segunda-feira, 28 de abril de 2008

Safra recorde não segura preço de alimentos

Agência Estado
28/04/2008
A supersafra de 140,7 milhões de toneladas de grãos que o País colhe neste ano garante a comida no prato do brasileiro, mas a pressão de preços dos alimentos no bolso do consumidor deve se agravar nos próximos meses. Previsões indicam reajustes de até 8% no custo dos alimentos em 2008, o que mantém a comida no pódio dos aumentos de preços.
Nos 12 meses até março, os gastos com alimentação no País foram os que mais pressionaram o custo de vida: subiram 11,2% e responderam por mais da metade da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,7%. Por causa da disparada dos grãos nas últimas semanas em razão da escassez global, há consultorias que revisaram de 4,6% para 5% a inflação de 2008 medida pelo IPCA, isso sem levar em conta a provável alta da gasolina. “A inflação dificilmente cederá no segundo semestre por conta de todas as pressões de alimentos que surgiram nos últimos meses e devem continuar no curto prazo, principalmente de trigo e arroz, que têm impactos relevantes no IPCA”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle. Ele reviu para cima a estimativa para a inflação do ano. A projeção de alta dos preços dos bens não-duráveis para 2008 da consultoria era de 6% e subiu para 7,4%. Os bens não-duráveis incluem os alimentos.

Argentina quer "comer Brasil pelas orelhas", diz La Nación

Rodrigo Postigo
28/04/2008
O governo argentino quer reverter o déficit da balança comercial com o Brasil, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal argentino La Nación.
"O objetivo é claro", afirma o jornal, "reverter o alto déficit comercial entre a Argentina e o Brasil, que em 2007 totalizou US$ 4,16 bilhões."
Segundo o La Nación, o próprio sub-secretário de Comércio Internacional, Luís Kreckler já definiu a estratégia: "comer o Brasil pelas orelhas", teria dito ele.
O jornal afirma que a ação pontual e agressiva da Argentina foi determinada pelo chanceler Jorge Taiana, que teria ordenado às representações argentinas no exterior, inclusive consulados, a "multiplicar os esforços para promover a presença argentina nos mercados estrangeiros".
"Assim, a chancelaria organizou uma missão comercial para o Brasil em que mais de cem empresários visitaram São Paulo e Belo Horizonte em Março passado e mantiveram 900 reuniões de negócios."
Segundo o jornal, a missão também analisou o sucesso de negócios fechados pela indústria argentina no mercado brasileiro.

Arrecadação de impostos no Brasil atinge R$ 162 bilhões no primeiro trimestre

Rodrigo Postigo
25/04/2008
A arrecadação federal de impostos, um dos principais indicadores da economia do Brasil, subiu 13% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007, ao somar R$ 162,58 bilhões, conforme informou o Ministério da Fazenda.Considerando apenas o mês de março, o montante atingiu R$ 51 bilhões, um volume financeiro recorde para o terceiro mês do ano e 7,67% superior ao de março do ano passado.Os números foram divulgados em valores reais, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), explicou o Ministério.
O aumento parece refletir a aceleração da economia brasileira, que cresceu 5,4% em 2007, impulsionada pelo maior consumo e endividamento das famílias.O aumento da receita tributária foi impulsionado por uma maior arrecadação de impostos de importação (6,21% superior a de março de 2007), Imposto sobre os Produtos Industrializados Importados (2,87%), sobre o tabaco (49%) e sobre Automóveis (38%) e outros produtos (23,7%).
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi um dos que mais colaborou aos cofres públicos, depois que o Governo aumentou sua alíquota para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi extinta pelo Congresso no final de 2007.A arrecadação por esse encargo subiu 142% no trimestre para pessoas físicas e 172% para as jurídicas, sendo que 40% desse total correspondem a tributos aplicados a créditos de pessoas físicas.Também aumentou com força a arrecadação do imposto sobre a renda das empresas (28%) e o da contribuição social sobre o lucro líquido (19%).Boa parte do crescimento geral da arrecadação se explica pelas altas no lucro das empresas e bancos, arrojadas no final de 2007 e que foram reportados no primeiro trimestre.

Balança registra déficit de US$ 755 milhões

Rodrigo Postigo28/04/2008
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou sexta-feira que o saldo da balança comercial da empresa, que mede a diferença entre as exportações e importações de produtos da estatal, ficou negativo em US$ 775 milhões no primeiro trimestre. Segundo o executivo, a situação poderá ser revertida até o final do ano, pois há a previsão da entrada em operação de plataformas que vão aumentar a produção de petróleo no Brasil.
"A expectativa é chegar no final de 2008 com valores positivos. Já no final do segundo trimestre, deve reverter e ficar positivo", disse.
De acordo com o diretor, o saldo neste ano deverá se aproximar do registrado em 2007, de US$ 72 milhões, referente a um superávit de 27,05 mil barris diários. Costa rebateu informações de que o saldo no trimestre teria sido ainda mais negativo. Ele explicou que o déficit se deveu principalmente à maior importação de diesel impulsionada pela atividade agrícola e pelo crescimento da economia brasileira de maneira geral. No primeiro trimestre, também houve paradas para manutenção na refinaria de Paulínia, em Campinas.

Brasil é 'solução óbvia' para crise de alimentos, diz jornal britânico

Para Financial Times, mundo parece 'míope' às oportunidades que o Brasil apresenta.
Em entrevista ao jornal, Celso Amorim voltou a criticar subsídios de países ricos.
Agência Estado
28/04/2008
O Brasil é uma “solução óbvia” para o problema da alta do preço dos alimentos que ameaça o mundo, avalia o Financial Times. Conforme o jornal inglês, no entanto, o potencial do país nessa área tem sido largamente ignorado. “O mundo desenvolvido parece propositadamente míope em relação às oportunidades que o Brasil apresenta.”
O FT afirma que o país tem grandes reservas de terras cultiváveis desocupadas, a maioria delas hoje servindo como pasto, e que podem facilmente se transformar em áreas de produção de grãos e outros alimentos. “O problema é que a maior parte da produção agrícola brasileira continua enfrentando tarifas proibitivas e outras barreiras colocadas pelos mercados desenvolvidos na Europa e nos Estados Unidos.”
Segundo o jornal, se a produtividade da pecuária for elevada de 0,8 gado por hectare para 1,2, cerca de 80 milhões de hectares de terras seriam liberados para o plantio de alimentos. “Mas isso irritaria os fazendeiros americanos e europeus.”

China indicates may pay iron ore freight fee-paper

Sun Apr 27, 2008 9:00pm EDT
SYDNEY, April 28 (Reuters) - Chinese steel firms have indicated that they may accept demands from Australian miners BHP Billiton Ltd (BHP.AX: Quote, Profile, Research) and Rio Tinto Ltd (RIO.AX: Quote, Profile, Research) for a freight premium on iron ore prices, The Australian newspaper said on Monday. The paper said Zou Jian, chairman of the China Metallurgical Mining Association, told an industry gathering in Shanghai that steel firms were considering including the freight fee, based on long-term rates.
BHP and Rio have been pushing for a freight premium on iron ore to China in the latest contract negotiations, arguing that delivery times from Australia to Asia are shorter.
Brazil's Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research), the world's largest iron ore producer, in February agreed to 2008 term iron ore prices with Chinese steel mills that are 65 to 71 percent higher than the previous year. This benchmark is normally followed by Australian miners.
But soaring prices have emboldened Rio and BHP to try for even higher prices based on their freight advantage over Brazil. Shipping costs from Brazil are more than double those of about $30 a tonne from Australia. The paper said Jian told reporters that Chinese buyers would consider the BHP and Rio request for a freight differential, but only for up to half of what the Australian miners could get on spot markets.
Jian also said he was confident that the contract negotiations with the two miners would be completed before the June 30 deadline.
Negotiations between the two miners and Chinese buyers have been tense, with some buyers angry that that the miners were trying to shift cargoes to the spot market, where returns are higher than contract prices. (Reporting by Jonathan Standing)

Intangíveis estão em audiência pública

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Luciano Feltrin
28/04/2008
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) colocou em período de audiência pública o 4 pronunciamento para alinhar a contabilidade do País às normas previstas pelo IFRS (International Financial Reporting Standards).
O conteúdo do documento detalha o novo tratamento a que serão submetidos os ativos intangíveis no novo desenho que terão o balanços das empresas. A minuta ficará à disposição e poderá receber sugestões e eventuais alterações até o dia 26 de maio.
O documento, cuja divulgação integra uma série de futuros pronunciamentos em conjunto com o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), traz algumas alterações em relação à maneira como as empresas brasileiras identificam os intangíveis.
Uma dessas mudanças é a que estabelece a centralização em uma conta própria desses ativos nos balanços. Integram os intangíveis marcas e valores gerados dentro ou fora das organizações.
Isso significa, por exemplo, que as empresas terão de reconhecer e identificar ativos desse tipo sempre que puderem mensurar, de forma segura, vanta
gens financeiras futuras com eles.O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro optou agregar à redação do texto colocado em audiência pública, algumas questões que ultrapassam o conteúdo do IAS 38. À norma, editada pelo IASB (International Accounting Standards Board ) e cujo conteúdo trata de forma genérica o reconhecimento e classificação dos intangíveis, a autarquia brasileira somou outros temas considerados relevantes. O principal deles é o que se refere à apuração e à mensuração adequadas de ágios gerados em hipotéticos processos de aquisição de empresas.
Nesses casos, a mescla entre valores intangíveis gerados pelas companhias envolvidas formam o que as normas definem como "combinação de negócios".
"Achamos que seria adequado trazer à minuta, de forma específica, clara e bem definida, essa discussão", explica o analista da superintendência de normas contábeis da CVM, Paulo Roberto Gonçalves. "O texto, porém, está contemplado em outros capítulos do IFRS", afirma o executivo. Empresas brasileiras cujos papéis são negociados em bolsa terão até 2010 para divulgar balanços consolidados em IFRS.