sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Produção industrial no Japão desaba em janeiro

EFE
27/02/2009
A produção industrial no Japão caiu 10% em janeiro em relação ao mês anterior, no que foi a terceira redução consecutiva e a mais alta desde que se começou a calcular o indicador em 1953, informou hoje o governo.
A histórica redução, que desbanca o recorde de dezembro passado, quando houve recuo de 9,8%, é motivada, sobretudo, pela contração das exportações e da demanda interna, segundo o Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês.
A queda afeta quase todos os setores e não apenas os muito dependentes das exportações, conforme asseguraram fontes do Ministério citadas pela agência de notícias local "Kyodo".
Dos 16 setores revisados no estudo, todos sofreram cortes de produção em janeiro frente a dezembro.
As peças de eletrônica registraram queda de 21,8% em janeiro frente ao mês anterior, enquanto no setor de equipamento para o transporte a redução foi de 17,3 %.
Segundo as projeções do governo, o recuo de produção da indústria manufatureira para os próximos meses ficará em 8,4% em fevereiro e em 2,8% em março.
O índice de exportações da indústria caiu em janeiro 11,4% frente a dezembro passado, enquanto os estoques, 2%.

Nova barreira argentina

O Estado de São Paulo / Opinião
27/02/2009
O governo argentino deu mais um passo em sua escalada protecionista e impôs uma taxa adicional de 413% sobre talheres de aço importados do Brasil e de 1.450% sobre os chineses. Diante da passividade do governo brasileiro, a administração da presidente Cristina Kirchner não tem dificuldade para elevar barreiras aos produtos fabricados no Brasil. Justificativa não é problema. Sempre se recorre ao mesmo arsenal de explicações - é preciso combater algum dumping, deter uma invasão ou compensar o desequilíbrio causado pelas políticas de Brasília, especialmente os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A atual presidente continua, sem dificuldade, a política em vigor durante a gestão de seu marido, Néstor Kirchner. A imposição de barreiras a produtos brasileiros é parte da rotina, assim como a revisão periódica do acordo especial de comércio do setor automobilístico. Se os acordos fossem cumpridos, esse comércio já teria sido liberalizado há anos, mas ninguém sabe quando isso finalmente ocorrerá. De tempos em tempos, o governo argentino propõe - e o brasileiro aceita - uma alteração dos termos do acordo, sempre com novos limites para um dos lados - o Brasil.
Desde o agravamento da crise internacional, no segundo semestre do ano passado, as barreiras multiplicaram-se, com a suspensão de licenças automáticas de importação de vários produtos e a adoção de uma grande lista de preços de referência, sempre com valores calculados para dificultar o ingresso de mercadorias brasileiras.
Ninguém tem dúvida sobre a natureza das ações do governo argentino, quando se trata de regular o comércio com o Brasil, mas o governo brasileiro geralmente prefere curvar-se e aceitar as imposições. De vez em quando, ensaia alguma resistência, mas sem vigor e por pouco tempo. As autoridades de Buenos Aires normalmente comandam o jogo. Foi assim, mais uma vez, na reunião de ministros em Brasília, na semana passada, quando os argentinos deram todas as cartas e afirmaram sem meias palavras sua intenção de continuar adotando medidas protecionistas. A imposição de uma enorme alíquota aos talheres de aço inoxidável foi apenas uma demonstração de coerência.
Uma nova reunião ministerial está prevista para 4 de março, em Buenos Aires, para continuação das discussões. Essa é a descrição oficial do evento, porque, de fato, não houve discussões em Brasília. Houve um monólogo protecionista. Se não houver uma grande surpresa, o novo encontro será mais uma cerimônia de sujeição brasileira às decisões tomadas em Buenos Aires. Pouco acrescentará, portanto, à preparação do encontro dos presidentes da Argentina e do Brasil previsto para 20 de março em São Paulo.
O secretário argentino de Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradia, propôs a participação dos empresários no debate. "Nada melhor que quem conhece o setor ajude a encontrar fórmulas, saídas e sugestões, já que nós, funcionários, conhecemos apenas os aspectos gerais", afirmou. Mas esse envolvimento ocorreu várias vezes, desde a gestão de Néstor Kirchner. Os industriais argentinos foram sempre respaldados por seu governo, enquanto os brasileiros eram pressionados por Brasília para ceder.
Para que essa leniência? Para fortalecer o Mercosul, pode responder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o Mercosul nem chega a ser uma caricatura de união aduaneira.
O governo argentino tem hoje motivos mais fortes do que nunca para se preocupar com a indústria. A produção industrial em janeiro foi 4,6% menor que a de um ano antes, de acordo com dados oficiais. Segundo escritórios privados, a diferença para menos foi muito maior - em torno de 11%.
A maior parte da economia argentina tem vivido num mundo de ficção, com preços controlados, inflação subestimada e elevado protecionismo. Mas nenhuma proteção pode substituir por muito tempo o investimento produtivo e a modernização. O governo brasileiro olha para outro lado e prefere criticar o protecionismo embutido na cláusula "buy american" do pacote americano, embora a violação de regras, nesse caso, seja menos clara e os prejuízos para o País, menos evidentes. Ao mesmo tempo, aceita os prejuízos injustificáveis causados por uma política incompatível com o Mercosul. Ficção econômica de um lado, fantasia diplomática de outro.

Mantega rebate 'The Economist' e mantém crescimento para 2009

Terra / Marina Mello
27/02/2009
Em resposta à revista The Economist, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou nesta quinta-feira que o Brasil deve ter um crescimento positivo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, ao contrário da previsão de recuo de 0,5% que a publicação divulgou na quarta-feira.
"Nós temos um conjunto de previsões da economia brasileira que neste momento são mais pessimistas do que otimistas e refletem mais o cenário internacional, principalmente o que está acontecendo na economia americana e européia, que têm queda de PIB, da produção industrial, etc., e eles projetam essas previsões para cá", rebateu Mantega.
"A nossa situação é bem melhor que a delas. Há setores que sequer desaqueceram, que tiveram retração muito pequena, como varejo e consumo. Não acredito nestas previsões, continuo acreditando que vamos ter crescimento positivo neste ano", completou.
A projeção de queda da revista americana levou em conta os dados da produção industrial de novembro e dezembro. "Esperamos um período longo de ajuste dos estoques, queda no investimento e no nível de emprego", afirmou a revista, que anteriormente previa um avanço de 1,6% para o País.
No entanto, o ministro preferiu não dar sua previsão de quanto seria este acréscimo do PIB em 2009, mas continuou ressaltando o objetivo do governo. "Tenho repetido várias vezes que 4% não é uma mera previsão de economista. É uma meta para ser alcançada pelo governo", disse.

Governo cria restrição e abre crise com exportadores

Agência Estado
27/02/2009
Em meio ao cenário de retração da demanda externa e redução do saldo da balança comercial, uma decisão do Ministério da Fazenda que dificulta a compensação de créditos tributários abriu nos bastidores uma crise entre governo e empresas exportadoras. Incluída na Medida Provisória 449, que trata de parcelamento de dívidas, editada em dezembro passado, a restrição, na prática, retira recursos do caixa das empresas exportadoras neste momento de crise financeira. As empresas que exportam mais de 30% da produção são as mais prejudicadas.
O artigo 29 da MP proibiu as empresas de compensar créditos tributários, de forma automática, com os pagamentos devidos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A restrição atinge empresas que declaram pela sistemática de lucro real apurado, mas optam por pagar esses tributos com base em estimativa mensal.
As mais afetadas são as grandes empresas exportadoras porque as vendas externas são desoneradas de vários tributos, entre eles a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o PIS. Normalmente, o crédito referente a esses tributos acaba se acumulando, mas as empresas podiam compensá-los mensalmente com o IRPJ e a CSLL, que incidem na exportação.
O setor exportador considerou a mudança contraditória com o discurso da equipe econômica de estimular as exportações e acusa o governo de querer fazer caixa às custas das empresas. "O dinheiro que poderia estar aplicado na atividade produtiva fica imobilizado sob a forma de impostos. É um contrassenso", criticou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
"A legislação permite a compensação de tributos federais com outros tributos federais e, neste caso, a regra não está sendo cumprida. Isso obriga as empresas a pagar e esperar um ano para pedir a compensação no ajuste anual", ressaltou.
O Ministério da Fazenda prometeu estudar mudanças na MP, mas ainda não há decisão oficial. De acordo com subsecretário de Tributação da Receita, Sandro de Vargas Serpa, a medida tem caráter de "proteção" e "segurança" para o controle do Fisco. Segundo ele, as empresas que pagarem a mais um tributo num mês podem compensar no outro mês pagando menos os tributos devidos, por meio de um instrumento chamado de balancete de suspensão. Mas o setor exportador argumenta que esse recurso não resolve o problema.
A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) foi a primeira a reagir. O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, esteve no início do mês no Ministério da Fazenda para pedir a suspensão da medida. A entidade também trabalha no Congresso Nacional para mudar a MP. Mais de 20 emendas foram apresentadas para suprimir a restrição. "Não encontrei o pai da criança. Deve estar com vergonha. Quem propôs a medida vive num outro mundo", criticou Gianetti.

Brazil Real Rises as New U.S. Financial Aid Fuels Recovery Bets

By Adriana Brasileiro
Feb. 26 (Bloomberg) -- Brazil’s real strengthened for a second day on speculation new aid to the U.S. financial system may help pull the world’s largest economy out recession.
The real rose 0.4 percent to 2.3589 per U.S. dollar at 3:09 p.m. New York time, from 2.3691 yesterday.
President Barack Obama asked for as much as $750 billion in aid to shore up the financial industry in his first budget proposal. The funds would come on top of the $700 billion rescue package the U.S. Congress approved last October.
“The expansionist measures in the U.S. and around the world, especially those aimed at the financial system, are an effective way to restore confidence,” said Reginaldo Alexandre, vice-president of the Brazilian Association of Analysts and Capital Markets Investment Professionals, or Apimec.
Gains in commodities, which account for almost two-thirds of Brazil’s exports, also helped boost the real. Crude oil, a Brazilian export, rose to the highest level in a month.
Yields on Brazil’s local-currency bonds and overnight futures contracts fell after the country’s broadest measure of inflation advanced less than analyst expected.
The IGP-M price index calculated by the Getulio Vargas Foundation rose 0.26 percent in February, less than the median forecast of 0.41 percent in a Bloomberg survey of 29 economists.
The yield on Brazil’s zero-coupon, local-currency bonds due in January 2010 declined 15 basis points, or 0.15 percentage point, to 10.81 percent. The yield on the overnight futures contract for July delivery slid 11 basis points to 11.26 percent.
Bids Rejected
Brazil’s central bank didn’t accept any bids to buy reais in the currency market at three auctions today.
The bank said yesterday it would buy reais with U.S. dollars in three auctions in the foreign-exchange market to prop up the Brazilian currency. The contracts included an agreement to re-sell the reais at a later date, the central bank said in a statement.
“The central bank probably didn’t think the bids were interesting enough, so it didn’t see the need to buy reais at just any rate,” said Alex Martins, a currency trader at Futura Corretora in Sao Paulo.

UPDATE 1-Petrobras eyes Australia, Indonesia gas opportunities

Fri Feb 27, 2009 5:08am EST
(Adds details, background)
By Judy Hua
SINGAPORE, Feb 27 (Reuters) - Brazil's state-run energy giant Petrobras (PETR4.SA)(PBR.N) is seeking opportunities for natural gas in Northwest Australia and Indonesia, to expand its energy investments in Asia, a company official said on Friday.
Petrobras, which gets most of its output from the Americas, has put aside almost $16 billion for its international business in the next five years, and has been spreading its wings by boosting oil exports to China and acquiring a refinery in Japan.
"Asia can be considered a new frontier for Petrobras. Asia represents lots of opportunities for Petrobras because we need gas and there are gas in Southeast Asia," said Simone Totti Davidovich, Senior Adviser of E&P International Business Development of Petrobras.
"The countries we are focusing on are mainly Australia and Indonesia. Those are the most important countries, but we are not close to those countries," she told Reuters on the sidelines of an upstream oil and gas conference.
Davidovich said Petrobras was talking to some firms but did not elaborate on the opportunities it was looking at.
"We are talking to some companies and we have seen some blocks. I hope it's not that far away. I hope it's in near future."
Among companies working in natural gas developments in Western Australia are Chevron (CVX.N), Apache Corp (APA.N), Woodside Petroleum (WPL.AX), ENI (ENI.MI) and BHP Billiton (BHP.AX) in a joint venture with Exxon Mobil Corp (XOM.N).
Petrobras has no oil and gas exploration deals so far in East Asia and Australia. It holds upstream interests in Pakistan and India to explore offshore blocks.
The company unveiled in January a huge plan to invest $174 billion between 2009 and 2013, up 55 percent from the $112 billion planned for 2008-2012, bucking the wider trend of oil firms cutting their spending amid the economic downturn.
Davidovich said of the total investment, $15.9 billion would be for its international business, of which 20 percent would go to new businesses, including Asia Pacific.