quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pacote de Obama pretende injetar US$ 2 trilhões na economia

Exame
10/02/2009
Metade dos recursos irá para o resgate aos bancos com problemas; o restante será aplicado em estímulos para o consumo
Depois de semanas de especulação, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, divulgou as linhas gerais dos planos para estimular a economia do país. O primeiro pacote envolve a criação de um fundo de 1 trilhão de dólares, composto por recursos públicos e privados. O fundo será usado para comprar os títulos podres ainda em poder dos bancos. Outra medida será um programa também de 1 trilhão de dólares para estimular a economia por meio de novas linhas de crédito para consumo e empresas. O governo Obama também deve injetar outros recursos para beneficiar os contribuintes, restringir a distribuição de dividendos e a remuneração de executivos de instituições que recebam ajuda pública.
Na apresentação do plano, Geithner afirmou que "em vez de catalisar a recuperação, o sistema financeiro está trabalhando contra ela". De acordo com o americano The Wall Street Journal, o secretário disse ainda que "ao mesmo tempo, a recessão impõe grande pressão sobre os bancos. Isso é uma dinâmica perigosa, e precisamos detê-la".
Antes de entrar para o gabinete de Obama, Geithner já estava empenhado em tirar o país da crise, na condição de diretor do Federal Reserve de Nova York. Nesse cargo, ele ajudou a desenhar o pacote de 700 bilhões de dólares com que o governo Bush deu os primeiros passos para conter a crise. Geithner considerou o antigo pacote "essencial, porém insuficiente para apoiar o sistema financeiro e o mercado secundário de crédito".

Governo injetou R$ 393 bi na economia para conter a crise

Gazeta Mercantil/1ª Página / Ayr Aliski e Bruno De Vizia
11/02/2009
O governo federal injetou R$ 393,2 bilhões na economia para compensar a retração de crédito privado provocada pela crise financeira. O repasse de R$ 100 bilhões em recursos do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi o sinal mais evidente deste avanço estatal. Este reforço de caixa permitiu ao banco reformular suas linhas de financiamento e aumentar o volume de operações. "Estamos preparados para chegar a até R$ 120 bilhões este ano", afirmou Luciano Coutinho, presidente do banco.
As novas regras estabelecidas pelo BNDES incorporam o custo mais alto de captação de recursos e força a aplicação da Taxa de Juros do Tesouro Nacional, de 8,75% nas linhas de financiamento.
A fatia dos bancos públicos na oferta de crédito total tem crescido continuamente. Esta participação, que era de 34,2% em setembro, saltará para cerca de 40% nos próximos meses, avalia Bruno Rocha, da Tendências Consultoria Integrada.
Para Julio Gomes de Almeida, professor da Unicamp, a ação dos bancos é importante para atenuar a recessão interna. "O governo está minimizando a queda", afirma. "O aumento do crédito por parte do governo não está se traduzindo em alívio e barateamento do crédito total, que continua caro e apertado", pondera Almeida.
O Brasil pagará um preço alto com esta expansão, diz Joe Yoshino, professor da FEA-USP. O crescimento dos bancos estatais representa também o aumento do "poder de fogo para quem é menos habilitado para gerenciar crédito, que é o governo".

Governo adota pacote de bondades para municípios

Valor Econômico
11/02/2009
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar hoje, durante encontro com os prefeitos empossados em 1 de janeiro, um pacote de bondades financeiras. Mas, em contrapartida, vai cobrar dos administradores municipais que aproveitem a folga orçamentária para investir em obras de infraestrutura e de geração de empregos, fundamentais para ajudar o país nestes tempos de crise financeira. O principal anúncio é a renegociação, por até 240 meses, da dívida das prefeituras com o INSS, uma conta que chega a R$ 14 bilhões.
Não é a primeira vez que os prefeitos serão beneficiados com essa ideia. Ela já foi implementada em pelo menos duas outras oportunidades: 1998 e 2005. O ministro da Coordenação Política, José Múcio Monteiro, nega que a renegociação seja um perdão de dívidas ou uma medida que premie os prefeitos que, em outras oportunidades, já haviam refinanciado suas pendências com o INSS e continuavam inadimplentes. "Não se trata de ser bom ou mau. Não queremos é punir boa parte dos novos prefeitos, que tinham suas administrações engessadas por dívidas contraídas pelos seus antecessores", justificou.
Com o INSS renegociado, os prefeitos poderão ter acesso a linhas de financiamento do governo federal e dos bancos públicos, como BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. "Estamos em um ano em que nossos esforços devem ser voltados para a geração de empregos. O PAC poderá chegar a esses municípios e os prefeitos serão a ponta no sistema de manutenção do crescimento econômico", disse Múcio. De acordo com o secretário de Assuntos Federativos, Alexandre Padilha, na renegociação passada, apenas 300 prefeitos aceitaram aderir ao programa, que tinha um prazo menor: 60 meses. "E ainda existem dívidas surgidas de decisões judiciais posteriores, que não existiam em 2005", complementou. "Aqueles que não quiserem aderir, que acharem que seus pagamentos estão adequados, não serão obrigados", afirmou Padilha.

Estoques indicam que produção industrial seguirá baixa no 1ºtri

Agência Estado
11/02/2009
Há luz no fim do túnel, mas o túnel é comprido. Esta é a metáfora que retrata a avaliação dos representantes das instituições responsáveis pelas divulgações dos raros indicadores de estoques existentes no Brasil.
A comercialização dos produtos industriais, segundo eles, deve se restringir em grande parte, neste primeiro trimestre, aos itens que já estão nos pátios, armazéns e prateleiras. Isso significa que a produção industrial deve seguir com pouco fôlego, ainda que não deva representar um ajuste tão drástico quanto o visto em dezembro. Na ocasião, a produção caiu 12,4% ante novembro e 14,5% na comparação com o mesmo mês de 2007.
"Houve um ajuste expressivo na produção em novembro e dezembro, que associamos ao quadro elevado de estoques muito além das necessidades", comentou o gerente-executivo da unidade de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. Mas ele alerta: as expectativas das empresas em janeiro eram pessimistas em relação à demanda que teriam nos próximos meses e também em relação às compras de matérias-primas. "É possível que ainda nestes primeiros meses de 2009 tenhamos um processo de ajustamento dos estoques, ainda que parte disso talvez já tenha sido realizada", considerou.
Pelo indicador da CNI, os estoques cresceram de 51,5 pontos no terceiro trimestre de 2008 para 53,5 pontos no quarto. "Nossas expectativas são de que este movimento continue por mais algum tempo. O primeiro trimestre ainda deve ser dominado por um processo de recuo e de estoques", previu, ponderando, no entanto, que ainda há muita incerteza sobre a demanda, principalmente em relação à demanda externa. "Os primeiros meses do ano com certeza ainda serão dominados por esse processo de ajustes, o que significa que as empresas vão tentar diminuir seus estoques. E isso se dá com as empresas vendendo mais do que produzem."
Os indicadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) obtidos com base nas respostas de aproximadamente 1,1 mil empresas revelam que o menor nível dos estoques com ajuste sazonal foi registrado em junho de 2008, o que significa indústria operando em alta velocidade porque o crescimento da atividade é grande. Na ocasião, 6,9% dos empresários julgavam que seus estoques eram insuficientes, enquanto 4,4% apontavam que eram excessivos. Essa diferença levou o índice a chegar a 97,5 pontos, o menor nível desde abril de 1995, quando estava em 86,6 pontos (4,7% excessivo contra 18,1% de insuficiente). Desde junho, a direção foi só de alta: em julho, foi de 98,3 pontos; em agosto, de 99,9 pontos e, em setembro, de 101,5 pontos. "Foi um ponto de inversão importante em setembro. Foi quando se virou a página e mais gente avaliou que tinha estoques em excesso do que em falta", disse o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo.

Aprovação do plano no Senado é "boa notícia", diz Obama

AFP
11/02/2009
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a aprovação pelo Senado do pacote de cerca de US$ 838 bilhões representa uma "boa notícia" e um "bom começo" no esforço de reativar a economia americana.
"É uma boa notícia, é uma boa notícia", repetiu Obama quatro vezes após ter sido interrompido pelos resultados da votação durante uma reunião organizada precisamente para promover o plano.
O Senado americano aprovou nesta terça-feira o plano de estímulo econômico proposto pelo governo do Obama. Com o apoio restrito dos republicanos, o Senado, de maioria democrata, aprovou o pacote por 61 votos a 37, com diferenças significativas em relação à proposta de US$ 819 bilhões aprovada na Câmara dos Representantes (deputados).

Doha Agreement Would Stimulate World Trade, Lamy Writes in WSJ

By Chris Peterson
Feb. 11 (Bloomberg) -- Concluding the stalled Doha agreement on world trade would stimulate the global economy and provide much-needed jobs, World Trade Organization Director-General PascaL Lamy wrote in today's Wall Street Journal.
Trading according to an agreed set of rules has proved able to encourage and multiply growth for over 50 years, and the international system has shown itself to be a strong defense against protectionism, Lamy wrote.
Agreement on Doha wouldn't be enough on its own to solve the global economic crisis, but it would provide a stimulating influence and make the point that governments are able to work together at time of crisis, Lamy concluded.
Last Updated: February 11, 2009 01:59 EST

Brazil to offer $1 bln in repos for trade lines

Tue Feb 10, 2009 9:09am EST
SAO PAULO, Feb 10 (Reuters) - Brazil's central bank said on Tuesday it will offer up to $1 billion in dollar repurchase agreements in an auction on Wednesday aimed at increasing trade finance lines squeezed by the global credit crunch.
Brazil's currency, the real BRBY, was trading 0.6 percent weaker at 2.251 per dollar shortly after the announcement of the repo auction.
Selling repos is one of several measures Brazil's central bank has taken to add liquidity to the domestic financial system in recent months. It has also sold dollars from its international reserves on the spot currency market as well as foreign currency swaps. (Reporting by Jenifer Correa; Writing by Elzio Barreto; Editing by James Dalgleish)