Gazeta Mercantil/1ª Página / Ayr Aliski e Bruno De Vizia
11/02/2009
O governo federal injetou R$ 393,2 bilhões na economia para compensar a retração de crédito privado provocada pela crise financeira. O repasse de R$ 100 bilhões em recursos do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi o sinal mais evidente deste avanço estatal. Este reforço de caixa permitiu ao banco reformular suas linhas de financiamento e aumentar o volume de operações. "Estamos preparados para chegar a até R$ 120 bilhões este ano", afirmou Luciano Coutinho, presidente do banco.
As novas regras estabelecidas pelo BNDES incorporam o custo mais alto de captação de recursos e força a aplicação da Taxa de Juros do Tesouro Nacional, de 8,75% nas linhas de financiamento.
A fatia dos bancos públicos na oferta de crédito total tem crescido continuamente. Esta participação, que era de 34,2% em setembro, saltará para cerca de 40% nos próximos meses, avalia Bruno Rocha, da Tendências Consultoria Integrada.
Para Julio Gomes de Almeida, professor da Unicamp, a ação dos bancos é importante para atenuar a recessão interna. "O governo está minimizando a queda", afirma. "O aumento do crédito por parte do governo não está se traduzindo em alívio e barateamento do crédito total, que continua caro e apertado", pondera Almeida.
O Brasil pagará um preço alto com esta expansão, diz Joe Yoshino, professor da FEA-USP. O crescimento dos bancos estatais representa também o aumento do "poder de fogo para quem é menos habilitado para gerenciar crédito, que é o governo".
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Governo injetou R$ 393 bi na economia para conter a crise
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