sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Brazil real, stocks firm after Bernanke testimony

Thu Feb 28, 2008 4:28pm EST
(Updates to close)
SAO PAULO, Feb 28 (Reuters) - Brazil's currency and stocks closed marginally firmer on Thursday in volatile trading after U.S. Federal Reserve Chairman Ben Bernanke raised concern over the health of some banks because of the housing sector woes.
The Bovespa index .BVSP of the Sao Paulo Stock Exchange gained 0.09 percent to 65,555.08 points, helped by a rise in stocks of mining giant Vale, while Wall Street shares fell after Bernanke told a Senate committee there probably will be bank failures as the housing slump takes its toll.
Brazil's real BRBY, gained 0.06 percent to 1.67 per U.S. dollar. The currency has strengthened for nine straight sessions, up nearly 5 percent in the period.
"The trend (for the exchange rate) is to strengthen more," said Marcos Forgione, a analyst at the Hencorp Commcor brokerage.
Interest-rate futures <0#dij:> on the BM&F commodities and futures exchange in Sao Paulo edged higher.
On the stock market, Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research), the second most heavily-weighted stock in the index, rose 2.24 percent to 52.5 reais. Talks between Vale to take over rival Xstrata hit an impasse, a source close to the situation said. For details see [ID:nL28684659].
The takeover of Xstrata would increase Vale's debt.
Vale reports fourth-quarter results after the close of markets on Thursday and analysts surveyed by Reuters expect a 44 percent jump in US GAAP net income from a year earlier.
State oil company Petrobras (PETR4.SA: Quote, Profile, Research) -- the Bovespa's main heavyweight -- rose 0.53 percent to 86.15 reais as crude prices surged nearly 3 percent to an all time high above $102 a barrel in New York.
Brewer AmBev (AMBV4.SA: Quote, Profile, Research) rose 2.66 percent to 146.8 reais. The company, part of the world's biggest brewer InBev, said on Thursday its fourth-quarter net income edged 4.1 percent lower to 1.13 billion reais because of foreign exchange losses on investments in units outside of Brazil.
Telecoms group Oi Participacoes (TNLP4.SA: Quote, Profile, Research) edged up 0.11 percent to 44 reais. The company said on Thursday its fourth-quarter profit jumped 48.6 percent and grew by 80 percent for the year of 2007, buoyed by strong growth in its mobile and broadband Internet business.
Vivo (VIVO4.SA: Quote, Profile, Research), Brazil's biggest wireless phone company, tumbled 5.02 percent to 10.6 reais. Portugal Telecom's Chief Executive Henrique Granadeiro said the company has no plans to sell its stake in Vivo, which it co-owns with Spain's Telefonica. (Reporting by Elzio Barreto and Silvio Cascione; Editing by Diane Craft)

Brazil February Inflation Slows, Allays Rate Concern (Update2)

By Andre Soliani and Telma Marotto
Feb. 28 (Bloomberg) -- Brazil's broadest inflation index fell to a seven-month low in February, allaying concern that the central bank will need to increase interest rates to keep prices under control.
Consumer, construction and wholesale prices, as measured by the IGP-M, rose 0.53 percent in February compared with a 1.09 percent rise in January, the Rio de Janeiro-based Getulio Vargas Foundation said today in a report on its Web Site. The February rate was the lowest since a 0.28 percent climb in July.
``Recent benign inflation figures postpone expectations that the central bank could raise rates,'' said Marcelo Carvalho, senior economist for Morgan Stanley in Sao Paulo. ``Inflation has clearly decelerated, and the price hike at the turn of the year didn't sustain itself.''
The central bank halted its longest cycle of monetary easing in October as policy makers sought to better gauge whether an inflation pickup was temporary. Annual inflation as measured by the benchmark IPCA index surged from an eight-year low of 2.96 percent in March to 4.56 percent in January.
Carvalho said he thought that it would be premature for the central bank to resume rate reductions. He expects room for further monetary policy easing in the fourth quarter.
Wholesale
Rising wholesale and consumer food prices, which fueled inflation in previous months, decelerated in February, according to Getulio Vargas Foundation.
Wholesale agricultural prices rose 0.23 percent in February, down from 2.31 percent in January. Consumer food prices rose 0.21 percent in February compared with a 2.25 percent jump a month-earlier.
Consumer price inflation in the month through mid-February, as measured by the government's benchmark IPCA-15 index, decelerated to 0.64 percent from 0.74 percent in mid-January, the national statistic agency said in a Feb. 26 report.
In a separate report by the national statistic agency, unemployment rose to 8 percent in January from a six-year low of 7.4 percent in December. The increase was expected as companies shed temporary Christmas staffing.
Still, unemployment in January was lower than the 9.3 percent rate a year-earlier.
The real weakened to 1.6762 per dollar at 11:18 a.m. New York time. Brazil's currency yesterday touched 1.6630 per dollar, the strongest since May 1999. The currency has gained 26 percent in the past 12 months, the biggest increase among the 16 major currencies against the dollar.

UPDATE 1-Bernanke backs lower tariff on Brazil ethanol

Thu Feb 28, 2008 12:03pm EST
(Adds Bernanke's comments)
WASHINGTON, Feb 28 (Reuters) - Federal Reserve Chairman Ben Bernanke said on Thursday he favored cutting high tariffs on Brazilian ethanol to help take pressure off food prices.
"As you know, I favor open trade and I think allowing Brazilian ethanol, for example, would reduce costs in the United States," Bernanke told the Senate Banking Committee.
Most of the ethanol made in the United States comes from corn, and domestic production is protected from sugar-based Brazilian ethanol by a steep tariff.
Bernanke said it was hard to say how much current strong demand for ethanol was boosting food prices.
"But it is the case that a significant portion of the corn crop is being diverted to ethanol, which raises corn prices," Bernanke told the panel.
"And there's some knock-on effects. For example, some soybean acreage has been moved to corn production, which probably has some effect on soybean prices. So there is some price effect on foodstuffs coming through the conversion to energy use," Bernanke said. (Editing by Jan Paschal)

Reservas internacionais sobem para US$ 190,490 bilhões

Rodrigo Postigo

29/02/2008

As reservas brasileiras internacionais avançaram em US$ 1,058 bilhão ontem, no conceito de liquidez internacional, segundo o Banco Central (BC). Com isso, o total das reservas brutas passou de US$ 189,432 bilhões para US$ 190,490 bilhões.

Aperto fiscal do governo é o maior da história

Folha de São Paulo

29/02/2008

A arrecadação recorde registrada em janeiro turbinou o superávit primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), que somou R$ 15,4 bilhões no mês passado. O valor ficou 33% acima do resultado fiscal de janeiro de 2007 e é o melhor número mensal da série disponível no Tesouro, iniciada em 1995.Em proporção do PIB, a economia produzida pelo governo central em janeiro foi de 6,89%. Na avaliação do Ministério da Fazenda, o resultado de janeiro usualmente é o maior do ano e, no mês passado, dois fatores considerados atípicos potencializaram mais o resultado.“Houve duas atipicidades importantes: ainda não há Orçamento e a receita de janeiro foi expressiva, decorrente do momento extraordinário da economia brasileira, influenciada pelo último trimestre de 2007″, disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

Segundo ele, isso reforça a “confiança” na economia do país.Em janeiro, as receitas subiram 12% acima da expansão do PIB na comparação com janeiro de 2007. Um dos motivos foi a arrecadação de R$ 6 bilhões sobre os lucros obtidos pelas empresas em 2007 -receita de Imposto de Renda e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Além disso, o crescimento do emprego formal proporcionou um adicional de R$ 1,7 bilhão em receitas previdenciárias.

Para o Tesouro, esse aumento de receitas não se sustentará nos próximos meses. Augustin não deixou claro, no entanto, como a ausência de Orçamento -que ainda está em fase de votação no Congresso- interferiu no superávit do mês passado. “A falta de Orçamento represa um conjunto de gastos.”Tradicionalmente, janeiro é um mês de baixa execução orçamentária, mesmo com o Orçamento em vigor. Uma prova disso é que, somente em fevereiro, o governo edita o decreto de execução financeira, que autoriza os limites de gastos para os órgãos.

Além disso, em janeiro do ano passado, o governo também não contava com Orçamento aprovado.Em relação a janeiro de 2007, as despesas cresceram 8,8% acima da expansão da economia. Pressionou os gastos principalmente o pagamento de decisões judiciais favoráveis a aposentados da Previdência e a funcionários públicos. As condenações também ocorreram na área de custeio da máquina pública. Essas sentenças consumiram mais de R$ 5 bilhões.Com investimentos, o governo gastou em janeiro R$ 1,262 bilhão -17% a mais que em janeiro de 2007.

Bovespa e BM&F querem se unir para não serem engolidas

Juntas, serão uma empresa de US$ 20 bi, maior que a Bolsa de Nova York

Isto É / Milton Gamez

29/02/2008

Agora é oficial. A Bovespa e a BM&F assumiram publicamente o namoro. Na terça-feira 19, as duas bolsas divulgaram fato relevante ao mercado, confirmando os boatos de que estudam uma fusão. Nos próximos 60 dias, as duas entidades irão definir os termos do acordo que poderá criar uma das maiores bolsas de valores e futuros do mundo, com valor de mercado de US$ 20 bilhões - à frente, por incrível que pareça, da mítica Bolsa de Nova York, do Grupo Nyse Euronext. O boato já circulava no mercado havia algumas semanas e o próprio diretor-geral da Bovespa Holdings, Gilberto Mifano, declarou em meados de janeiro que a união "faz sentido". Diante do fato, as ações dispararam: a cotação da Bovespa Holdings subiu 10,2%, na quarta-feira e a da BM&F, 15,4%. Sinal de que os investidores gostaram da notícia. Mas será que sai casamento? Provavelmente, sim. Mas tudo vai depender de grandes acomodações de interesses e ambições dos acionistas e dos dirigentes de ambas as bolsas. Se for adiante, a união será um marco importante no mercado de capitais. A fundação da Bovespa remonta a 1890. Dela nasceu, 90 anos depois, a BM&F. Juntas, elas seriam a 10ª maior empresa do País em valor de mercado. Estaria à frente de gigantes como Gerdau, CPFL Energia, Vivo e Embraer. Mas, para que isso aconteça, os acionistas das duas casas precisam agir rapidamente. A Bovespa está sendo assessorada pelo Credit Suisse e a BM&F, pelo Grupo Rothschild. Ambas têm interesse em fechar negócio antes que algum aventureiro o faça.

Quando decidiram passar de entidades sem fins lucrativos a companhias abertas, os acionistas da Bovespa e da BM&F se comprometeram a manter suas ações por um mínimo de seis meses após a estréia dos papéis no pregão eletrônico da Bovespa. No caso desta, o prazo de "lock up" vence em abril. No da BM&F, em maio. Depois disso, os sócios poderão se desfazer de suas ações, o que abrirá espaço para ofertas hostis de bolsas concorrentes, como a americana Chicago Mercantile Exchange. Esta já é sócia minoritária da BM&F, com 10%. A Bolsa de Nova York, por sua vez, tem 1% da Bovespa. As duas atuam em mercados maduros e gigantescos e teriam interesse em reforçar a presença em países emergentes como o Brasil. Apesar do valor de mercado alto de suas controladoras, as bolsas brasileiras são muito pequenas diante das americanas em termos de volumes negociados. Segundo a Economática, negociam-se na Bovespa, em média, US$ 3 bilhões por dia, quase 80% de todas as transações com ações na América Latina. Em Nova York, somente as ações da Apple Computer giram US$ 7,6 bilhões por pregão.

No Brasil, a idéia das bolsas é crescer para reinar. Como em toda fusão, há dois grandes interesses em jogo: o econômico e o político. Do lado econômico, que geralmente fala mais alto, a união da Bovespa e da BM&F traria enormes ganhos de escala e economias de custos, aumentando os lucros dos acionistas e dos investidores que operam nas bolsas. "Todo mundo sairá ganhando. Pouca gente vai perder", diz o corretor Eduardo da Rocha Azevedo, ex-presidente da Bovespa e fundador da BM&F. Segundo um estudo de um banco americano que circulou no mercado na semana passada, uma fusão traria ganhos de R$ 100 milhões para os clientes das duas bolsas somente no primeiro ano. Isso viria da economia de custos operacionais, como a liquidação e a custódia de títulos, por exemplo. Se puderem negociar nos mercados a vista e derivativos na mesma casa, os investidores terão economia com relação aos depósitos de garantias, poderão fazer operações cruzadas entre os mercados com mais facilidade e poderão realizar negócios de maior volume. E as reduções de despesas tornariam as bolsas mais lucrativas. Como os maiores acionistas da Bovespa e da BM&F são praticamente os mesmos - corretores, bancos e investidores estrangeiros - e todos ambicionam mais e melhores lucros, uma união criaria valor e evitaria a eventual competição entre as bolsas. Hoje, elas são monopolistas: a Bovespa atua em ações e renda fixa e a BM&F, em derivativos (futuros e opções de DI, dólar, Ibovespa, cupom cambial, boi gordo, ouro, café e etanol, entre outros ativos). Como dominam mercados em franco crescimento, ainda não precisam invadir a seara uma da outra.

A questão mais delicada, portanto, é a política. Depois da troca das alianças, quem vai mandar na superbolsa? Quem vê de fora imagina que a guerra de egos será sangrenta. Tanto a Bovespa quanto a BM&F possuem lideranças muito fortes e executivos influentes e respeitados no mercado e junto às entidades reguladoras. Raymundo Magliano Filho, 65 anos, comanda a Bovespa há sete anos consecutivos e Manoel Félix Cintra Neto, 59 anos, do pelo habilidoso titular. "O Magliano ficou mordido e matou a disputa antes de ela começar", afirma um aliado.

Tanto Magliano como Cintra Neto são verdadeiros animais políticos. Não foi sem muita habilidade que a Bovespa conseguiu, ao longo dos últimos anos, atrair os corretores de outras praças e tornar-se a única bolsa de valores do País. Estudante de filosofia, o carismático presidente da Bovespa deixou sua marca pessoal nas principais conquistas e transformações do mercado. Uniu-se a sindicatos de trabalhadores para derrubar a cobrança da CPMF nos negócios com ações e amanheceu em portas de fábrica para popularizar o mercado acionário. Foi à praia de bermudas catequizar investidores. Cintra Neto, da BM&F, é mais discreto e atua mais nos bastidores. Dirige uma bolsa que reina sozinha num mercado altamente competitivo e reúne, a cada dois anos, a nata da economia mundial no Congresso de Derivativos de Campos do Jordão. Ambos estão unidos na luta contra a cobrança de Contribuição Social sobre o Lucro (CSSL) imposta às bolsas pelo governo para cobrir a extinção da CPMF. Será que estão de acordo sobre o futuro da superbolsa?

O veterano Homero Amaral Júnior, presidente da Associação Nacional das Corretoras (Ancor), não acredita em disputa de poder entre Magliano e Cintra Neto. "Se houvesse disputa, não haveria conversa sobre a fusão", diz ele. Mas qual dos dois irá se aposentar após a união? "Não tenho a menor idéia. Pode até ser um terceiro nome. Torço pelos dois grupos, que já provaram ser muito competentes", afirma. Não menos importante, para as bolsas, será a decisão dos acionistas sobre quem será o principal executivo da nova superbolsa.

Na prática, são os diretores-gerais que mandam no dia-a-dia das organizações e fazem as engrenagens funcionar. Gilberto Mifano, da Bovespa, e Edemir Pinto, da BM&F, são muito competentes e lideram equipes vencedoras. Mifano criou o Novo Mercado, que revitalizou a Bovespa. Mas um dos dois terá de abrir mão do cargo nas negociações. "Não há espaço para dois CEOs. Quem vai escolher são os acionistas", diz Rocha Azevedo. Obviamente, o mesmo irá acontecer em todas as áreas das duas empresas onde houver superposição de funções. A Bovespa tem 821 funcionários e a BM&F, 559. Antes de abrir capital, em 2007, as duas bolsas chegaram a conversar sobre a união, mas não houve acordo. Quando as ações foram a mercado, o valor de cada uma ficou mais claro para todas as partes, o que deve ajudar as conversações atuais. A compra de uma pela outra ou a criação de uma holding que absorveria as duas estão em estudo e trariam economias tributárias significativas.

Por essas e outras, a fusão é estratégica e deve se resolver nos próximos 60 dias. "Se a Bovespa e a BM&F se fortalecerem, poderão comprar outras bolsas na América Latina em vez de serem compradas", diz Rocha Azevedo. Para ele, no futuro sobrarão entre seis e oito bolsas no mundo. "Com a grande concorrência internacional, manter a Bovespa e a BM&F separadas estava ficando insustentável", avalia o corretor Marcos Souza Barros. "A fusão é hoje uma obrigação", diz. Casamentos desse tipo já ocorreram em mercados como Hong Kong, Austrália, Cingapura, Espanha, Alemanha e Canadá. Chegou a vez do Brasil.

Brasil e Vietnã poderão firmar parceria em etanol

Agência Brasil

29/02/2008

O Brasil pretende atuar em parceria com o Vietnã na produção de etanol. O protocolo de intenções foi firmado na última quarta-feira, durante visita do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao Vietnã. O documento conjunto prevê a cooperação em técnicas de produção e uso de etanol combustível. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o Vietnã em meados deste ano.

Os dois países fixaram uma meta ambiciosa para as trocas comerciais: pretendem triplicar o comércio bilateral até 2010, passando de US$ 323 milhões anuais para US$ 1 bilhão. O Brasil está de olho nas oportunidades de uma economia que cresce a taxas de 8% ao ano e que ainda tenta se reerguer dos prejuízos da guerra com os Estados Unidos (de 1972 a 1986). Para o Brasil, o Vietnã pode ser também a porta de entrada para o gigantesco mercado asiático, de 2 bilhões de pessoas.

Infra-estrutura, aviação civil, produção de etanol, automação bancária e software estão no foco brasileiro, de acordo com o Itamaraty. Outros setores que interessam aos exportadores brasileiros são agronegócio e petroquímica. Ontem, os empresários que acompanham o chanceler Celso Amorim na viagem participaram de seminário sobre oportunidades de negócios no Vietnã entre os presentes estavam exportadores de café e representantes das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht. As possibilidades de parceria vêm sendo discutidas desde 2003 pelos dois países.

Brasil e Vietnã mantém relações diplomáticas desde 1989. Naquele ano, o intercâmbio comercial foi de US$ 16 milhões. Após anos de declínio, as trocas bilaterais se intensificaram a partir de 2002. Nos últimos cinco anos, o comércio bilateral cresceu sete vezes. As exportações brasileiras para o país asiático aumentaram em proporções ainda maiores: nove vezes, saltando de US$ 25 milhões para US$ 200 milhões em 2007.

Ainda assim, o Vietnã está longe de integrar a lista dos dez principais parceiros comerciais brasileiros, liderada pelos Estados Unidos, Argentina e China. Para dar maior impulso às relações comerciais bilaterais, em 2006, foi aberto escritório comercial do Vietnã em São Paulo e, em 2007, instalada a Câmara de Comércio Brasil-Vietnã, no Rio de Janeiro.

Para impulsionar as relações em nível governamental, também ficou acertada durante a visita de Amorim a criação de uma comissão bilateral, que tratará de temas de interesse dos dois países. Segundo o Itamaraty, estão em negociação acordos nos campos de ciência e tecnologia, agricultura e esportes e há potencial de cooperação na construção de hidrelétricas, em siderurgia, na indústria alimentícia, no processamento de madeira e na aquicultura.

Amorim aproveitou a visita para convidar o Vietnã a integrar o G20, grupo de países em desenvolvimento, liderado por Brasil e Índia, que luta pela abertura dos mercados agrícolas e pela redução do apoio financeiro concedido pelas nações ricas a seus agricultores.
Juntos, os países do G20 concentram 70% da população agrícola mundial, respondem por 21% do PIB (Produto Interno Bruto) agrícola global e 26% das exportações agrícolas mundiais.

Proposta de reforma simplifica, mas não reduz carga tributária, avalia Fecomercio

Rodrigo Postigo

29/02/2008

Embora o governo federal tenha dado o primeiro passo para concretizar a reforma tributária, a proposta atual apenas irá simplificar a forma de arrecadação, mas não diminuirá a atual carga de impostos de modo efetivo, avalia a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).

A entidade justifica que não haverá redução da carga tributária, pois o governo irá fixar a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA-F) com base na arrecadação de tributos já existentes. Além disso, explica a Fecomercio, a proposta autoriza que na criação do IVA o imposto venha a integrar sua própria base de cálculo, o que resultaria em uma alíquota final maior do que a aprovada.

O fato de o governo ter escolhido um único mecanismo para implantar a reforma - o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) - não agradou a entidade, que diz acreditar que uma lei complementar ou ordinária seria o mais ideal, pois possibilitaria eventuais correções no texto aprovado pelo congresso e também evitaria a necessidade de um esforço político extra para que todos os Estados da União se sentissem contemplados pelo novo formato do ICMS. Ou seja, o processo se tornaria mais ágil.

Proposta de reforma tributária pretende estimular investimentos

Folha Online / Ana Paula Ribeiro

29/02/2008

A proposta de reforma tributária que começará a tramitar no Congresso Nacional prevê a completa desoneração dos investimentos. Para isso, serão reduzidos gradualmente os prazos que as empresas têm para fazer a utilização dos créditos referentes a impostos pagos na aquisição de máquinas e equipamentos, ou seja, no momento do investimento.

"Um dos objetivos da reforma tributária é a desoneração completa dos investimentos, principalmente pela redução gradual do prazo requerido para a apropriação dos créditos de impostos", explica o texto da cartilha que o Ministério da Fazenda produziu para justificar a necessidade de uma reforma --a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) foi entregue hoje aos parlamentares.

No entanto, essa desoneração será lenta, sendo que sua completa implementação se dará em 2016.

Hoje, as empresas precisam esperar 48 meses para utilizar os créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) --principal tributo dos Estados-- que incide na aquisição de máquinas e equipamentos. Na reforma, a expectativa é que esse prazo caia para 44 meses em 2010 e, gradualmente, chegue a zero em 2016.

No caso dos impostos federais, a desoneração será feita após a criação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que irá unificar o PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e a Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico).

O prazo em vigor para aproveitamento dos créditos tributários referentes ao PIS/Cofins é de 24 meses.

Também está prevista a desoneração completa das exportações. Hoje, as empresas exportam e ficam com os créditos referentes ao ICMS. No entanto, nem sempre conseguem ser ressarcidas pelos Estados. Com a mudança da cobrança desse imposto da origem para o destino, o governo prevê que esse ressarcimento ficará mais fácil.

Além disso, será implementado um sistema de compensação de débitos e créditos tributários entre as empresas, o que facilitará o aproveitamento desses créditos.

Outras desonerações

A reforma tributária prevê ainda a redução de impostos para produtos da cesta básica que ainda não passaram por desoneração, como pão, açúcar e óleo de soja. Para as empresas, está prevista ainda a desoneração da folha de pagamentos, reivindicação antiga dos empresários.

A proposta prevê que as empresas deixarão de recolher os recursos referentes ao salário-educação, que é destinado ao Ministério da Educação e é formado por 2,5% da folha de pagamentos. Para que a área da educação não sofra perda de recursos, ficará estabelecido que uma parcela do IVA-F terá essa destinação.

Além disso, o governo pretende, 90 dias após aprovada a PEC da reforma tributária, encaminhar um projeto de lei para desonerar a folha de pagamento. A contribuição patronal à Previdência Social cairia de 20% para 14% em seis anos, sendo reduzido um ponto percentual por ano.