terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Colômbia e Peru concretizam negociações comerciais com UE esta semana

Investimentos estrangeiros crescem 20,6% no Brasil em 2008

Sem reforma, empresários buscam meios para reduzir de carga tributária

Faturamento da indústria cai 7% em novembro, aponta CNI

Ipea: Paí­s precisa crescer 4% para evitar desemprego maior

Sem reforma, empresários buscam meios para reduzir de carga tributária

DCI
20/01/2009
Apesar dos esforços do governo durante o ano de 2008 para tirar do papel a Proposta de Emenda Constitucional 233/08, o projeto de reforma tributária não deve ser aprovado este ano. Na falta de uma reforma que imponha diminuição de carga tributária, os empresários vão procurar alternativas para conseguir alterações no sistema tributário, algumas delas constantes do substitutivo da PEC nº 233/08. Para o cientista político e professor do Ibmec São Paulo, Carlos Melo, negociar com o Executivo seria uma boa saída, mas mesmo assim o empresariado encontrará novas complicações.
"[Os empresários] podem acabar negociando diretamente com o Executivo, o que é sempre difícil, porque resolve parcialmente o problema, você parte para uma estratégia muito segmentada", diz Melo. O cientista explica que ao levar as reivindicações ao executivo, as empresas partem para aspectos muito específicos e interesses dispersos. "O ideal seria uma reforma que reunificasse o sistema tributário de forma a abranger desde o município a União", afirmou.
A PEC 233/08 chegou a ser aprovada na Comissão Especial, na Câmara dos Deputados, que é o primeiro estágio da tramitação legislativa e com isso deu visibilidade ao nome do seu presidente, deputado Antonio Palocci - aspirante ao governo de São Paulo em 2010. A matéria parou no plenário da Câmara. As concessões que o relator Sandro Mabel (PL-GO) fez, no entanto, interferiram muito na sua aprovação. "[Com o substitutivo final] a proposta ficou aquém daquilo que é a expectativa dos empresários", disse o professor do Ibmec São Paulo. "Tenho ouvido muita crítica com relação às concessões todas que Sandro Mabel fez para atender aos municípios", completou.
Se aprovada, a reforma tributária traria alterações no cenário econômico do País. O cientista afirmou que o sistema de tributação brasileiro é muito confuso. "Os empresários além de pagarem a carga tributária têm que arcar com as despesas de um sistema de administração de tributos". A simplificação no sistema de impostos poderia diminuir, segundo Melo, o gasto das empresas com produção e consequentemente aumentaria a competitividade.
O professor destacou que o pleito principal os empresários ficou prejudicado. Segundo ele, a reforma tributária deveria vir acompanhada de uma reforma fiscal: "a reforma tributária fala de arrecadação, é necessário também falar da qualidade do gasto, do gasto".

Investimentos estrangeiros crescem 20,6% no Brasil em 2008

Rodrigo Postigo
20/01/2009
O fluxo de investimentos externos diretos cresceu 20,6% no Brasil no ano passado, segundo dados de um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Unctad (órgão da ONU para Comércio e Desenvolvimento). O resultado brasileiro foi na contramão da tendência mundial, onde o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) teve retração de 21%, passando do recorde de US$ 1,8 trilhão, em 2007, para US$ 1,4 trilhão, segundo os dados preliminares de 2008.
Segundo a Unctad, "uma nova queda nos fluxos de IEDs deve ser esperada para 2009, conforme todas as conseqüências da crise sobre os gastos de investimento das corporações transnacionais continuarem a aparecer".
O aumento no fluxo de investimentos externos para o Brasil no ano passado ficou acima da média verificada nos países em desenvolvimento (3% de aumento) e também da média dos países da América Latina e do Caribe (12,7%).
O relatório da Unctad observa que, ao contrário da última grande crise financeira internacional, em 1997, as economias desenvolvidas são as que mais estão sofrendo na atual conjuntura.

Esforços para aperfeiçoamento do mercado de capitais em 2009

Gazeta Mercantil/Caderno A / Sérgio Tuffy Sayeg
20/01/2009
Ficou para o passado a abundância de recursos financeiros resultante das extraordinárias condições alcançadas pelo mercado de ações e os benefícios que haviam sido obtidos por grande número de empresas brasileiras que puderam, especialmente em 2006 e 2007, e ainda em raros casos durante 2008, captar volume de recursos sem precedentes para impulsionar o desenvolvimento de seus negócios.
Agora não parece tão difícil abrir os olhos para o que terá sido uma euforia excessiva naqueles momentos de ampla disponibilidade de capitais, em que chegavam a se realizar, na mesma semana, três ou quatro distribuições de ações. As empresas emissoras poderiam, até em muitos casos, ter seus nomes conhecidos do público, mas em geral tinham seus fundamentos estratégicos, econômicos e financeiros praticamente ignorados.
Desde o início do movimento negativo originado pelos desdobramentos da crise verificada nos mercados imobiliário e financeiro norte-americanos, sucedida pela forte queda dos preços das commodities e a repercussão instantânea nas taxas de crescimento da economia global, as companhias brasileiras já vinham se deparando com um cenário adverso que requeria cuidados na gestão.
Tornaram-se públicos marcantes episódios de falta de responsabilidade da alta administração de emblemáticas companhias, que não atendiam aos mínimos requisitos de acompanhamento e controle de seus negócios e de suas finanças, repetindo, em momento inédito de escassez de recursos e de alta volatilidade, condutas que no passado teriam apresentado resultado favorável.
Os investidores também demonstraram sua miopia e despreparo, pressionados que estavam com o difícil gerenciamento de suas carteiras e respectivos fluxos financeiros, sem mergulhar mais fundo no acompanhamento das empresas investidas além do que era visível sobre o passado, com a divulgação em periodicidade trimestral determinada pelas normas em vigor.
A Comissão de Valores Mobiliário (CVM), como autoridade, e as entidades de mercado que compõem o arcabouço da nossa tão festejada autorregulação também terão tido sua participação, com a falta de perspicácia e cuidados prudenciais no monitoramento da situação.
Mesmo com o avançado estágio que nossos mercados alcançaram, é notório que são também imprescindíveis o aperfeiçoamento das normas regulamentares e do posicionamento das empresas em relação aos riscos de diversas naturezas a que estejam expostas.
Todos devemos fazer sincera autocrítica e reflexão sobre os erros vividos e não deixar de aproveitar para fortalecer os importantes pilares até agora construídos, que serão muito importantes no momento da regularização do fluxo de recursos, que naturalmente privilegiará quem se demonstrar mais preparado para o maior rigor e senso crítico dos detentores de capital.
Não será recomendável confiar na tradicional falta de memória dos participantes do mercado, e na crença de que o lado negativo da história não se repetirá.
As empresas deverão se apresentar para essa fase de retomada com uma governança corporativa presente não apenas nos discursos e nos textos, mas sob a condução de um conselho de administração genuinamente profissional, pautado por efetiva competência técnica, profundidade analítica e dedicação.
A diretoria executiva, sob uma liderança preparada, deverá comprovar sua capacidade em tempos difíceis e apresentar sintonia entre todos os setores e níveis da companhia, suportada por controles internos sofisticados mas capazes de ser acompanhados no dia a dia. Imprescindível também será a postura ética e de absoluta transparência, para buscar reconquistar a confiança de todos os stackeholders.
A vida corporativa, enfim, terá que ser diferente em 2009.
Com o envolvimento de todos os participantes e esforços contínuos para rápida adaptação a novas circunstâncias que surgirão, resultados positivos certamente serão alcançados e contribuirão para a continuidade do fortalecimento do nosso mercado de capitais.

Como as ações dos funcionários prejudicam a segurança das empresas

Conheça histórias de atitudes comuns que colocam em risco as informações corporativas e saiba o que fazer para controlá-las ou minimizar as suas consequências
ComputerWorld / Vinicius Cherobino
20/01/2009
Como forma de driblar as restrições de segurança da faculdade, um aluno desenvolveu um software. Chamado U2, o programa permite o acesso a qualquer porta do computador simulando que o tráfego estava passando pela porta 80, de tráfego HTTP.
Em outras palavras, esse aluno fazia tudo o que queria – navegava sem restrições, instalava programas e, até, chegou a criar uma rede P2P que funcionava 24 horas por dia.
A história é contada por Nilson Ramalho, instrutor do curso de redes na Impacta e também gerente de suporte técnico da faculdade. Segundo ele, o caso – acontecido cinco meses atrás – foi descoberto por conta do consumo na banda e gerou mudanças na estratégia de defesa. “Depois disso, adotamos gestão de identidade e acesso para evitar problemas desse tipo”, conta.
Vários outros incidentes deste tipo acontecem a todo o momento em universidades e empresas. Acostumados a navegar e usar o computador livremente em suas casas, os funcionários muitas vezes colocam as informações corporativa e a própria corporação em risco por conta dos seus hábitos.
Sites maliciosos, pornografia, programas desconhecidos, correntes de e-mail com ppts, pastas no servidor com mp3 e vídeos, portas abertas no computador, etc, etc... A lista de comportamento hostil para segurança poderia seguir indefinidamente.
Estratégia de defesa
O que o gestor de segurança ou o profissional de TI responsável pela proteção pode fazer para contornar esses comportamentos?
Álvaro Teófilo, superintendente do Centro de Operações de Segurança da Produban, empresa de Tecnologia do Grupo Santander Brasil, conta a iniciativa do grupo para o controle do vazamento de informações. A estratégia do banco pode ser encarada como uma maneira de estabelecer toda a política de segurança da informação.
“Minimizar o risco de vazamento de informação tem três dimensões: a definição das regras de manipulação de informações (por meio de políticas organizacionais), a divulgação destas regras (que chamamos de ‘planos de conscientização’) e a implantação de controles que permitam minimizar incidentes e orientar as pessoas”, conta Teófilo, em entrevista por e-mail.
Ramalho compartilha a idéia. Para ele, o maior desafio está em deixar claro para os funcionários quais são as regras e que tipo de comportamento é exigido. Depois, aconselha, é preciso apresentar as regras de maneira clara e criar maneiras de garantir que ela está sendo cumprida. “Se a regra de segurança não for auditada, ela cai em descrédito e não funciona. Só ter a ferramenta não resolve”, defende.
Para Sergio Alexandre, coordenador do MBA de segurança da informação na FIAP, a educação é o ponto principal para garantir a eficiência da política de defesa. “Só assim os usuários não vão tomar decisões que podem conflitar com a política de segurança. O papel do CSO é de facilitador, para garantir que tudo aconteça da maneira correta, mas também opressor”, afirma.
Eterno conflito
Mesmo com a educação e as normas claras, o que nenhum profissional de segurança pode esperar é plena aceitação.
Curiosidade é o motor do usuário, afirma Ramalho, ele quer descobrir o porquê ele não pode acessar ou ter determinados comportamentos. “O papel da pessoa de segurança é orientar o indivíduo e explicar as escolhas”, acredita.
Mesmo com as ferramentas de bloqueio instaladas e as políticas de segurança estabelecidas e claras, os usuários pesquisam e descobrem meios para driblas os bloqueios. Sempre buscando mais liberdade de acesso. “Os usuários estão mais preparados e descobrem com mais rapidez”, relata Sergio.
Outro problema comum é a vontade dos usuários de querer ajudar os colegas de trabalho – driblando as políticas de segurança para isso. Conta Teófilo: “O compartilhamento de logins, por exemplo, é um velho problema. Ao tentar tornar mais ágil um processo, um funcionário poderá ser apontado como responsável pelo eventual mau uso do sistema que, na verdade, foi feito por um colega para ele cedeu o seu login de acesso”.
No final, a relação entre funcionários ou alunos e profissionais de segurança sera sempre tensa. “O funcionário ou aluno passa por várias fases para aceitar as restrições, de negação a fúria. Depois disso, ele tem a garantia que pode confiar na rede”, completa Ramalho.

Colômbia e Peru concretizam negociações comerciais com UE esta semana

EFE
20/01/2009
Colômbia e Peru enviarão esta semana a Bruxelas delegações técnicas para preparar o começo das negociações de um tratado de livre-comércio com a União Europeia (UE), depois que os Governos europeus aprovaram hoje definitivamente o início dessas conversas bilaterais.
Segundo fontes do bloco e diplomáticas, o Equador poderia somar-se à reunião com funcionários de Comércio da Comissão Europeia na qual se debaterão as modalidades e o calendário das negociações nas próximas quinta-feira e sexta-feira.
Os Governos da UE deram hoje sinal verde às negociações para um tratado de livre-comércio com aqueles países da Comunidade Andina de Nações (CAN) que mostrem seu interesse, que por sua vez aprovaram reforçar o diálogo político e a cooperação com a região como bloco.
Trata-se de uma mudança na fórmula de negociação "bloco a bloco" contemplada até agora.
Os 27 modificaram o mandato outorgado à Comissão Europeia para a negociação do acordo de associação com a CAN, de modo que os países andinos terão via livre para pactuar o pilar comercial bilateralmente e não já como bloco.

Brazil's Lula meets unions, to seek cheaper lending

Mon Jan 19, 2009 6:49pm EST
BRASILIA, Jan 19 (Reuters) - Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva will meet with state-controlled and private banks operating in Latin America's largest country to discuss ways to reduce their lending rates, labor officials said on Monday.
Leaders of umbrella organizations grouping various labor unions met with Lula at the presidential palace on Monday to push for a cut in the cost of consumer borrowing.
"The president said the question of interest rates and spread is the most important thing at the moment," said Paulo Pereira da Silva, president of Forca Sindical, one of the groups.
Lula will meet with banking representatives on Wednesday, the labor leaders said.
Lenders in Brazil have often come under criticism for the size of their spreads -- much higher rates to charged consumer and entrepreneurs than the interest rate they pay on money borrowed from the central bank or deposits.
Brazil had been enjoying a period of strong economic growth permeating all tiers of society, but the worsening credit crisis last September cut demand for many of the country's commodity exports -- a key source of government revenue.
Labor Ministry data showed on Monday that more than 650,000 jobs were lost in the month of December, particularly in the agriculture, services and construction sectors -- the biggest loss of jobs in any one month in nearly a decade.
The stock market and national currency had been soaring earlier in the year until the effects of the credit crisis struck. Overall, the country created a total of 1.45 million jobs in 2008.
Consumer credit is marketed widely in Brazil, but has become harder to find in the last few months, particularly for more expensive purchases. (Reporting by Fernando Exman; Writing by Peter Murphy; editing by Gary Crosse)

UPDATE 1-Brazil to act to limit crisis impact-cenbank head

Mon Jan 19, 2009 9:17am EST
(Recasts; adds currency performance, additional comments)
BRASILIA, Jan 19 (Reuters) - Brazil is well-positioned to deal with a global financial crisis and will do what it takes to limit its impact on Latin America's largest economy, Central Bank President Henrique Meirelles said on Monday.
"It's a serious moment, a grave moment ... But on the other hand, the country is well positioned to deal with the crisis," Meirelles said at a ceremony in Brasilia celebrating 10 years of the country's floating exchange rate regime.
The government has repeatedly said Brazil is better placed than many to confront the crisis pointing to the country's economic fundamentals and more than $200 billion worth of international reserves.
Meirelles said well-established rules governing local financial markets have also helped. He said central bank interventions in the foreign exchange market will continue.
Brazil's currency, the real BRBY, sank 23.8 percent in 2008, its first annual decline since President Luiz Inacio Lula da Silva took office in 2003, as investors dumped emerging market assets.
The central bank has sold dollars from its international reserves on the spot foreign exchange market, currency swaps and dollar repurchase agreements in a bid to slow the currency's depreciation. Brazil's reserves stood at $205.4 billion last week.
"To allow the currency to freely float ... doesn't mean to stay on the sidelines when the market becomes dysfunctional," he said. "Our focus in recent times has been to improve how the market functions, not to substitute it." (Reporting by Ana Nicolaci da Costa, Writing by Elzio Barreto)