sexta-feira, 18 de julho de 2008

Voto de vice presidente derruba lei de impostos na Argentina

BBC Brasil / Marcia Carmo
18/07/2008
Com um voto de Minerva, o vice-presidente da Argentina e presidente do Senado, Julio Cobos, derrubou, nesta quinta-feira, o projeto de lei do governo da presidente Cristina Kirchner que previa o aumento dos impostos às exportações de grãos.
O voto de Cobos foi decisivo após um empate de 36 votos a favor e 36 contra à medida que gera, desde março, uma longa disputa entre o governo e produtores rurais.
No fim de uma votação que durou 18 horas, coube a ele o voto de minerva.
"É o dia mais difícil da minha vida", disse Cobos. "O país está partido e todos estão preocupados. A história me coloca nessa situação. Quero que o governo de Cristina, meu governo, seja o melhor de todos. Mas devo decidir com minhas convicções. O povo pede uma solução para viver em paz", disse o vice-presidente.
Cobos acredita que sua decisão não colocará o governo em risco.
"Há quem diga que devo acompanhar o governo para não colocar a institucionalidade em risco. Mas meu coração diz outra coisa. E não acho que isso coloque o governo em risco. Acho que a presidente vai me entender. A história me julgará, não sei como. Peço a presidente que busque outro projeto", declarou.
Esta é a primeira derrota do kirchnerismo, grupo político que governa o país há cinco anos.

Pequena e média ajudam a elevar exportações, diz ministro

Agência Brasil
18/07/2008
Em 2010, está prevista a participação de cerca de 13 mil micro, pequenas e médias empresas nas vendas externas - atualmente, são 10 mil. Ao comentar os números, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, lembrou que as exportações brasileiras estão crescendo à média anual de 9,1%, resultado que, em grande parte, pode ser atribuído às micro, pequenas e médias empresas.
Para o ministro, é preciso desburocratizar e quebrar tabus comerciais para que tais empresas sejam inseridas no mercado internacional, pois, até pouco tempo, a cultura reinante no país era produzir para vender no mercado interno. Só se exportava quando não havia demanda no mercado interno, disse ele.
De junho do ano passado até maio último, esse segmento vendeu US$ 10,3 bilhões, por meio de projetos integrados desenvolvidos em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Entre janeiro e maio deste ano, o crescimento das vendas de empresas de pequeno porte ao exterior ficou em 27,5% contra 22,2% no mesmo período do ano passado.
O Brasil pretende elevar a participação atual de 1,18% nas exportações mundiais para 1,25% em 2010, quando deverá negociar pelo menos US$ 208,8 bilhões.
Miguel Jorge ressaltou que o empresariado está começando a aprender que, em vez de lamentar a situação desfavorável do câmbio, deve procurar a eficiência, a modernidade e a produtividade. Segundo ele, apesar dos bons resultados apresentados pelas micro, pequenas e médias empresas, o setor responde hoje por apenas 8% das exportações brasileiras.
Na opinião do ministro, o resultado pode melhorar muito, pois o segmento é grande empregador e se caracteriza por atividades diversificadas e regionalizadas. Por isso, disse ele, a meta do ministério é estimular as vendas externas do setor para que a balança comercial não fique só na dependência das grandes empresas.
Miguel Jorge participou da abertura do 3º Workshop de Alinhamento Estratégico da Apex-Brasil, que reúne até esta sexta-feira, em Brasília, representantes de 64 entidades do setor produtivo e de órgãos do governo, para discutir os projetos de exportação.
A Apex-Brasil implementa atualmente 64 projetos que atendem a 4.438 empresas de 728 municípios, em parceria com entidades setoriais. No ano passado, 203 dessas firmas exportaram pela primeira vez.
O Estado de São Paulo concentra 38% das empresas, seguido do Rio Grande do Sul, com 17%, e Minas Gerais, com 11%. A Apex-Brasil dá apoio aos ramos do agronegócio, habitação e construção civil, entretenimento e serviços, máquinas e equipamentos, moda, tecnologia e saúde.
Segundo o presidente da Apex-Brasil, Alessandro Teixeira, a revisão da meta de exportações do país de US$ 170 bilhões para US$ 190 bilhões, anunciada recentemente pelo ministério, deve-se em grande parte ao trabalho de promoção da agência com as empresas.
A Apex procura despertar o interesse dos empresários para mercados potenciais, como a China. Teixeira destaca que o país só conseguirá vender se apresentar produtos diferenciados.
Miguel Jorge ressaltou que, entre mais de 600 produtos que a China compra no mercado internacional, o Brasil tem condições de fornecer 147 itens. Ele acredita que, até 2010, o Brasil poderá vender para os chineses até US$ 30 bilhões anuais, em produtos diversos.
Já Teixeira estima que, depois de investir R$ 200 milhões em promoção comercial com foco nas exportações, o país obteve um acréscimo de R$ 10 bilhões na balança comercial, o que se deve à conscientização dos empresários de que exportar é um bom negócio.
Teixeira recomenda que os exportadores participem de feiras e exposições no exterior para se inteirar sobre a qualidade e as possibilidades de aceitação ou desenvolvimento de seus produtos.

O papel do cenário global no planejamento

Gazeta Mercantil/Caderno C / Clovis Corrêa da Costa
18/07/2008
O entendimento de como funciona a ordem global, ou seja, quais países estão ganhando poder e posição competitiva e quais estão perdendo, é um assunto importante demais para ser deixado para especialistas. Empresas globais (ou que têm concorrentes globais) precisam entender o funcionamento dos grandes mercados do mundo, e avaliar as perspectivas de crescimento em cada um deles. Esta tarefa é usualmente delegada a especialistas, e tendem a se concentrar no curto prazo (geralmente no ano corrente e o próximo), o que muitas vezes esconde movimentos importantes, que determinam a competitividade das economias e das empresas. Vejamos como têm mudado as percepções sobre a economia internacional. Na década de 1970 o Japão era visto por muitos como a nova potência econômica, criadora de novos paradigmas e até capaz de desafiar a supremacia americana. Em seguida veio o sucesso dos tigres asiáticos, com fórmulas semelhantes de crescimento. Na década seguinte mudou completamente a visão de onde está o sucesso. Nos anos seguintes, nova reviravolta: vários especialistas começam a defender que países subdesenvolvidos poderiam vir a ter papel relevante na economia globalizada. Falava-se que as grandes transformações econômicas ocorreriam em países como a Índia, Indonésia, Paquistão, China e Brasil. Nesta linha, o banco de investimentos Goldman Sachs elegeu Brasil, Rússia, Índia e China como os países emergentes mais promissores. No mês passado surgiu nos EUA um livro de um acadêmico indiano que tem ligações com o pensamento republicano ("The Second World", de Parag Khanna, Random House). Ele divide o mundo em três impérios (EUA, China e União Européia), e coloca os EUA com algumas desvantagens em relação aos outros dois, na disputa pela predominância econômica e política no cenário global. A tese dele é que a China e a Europa estão atraindo para suas respectivas áreas de influência os antigos satélites soviéticos, e os EUA assistem a tudo sem fazer muito, paralisados pelas dificuldades no Afeganistão e no Iraque. De fato, em um número crescente de indústrias, globalizar não significa apenas estar nos EUA e na Europa, e sim ser competitivo na China ou na Ásia Central (só para citar lugares onde poucas empresas brasileiras se aventuram). Afinal, 70% do crescimento da economia mundial acontece em países emergentes. Um exemplo interessante de estratégia baseada no entendimento de mudanças na economia internacional foi desenvolvido na década de 1970 por Prahalad (professor de estratégia na Universidade de Michigan), para uma grande empresa de commodities. Este estudo previa mudanças nos hábitos alimentares chineses a partir da provável prosperidade daquele país, com grande crescimento da demanda por proteínas. Esta teria de ser atendida por importações, já que a China não tem terras, água e sol suficientes para tal. Somente os EUA e o Brasil teriam capacidade para satisfazer esta demanda, mas se previam obstáculos: chineses não aceitariam depender de grãos e carnes produzidos por norte-americanos, por motivos políticos, e o Brasil teria que desenvolver sua infra-estrutura de transportes. Estas previsões estão se realizando agora. Explicam a prosperidade atual do agronegócio brasileiro, e fazem pensar quanto mais poderíamos estar nos beneficiando, se tivéssemos investido adequadamente em infra-estrutura.

Exportações do agronegócio batem recorde, a US$ 33 bi

Agência Brasil / Wellton Máximo
18/07/2008
As exportações do agronegócio brasileiro bateram recordes e atingiram US$ 33,8 bilhões, no primeiro semestre do ano, aumento de 16,3% em relação ao mesmo período de 2007. Apenas em junho, as vendas externas somaram US$ 6,5 bilhões, maior valor registrado para o mês.
Impulsionado pelos preços dos fertilizantes e das rações, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio registrou aumento de 3,83% nos quatro primeiros meses do ano. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Somente os insumos responderam por uma expansão de 7,7%, de janeiro a abril, enquanto alguns preços agrícolas apresentaram ligeira desaceleração.
De acordo com a CNA, o crescimento do agronegócio em 2008 não está se revertendo em maior renda para o produtor. O motivo, segundo a entidade, são os aumentos nas matérias-primas, que dependem do petróleo, como os fertilizantes.

Emergentes devem considerar aumento de juros, diz FMI

BBC Brasil
18/07/2008
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta quinta-feira que os países emergentes devem considerar aumentar as taxas de juros para combater a inflação.
"Nós estamos bastante preocupados que em vários mercados emergentes a política monetária caiu ou pode cair abaixo do esperado", disse o diretor do departamento de Pesquisas do FMI, Simon Johnson.
"Isso significa que bancos centrais devem considerar um aumento das taxas de juros de forma preventiva para evitar que a inflação saia do controle", afirmou Johnson, sem citar nenhum país específico.
O comentário foi feito durante a divulgação de projeções revisadas do FMI sobre a economia global.
O FMI revisou para cima a previsão de crescimento da economia mundial, mas alertou que ela está em uma "posição difícil".

Chavez Offers $300 Million Loan for Bolivia Highway, EFE Says

By Daniel Cancel
July 17 (Bloomberg) -- Venezuelan President Hugo Chavez will provide his Bolivian counterpart Evo Morales a $300 million loan to construct a highway in the north of the Andean country, Spanish news agency EFE reported.
Chavez, Morales and Brazilian President Luiz Inacio Lula Da Silva will meet tomorrow in Riberalta, Bolivia, to discuss the economic development and environmental protection of the Amazon region, EFE said.

Brazilian Equities Upgraded to `Overweight' at Morgan Stanley

By Kevin Crowley
July 18 (Bloomberg) -- Brazilian equities were upgraded to ``overweight'' at Morgan Stanley, citing strong earnings growth expectations in the country.
The brokerage also raised its recommendations for India, Mexico and Turkey to ``equal-weight.''
``We now actively favor higher-beta markets,' analysts led by Jonathan Garner wrote in a note to clients dated yesterday.
Chile, Philippines and Egypt were cut to ``underweight'' while Israel was lowered to ``equal-weight.''
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Adesão às normas do GRI cresce no Brasil

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Lucia Rebouças

16/07/2008


As diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) para a elaboração de relatórios de sustentabilidade já estão sendo utilizadas por 1.500 instituições no mercado internacional. No Brasil a adesão tem sido crescente: cerca de 70 empresas elaboram seus relatórios no padrão indicado pelo GRI. As informações foram dadas pelo principal executivo do GRI, Ernest Ligteringen, que foi o palestrante do 2 Sustentabilidade em Pauta Internacional, evento organizado pelo Banco Itaú, e traçou um alarmante cenário sobre o futuro do planeta em função do aquecimento global e do crescimento populacional. Segundo ele, o número de habitantes deve saltar dos atuais seis bilhões para nove bilhões em 30 a 40 anos.
As grandes ameaças ao futuro do planeta criam grandes desafios para o desenvolvimento sustentável. O sucesso das organizações depende de uma nova forma de pensar e de um novo modo de gerir, uma vez que os resultados econômicos estão cada vez mais atrelados aos impactos ambientais e sociais causados por decisões e ações de governos e empresas. Neste contexto, o relatório de sustentabilidade aparece como a melhor forma de saber o que está sendo feito pelas companhias nas áreas social, ambiental e econômica, que compõem o tripé da sustentabilidade. O GRI é uma organização não-governamental internacional, com sede em Amsterdã, na Holanda, criada em 1997, cuja missão é desenvolver e disseminar globalmente diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.
Segundo Ligteringen, embora não tenha uma métrica estrita como a dos relatórios financeiros, o de sustentabilidade permite identificar, mensurar, divulgar e prestar contas sobre as ações que estão sendo desenvolvidas pelas organizações . Como é internacional, o uso do padrão GRI permite uma comparabilidade do que está sendo feito pelas companhias ao redor do mundo. Além disso, permite que as organizações e todos os seus públicos tenham em mãos um instrumento que possibilite dialogar e implantar um processo de melhoria contínua do desempenho rumo ao desenvolvimento sustentável. Embora ainda haja algum ceticismo quanto à credibilidade dos relatórios, a obrigatoriedade de auditoria, a exemplo do que ocorre com as demonstrações financeiras das empresas, não faz parte das normas do GRI. "A auditoria é recomendável, mas não obrigatória", afirma. A organização decidiu não incluir a auditoria na norma do GRI porque sua missão é disseminar a elaboração de relatórios, até porque há entidades específicas tratando da questão, acrescentou o executivo.
Tornar a divulgação do relatório obrigatória é outra questão polêmica. O governo da Suécia passou a exigir que as empresas estatais divulguem relatórios com base no GRI. De acordo com Ligteringen, a medida foi amplamente debatida na Conferência Global sobre Transparência e Sustentabilidade, em Amsterdã, realizada em maio deste ano.