segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Wading through the hot and cold market volatility pool

RSM McGladrey


You’ve probably heard the expression that if you have one foot in cold water and the other in hot water, on average, you’re OK. So, OK may be the average, but it isn’t a comfortable feeling.
However, to get comfortable, you might need to add cold water to the hot or hot water to the cold or need to take your feet out of the buckets all together. But what does any of this have to do with market volatility? Well, just like changes in water temperature, volatility means ups (too hot) and downs (too cold) in the market.Let’s look at one market, the S&P 500 —--- the index of the largest U.S. stocks. For the 12 months ending March 31, 2007, the S&P is down -7.15 percent, which has put cold water on many investors. During this 12-month period, the volatility between the highest point and the lowest point is 17.22 percent. Or, in other words, there’s been too much hot and cold water this year and now it’s cooler than last year.Since 1925 there have been 82 calendar years through 2007. Twenty-three calendar years with a negative return, the rest (59) positive. From a historical perspective, the S&P 500 is up 72 percent of the time. For the calendar year 2007, the S&P 500 was up 5.49 percent. To put that in perspective, the greatest loss was -43 percent in 1931, the greatest gain was almost 54 percent in 1933 —--- that’s a lot of cold and hot water.When it comes to market volatility, time is considered a diversifier. If you relate time to buckets of water, consider what happens when the buckets are set out for awhile: They begin to warm or cool to the room temperature (think of room temperature as “average”). Now, look at a 10-year average of the S&P 500. From 1925 through 2007 there have been 48 -10-year periods. The greatest loss was a 10-year period ending 1938 at -.89 percent; the greatest gain was 20.06 percent in ending 1958. As time is taken into account, the average returns of the S&P 500 begin to blend toward a historic average of approximately 10 percent.But remember — this is an example of just one market. A portfolio should consist of more than one market — it should be several markets strategically mixed together to provide a well-balanced allocation. Additional markets include international, small companies, emerging markets and bonds — among others. The reason? Markets may behave differently in relation to each other as the economy changes. So, when one market is in cold water another may provide hot water and vice versa.Generally, a portfolio should be structured to meet client goals and needs, usually resulting in required rate of return over a given period of time. Money is placed into a portfolio that is allocated between equities and fixed income securities and diversified through sub-asset classes such as large company stocks, small company stocks, international company stocks, government bonds, municipal bonds, etc. Regardless of the time perspective, the risk tolerance needs to be identified. This is similar to knowing the temperature sensitivity. Some people like it hotter and others like it colder. That return may have volatility over a short period of time. Since time and diversification can reduce volatility, occasionally giving a portfolio a chance to work through time will provide the return necessary to fulfill goals, needs and objectives. So what should you do as an investor? If you’re uneasy with your portfolio, visit with your wealth management advisor. The time spent will assist you and your advisor in understanding your desired portfolio risk (you wish the water temperature was this), needed portfolio risk (the water should be this temperature) and any rebalancing (adding hot or cold water) necessary to maintain your objectives. David Hardinger, CFP®, ChFC, MSFS, CASL is a director with RSM McGladrey Wealth Management. For more information, contact him at david.hardinger@rsmi.com.

Após Doha, Mercosul busca acordos "quatro mais um"

BBC Brasil / Marcia Carmo
04/08/2008Depois do fracasso das negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial, o Mercosul deverá avançar nas negociações no formato "quatro mais um", disse o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "Vamos levar sempre (para as mesas conjuntas de negociação) os interesses dos quatro países", disse ao ser questionado se a "debilidade" da indústria argentina, citada pela própria presidente Cristina Kirchner, não poderia voltar a ser um impedimento para uma proposta única dos dois países, como foi nas discussões da Rodada Doha.
Marco Aurélio chegou a Buenos Aires neste domingo, poucas horas antes do desembarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá se reunir com sua colega argentina, Cristina Kirchner, na segunda-feira. Segundo ele, os quatro países do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) deverão buscar negociações com a União Européia ou os Estados Unidos, por exemplo.
Durante as negociações da Rodada Doha, em Genebra, a imprensa argentina chegou a destacar que as divergências entre Brasil e Argentina haviam deixado "uma ferida" entre os dois sócios no Mercosul. Neste sábado, porém, na primeira entrevista coletiva de seu governo, Cristina disse que apesar das "posições diferentes" que seu país e o Brasil apresentaram na Rodada Doha, a integração não foi afetada.
A expectativa é de que o tema seja tratado na reunião com Lula. A visita do presidente brasileiro tem sido considerada por analistas argentinos um gesto de apoio político de Lula à Cristina, após os desgastes sofridos pela presidente depois de uma longa disputa com o setor rural.

Brasil terá importância maior na economia mundial, afirma estudo

BBC Brasil
04/08/2008

A economia mundial deverá passar por um realinhamento até 2020, com uma queda de importância dos Estados Unidos ao mesmo tempo em que Brasil, China e Índia ganharão mais destaque no cenário global, segundo projeções do International Poverty Centre (IPC), órgão ligado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
De acordo com as previsões do IPC, até 2020 o Brasil vai ganhar um significativo peso econômico.
O IPC projeta que em 2020 a economia brasileira seria cerca de 38% maior do que a do Leste Europeu e próxima de um quinto da economia dos Estados Unidos.
A renda per capita do Brasil deverá crescer a um ritmo de 3,4% até 2020, segundo as previsões do IPC.
"(O Brasil) deverá se beneficiar da demanda contínua por suas exportações de commodities e do aumento do comércio e do investimento intra-regional", diz o estudo.
"Mas suas políticas financeiras conservadoras, que sustentam o valor de sua moeda, indicam que seu pequeno déficit em conta corrente vai mudar pouco até 2020".
As projeções foram feitas considerando o impacto do aumento do petróleo, da queda do dólar e de uma possível recessão nos Estados Unidos na economia global.
China Segundo as projeções do IPC, em 2020 a China será a maior economia do mundo, "ultrapassando facilmente tanto a dos Estados Unidos quanto a da Europa".
As projeções indicam que o tamanho da economia chinesa (medido em termos de paridade de poder de compra), que hoje equivale a cerca de 86% da economia dos Estados Unidos, passará ao equivalente a 132% em 2020.
O IPC projeta uma queda na renda per capita nos Estados Unidos a partir de 2013, com o fim do impacto do pacote de estímulo monetário e fiscal implementado pelo governo americano em resposta à atual crise econômica.
"No período de 2008 a 2020, o crescimento projetado da renda per capita nos Estados Unidos é de apenas 0,5% por ano, bem abaixo da maioria dos outros países desenvolvidos", diz o estudo.
Para sua projeção, o IPC considera que o pacote de ajuda estará em vigor entre 2008 e 2011. "Se esse estímulo que nós projetamos não fosse aplicado, o resultado projetado seria bem pior", diz o texto.
Em contraste com a estagnação e o declínio previstos para os Estados Unidos, a renda per capita da China deve crescer a 4,7% ao ano durante o período de 2008-2020, segundo o IPC.
"Essa é uma marcada redução de ritmo em comparação a sua recente taxa de crescimento de 7% a 8%. Mas ainda alta se comparada às taxas projetadas para outros países em desenvolvimento e desenvolvidos", diz o estudo.
Segundo o IPC, devido à desaceleração global, especialmente à estagnação dos Estados Unidos, "o substancial superávit em conta corrente da China em 2008, de 6,8% do PIB, seria reduzido em 3 pontos percentuais em 2020".
As projeções indicam ainda que a economia chinesa irá "enfrentar novos desafios depois de 2020 por causa do aumento das importações de manufaturados, matérias-primas e energia de alto custo".
Índia A economia da Índia aumentaria do equivalente a cerca de 35% da economia dos Estados Unidos em 2008 para cerca de 55% em 2020 e ultrapassaria o tamanho da economia do Japão em cerca de 45%, segundo o IPC.
"A projeção é de que a Índia continue seu atual ritmo de crescimento de 4% na renda per capita até 2020, apesar da desaceleração global", diz o órgão.
Segundo o IPC, como a Índia é menos dependente de importações do que a China, sua conta corrente iria melhorar, passando de um déficit de -2,4% em 2008 para um pequeno superávit de 0,5% em 2020.
Para o centro, "as principais determinantes do declínio americano são problemas profundamente estruturais, como a persistência de um grande déficit em conta corrente e um oneroso endividamento externo".
O IPC projeta que a desvalorização do dólar vai parar em 2010. Também prevê que o déficit em conta corrente americano aumente de -5,5% do PIB em 2008 para -6,3% em 2020.
Segundo o estudo, as mudanças previstas para a economia global "podem ser ainda mais dramáticas" se as políticas econômicas do Brasil, da China e da Índia forem ajustadas para intensificar suas perspectivas de desenvolvimento de longo prazo.

Brazil's Lula to seek rapid revival of trade talks

Sat Aug 2, 2008 10:36pm EDT
SAO PAULO (Reuters) - Brazil wants to restart collapsed global trade negotiations and believes an agreement can be reached within two months, President Luiz Inacio Lula da Silva said on Saturday.
Marathon talks on a new global trade pact collapsed in Geneva on Tuesday as the United States and India refused to compromise over a proposal to help poor farmers deal with floods of imports.
"I think if we can resolve the problem between India and the United States, I think we'll have an accord. It can take a month, two months, but we need to sign an accord," Lula told reporters in Sao Paulo after a ceremony with metalworkers outside the city.
Lula spoke with U.S. President George W. Bush by telephone on Saturday and the two leaders expressed their disappointment over the collapse of the negotiations and their commitment to concluding an agreement.
"I said to President Bush that it's not possible for people to just lie on the beach after so much work, after so much meeting and negotiation. I think, if the problem between India and the United States is resolved, an agreement will be signed," he said.
Lula said he would speak to China's president, Hu Jintao, during a planned visit to the Asian nation which hosts the Olympic Games starting Friday. He said he would also talk to Indian Prime Minister Manmohan Singh and possibly British Prime Minister Gordon Brown.
"Something abnormal happened, in my opinion, during the Doha Round. We were so close to making an agreement and it didn't happen because of minor issues," he said.
Ministers from about 35 key World Trade Organization countries reached about 80-85 percent of an outline for a trade deal on the core areas of agriculture and industrial goods.
But differences in these areas between rich and poor countries and importers and exporters proved too much to bridge.
The final stumbling block concerned the "special safeguard mechanism" -- a proposal to let developing countries raise farm tariffs in the face of a surge in imports or collapse in prices.
Developing countries like India and Indonesia said they needed the measure to protect millions of subsistence farmers from unexpected shocks arising from opening up their borders.
But the United States feared its agribusinesses would lose new markets just as it made painful cuts in its farm subsidies.
Brazil, one of the world's leading farm exporters, was a key player in the round as a leader of developing countries.
(Reporting by Raymond Colitt and Fernanda Ezabella; writing by Peter Murphy; editing by Mohammad Zargham)

Exportações uruguaias crescem 60% e Brasil é principal destino

Rodrigo Postigo
04/08/2008
As exportações do Uruguai no mês de julho totalizaram US$ 634 milhões, com um aumento de 60% em relação ao mesmo mês de 2007, segundo números oficiais divulgados hoje, que apontam ainda que o Brasil foi o principal destino das vendas.
No período entre janeiro julho as exportações uruguaias atingiram US$ 3,793 bilhões, de acordo com dados do Instituto Uruguai XXI.
Durante os últimos 12 meses, as exportações uruguaias chegaram a US$ 5,88 bilhões.
O Brasil foi o principal mercado para as vendas uruguaias entre janeiro e julho, representando 15,1% do total, e é seguido por Argentina com 8%, Rússia com 7,4%, Espanha com 3,9% e Alemanha com 3,8% do total das exportações.
A carne bovina foi o principal produto exportado nos primeiros sete meses do ano com US$ 881 milhões, seguido pela soja com US$ 294 milhões e pelo arroz US$ 236 milhões.

Fiduciary responsibility and investment professionals

RSM McGladrey
When selecting a professional to assist with investment decisions, most investors would probably agree that it makes sense to compare the products and services offered by different providers.
When evaluating offerings of investment advisors with those of broker-dealers, investors should also consider the variations between the two types of providers, as well as the differences between the duties imposed on those professionals under the regulatory framework that governs the investment industry.
Both investment advisors and broker-dealers owe clients certain responsibilities, including the duty to refrain from engaging in securities fraud. However, investment advisors have additional fiduciary responsibilities that do not apply to broker-dealers in most situations. According to a report released Jan. 3, 2008 by the RAND Corporation[1], many investors do not fully understand the differences between investment advisors and broker-dealers, including distinctions concerning the level and types of responsibility these providers owe to clients. In fact, clients who have employed financial professionals for years may not understand these distinctions.
The following information provides a brief overview of some of the key differences between the services offered by, and responsibilities of, registered investment advisors and broker-dealers.
What is a fiduciary?
Simply put, a fiduciary is someone acting in a position of trust on behalf of, or for the benefit of, a third party. Where investments are concerned, fiduciary responsibility can be defined as the responsibility to act solely with clients’ investment goals and interests in mind, free from direct or indirect conflicts of interest. While registered investment advisors are categorically considered fiduciaries for their clients, broker-dealers, in most cases, are not held to the same standard.
Investment advisors vs. broker-dealers
Investment advisors and broker-dealers operate under separate and distinct rules. Investment advisor representatives are registered with the Securities and Exchange Commission or individual states. Broker-dealer representatives must register with the state(s) in which they conduct business and with the Financial Industry Regulatory Authority, which is the self-regulatory organization for broker-dealers and issues its own rules for its registrants. In order to obtain either of these registrations, individuals must meet certain qualification requirements, although those qualification requirements differ and depend on the type of registration being sought.
From a compensation standpoint, investment advisors are typically compensated under a fee-based model – with project-based fees payable for services such as financial planning – and asset-based fees payable for investment advice and management. Investment advisors usually operate under an advisory services agreement with clients which outlines responsibilities and fees. Basically, this type of compensation arrangement means the advisor isn’t compensated at different levels based on the selected asset classes or investments, and therefore has no built-in incentive to recommend one investment over another. In comparison, broker-dealer compensation has traditionally been transaction-based, with commissions based on the dollar amount of a particular transaction payable to the broker-dealer and possibly to the registered representative(s) involved in the transaction.
As mentioned, registered investment advisors owe fiduciary obligations to their clients. As fiduciaries, they’re required to inform clients of any conflicts of interest and the procedures used to address those conflicts. Investment advisors are also required to inform clients of all types of compensation, including indirect compensation and any additional compensation they may receive from someone other than a client in connection with providing investment advice. These disclosures are included in Part II of the investment advisor’s registration statement, known as Form ADV — a copy of which must be offered to clients annually.
While broker-dealers are expected to disclose conflicts of interest, there’s no mechanism for a disclosure document specific to the broker-dealer analogous to Part II of Form ADV. Broker-dealers also have a responsibility to ensure that investments are suitable for their clients. However neither broker-dealers nor individual registered representatives have an explicit fiduciary responsibility to act solely with clients’ investment goals and interests in mind, unless the client relationship is discretionary. In a discretionary relationship, the client has authorized the broker to execute transactions on the client’s behalf without consent for each transaction.
When choosing an investment professional, investors should understand whether the provider is an investment advisor or a broker-dealer. Both providers can offer important services to clients and many financial professionals are registered as investment advisor representatives and registered broker-dealer representatives. Investors should always understand in what capacity the investment professional is working, how the professional will be compensated for the service provided and whether the provider has any real or perceived conflicts of interest that could affect the service being offered. If the investment professional is acting as an investment advisor representative, answers to these questions will be found in Part II of the Form ADV.
[1] Hung, Angela, et. al, Investor and Industry Perspectives on Investment Advisers and Broker-Dealers, RAND Corporation Technical Report TR-556-SEC, 2008 Pre-Publication, 132.
Cindy DeRuyter ChFC, CLU, is a compliance associate with RSM McGladrey. For more information, contact her at cindy.deruyter@rsmi.com.

Impasse pode custar caro a comércio externo nacional

Senado Federal
03/08/2008
Nem mesmo dez dias de reuniões serviram para que os 151 países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) salvassem a Rodada Doha, negociações para um acordo comercial global iniciadas após os ataques de 11 de setembro de 2001, na esperança de impulsionar a economia mundial e produzir regras mais liberais para o comércio.
O acordo acabou não aceito, em especial pela Índia, segundo maior mercado consumidor potencial do mundo (atrás da China), com 1,1 bilhão de pessoas.
Nações desenvolvidas e emergentes ficaram, mais uma vez, em campos opostos nas discussões sobre subsídios agrícolas e o acesso aos novos mercados dos produtos industriais. Intransigente na busca de um mecanismo de salvaguarda que protegesse o seu mercado de uma "invasão de importações", a Índia foi decisiva para o fracasso da reunião.
O resultado adverso frustrou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que alertou para conseqüências negativas para a economia brasileira. A mais grave, conforme o chanceler, pode ser o aumento dos subsídios agrícolas americanos nos próximos anos, já que novas regras sobre a questão não foram acertadas. "Coloquei o máximo esforço nisso", declarou, descartando as críticas de que o Brasil teria apostado demais na Rodada Doha, em vez de optar, como outros países, por acordos bilaterais como forma de derrubar barreiras e abrir mercados para as exportações.
– Os americanos deixaram claro que não reduziriam os subsídios se não tivessem um acesso maior aos mercados. Já os europeus indicaram ao Mercosul que não poderiam negociar um acordo entre as regiões sem saber o que ocorreria na OMC. Não era uma questão de querer privilegiar a OMC. Essa era a realidade – afirmou Amorim.
Até o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, admitiu que os paí¬ses emergentes vão sentir mais o fracasso.
Senadores governistas e da oposição lamentaram o resultado do encontro da OMC. Delcidio Amaral (PT-MS) elogiou a postura assumida pela delegação brasileira durante as reuniões.
– A posição da nossa equipe foi a mais vantajosa possível em termos comerciais. Mas bate de frente com práticas já adotadas por outros países, que teimam em não entender que essas posições vão ser, no final, positivas para todo mundo, em especial para os países mais pobres.
Ele atribuiu a "dificuldades de caráter político" a falta de um acordo, citando como exemplo o ambiente eleitoral nos EUA.
– O Brasil fez o possível, tentou de todas as formas colaborar na busca de uma solução. Você muitas vezes não consegue um acordo, mas o trabalho não é inteiramente jogado fora. O Brasil se cacifa cada vez mais na diplomacia mundial como um país que precisa ser ouvido e que defende teses fundamentais para o futuro do planeta, e não apenas de todos nós, sul-americanos.
Para o senador Gilberto Goellner (DEM-MT), as discussões poderão ser retomadas, mas não antes da posse do novo presidente norte-americano.
– A posição do Brasil foi coerente, justa, forte e refletiu os interesses dos setores agrícolas e de manufaturados. Enquanto o Brasil se preocupou, sendo um grande exportador, em liberalizar mercados dos dois principais consumidores mundiais, Índia e China insistiram em criar barreiras e cotas, em função da crescente demanda dos produtos oriundos do Brasil (soja, carne, açúcar e também o etanol).
Mas Goellner, empresário rural do setor de algodão, acredita que a falta de acordo não vá prejudicar as exportações. "No máximo, vai deixar na mesma", previu.
– Não se alcançaram os objetivos de promover as importações e reduzir as tarifas cobradas nesses países (nos EUA, o caso específico do etanol). Ninguém quer abrir. Índia e China sabem da sua importância como consumidores de produtos agrícolas do Brasil e dos EUA. Não quiseram reduzir tarifas e o Brasil foi firme e não se resignou – completou.
Goellner lembrou que, na proposta feita pelos EUA na reunião, os subsídios para o algodão seriam reduzidos de US$ 5 bilhões para US$ 400 milhões.

Lula e Cristina tentam ampliar negócios

Jornal do Comércio
04/08/2008
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Buenos Aires às 19h25min de ontem (horário de Brasília) com uma comitiva de cinco ministros e quase 200 empresários. Nessa visita oficial, que termina hoje, Lula e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, terão uma agenda política e econômica, na expectativa de um incremento dos negócios entre as duas nações, sobretudo após as divergências de posicionamento ocorridas durante as negociações na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O primeiro compromisso do presidente Lula em solo argentino foi um jantar para a presidente Cristina Kirchner na residência oficial do embaixador do Brasil, Mauro Vieira. O jantar, previsto na agenda oficial, seria para um pequeno grupo de convidados. Pelo lado brasileiro estavam previstas as presenças de Lula, dos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, das Relações Exteriores, Celso Amorim e da Comunicação Social, Franklin Martins, além do assessor internacional Marco Aurélio Garcia. Do lado argentino, a presidente Cristina estaria acompanhada por seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, e os ministros das Relações Exteriores, Jorge Taiana, do Planejamento, Julio De Vido, e o chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa.
Do outro lado da cidade de Buenos Aires, em um hotel cinco estrelas de Puerto Madero, os presidentes da União Industrial Argentina (UIA), Juan Carlos Lascuraín, e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reuniriam em um jantar com aproximadamente 90 empresários. Esta é a 12ª viagem de Lula à Argentina, desde que foi eleito em 2002.
Hoje, de acordo com a agenda oficial, o presidente Lula terá às 8h30min um café-da-manhã com empresários brasileiros, na residência da Embaixada do Brasil. Em seguida, às 10h, o presidente Lula e a presidente Cristina Kirchner participam da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Argentina, onde haverá rodadas de negócios entre os mais diversos setores com o objetivo de promover uma integração produtiva.
A reunião bilateral formal de ambos os presidentes ocorrerá às 11h, na Casa Rosada. Na ocasião, Cristina e Lula vão tratar de temas pontuais da agenda bilateral. Depois da reunião, a presidente argentina vai oferecer um almoço ao presidente brasileiro e sua comitiva. O regresso de Lula a Brasília está previsto para as 16h30min.
Segundo informações do assessor internacional Marco Aurélio Garcia, os dois presidentes pretendem dar impulso ao projeto binacional de fabricar em escala industrial o veículo militar Gaúcho, em acordo firmado no início deste ano. O veículo é um 4x4 desenhado em 2004, cujo protótipo já foi aprovado pelos dois governos, e faz parte do novo objetivo do Mercosul de "aumentar os recursos nacionais em matéria de Defesa", como foi defendido pela presidente Cristina durante sua primeira entrevista coletiva à imprensa, concedida no sábado.
No entanto, o principal assunto entre os dois presidentes serão os próximos passos que as duas nações deverão tomar para sanar as feridas abertas pelas diferentes posturas que tiveram em Genebra durante as fracassadas negociações de Doha. Segundo declarações de Marco Aurélio Garcia, "Brasil, Argentina e o Mercosul, em geral, terão que imaginar uma nova estratégia internacional: devemos voltar, mediante uma discussão coletiva, aos temas que foram abandonados há alguns anos como as negociações com Estados Unidos e União Européia".

Nova lei das S.A. aumenta mercado para as auditorias

Legislação exige balanços auditados para empresas com grande faturamento
Gazeta Mercantil / Henrique Ribeiro
02/08/2008
A reforma da Lei 10.638/07, a lei das S.A., em vigor desde 1º de janeiro deste ano, está causando impacto positivo nos grupos de auditoria brasileiros. A nova legislação obriga empresas que faturem R$ 300 milhões por ano ou possuam ativos que ultrapassem R$ 240 milhões a terem suas demonstrações auditadas regularmente.
O reflexo aparece nos balanços internos das auditorias: A Boucinhas & Campos + Soteconti Auditores, por exemplo, registrou crescimento global de 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, e projeta um incremento de 30% a 50% para a segunda parte do ano em comparação com os últimos seis meses de 2007. O setor em que houve maior aquecimento foi o de Fundo de Pensão, que cresceu 75%.
“O grande impacto causado pela nova lei começa a partir de agora, que é quando as empresas irão fechar suas contas e algumas delas vão perceber que precisam de uma auditoria para não infringir a lei”, vislumbra Wagner Muradian, diretor comercial da Boucinhas. “A nova regulamentação vai trazer um aumento nos negócios que deve ser sentido até o final do primeiro trimestre do ano que vem”, projeta.
A Baker Tilly Brasil Auditores & Consultores também acredita em bons resultados. Segundo o sócio Waldemar Namura, a expectativa de crescimento para o ano está na ordem de 30%. “Essa previsão se deve, principalmente, à nova legislação”, confirma Namura. Em 2007, a Baker Tilly cresceu 20% em comparação ao ano anterior.
A reforma da Lei das S.A. foi realizada de forma a aproximar a legislação brasileira da International Financial Roporting Standards (IFRS), padrão internacional de contabilidade, que fortalece o emprego de auditorias pelas empresas de capital aberto. “A nova lei brasileira está totalmente alinhada À IFRS”, avalia Muradian.
Outros fatores
Além da expansão da obrigatoriedade da contratação de auditorias, outros fatores contribuem para o crescimento da área, como a febre das operações IPO (abertura de capital). “Para ir à bolsa, as empresas têm que apresentar à CVM os balanços dos três últimos anos, e eles precisam estar auditados”, lembra Muradian.
A própria competitividade entre as empresas as faz perceber que um serviço de auditoria pode ser um diferencial para a melhoria das práticas internas e a conquista de espaço no mercado. “As corporações precisam, principalmente, de validação fiscal e econômica. Acrescentando a isso as novas leis de governança corporativa, aparece a percepção de que a presença de uma auditoria é importante”, explica Raul Corrêa, presidente da RCS Brasil Auditores Independentes, que cresceu 48% em 2007 e projeta novo salto de até 50% para este ano.
Rodízio
Corrêa acredita também que o rodízio entre as auditorias, segundo o qual as empresas de capital aberto não podem ficar mais de cinco anos com a mesma auditoria, ajuda a aquecer o mercado. “Além disso, como não há cadeira cativa, essa determinação nos força a estar sempre nos avaliando, o que ajuda a garantir a qualidade do serviço”, afirma. O rodízio é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) visando a transparência nos balanços financeiros.
A CVM defende que, diminuindo o elo de proximidade entre empresa e auditoria, diminui-se o risco de fraudes. A questão, no entanto, é polêmica. “ As auditorias investem milhões para formar equipes capazes de atender corretamente um cliente e, de repente precisa abrir mão dele”, lembra Namura, do Baker Tilly. “Para as próprias empresas não é o ideal, pois uma troca de auditoria implica em reiniciar do zero um trabalho que demanda conhecimento profundo sobre a corporação”, argumenta.
“Não sou contra o rodízio, acho que há pontos positivos e negativos”, pondera Namura. “Acredito que algumas mudanças poderiam ser pensadas, como o aumento do prazo ou a instituição, para as maiores auditorias, de um rodízio de equipes, e não de clientes”, sugere.
Corrêa, do RCS, não vê necessidades de mudanças. “O mercado já está adaptado, e isso é salutar para o cliente”, avalia.
Segundo um estudo recente realizado pela PUC-RJ, o rodízio de auditores aumentou de 17,3% para 24,1% (um acréscimo de 39%) a chance de uma empresa em análise ter uma ressalva a ser feita no balanço. A pesquisa teve como base os dados de cinco mil empresas, entre 1999 e 2006.