29/02/2008
O Brasil pretende atuar em parceria com o Vietnã na produção de etanol. O protocolo de intenções foi firmado na última quarta-feira, durante visita do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao Vietnã. O documento conjunto prevê a cooperação em técnicas de produção e uso de etanol combustível. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o Vietnã em meados deste ano.
Os dois países fixaram uma meta ambiciosa para as trocas comerciais: pretendem triplicar o comércio bilateral até 2010, passando de US$ 323 milhões anuais para US$ 1 bilhão. O Brasil está de olho nas oportunidades de uma economia que cresce a taxas de 8% ao ano e que ainda tenta se reerguer dos prejuízos da guerra com os Estados Unidos (de 1972 a 1986). Para o Brasil, o Vietnã pode ser também a porta de entrada para o gigantesco mercado asiático, de 2 bilhões de pessoas.
Infra-estrutura, aviação civil, produção de etanol, automação bancária e software estão no foco brasileiro, de acordo com o Itamaraty. Outros setores que interessam aos exportadores brasileiros são agronegócio e petroquímica. Ontem, os empresários que acompanham o chanceler Celso Amorim na viagem participaram de seminário sobre oportunidades de negócios no Vietnã entre os presentes estavam exportadores de café e representantes das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht. As possibilidades de parceria vêm sendo discutidas desde 2003 pelos dois países.
Brasil e Vietnã mantém relações diplomáticas desde 1989. Naquele ano, o intercâmbio comercial foi de US$ 16 milhões. Após anos de declínio, as trocas bilaterais se intensificaram a partir de 2002. Nos últimos cinco anos, o comércio bilateral cresceu sete vezes. As exportações brasileiras para o país asiático aumentaram em proporções ainda maiores: nove vezes, saltando de US$ 25 milhões para US$ 200 milhões em 2007.
Ainda assim, o Vietnã está longe de integrar a lista dos dez principais parceiros comerciais brasileiros, liderada pelos Estados Unidos, Argentina e China. Para dar maior impulso às relações comerciais bilaterais, em 2006, foi aberto escritório comercial do Vietnã em São Paulo e, em 2007, instalada a Câmara de Comércio Brasil-Vietnã, no Rio de Janeiro.
Para impulsionar as relações em nível governamental, também ficou acertada durante a visita de Amorim a criação de uma comissão bilateral, que tratará de temas de interesse dos dois países. Segundo o Itamaraty, estão em negociação acordos nos campos de ciência e tecnologia, agricultura e esportes e há potencial de cooperação na construção de hidrelétricas, em siderurgia, na indústria alimentícia, no processamento de madeira e na aquicultura.
Amorim aproveitou a visita para convidar o Vietnã a integrar o G20, grupo de países em desenvolvimento, liderado por Brasil e Índia, que luta pela abertura dos mercados agrícolas e pela redução do apoio financeiro concedido pelas nações ricas a seus agricultores.
Juntos, os países do G20 concentram 70% da população agrícola mundial, respondem por 21% do PIB (Produto Interno Bruto) agrícola global e 26% das exportações agrícolas mundiais.
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