quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Produção industrial recua 1,7% em outubro, apura IBGE

Produção de petróleo do Brasil superará a da Rússia

Montadoras pedem ajuda de US$ 34 bi ao governo dos EUA

Indústria não quer reforma tributária proposta por Mabel

Senado aprova MP que autoriza Banco Central a socorrer bancos

Produção industrial recua 1,7% em outubro, apura IBGE

Rodrigo Postigo
03/12/2008
A produção física da indústria brasileira recuou 1,7% em outubro, na comparação com o mês anterior - a pior queda desde novembro de 2006, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador registrou avanço de 0,8% - o menor neste tipo de comparação desde dezembro de 2006.
O resultado de outubro levou o acumulado do ano da produção industrial a recuar para 5,8% e, em 12 meses, para 5,9%. Em setembro, estes resultados estavam em 6,4% e 6,8%, respectivamente, informou o instituto em nota.
O IBGE ainda revisou para baixo a expansão da produção industrial em setembro, para 1,5%. Inicialmente, o instituto havia informado um aumento de 1,7% na produção industrial daquele mês.
O instituto também revisou os dados referentes ao mês de agosto, quando a produção teve queda de 1,5%, e não 1,2% como inicialmente informado.

Produção de petróleo do Brasil superará a da Rússia

Gazeta Mercantil/Caderno A
03/12/2008
Em 2014, ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo de futebol, o País já poderá ter ultrapassado a Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do planeta. A previsão é do consultor da Presidência da Petrobras, José Carlos Vidal, um dos palestrantes do seminário promovido pelo JB.
Baseando-se em dados de 2007, o especialista sublinhou que, graças à descoberta do pré-sal, as reservas provadas de petróleo do Brasil superarão os 79,4 bilhões de barris produzidos pelos russos no ano passado. "Não sabemos precisar qual será a produção, mas aquilo ali é uma imensidão", vaticinou Vidal, sem, no entanto, arriscar uma estimativa.
Entre os quatro países integrantes do Bric, em 2007, o Brasil aparecia à frente apenas da Índia, com 12,7 bilhões de barris produzidos, contra 5,5 dos indianos. A China é a segunda colocada com a produção de 15,5 milhões de barris. O consultor da Petrobras enxerga potencial de cooperação do Brasil com os demais integrantes do Bric em, pelo menos, outras cinco esferas: produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel; eficiência energética no combate ao desperdício; exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas; captura e estocagem de carbono; e na universalização do acesso à energia elétrica. " A cooperação é o ingrediente para aumentar as possibilidades de crescimento sustentável, principalmente nas condições do fundamentalismo de mercado", assinalou Vidal. " É preciso adotar um paradigma de crescimento econômico diferente do modelo predador que nos conduziu à crise atual", disse.

Montadoras pedem ajuda de US$ 34 bi ao governo dos EUA

EFE
03/12/2008
General Motors (GM), Ford e Chrysler pediram nesta quarta-feira ao Congresso americano uma ajuda de US$ 34 bilhões para sua sobrevivência, em uma ampla reestruturação da indústria automotiva americana em tempos de crise.
Os "Três Grandes de Detroit" cumpriram com o prazo fixado pela hierarquia democrata do Congresso no mês passado, para que apresentassem seus planos de reestruturação e justificassem como utilizariam a ajuda recebida.
Em resumo, as três empresas reiteraram seu compromisso com uma redução dos salários de seus executivos, o refinanciamento da dívida, concessões do sindicato, a fabricação de carros híbridos e elétricos, e a eliminação de algumas marcas.
O executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, que recebeu um salário de US$ 2 milhões e uma compensação total de US$ 21,7 milhões em 2007, manteve seu compromisso de ganhar US$ 1 por ano caso o empréstimo seja concedido.
O mesmo foi prometido pelo principal executivo da GM, Rick Wagoner, enquanto o chefe da Chrysler, Robert Nardelly, já recebe este salário simbólico.
Além disso, GM e Ford continuarão com seus planos de vender sua frota de aviões corporativos.

Indústria não quer reforma tributária proposta por Mabel

Fórum Nacional do setor junta-se à crítica dos governos de São Paulo, Rio e Espírito Santo
O Estado de São Paulo / Rui Nogueira e Christiane Samarco
03/12/2008
A indústria nacional não quer a aprovação da reforma tributária proposta pelo relator da emenda constitucional, o deputado Sandro Mabel (PP-GO). A posição do setor ficou clara ao fim da 21ª reunião do Fórum Nacional da Indústria (FNI), realizada em São Paulo, com a definição de pontos considerados “inegociáveis” e “inaceitáveis” na proposta que está em tramitação da Câmara. A posição do fórum, que fez coro às críticas dos governos de São Paulo, Rio e Espírito Santo e da oposição no Congresso Nacional, enterrou as articulações para tentar aprovar a reforma ainda neste ano.
A posição da indústria mudou radicalmente no espaço de duas semanas e fortaleceu o debate técnico em torno dos adendos feitos por Mabel à proposta original do Executivo. Até a semana passada, o Planalto vinha alimentando o discurso de que a oposição à reforma estava centrada em São Paulo, só porque o governador José Serra (PSDB) é pré-candidato na disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
No dia 19 de novembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), apoiada por 19 associações e sindicatos, chegou a divulgar um Manifesto de apoio à tramitação da reforma tributária. Esse manifesto não tinha o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas contava, para engrossar a lista de assinaturas, com o patrocínio do Sindicato da Indústria de Pinturas, Gesso e Decoração no Estado de São Paulo e até da Associação Brasileira de Música.
O documento de duas semanas atrás não deixava espaço para dúvidas: “As entidades signatárias apóiam a imediata tramitação no Congresso do substitutivo do relator Sandro Mabel.” Fazia uma série elogios ao parecer, dizendo que era “a melhor (proposta) que poderia ser apresentada neste momento”, que estabelecia “bases modernas de tributação” e, por isso, o substitutivo deveria “tramitar com celeridade”. Depois das críticas do governo de São Paulo, a base aliada do Planalto passou a costurar apoios políticos para mostrar que Serra estava contra uma proposta que interessaria aos demais governadores, principalmente aos do Norte e do Nordeste.

Senado aprova MP que autoriza Banco Central a socorrer bancos

Reuters
03/12/2008
O Senado aprovou na terça-feira, em votação simbólica, a medida provisória 442, que autoriza o Banco Central a adquirir carteiras de crédito de bancos no país por meio de operações de redesconto. Aprovada na Câmara no fim de outubro, essa foi a primeira MP enviada pelo governo com o propósito de combater possíveis impactos da crise financeira global sobre bancos em dificuldade.
A MP 442 também possibilita que o BC faça empréstimos em moeda estrangeira a instituições financeiras e permite que empresas de leasing emitam letras de crédito.
"A proposta se encontra entre as medidas necessárias para o enfrentamento da crise", declarou em discurso o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), relator da matéria no Senado.
Dornelles manteve o texto aprovado na Câmara, o qual determina que o Banco Central apresente a cada trimestre relatórios sobre as operações realizadas. O projeto também estabelece a punição dos controladores de instituições financeiras que venderem ao BC carteiras de crédito que se tornarem insolventes.
"Nesta matéria, o PSDB concorda com os pressupostos de relevância e urgência da medida provisória. Trata-se do enfrentamento de uma crise de proporções agigantadas", destacou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
Apesar do consenso sobre a maior parte da medida provisória, o artigo 6 da proposta gerou polêmica. O trecho do projeto acaba com a necessidade de registro em cartório de operação de alienação fiduciária de automóveis.
Segundo Dornelles e o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a medida reduzirá as despesas dos consumidores, já que o Código Civil dita que essas operações já sejam registradas pelos departamentos estaduais de trânsito.
Parcela dos senadores, no entanto, afirmou que, como há questionamentos sobre o tema na Justiça e projetos sobre esse assunto tramitando no Congresso, o artigo deveria ser suprimido da proposta.
Por 34 votos a 11 e uma abstenção, o plenário do Senado manteve o texto. Se tivesse alterado, o projeto voltaria para ser revisado na Câmara. Agora, a matéria vai à sanção presidencial.

World Markets Close Mostly Higher on US Rally

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: December 2, 2008
Filed at 6:10 p.m. ET
LONDON (AP) -- A rebound on Wall Street provided a lift Tuesday to most world stock markets outside of Asia, where shares slumped overnight.
The Dow Jones industrial average finished up 3.3 percent at 8,419.09 as investors bought back into equities after the savage retreat on Monday, when the blue-chip index closed down almost 700 points, or 7.7 percent, wiping out more than half of last week's gains.
Monday's losses caused Asian markets to dive. Japan's Nikkei 225 stock average tumbled 533.53 points, or 6.4 percent, to 7,863.69, and Hong Kong's Hang Seng index lost 5 percent to 13,405.85.
European stock markets showed little direction before the positive open of U.S. markets, then closed higher, tracking the recovery on Wall Street.
The FTSE 100 closed 1.4 percent higher at 4,122.86, helped by a 12.5 percent jump in the share price of British Airways PLC, which said it is in merger talks with Australian rival Qantas. Tesco shares soared 13.0 percent after reporting upbeat sales in the third quarter.
The CAC-40 index in France closed 2.4 percent higher at 3,152.90, while Germany's DAX was the best performing major European index, up 3.1 percent at 4,531.79, as car companies such as Daimler AG and Volkswagen AG recouped most of the previous session's losses.
The recovery in European and U.S. stocks on Tuesday was largely a reaction to Monday's heavy losses, when a run of bad data increased fears of a prolonged and deep global economic downturn.
It all culminated with Monday's announcement by the National Bureau of Economic Research, considered the arbiter of the U.S. economic cycle, that the world's largest economy entered a recession in December 2007, much earlier than most predictions.
''If the U.S. economy is entering a depression, it is far too soon, even for an equity market that tries to discount conditions six months or a year ahead, to be looking for economic recovery,'' said Stephen Lewis, chief economist at Monument Securities.
The optimism that saw U.S. stocks rise for five straight days last week for the first time since July 2007, has all but evaporated amid renewed worries about the global economy. The data expected out of the U.S. over the rest of the week, including Friday's closely watched jobs report for November, are expected to make for further grim reading.
Despite the recession which has taken hold across the developed world, some companies are managing to post solid performances. One notable example was British supermarkets chain Tesco PLC, which saw its share price rise Tuesday by over 13 percent after it reported like-for-like sales, excluding revenues from its gas pumps, up 2 percent during the third quarter.
''Yet again Tesco has defied the laws of gravity, kicking market recession fears firmly in the teeth,'' said Howard Wheeldon, senior strategist at BGC Partners.
Tesco will be hoping that the widely anticipated 1 percentage point rate reduction Thursday from the Bank of England will help entice shoppers in the crucial Christmas season. The European Central Bank is also expected to cut its benchmark rate by at least half a percentage point on Thursday.
Latin American shares closed mostly higher as bargain hunters swooped in a day after stocks were dragged down by the selloff on Wall Street.
Brazil's Ibovespa stock index was up 0.8 percent to close at 35,001, while Mexico's IPC rose by 269 points, or 1.4 percent, to 19,802, Colombia's IGBC edged up 0.8 percent to 7,232 and Argentina's Merval index jumped 2.9 percent to 952.
Chile's IPSA index was the exception, dipping 0.7 percent to close at 2,318.
Earlier, Australia's central bank slashed its key interest rate Monday a full percentage point to 4.25 percent in an attempt to prevent the economy from sliding into recession. But investors took scant comfort from the move, sending the benchmark S&P/ASX 200 index down 4.2 percent to 3,528.2.
Benchmarks in the Philippines, Taiwan, India and South Korea also dropped sharply.
Markets on mainland China were mixed, with food processors up following a lifting of price controls but banks down on economic jitters. The benchmark Shanghai Composite Index slipped 0.3 percent, while the Shenzhen Composite Index rose 1.4 percent.
Light, sweet crude for January delivery fell more than 4 percent, or $2.32 to settle at $46.96 a barrel on the New York Mercantile Exchange. Earlier Tuesday prices briefly fell to $46.82, the lowest level since hitting $46.20 intraday on May 20, 2005.
In currencies, the euro inched up to $1.2697 in late New York trading from $1.2672 late Monday, while the British pound fell to $1.4876 from $1.4910 and the dollar slipped to 93.22 Japanese yen from 93.40 yen.
--------
Associated Press Writers Pan Pylas in London and Tomoko A. Hosaka in Tokyo contributed to this report.

Brazil central bank to offer $2 bln in dollar repos

Tue Dec 2, 2008 9:17am EST
SAO PAULO, Dec 2 (Reuters) - Brazil's central bank said on Tuesday it will offer $2 billion in dollar repurchase agreements in an auction on Wednesday aimed at increasing trade finance for exporters hit by the global credit crunch.
Banks that buy the repos will be required to provide proof that they used the funds to provide financing for exporters, who have been hit by a sharp reduction in credit lines.
The central bank has sold dollar repos, currency swap contracts and dollars from its international reserves on the spot currency market in recent months to add liquidity to the financial system.
Brazil's currency, the real BRBY, was trading 2.5 percent weaker at 2.377 per dollar after the announcement. (Reporting by Jenifer Correa; Writing by Todd Benson; Editing by James Dalgleish)

UPDATE 3-Brazil's Oct industrial output slumps in crisis

Tue Dec 2, 2008 12:39pm EST
(Adds comment from finance minister)
By Ana Nicolaci da Costa
BRASILIA, Dec 2 (Reuters) - Industrial production in Brazil recorded its biggest fall in nearly a year in October, raising pressure on the country's central bank to cut interest rates to maintain growth in Latin America's largest economy.
In the latest sign that the fallout from the global financial crisis has spilled into the real economy, government statistics agency IBGE said on Tuesday industrial output contracted 1.7 percent month-on-month in October, its worst showing since November 2007.
Output fell by more than the 0.3 percent drop expected in a Reuters poll of 15 analysts and came at the bottom end of expectations, with forecasts ranging between a 1.7 percent decline and a 0.5 percent increase.
"The contamination from the crisis was very rapid because it affected credit and it was credit that was inflating the economy," said Zeina Latif, an economist at ING in Sao Paulo.
With the economy slowing, analysts revised down their forecasts for growth next year to 2.8 percent from 3 percent last week, according to the latest central bank survey.
Asked if the economy could grow less than 3 percent in 2009, Finance Minister Guido Mantega said: "I don't think so."
"From October, we had problems, the international financial crisis reduced credit, it's natural that in October, November and December there be a slowing of the Brazilian economy," he told reporters in Brasilia.
The government expects 4 percent growth next year.
With auto sales plunging, bank lending contracting and industry confidence at its lowest level in more than three years, pressure is mounting on Brazil's central bank to join others in cutting rates to avoid a global recession.
The bank's monetary policy committee voted unanimously in October to keep its main lending rate at a two-year high of 13.75 percent, changing tack after four straight rate hikes. Its next meeting is next Tuesday and Wednesday.
Signs that inflation is easing could increase pressure on the bank to cut rates. The FIPE research institute said on Tuesday consumer prices in Brazil's largest city, Sao Paulo, rose 0.39 percent in November, below expectations for a 0.5 percent increase.
The FIPE index is closely watched by economists for trends in Brazil's benchmark IPCA inflation index, which is used by the central bank as a guide when setting rates.
But Brazil's benchmark IPCA consumer price index rose 6.41 percent on an annual basis in October and the latest central bank survey shows analysts revised up their forecasts for inflation next year to 5.25 percent from 5.20 previously.
Those numbers are above the government's 4.5 percent inflation target and at the top end of its 2 percentage point tolerance range.