quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Brasil registra exportação recorde de etanol em 2008

Tributos pagos chegam a 35% do PIB

Sped terá de ser implementado até maio

Brasil é o quarto maior produtor de celulose

Autorregulação é avanço para analistas de mercado

Tributos pagos chegam a 35% do PIB

A Tribuna
21/01/2009
Que a carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo a maioria das pessoas já sabe. O que talvez não seja tão conhecido pelos consumidores é que a soma dos valores correspondentes a tributos pagos durante o ano por cada um dê a "bagatela" de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. No ano passado, o valor da riqueza gerada no País foi de R$ 3,5 trilhões, e mais de um terço disso ficou retido sob forma de carga tributária pela União. O valor arrecadado pelo governo teoricamente seria reinvestido em benfeitorias para o País, mas quanto a isso, há uma série de dúvidas da população.
Duvidando ou não se os recursos realmente estão sendo empregados, o fato é que não há como o consumidor fugir da tributação. E especialmente nos primeiros quatro meses do ano é que ela fica mais pesada. Calcula-se que de janeiro a abril, a população pague cerca de 50% do total de impostos do ano, se for computado o pagamento do Imposto de Renda, do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que nem sempre é pago nos primeiros meses do ano, já que o vencimento varia conforme o último número da placa do veículo.

Faturamento da indústria cai 7% em novembro, aponta CNI

Rodrigo Postigo
21/01/2009
O faturamento da indústria brasileira caiu 7% no último mês de novembro com relação ao mesmo mês de 2007, segundo pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgada nesta terça-feira. Na comparação com outubro de 2008, a queda foi ainda maior, com recuo de 9,9%.
De acordo com a entidade, os indicadores industriais de novembro de 2008 confirmam os sinais de redução da produção já registrados em outubro. O número de horas trabalhadas caiu 1,5% em relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal, o que representa a maior variação negativa em novembro desde o início da série em janeiro de 2003. No entanto, com relação a 2007 houve aumento de 1,4% no indicador.
Acompanhando a queda das horas trabalhadas, a indústria nacional operou com 81,6% da capacidade instalada - redução de 1 ponto percentual na comparação com a pesquisa anterior. Em relação a novembro de 2007, a variação negativa é de 1,4 ponto percentual.
No mercado de trabalho a pesquisa registrou queda de 0,6% em novembro na comparação com outubro, depois de 31 meses de altas consecutivas. Mas o emprego ainda registra alta de 4,2% no acumulado de 2008.
Segundo a CNI, a redução da atividade nos setores da indústria automobilística, metalurgia básica, máquinas e equipamentos, além de alimentos e bebidas, foi determinante para o recuo da atividade industrial. Estes setores correspondem a 62% da queda no índice de faturamento e 48% nas horas trabalhadas.

Brasil é o quarto maior produtor de celulose

Gazeta Mercantil/Caderno C
21/01/2009
Apesar da crise financeira internacional, o ano passado foi de bons resultados para o setor de celulose no Brasil. O País passou da sexta posição no ranking dos maiores fabricantes mundiais para a quarta colocação, ultrapassando a Finlândia e a Suécia, atrás apenas dos Estados Unidos, do Canadá e da China.
A produção brasileira de celulose em 2008 alcançou 12,850 milhões de toneladas, alta de 7% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Segundo a entidade, a expectativa é manter a quarta posição no mercado mundial e atingir produção de 13 milhões de toneladas este ano. Outra meta da associação é ultrapassar a China, alcançando o terceiro lugar, até 2015.
As exportações do setor de papel e celulose fecharam 2008 com alta de 23,5%, para US$ 5,8 bilhões, de acordo com dados da Bracelpa. Entre os principais destinos de celulose estão a Europa, que comprou US$ 2,02 bilhões em 2008, a América do Norte, que comprou US$ 791,1 milhões, e a China, que comprou US$ 690 milhões.

Autorregulação é avanço para analistas de mercado

Gazeta Mercantil
21/01/2009
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dará passo importante para reforçar a regularização da atividade dos analistas de investimento. Por meio de um convênio com a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) será incentivada a autorregulação do segmento.
É indiscutível que desde o agravamento da crise financeira o trabalho desses cerca de mil profissionais devidamente cadastrados sofreu mais pressão dos aplicadores. A Superintendência de Relações com Investidores Institucionais da CVM acredita que o modelo de autorregulação aumentará a responsabilidade das instituições, e não apenas dos profissionais que assinam relatórios ou emitem opiniões.
Esse convênio é um avanço no processo de fiscalização que compete à autarquia. A CVM manterá as inspeções de rotina e qualquer problema de fiscalização encontrado implicará a instauração dos processos sancionadores. A rigor, a CVM reconhece que tem limites operacionais para proceder a mais completa fiscalização de atividades dos analistas.
Com a autorregulação, reforça-se o vínculo CVM/Apimec, com a associação comprometendo-se a enviar dados periódicos de apuração de irregularidades. Os advogados que atuam no mercado financeiro receberam bem essa iniciativa porque, na visão deles, o bom funcionamento do mercado está ligado essencialmente à capacidade de a CVM exercer a fiscalização dos autorreguladores, e não ao modelo adotado para tomar conta do mercado.
A CVM, por sua vez, reconheceu também que o mercado assimilou que formas de fiscalização são necessárias para o melhor funcionamento do próprio mercado. A Apimec concordou com o convênio porque tem maior capacidade operacional de efetivamente acompanhar o dia a dia do mercado e identificar maus procedimentos. A autarquia exigiu a contrapartida dos relatórios periódicos com o que preserva toda a sua função reguladora, todo o seu papel de xerife do mercado.
O relatório não inibe a ação fiscalizadora independente da CVM. Ao contrário, decididamente a complementa. Por outro lado, o órgão regulador reafirmou sua intenção de não censurar a opinião dos analistas. A única ressalva é quando a opinião representa ou provoca um conflito de interesses, caso em que a instituição financeira que o analista representa está envolvida em algum esforço de venda.
As oscilações excessivas, com alterações muito rápidas das posições e declarações dos analistas, são características do agravamento da crise. Nesse momento de forte volatilidade é compreensível que ocorram dificuldades adicionais com a fixação de preço-alvo de papéis. A CVM tem atuado com rigidez para inibir comentários de analistas sem maior consistência ou análise técnica, apesar de que os possíveis descolamentos dos preços das ações com fundamentos das companhias listadas em bolsa também sejam fenômeno típico dos períodos de crise.
Há, porém, riscos adicionais no mercado, apesar desse reforço na atividade de vigilância da CVM, especialmente os que circundam a atividade dos chamados agentes autônomos. A função desses profissionais é intermediar transações entre instituições financeiras e investidores, uma utilização muito comum em pequenas cidades, que não contam com corretoras. Há um hiato operacional nesse processo porque esses seis mil profissionais não são habilitados para recomendar a montagem de carteiras, uma vez que são preparados apenas para vender produtos das corretoras.
Merece registro também que a distância entre preços das ações e bons fundamentos das companhias é terreno propício para maus conselhos. Nesse caso, como mostrou artigo do The New York Times Magazine, publicado na edição de ontem da Gazeta Mercantil, convém não esquecer a premissa de Benjamin Graham, de que cedo ou tarde os mercados acabam refletindo os valores corporativos fundamentais.
No percurso até essa percepção, aparecem três escolas de investimento. A primeira é a dos que são capazes de identificar a ação de longo prazo e ganham com isso. A segunda é a dos que não têm essa habilidade e aplicam todo mês em carteira genérica e diversificada. A última é a dos que seguem a multidão e perdem sempre.
A CVM ajudou nesse lento processo de absorção de valores iniciando uma autorregulação supervisionada. Ela trará mais transparência e uma discussão bem mais próxima da efetiva realidade do mercado, com a própria associação dos profissionais de mercado assumindo a responsabilidade de separar o joio do trigo na frente do investidor. É o caminho correto.

Sped terá de ser implementado até maio

Gazeta Mercantil/Caderno A / Andrezza Queiroga
21/01/2009
Maio de 2009 é o prazo final para que todos os contribuintes que são obrigados a pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) se adequem ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). O novo procedimento, que altera o repasse de informações das empresas à Receita Federal, obriga que todos os contribuintes que constam em uma lista divulgada em 8 de janeiro entreguem até, no máximo, dia 31 de maio, os documentos fiscais digitalizados referentes ao período entre janeiro a abril deste ano..
"Algumas empresas conseguiram prazos mais prolongados para se adaptar, pois isso varia de estado para estado. Pernambuco e o Distrito Federal, por exemplo, têm um sistema próprio de escrituração digital", explica Luis Carlos Franco, do Demarest e Almeida Advogados. Entretanto, o coordenador do Sped na Receita Federal, Carlos Sussumo Oda, garante que o prazo não será mais estendido.
"O Sped fiscal já começou a valer e se trata de uma mudança de cultura que envolve toda a área de informática, tecnologia da informação tributária de uma empresa. É uma mudança fiscal drástica", avalia Priscila Calil do, Pompeu, Longo, Kignel e Cipullo Advogados. A advogada Ana Cláudia Utumi, do TozziniFreire Advogados, garante que há clientes que não conseguiram se adaptar ao Sped e já pleitearam uma prorrogação, "mas ainda não obtiveram resposta". Segundo ela, as empresas ainda estão aprendendo como será o dia-a-dia do sistema.

Wall Street weighs on Brazil stocks, real down

Tue Jan 20, 2009 10:55am EST
SAO PAULO, Jan 20 (Reuters) - Brazilian stocks fell on Tuesday as a downbeat open on Wall Street poured cold water over early gains, while the national currency eased against the U.S. dollar which rallied against other major currencies.
The Bovespa index .BVSP of the Sao Paulo stock exchange fell 0.39 percent to 38,676.77 points, with major U.S. stock indexes tumbling on mounting worries over grim earnings and the health of the banking sector.
Heavyweight commodity stocks led losses with mining giant Vale (VALE5.SA) down 0.49 percent to 26.26 reais.
Aracruz (ARCZ6.SA)(ARA.N), the world's top producer of bleached eucalyptus pulp, sagged 9.06 percent to 2.41 reais on concerns about an agreement with a group of banks to restructure $2.61 billion of foreign exchange contracts increased its debt. See [ID:nN20400641].
Aracruz also said industry peer Votorantim Celulose e Papel (VCP) agreed to pay 2.7 billion reais ($1.16 billion) to double its stake in Aracruz to 56 percent. Votorantim (VCPA4.SA) lost 0.37 percent to 16.10 reais.
The Votorantim stake purchase and plans to combine the two companies were announced in August, but were put on hold after Aracruz disclosed massive losses on currency derivatives.
Brazil's real BRBY lost 1.5 percent to 2.368 per dollar, as the U.S. dollar rallied to its strongest level against a basket of currencies .DXY since early December.
Interest rate futures <0#dij:> were broadly lower one day before Brazil's central bank is expected to cut rates by at least 50 basis points from 13.75 percent currently.
(Reporting by Renato Andrade, Editing by Chizu Nomiyama)

Emerging Markets Face $180 Billion Investment Decline (Update1)

By Patricia Lui
Jan. 21 (Bloomberg) -- Foreign direct investment in developing nations will drop by $180 billion, or 31 percent, this year as a global recession prompts multinationals to cut spending on factories and mines, according to the World Bank.
The decline will put renewed pressure on emerging-market currencies, even as asset sales by fund managers slow, according to Mansoor Dailami, manager of international finance in the global development prospects group. Rallies in the South Korean won, Brazil’s real and the Polish zloty have all faltered since the end of 2008 as companies including Rio Tinto Group and Honda Motor Co. put expansion plans on hold.
“This is the most serious reaction so far to the global recession, the factory level,” Dailami, who joined the bank in 1986, said in an interview in Washington. “Most emerging-market currencies are already under pressure and this tendency will continue. In 2008, it was a stocks and portfolio story. This year, it will be an FDI story.”
Foreign direct investment fell an estimated 10 percent in the developing world in 2008 and will cool further this year, the United Nations said in its 2009 outlook. FDI, which typically involves spending on plant and machinery or the purchase of a controlling interest, accounted for 38 percent of inflows into emerging markets in recent years, compared with 10 percent for investment by funds and 54 percent for loans, according to Morgan Stanley estimates.
Investment Delays
Bloomberg-JPMorgan indexes tracking currencies in Asia, Latin America and Eastern Europe in 2008 posted declines of 5.9 percent, 19 percent and 11 percent, respectively, and have since dropped further. The won is down 8.3 percent versus the dollar so far this year following a 17 percent jump in December. The real is 2.6 percent weaker and the zloty has lost 12 percent.
Rio, the third-largest mining company, this month postponed a $2.15 billion expansion of an iron-ore mine in Brazil. Honda, Japan’s No. 2 automaker, delayed construction of a $100 million factory in Argentina and has shelved expansion plans in Turkey and India. Hitachi Construction Machinery Co., the world’s largest maker of giant excavators, froze a $1 billion plan to expand production in China and other emerging markets.
“I’ve never before experienced seeing sudden, simultaneous drops in worldwide demand,” Hitachi Chief Executive Officer Michijiro Kikawa said this month in an interview in Tokyo. “New investment won’t be implemented until we can foresee how the market will recover.”
As recently as Oct. 28, the Tokyo-based company was predicting 26 percent growth in China sales for the current financial year. The nation’s excavator market shrank 50 percent from year-earlier levels in November and 37 percent in December.

Brazilian Central Bank May Cut Interest Rate to Stem Recession

By Andre Soliani
Jan. 21 (Bloomberg) -- Brazil’s central bank will probably cut its benchmark interest rate today for the first time in 16 months in a bid to safeguard Latin America’s biggest economy from the deepening global recession.
Policy makers led by bank President Henrique Meirelles may lower the overnight rate to 13 percent from a two-year high of 13.75 percent, according to 23 of 47 economists surveyed by Bloomberg. Sixteen analysts expect a half-point reduction, while eight predict a full-point cut.
Brazil’s economy stalled in the last quarter of 2008, losing a record number of jobs last month as industry scaled back output, consumer demand declined and commodity prices plunged. The $1.3 billion economy has likely already begun to contract, according to estimates by banks including Banco BNP Paribus Brasil SA, JPMorgan Chase & Co. and Morgan Stanley.
The central bank “has room to implement a bold and swift cycle of interest rate cuts,” Marcelo Salomon, chief economist at Sao Paulo-based Unibanco, said in a telephone interview. “Rate cuts will help reverse the economic slowdown by the start of 2010.”
In response to the first simultaneous recession in the U.S., Europe and Japan since World War II, Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva has injected about $100 billion into the banking system and currency markets, cut $3.6 billion in taxes and on Jan. 12 pledged to take “all needed” steps to ensure 4 percent economic growth this year.
Deceleration
Economists covering Brazil’s economy say that Lula’s government will have to do more to meet the president’s growth target for 2009, according to a central bank survey of about 100 institutions taken Jan. 16 and published Jan. 19.
Gross domestic product will grow 2 percent in 2009, according to the survey, which would be the slowest pace since the 1.2 percent expansion in 2003, Lula’s first year in office. GDP expanded 6.8 percent in the third quarter of 2008 from a year earlier.
The country’s benchmark stock index and currency both tumbled in the second half of 2008 as evidence mounted that the global financial crisis would bring the Brazilian economy’s fastest expansion in a decade to an end.
The Bovespa stock index has fallen by almost half from a record high of 73,516.81 reached on May 20 while the real slid by more than a third from a nine-year high of 1.5600 per dollar reached on Aug. 1.
Exports, which helped fuel economic growth over the past five years, may drop for the first time in a decade this year on slumping demand and falling prices, according to Foreign Trade Secretary Welber Barral. The value of goods sold abroad in 2009 may tumble to $158 billion from $197.7 billion in 2008, he said on Jan. 15.