quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Jornal Economia em Notícia - Edição 43

Perspectiva econômica dos EUA piorou, diz Bernanke

Presidente do Fed sinalizou possível corte nos juros. 'Atividade econômica deverá ser débil até o fim do ano e mais além', disse.
G1
08/10/2008
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, sinalizou nesta terça-feira estar pronto para cortar a taxa básica de juro norte-americana, uma mudança dramática de posição para dar suporte à economia, afetada por uma crise financeira de "dimensões históricas".
"Os riscos que pesam sobre o crescimento aumentaram", declarou Bernanke em discurso pronunciado para economistas de empresa da National Association for Business Economics, reunidos em Washington. "A combinação dos indicadores que têm saído com os acontecimentos financeiros recentes sugere que a perspectiva para o crescimento econômico piorou e que o risco de baixa no crescimento cresceram".
"A atividade econômica deverá ser débil até o final do ano e mais além", advertiu. Por outra parte, as perspectivas sobre a inflação se mantêm muito incertas, em parte por causa da extraordinária instabilidade dos preços das matérias-primas", declarou Bernanke.
"À luz destas evoluções, o Federal Reserve deve examinar se sua política atual continua sendo apropriada", acrescentou.

Fundo disponibilizará R$10 bi para indústria naval

InvestNews
08/10/2008

Falando para mais de mil metalúrgicos que participavam ontem do batismo da Plataforma P-51, em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou que o governo vai disponibilizar R$ 10 bilhões do Fundo da Marinha Mercante para garantir o financiamento da indústria naval brasileira.
Segundo ela, trata-se de uma forma de combater os efeitos da crise financeira internacional. Na avaliação da ministra, a liberação dos recursos ajudará a indústria naval brasileira no processo de reestruturação e no desenvolvimento do setor para atender à demanda necessária ao desenvolvimento dos trabalhos de exploração e produção do pré-sal.
O Fundo da Marinha Mercante existe há 50 anos e já está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de investimento de R$ 10,6 bilhões em projetos da indústria naval até 2010.
"O governo federal vai tornar disponíveis R$ 10 bilhões, através do Fundo da Marinha Mercante, para que a indústria naval possa construir plataforma, navio, frota pesqueira, frota de cabotagem. Nós não estamos fazendo promessas vazias", disse a ministra durante seu discurso.
Na avaliação dela, mais da metade dos recursos será utilizada para a construção de plataformas. "Ela (indústria naval) será capaz de construir não apenas uma ou duas plataformas, mas até mais. Quem sabe as 30 que serão necessária ao pré-sal, como falou o (José Sérgio) Gabrielli (presidente da Petrobras). Vai também fortalecer ainda mais a indústria, que poderá construir todos os navios-sonda e todos os barcos de apoio necessários ao pré-sal".

Europa anuncia acordo para combate à crise

Países vão elevar garantias de depósitos.Bancos 'relevantes' terão ajuda contra crise.
G1
08/10/2008
Os países da União Européia (UE) se comprometeram nesta terça-feira (7), em reunião emergencial realizada em Luxemburgo, a dar suporte aos grandes grupos financeiros para evitar uma crise generalizada, informou o vice-ministro de Finanças da Alemanha, Joerg Asmussen. Segundo ele, a ajuda será destinada aos "bancos relevantes para o sistema". Perguntado sobre quais seriam esses bancos, Asmussen afirmou que isso teria que ser "decidido caso a caso". Segundo a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, os ministros concordaram em coordenar suas respostas à crise financeira. "Nós concordamos em assegurar a solidez e a estabilidade de nosso sistema financeiro e adotar as medidas necessárias para atingir esse objetivo", disse ela. Os países da UE também acertaram aumentar de 20 mil a pelo menos 50 mil euros a garantia dos depósitos nos bancos do bloco. "Os Estados estão de acordo em aumentar a proteção dos depósitos de particulares para um montante de pelo menos 50 mil euros, sabendo que vários Estados membros estão determinados a elevar essa cobertura a 100 mil euros", diz o texto divulgado.

Com preços em queda, impacto na balança pode chegar a 21%

Crise fez itens importantes da pauta de exportação brasileira sofrerem quedas nos preços.
BBC Brasil
08/10/2008
Se a tendência de queda nos preços das commodities for mantida e alcançar os patamares de 2004, o Brasil poderá perder até US$ 8,4 bilhões no superávit de sua balança comercial, segundo um estudo do BNDES. O número representa 21% do superávit registrado em 2007, quando o saldo foi de US$ 40 bilhões.
Depois de alguns anos de forte valorização, itens importantes da pauta de exportação brasileira vêm sofrendo com a queda nos preços, em função da crise nos mercados. Entre esses produtos destacam-se o minério de ferro, a soja, o açúcar e o café.
Gilberto Borça e Marcelo Nascimento, autores do estudo, consideraram como referência o ano de 2007. O objetivo foi evitar duas distorções verificadas em 2008: a forte valorização das commodities e o crescimento expressivo das importações.
Considerando as projeções do saldo comercial para esse ano, de US$ 30 bilhões, o impacto seria ainda maior: o equivalente a 28%.
O caso da soja é o mais significativo, tendo em vista o peso do produto nas exportações. Na segunda-feira, os contratos para dezembro foram negociados a US$ 9,4 a saca (27,2 quilos). No início do ano, esse valor chegou a US$ 17.
O preço não é a única preocupação dos exportadores. "O problema passará a ser grave se a crise prejudicar o volume consumido pela China", diz o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Bueno. Os chineses consomem 50% da soja exportada pelo Brasil.
O mercado também avalia qual será o futuro do minério de ferro, outro item de peso na balança comercial brasileira. O preço do produto é definido anualmente, entre grandes produtores de minério e siderúrgicas mundiais.
Os analistas estimam que, para 2009, os fornecedores da matéria-prima - entre eles a Vale do Rio Doce - consigam um aumento de 10% no preço do produto. Em 2008, o reajuste foi de 65%.
O economista da LCA, Francisco Pessoa, diz que a influência das commodities na balança comercial não depende apenas dos preços internacionais. "O volume também será um fator preponderante", diz.
Apesar da queda acentuada dos preços e de seu impacto nas exportações brasileiras, o estudo do BNDES diz que, para o Brasil, "a perda está longe de ser alarmante".
Uma das razões está no fato de que o país também se beneficia da redução dos preços internacionais, pois é grande comprador de algumas commodities, sobretudo petróleo, gás natural, cobre e trigo. Em 2007, esses quatro produtos responderam por 13,4% das importações brasileiras.
A balança comercial exerce um papel importante nas contas externas do país, por representar uma das principais portas de entrada da moeda americana. Durante os últimos anos, esse superávit contribuiu para alimentar as reservas internacionais brasileiras, que hoje chegam a pouco mais de US$ 200 bilhões.
A tendência, porém, é de redução do saldo da balança, em função principalmente do crescimento das importações - que por sua vez é influenciado pela alta do consumo interno e pela valorização do real. Para 2009, o mercado prevê um superávit de US$ 13 bilhões.

Burocracia emperra pesquisa com nanotecnologia

Descobertas feitas nas universidades brasileiras praticamente não chegam às empresas
O Estado de São Paulo / Renato Cruz
08/10/2008
A empresa brasileira Aquamare criou um processo que transforma água do mar em água potável. Com a marca H2Ocean, o produto está sendo exportado para os Estados Unidos, onde foi homologado pela Food and Drug Administration (FDA), agência responsável por atestar a qualidade de alimentos e remédios. Aqui, a Aquamare ainda não conseguiu um sinal verde da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo de filtragem e purificação da água usa nanotecnologia.
"A dessalinização não é prevista pelas normas brasileiras", afirmou Rolando Viviani Jr., gerente de marketing da Aquamare. "Aqui, nós podemos produzir a água, mas não podemos envasar." A Aquamare está traduzindo uma norma internacional para apresentar à Anvisa, para que a agência possa avaliar o seu produto. A empresa criou o processo de dessalinização há cerca de quatro anos - começou a trabalhar nele há 10 anos, com investimento de cerca de US$ 2,5 milhões.
A H2Ocean começou a ser vendida nos Estados Unidos, principalmente na Flórida, há dois meses. Segundo Viviani, já foram enviados alguns contêineres com a água para o país, produzidos na fábrica em Bertioga (SP). "O Brasil deixou de ser prioridade para nós, por causa da morosidade burocrática", explicou o gerente da Aquamare. Ele calcula que, no País, o copo de 310 mililitros da H2Ocean poderia ter um preço de R$ 1,80 a R$ 2,50 na prateleira.
A nanotecnologia trabalha no nível molecular, e manipula materiais com dimensões de 100 nanômetros ou menos. Um nanômetro equivale a um milionésimo de milímetro - um fio de cabelo tem 30 mil nanômetros. "A burocracia no Brasil trabalha contra a inovação", disse Ronaldo Marchese, diretor da Nanotec, evento de nanotecnologia que acontece de 12 a 14 de novembro em São Paulo. "Fora do Brasil, o registro de uma patente leva de 2 a 4 anos. Aqui, chega a demorar de sete a oito."
A nanotecnologia está sendo incorporada por um número cada vez maior de produtos, nas mais diversas áreas. "Existe uma carência cultural do empresário brasileiro para a inovação, e a burocracia reflete essa cultura não inovadora", afirmou Marchese, que organiza o evento pelo quarto ano consecutivo. "No Brasil, a nanotecnologia nasce na universidade e não vai para o setor empresarial."
Este ano, o evento contará com a participação da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). "Vamos apresentar aos empresários o que é feito nas universidades", disse.

Varejo comemora altas vendas no Dia das Crianças

InvestNews
08/10/2008
As facilidades encontradas nos meios de pagamento no mundo virtual, atrelada à comodidade que a compra online proporciona, parecem contribuir para que as vendas no Dia das Crianças obtenha um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2007, como prevê a e-bit, empresa especializada em informações sobre o varejo digital. A estimativa de faturamento para a data é da ordem de R$ 350 milhões.
De acordo com a empresa, o aumento de usuários conectados à internet no Brasil também contribuíram para que o comércio eletrônico somasse, no primeiro semestre de 2008, um faturamento de R$ 3,8 bilhões, resultado 45% superior ao obtido no mesmo período do ano passado.
Já o número de consumidores cresceu 42% se comparado a 2007, totalizando 11,5 milhões de pessoas que já compraram pela rede. Os dados fazem parte da 18ª edição do estudo Relatórios WebShoppers, realizado pela e-bit com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net).
"A queda de preço dos computadores fizeram com que o comércio eletrônico tivesse um crescimento relevante no ano até por conta da entrada de novos consumidores na web, principalmente da classe C", analisa Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit.
O tíquete médio gasto deve se manter estável, atingindo a casa dos R$ 300, valor que vem se mantendo desde janeiro para as compras realizadas no comércio eletrônico. Por outro lado, todo cuidado é pouco. Diante de tantas vantagens oferecidas pelas lojas virtuais, o consumidor pode não deixar de se preocupar com a segurança da conexão e correr o risco de terem seus dados roubados.
Patrícia Peck Pinheiro, advogada especializada em direito digital, esclarece que informações básicas devem ser checadas antes da realização da compra. Uma dica da especialista é entrar no site de registro de domínio (www.registro.br) e checar se o endereço virtual da loja realmente está cadastrado e se, principalmente, o site possui selo de segurança contra clonagem de cartão de crédito.
"Recomendo ainda que o consumidor envie um e-mail com alguma dúvida qualquer ao item fale conosco. Se a loja virtual não responder, duvide. Se ela não responde diante de uma possível venda, imagine se você quiser trocar seu produto...".
Além disso, a especialista sugere que se efetue cópias da tela da loja virtual com o produto a ser adquirido estampado nela. "Caso tenha de acionar a justiça por ter se sentido enganado quanto ao tamanho do produto, por exemplo, essas cópias podem ser uma prova decisiva", diz Patrícia Peck.

Brazil sets 10 bln real ship building credit line

Tue Oct 7, 2008 12:25pm EDT
(Repeats, adds word "real" to headline)
ANGRA DOS REIS, Oct 7 (Reuters) - The Brazilian government will throw its emerging ship-building industry a 10 billion real line of credit to weather the global financial turmoil that has limited credit, government Chief of Staff Dilma Rousseff said on Tuesday.
Ship building has been one of the favored industries of the administration, which passed a national content law requiring oil companies like state-run Petrobras (PETR4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz)(PBR.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) to use more locally built ships and production platforms.
"At this moment of tight credit, making 10 billion reais available is something strategic for this industry," said Rousseff.
Brazil is expected to invest heavily in the coming decades to develop the recently discovered subsalt oil and gas fields off the southeast coast, that could contain more than 50 billion barrels of light oil and natural gas.
($1=2.232 reais)
(Reporting by Denise Luna and Rodgirgo Viga Gaier; Writing by Reese Ewing; Editing by David Gregorio)

U.N.Says Biofuel Subsidies Raise Food Bill and Hunger

The New York Times
By ELISABETH ROSENTHAL
Published: October 7, 2008
ROME — A United Nations food agency called on Tuesday for a review of biofuel subsidies and policies, noting that they had contributed significantly to rising food prices and the hunger in poor countries.
With policies and subsidies to encourage biofuel production in place in much of the developed world, farmers often find it more profitable to plants crops for fuel than for food, a shift that has helped lead to global food shortages.
Current policies should be “urgently reviewed in order to preserve the goal of world food security, protect poor farmers, promote broad-based rural development and ensure environmental sustainability,” said a report released here on Tuesday by Jacques Diouf, the executive director of the United Nations Food and Agriculture Organization.
In releasing the report, the United Nations joined a number of environmental groups and prominent international specialists who have called for an end to — or at least an overhaul of — subsidies for biofuels, which are cleaner, plant-based fuels that can sometimes be substituted for oil and gas.
In a devastating assessment released this summer, the Organization for Economic Cooperation and Development concluded that government support of biofuel production in member countries was hugely expensive and that it “had a limited impact on reducing greenhouse gases and improving energy security.” It did have “a significant impact on world crop prices” by helping to raise them.
“National governments should cease to create new mandates for biofuels and investigate ways to phase them out,” the Organization for Economic Cooperation and Development concluded in its report. The organization includes European countries, the United States, Canada, Japan and Australia.
Still, Willy de Greef, secretary general of EuropaBio, a biotechnology industry group, said the world possessed the land and agricultural ability to produce enough food and fuel through subsidy programs.
“Of course these policies have to be developed with high quality sustainability criteria,” he said. But he added that that should include consideration of the fact that biofuels could help reduce poverty. “The development of biofuels will in fact create new revenue options for farmers all over the world, including poor farmers,” he said.
In the past eight years, as oil prices and concerns about carbon emissions have increased, a number of countries, including the United States, and the European Union have put into place subsidies and incentives to energize the fledgling biofuel industry.
As a result, the production of biofuels made from crops that could also be used for food increased more than threefold from 2000 to 2007, the Food and Agriculture Organization said. Support to encourage biofuel production in Organization for Economic Cooperation and Development countries amounted to more than $10 billion in 2006, the organization said.
But a host of studies in the past year concluded that the rush to biofuels had some disastrous, if unintended, consequences for food security and the environment. Less food is available to eat in poor countries, global grain prices have skyrocketed and precious forests have been lost as farmers have created fields to join the biofuel boom, the studies said.
Worse still, specialists say, so much energy is required to convert many plants into fuel that the process does not result in a savings of carbon emissions. The O.E.C.D.’s report said only two food-based fuels were clearly environmentally better than fossil fuels when considering the entire “life cycle” of their production: used cooking oil and sugar cane from Brazil. Sugar cane is far easier to convert to biofuel than most other crops.
Already this year, the European Union has stepped back from its target of having 10 percent of Europe’s fuel for transportation come from biofuel or other renewable fuels by 2020.
Last month, the European Parliament suggested that only 5 percent come from renewable sources by 2015, and that 20 percent come from new alternatives “that do not compete with food production.”
Mr. Diouf of the Food and Agriculture Organization stopped short on Tuesday of suggesting that the world end biofuel subsidies. Rather, he said they should be revised to direct the benefits to developing nations.