobrou o número de indústrias que carregam estoques excessivos, revela pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Em novembro, 15,7% das 1.112 empresas consultadas informaram que acumulavam estoques indesejáveis. Em outubro, 7,9% das companhias estavam nessa condição. O porcentual de indústrias abarrotadas de produtos é o maior em cinco anos, desde outubro de 2003, na série histórica que elimina oscilações típicas de cada período. Em outubro de 2003, 19,9% tinham estoques indesejáveis. Desaceleração
A diferença entre a situação atual de acúmulo de estoques e a de cinco anos atrás é que, naquela época, o País estava saindo da recessão, cortando os juros. Hoje, no entanto, a economia caminha para a desaceleração e com juros estabilizados em níveis elevados, o que amplia o custo de estoques altos, observa o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo "Os estoques excessivos na indústria refletem a desaceleração da atividade, mas é cedo para falar em recessão", pondera. Efeitos da crise
A pesquisa revela que o maior salto no número de empresas com estoques excessivos foi exatamente nos setores que sofreram os primeiros efeitos da crise. Isto é, a indústria de material de transporte, que se viu às voltas com a falta de crédito para venda de carros; a indústria de matérias-primas ligadas à metalurgia, papel e celulose, afetada pela queda no consumo mundial e no preço das commodities; e os fabricantes de máquinas, atingidos pelo corte no investimento para 2009.

Casa Branca não sabe o que fazer com montadoras, diz senador

EFE
15/12/2008
A Casa Branca ainda não decidiu de que forma ajudará sua indústria automobilística, enquanto o tempo passa para General Motors e Chrysler, que se aproximam da falência.
O senador republicano Bob Corker, um dos principais negociadores republicanos, indicou que representantes do Departamento do Tesouro analisam neste domingo junto com diretores das montadoras como cumprir a promessa de não deixar afundar o setor.
"Acho que ainda não sabem o que vão a fazer", disse em entrevista ao canal "Fox News" o senador, que falou esta manhã com membros do alto escalão da Casa Branca.
Sua declaração parece indicar que não é iminente um anúncio de ajuda por parte do Governo, concedendo cerca de US$ 14 bilhões a General Motors, Chrysler e Ford em empréstimos temporários para lhes ajudar a superar a crise.
A General Motors, maior fabricante de automóveis do país, precisa de US$ 4 bilhões para terminar o ano e de outros US$ 6 bilhões para seguir operando durante o primeiro trimestre de 2009.
A companhia anunciou que de janeiro a março sairão de suas linhas de montagem 250 mil veículos a menos do que o previsto, o que equivale a um corte de 30% de sua produção.
A Chrysler, o terceira montadora americana, necessita de US$ 4 bilhões para poder sobreviver durante o primeiro trimestre do ano.
Por sua parte, a Ford disse que não requer dinheiro por enquanto, mas solicitou uma linha de crédito de US$ 9 bilhões como precaução se as condições econômicas piorarem.
Os defensores do resgate do setor pressionaram hoje a Casa Branca para que atue.
"Já estamos em uma recessão profunda", advertiu o senador democrata Sherrod Brown no canal de TV "CBS" e a quebra das empresas automobilísticas "nos afundaria ainda mais em um buraco do que demoraríamos muito a sair", afirmou.
Por sua parte, seu colega democrata Carl Levin destacou no mesmo canal que outros Governos já deram empréstimos a seus fabricantes. "Nenhum outro país está permitindo o colapso de sua indústria automobilística", disse.
Brown se diz otimista de que a Casa Branca escutará os pedidos, pois o presidente George W. Bush não vai quer deixar a quebra do setor "como seu legado".
O Tesouro assinalou na sexta-feira que o Governo "está pronto para prevenir uma quebra iminente" e a Casa Branca disse que permitir a quebra seria "irresponsável".
O Governo indicou que poderia usar fundos do programa de resgate financeiro de US$ 700 bilhões para ajudar as empresas do automóvel --o que significa uma mudança de postura, pois antes tinha insistido que esses recursos eram apenas para escorar os mercados.
Aparentemente, também admite a possibilidade de usar a caixa do Federal Reserve (banco central americano) para estender os empréstimos às empresas.
A dificuldade maior está nos termos que o Governo dará às companhias como contrapartida para o uso dos fundos. Corker ressaltou que, segundo ele, a Casa Branca deveria manter a proposta apresentada nesta semana pelos senadores republicanos, que contemplava uma reestruturação da dívida e uma redução da remuneração dos trabalhadores.
O projeto legislativo para ajudar aos "Três grandes de Detroit" morreu no Senado porque os líderes republicanos se recusaram a votar a não ser que os sindicatos realizassem imediatamente grandes concessões.
"Não queriam um acordo", espetou a senadora democrata Debbie Stabenow, de Michigan, Estado com maior concentração da indústria automobilística do país.
"Eles seguiam uma agenda política ao tempo que a economia está à beira do abismo", denunciou a senadora em entrevista à emissora da TV "Fox News".

Brazil to spur housing, infrastructure - minister

Sun Dec 14, 2008 9:49am EST
BRASILIA, Dec 14 (Reuters) - Brazil will boost spending on infrastructure and expand housing credit early next year, Finance Minister Guido Mantega said on Sunday in comments published by a leading newspaper.
The Folha de S. Paulo said the Brazilian government plans to increase the number of homes financed by state-controlled bank Caixa Economica Federal and the private sector to 900,000 in 2009 from an estimated 600,000 this year.
Mantega said Brazil's state development bank, the BNDES, will have 110 billion reais ($46.5 bln) to lend next year.
"We will stimulate in particular the economic sectors that demand less imports, such as housing, civil construction, and infrastructure," Mantega told the newspaper. "This won't hit the current account."
The comments come only days after the government announced tax breaks worth 8.4 billion reais designed to help boost demand and stem a slowing economy.
Mantega said on Thursday a commission of authorities and business leaders would study further measures.
Folha de S. Paulo also reported on Saturday the central bank would announce new measures to help provide more liquidity to small and medium-sized banks in the next few days.
($1=2.366 reais) (Reporting by Ana Nicolaci da Costa, Editing by Anthony Boadle)

China's Factory Output Slows Further

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: December 15, 2008
Filed at 2:50 a.m. ET
BEIJING (AP) -- Growth in China's factory output fell to its lowest level in nearly seven years as trade plunged, data showed Monday, adding to the threat of heavy job losses that could fuel unrest.
Industrial output rose 5.4 percent in November from a year earlier, down from October's 8.2 percent growth, the National Bureau of Statistics reported. An employee of the bureau who refused to give his name said it was the smallest monthly expansion since February 2002, when factory output grew by 2.7 percent.
The industrial weakness could be felt around the world as Chinese factories stop buying foreign raw materials. Manufacturing makes up 40 percent of China's economy and employs tens of millions of people. The loss of paychecks could undermine government efforts to shield it from the global downturn.
Demand has fallen so fast that factory output may already have started to shrink in December, according to Moody's Economy.com economist Sherman Chan.
''More and more job cuts in the manufacturing sector -- which will curb consumer demand -- will have wide ramifications in the domestic economy,'' Chan said in a report. ''Beijing will need to do all they can to revive sentiment and prevent social unrest.''
Communist leaders have warned of rising instability due to job losses and are pressing employers to minimize layoffs as Beijing rolls out measures to insulate China from the global economic slowdown.
Factory layoffs are rising in coastal regions that depend on exports, and the malaise is spreading inland as domestic demand for steel, autos and other goods weakens. Labor protests have occurred in Guangdong province in the southeast, a hub for export-driven manufacturing.
Exports fell unexpectedly in November for the first time in seven years. Auto sales in November were down 16 percent from a year earlier, according to the industry minister. He said last week the country has yet to see the bottom of its economic decline.
The economy is expected to expand by about 9 percent this year -- down from 11.9 percent in 2007 -- but analysts have repeatedly cut growth forecasts for next year.
The World Bank has slashed its 2009 growth forecast from 9.2 percent to 7.5 percent. Last week, Goldman Sachs cut its forecast from 7.5 percent to 6 percent. On Monday, Merrill Lynch cut its growth outlook from 8.6 percent to 8 percent.
Such growth would be the fastest for any major economy. But such a sharp decline is ominous for communist leaders who must create jobs for millions of new workers each year and satisfy a Chinese public that expects steadily rising incomes.
Over the weekend, the Cabinet announced it will increase China's money supply, or the amount of money circulating through the economy, by 17 percent next year to boost consumer spending and insulate the country from the global downturn.
That came on top of a 4 trillion yuan ($586 billion) stimulus package announced in November that is meant to create jobs and spur economic growth through higher spending on construction and other projects.
The drop in industrial activity could be especially painful for China's Asian neighbors and economies as far away as Australia and Brazil that supply industrial components, iron ore and other raw materials.
Half of China's nearly $1 trillion in imports last year was industrial components used in goods that were re-exported. Other foreign materials were used in steel and other goods for which domestic Chinese demand also has dropped.

EMERGING MARKETS WEEK-Volatile trade and interest rate cuts seen

Sun Dec 14, 2008 2:15pm EST
By Daniel Bases
NEW YORK, Dec 14 (Reuters) - Emerging markets face a drop in trade activity with a focus on Washington and Detroit to see if the Bush administration bails out the U.S. automakers and if the U.S. uses unconventional monetary easing policies to keep money flowing in the financial system.
In the last full week of trading for the year before the Christmas and New Year holidays set in, price action across all asset classes is expected to be volatile.
Emerging markets will continue to be driven by risk sentiment from outside the sector. In the spotlight now is the U.S. auto industry.
The survival of the U.S. auto industry, which is a worldwide employer and consumer of raw materials, hangs in the balance.
The U.S. Senate rejected a $14 billion bailout plan for General Motors Corp (GM.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Chrysler [CBS.UL] and Ford Motor Co (F.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz). The White House said last week it would consider tapping the $700 billion Wall Street bailout fund (TARP) to help keep them afloat, but a White House spokesman said a decision was unlikely before President Bush returns from Iraq.
"Look at the week through the prism of liquidity. It is draining and will become more so next week. We need to see some action on the TARP and the automakers, otherwise you'll have risk aversion creep back into the market capping whatever momentum the market may gain off this Christmas window-dressing effect," said Enrique Alvarez, head of Latin America debt strategy at IDEAglobal in New York.
With two weeks left in the year, the likelihood of any rallies has dimmed as the economic outlook for developed economies grows grimmer with each passing economic report.
Emerging markets will provide 100 percent of next year's global growth but diminished activity, lack of available cash and a coming financing crunch in these riskier sectors makes 2009 tough to greet with enthusiasm.
Year-to-date the JP Morgan Emerging Markets Bond Index Plus 11EMJ.JPMEMBIPLUS, a benchmark measure of sovereign debt risk, is down 14.978 percent while the MSCI emerging markets stock index is down 55 percent .MSCIEF.
"With the liquidity situation already bad in most FX markets in the region, we expect liquidity to more or less dry up next week as investors try to close down positions before the Christmas holidays. This brings with it a risk of increased volatility and 'weird' moves in the EMEA markets next week," Danske Bank wrote its clients.