segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Jornal Economia em Notícia - Edição 14

Brasil e Argentina vão criar empresa binacional nuclear

Agência Estado
25/08/2008
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, da Argentina, recebem no dia 6, no Recife (PE), o projeto de uma empresa binacional na área nuclear. Essa instituição atuará, além do enriquecimento de urânio, na produção de radiofármacos, em projetos nas áreas de saúde e agricultura e no desenvolvimento de reatores de pesquisa e tecnologia de materiais. No entanto, ela será criada com a restrição de não abarcará a transferência da tecnologia brasileira de enriquecimento de urânio por centrifugação.
Lançada em fevereiro, essa empreitada comum antecipou-se à definição do novo programa nuclear brasileiro e forçou o governo Lula a travar um ríspido debate interno, ainda sem conclusão.
Refratária a qualquer acordo internacional no setor, por temor de ver devassado o segredo da tecnologia que desenvolveu, a Marinha do Brasil informou que não participa de parceria nessa área com o governo argentino. "Não existe qualquer diretriz Brasil-Argentina envolvendo a Marinha do Brasil", limitou-se a responder o Centro de Comunicação da instituição.A cooperação na área nuclear é o sétimo dos 17 tópicos da diretriz Brasil-Argentina assinada por Lula e Cristina no dia 22 de fevereiro para alavancar a relação bilateral. O texto previu a criação de uma comissão de especialistas argentinos e brasileiros - o Comitê Binacional de Energia Nuclear (Coben) - para desenvolver um modelo de reator nuclear de geração de energia elétrica para atender às necessidades dos dois países. Também determinou a criação de uma empresa binacional de enriquecimento de urânio.

Brasil ganha importância entre economias emergentes

Volume de investimentos estrangeiros dobrou de 2006 para 2007. Estrangeiros são atraídos pelo crescimento do mercado local.
Agência Estado
25/08/2008
O Brasil ganhou importância no cenário internacional. Entre 2006 e 2007, o país teve o maior crescimento de investimentos diretos estrangeiros entre as economias emergentes, à frente de China, Índia e Rússia, segundo a Unctad, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
O volume desses investimentos dobrou - saiu de US$ 18,8 bilhões para US$ 37,4 bilhões. Até julho deste ano, encostou em US$ 20 bilhões, o que leva a acreditar que o país deve atingir este ano o mesmo patamar de 2007, contrariando a tendência mundial, que aponta queda de 37% no fluxo de investimentos.
Quando a expressão Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) foi cunhada pelo banco Goldman Sachs, há sete anos, economistas do mundo inteiro questionaram a presença do Brasil. Até 2006, ainda não havia consenso se o país poderia ou não fazer parte do bloco que dominaria a economia em 40 anos. O banco revisou suas análises e o manteve na lista.

Brazil to seek to retaliate against U.S. over cotton

Fri Aug 22, 2008 8:44pm EDT
BRASILIA (Reuters) - Brazil is resuming action at the World Trade Organization (WTO) to take retaliatory trade measures against the United States over subsidies it pays its cotton farmers, the foreign minister said on Friday.
"We are sending a petition to Geneva (WTO headquarters) to request the resumption of the arbitration process which had been interrupted in relation to cotton," Celso Amorim told reporters.
The WTO cleared the way in June for Brazil to seek up to $4 billion in trade sanctions on U.S. imports but the Brazilian government had not pursued applying the sanctions in the hope of hammering out a deal through the DOHA round of trade talks, which have since collapsed.
Amorim said the country would also look more closely at possible action over U.S. tariffs on imports of the Latin American nation's sugar-cane derived ethanol biofuel.
"We also have to examine the ethanol question. A consensus is mounting that we should go down this road (a trade dispute) but we're still working with lawyers and checking the law," he said.
Brazil has already mounted a joint challenge together with Canada over the United States' agriculture subsidies.
(Reporting by Fernando Exman; writing by Peter Murphy; editing by Todd Eastham)

Desaceleração financeira pode durar mais no Reino Unido

EFE
25/08/2008
A atual desaceleração financeira global pode durar um "tempo considerável", segundo advertiu o subgovernador do Banco da Inglaterra (banco central do Reino Unido), Charles Bean.
Por ocasião da conferência anual dos responsáveis de bancos centrais em Wyoming (EUA), Bean afirmou, em declarações divulgadas pela BBC, que cada vez que os mercados parecem se recuperar, "outra granada" explode.
Mas o subgovernador estima que o crescimento econômico subirá no próximo ano e a inflação cairá, sempre que houver uma estabilização nos preços do petróleo e dos mercados de crédito.
"Parece que vai durar ainda por um tempo considerável", ressaltou Bean, que qualificou o ambiente na conferência de Wyoming com uma "considerável cautela para o próximo ano".
"Temos os dedos cruzados que as coisas melhorarão. Mas há um reconhecimento que ainda resta caminho por percorrer", disse. Bean ressaltou que a mensagem mais importante para o povo é que a crise chegará a seu fim.
O governador do Banco da Inglaterra, Mervyn King, já advertiu que a economia do Reino Unido enfrenta um período difícil e doloroso devido a uma inflação alta e uma queda do crescimento econômico.

UPDATE 1-Brazil inflation to mid-Aug up less than forecast

Fri Aug 22, 2008 8:35am EDT
(Recasts, adds details on main inflation items)
SAO PAULO, Aug 22 (Reuters) - Inflation in Brazil slowed more than forecast in the month to mid-August because of "an abrupt deceleration" in food prices, the national statistics agency said on Friday.
The benchmark IPCA consumer price index rose 0.35 percent in the month to mid-August, compared with a 0.63 percent increase in the month to mid-July, statistics agency IBGE said.
The index was expected to rise 0.38 percent, according to the median estimate of 30 economists surveyed by Reuters. Estimates ranged from 0.34 percent to 0.5 percent.
Food and beverage prices rose 0.25 percent in the period, compared with a 1.75 percent surge the previous month, and were the main item helping push the IPCA index lower. Prices of potatoes dropped 7.55 percent in the period, while beans, rice and other staple food also fell or rose at a much slower pace.
Clothing costs fell 0.48 percent after rising 0.39 percent in the month to mid-July, contributing to the slower IPCA.
In the 12 months to mid-August the index jumped 6.23 percent, lower than the 6.3 percent rate in the year to mid-July and 6.37 percent in the year until the end of July.
The central bank, which uses the IPCA as a guide when setting interest rates, has an annual inflation target of 4.5 percent with a tolerance band of 2 percentage points.
The so-called IPCA-15 tracks consumer prices from around the 15th of one month to the 15th of the next. The central bank uses the IPCA as a guide when setting interest rates.
(Recasts, adds details on main inflation items)
SAO PAULO, Aug 22 (Reuters) - Inflation in Brazil slowed more than forecast in the month to mid-August because of "an abrupt deceleration" in food prices, the national statistics agency said on Friday.
The benchmark IPCA consumer price index rose 0.35 percent in the month to mid-August, compared with a 0.63 percent increase in the month to mid-July, statistics agency IBGE said.
The index was expected to rise 0.38 percent, according to the median estimate of 30 economists surveyed by Reuters. Estimates ranged from 0.34 percent to 0.5 percent.
Food and beverage prices rose 0.25 percent in the period, compared with a 1.75 percent surge the previous month, and were the main item helping push the IPCA index lower. Prices of potatoes dropped 7.55 percent in the period, while beans, rice and other staple food also fell or rose at a much slower pace.
Clothing costs fell 0.48 percent after rising 0.39 percent in the month to mid-July, contributing to the slower IPCA.
In the 12 months to mid-August the index jumped 6.23 percent, lower than the 6.3 percent rate in the year to mid-July and 6.37 percent in the year until the end of July.
The central bank, which uses the IPCA as a guide when setting interest rates, has an annual inflation target of 4.5 percent with a tolerance band of 2 percentage points.
The so-called IPCA-15 tracks consumer prices from around the 15th of one month to the 15th of the next. The central bank uses the IPCA as a guide when setting interest rates.

Lobao Says Brazil Plans to Uphold Oil Contracts, O Globo Says

By Katia Cortes
Aug. 24 (Bloomberg) -- Brazil's Mines and Energy Minister Edison Lobao said the government is studying how to manage so- called pre-salt oil fields and ``has no interest in breaking contracts,'' O Globo newspaper reported.
Lobao said ``there'll be a long debate in congress'' in case the decision on how to manage the fields demands a change in legislation, O Globo reported. President Luiz Inacio Lula da Silva will ultimately determine the policy, Lobao said, according to O Globo.
Yesterday, O Globo cited the minister as saying the government may expropriate pre-salt oil wells that have been licensed to companies such as Petroleo Brasileiro SA if they find the wells are linked to others that haven't yet been auctioned.

Lula faz apelo por Fundo Soberano e reformas política e tributária

Último Segundo/Santafé Idéias / Severino Motta
25/08/2008
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos integrantes de seu Conselho Político (presidentes e líderes dos partidos da coalizão), na tarde desta terça-feira, para que o Congresso Nacional aprove o Fundo Soberano, a reforma tributária e avance na reforma política. Na reunião o presidente ainda destacou como deve ser sua participação nas eleições municipais, quando vai evitar subir em palanques das cidades em que há disputa entre candidatos da base aliada.
De acordo com o líder do PT na Câmara, deputado Mauricio Rands (PE), Lula pediu uma "grande mobilização no Congresso" para que o Fundo Soberano seja aprovado no inicio de setembro, data em que o projeto, que tramita com urgência constitucional, começa a trancar a pauta da Câmara. Além do Fundo, Lula pediu aos líderes dos partidos que criem um "ambiente favorável" para a aprovação da reforma tributária e política.
Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a idéia é aprovar até o final do ano a reforma tributária e ampliar as discussões sobre a política para que no primeiro semestre de 2009 ela seja apreciada. Ao destacar as datas, Fontana admitiu estar sendo bastante otimista, mas avaliou que, caso haja interesse do Congresso os prazos podem ser cumpridos.
"O presidente falou que nem ele nem nós deputados poderíamos trabalhar com a idéia de terminar o mandato sem a reforma [política]", disse.

Mantega deve publicar portaria que acaba com superávit primário

Folha On line
25/08/2008
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve publicar na terça-feira uma portaria que, na prática, acaba com o conceito de superávit primário, usado para contabilizar as receitas ante as despesas gerais, mas sem incluir o pagamento dos juros da dívida pública, informa o colunista Guilherme Barros na Folha deste sábado.
A portaria irá determinar que a contabilidade pública passe a adotar as normas contábeis consagradas internacionalmente. Com essas novas normas contábeis, passam a valer os conceitos de resultado fiscal, hoje chamado de nominal, a fim de dar mais transparência à contabilidade pública.
O conceito de superávit primário foi introduzido no Brasil em 1991, ainda no governo Collor, durante as negociações de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), para calcular o montante de recursos que o governo poderia empregar para o pagamento dos juros da dívida.
No início deste mês, o ministro disse não descartar um aumento da meta de superávit primário (economia feita para pagar os juros da dívida) como forma de combater a inflação. "Se necessário for, nós usaremos a política fiscal", disse ele, durante participação em seminário na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Ele disse que considera "menos danoso" para o crescimento da economia aumentar o superávit primário do que aumentar a taxa básica de juros --na última reunião, o Banco Central elevou a Selic para 13%. "A elevação da taxa de juros é necessária, mas o nível me preocupa", afirmou.

Mudança em contas públicas vai expor o peso dos juros

Agência Estado
25/08/2008
O Ministério da Fazenda publicará na próxima terça-feira, dia 26, uma portaria para dar início ao processo de mudança na contabilidade do setor público, com o objetivo de aproximá-la dos padrões internacionais.
Segundo o ministro, a alteração deixará mais claro, por exemplo, o gasto do governo com os juros da dívida pública. "Um ponto porcentual de alta de juros custa ao País mais de R$ 7 bilhões ou R$ 8 bilhões por ano", calculou. "Quando se fala em superávit primário, estamos omitindo ou deixando de lado as despesas com juros, que, na verdade, são as maiores da União." Segundo ele, o déficit anual da Previdência (que deve ter receita de R$ 140 bilhões) fica em R$ 40 bilhões.
A informação foi dada com exclusividade pelo ministro Guido Mantega, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo. De acordo com o ministro, o Brasil trabalha com padrão de contabilidade nacional do passado, feito em época de inflação alta e déficit fiscal também elevado. "Inventamos conceitos de contabilidade que não existem em nenhuma outra parte do mundo", destacou. "Usar conceitos de superávit ou déficit primário, nominal, operacional, tudo é invenção brasileira. Era para esconder a miséria da situação fiscal do passado."Segundo o ministro, os conceitos universais são simplesmente de superávit ou déficit fiscal - "o que chamamos de nominal hoje". Com isso, as contas do País deixarão de omitir as maiores despesas do governo, como a de juros, ao mesmo tempo em que passarão a incorporar valores patrimoniais não contabilizados atualmente, como o da participação da União no patrimônio da Petrobrás.A mudança, segundo Mantega, é semelhante à já feita pelo setor privado desde o ano passado. "Tudo ficará mais visível no setor público", disse o ministro, citando sobretudo as três maiores despesas da União, que são as da Previdência (cerca de R$ 180 bilhões estimados para 2008), juros (cerca de R$ 170 bilhões projetados para o fim do ano) e folha de pagamentos (aproximadamente R$ 130 bilhões por ano).Além disso, a mudança no padrão de contabilidade permitirá melhor avaliação do patrimônio total da União, disse o ministro. Na contabilidade atual, ressaltou, há valores patrimoniais não contabilizados, como o da participação da União em 30% no patrimônio da Petrobrás. "Isso representa cerca de R$ 60 bilhões que não são contabilizados como patrimônio da União", disse Mantega.A Secretaria do Tesouro Nacional deverá dar início a um conjunto de ações para permitir a mudança a partir da publicação da portaria, que envolverá também uma ampla discussão com Estados e municípios. O processo, segundo Mantega, deverá estar completado até 2010. "Trata-se de uma evolução da contabilidade, que dá mais transparência e visão mais clara de quanto vale o Estado, qual é o seu patrimônio, qual o valor dos ativos públicos e assim por diante."