Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Lucia Rebouças
16/07/2008
As diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) para a elaboração de relatórios de sustentabilidade já estão sendo utilizadas por 1.500 instituições no mercado internacional. No Brasil a adesão tem sido crescente: cerca de 70 empresas elaboram seus relatórios no padrão indicado pelo GRI. As informações foram dadas pelo principal executivo do GRI, Ernest Ligteringen, que foi o palestrante do 2 Sustentabilidade em Pauta Internacional, evento organizado pelo Banco Itaú, e traçou um alarmante cenário sobre o futuro do planeta em função do aquecimento global e do crescimento populacional. Segundo ele, o número de habitantes deve saltar dos atuais seis bilhões para nove bilhões em 30 a 40 anos.
As grandes ameaças ao futuro do planeta criam grandes desafios para o desenvolvimento sustentável. O sucesso das organizações depende de uma nova forma de pensar e de um novo modo de gerir, uma vez que os resultados econômicos estão cada vez mais atrelados aos impactos ambientais e sociais causados por decisões e ações de governos e empresas. Neste contexto, o relatório de sustentabilidade aparece como a melhor forma de saber o que está sendo feito pelas companhias nas áreas social, ambiental e econômica, que compõem o tripé da sustentabilidade. O GRI é uma organização não-governamental internacional, com sede em Amsterdã, na Holanda, criada em 1997, cuja missão é desenvolver e disseminar globalmente diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.
Segundo Ligteringen, embora não tenha uma métrica estrita como a dos relatórios financeiros, o de sustentabilidade permite identificar, mensurar, divulgar e prestar contas sobre as ações que estão sendo desenvolvidas pelas organizações . Como é internacional, o uso do padrão GRI permite uma comparabilidade do que está sendo feito pelas companhias ao redor do mundo. Além disso, permite que as organizações e todos os seus públicos tenham em mãos um instrumento que possibilite dialogar e implantar um processo de melhoria contínua do desempenho rumo ao desenvolvimento sustentável. Embora ainda haja algum ceticismo quanto à credibilidade dos relatórios, a obrigatoriedade de auditoria, a exemplo do que ocorre com as demonstrações financeiras das empresas, não faz parte das normas do GRI. "A auditoria é recomendável, mas não obrigatória", afirma. A organização decidiu não incluir a auditoria na norma do GRI porque sua missão é disseminar a elaboração de relatórios, até porque há entidades específicas tratando da questão, acrescentou o executivo.
Tornar a divulgação do relatório obrigatória é outra questão polêmica. O governo da Suécia passou a exigir que as empresas estatais divulguem relatórios com base no GRI. De acordo com Ligteringen, a medida foi amplamente debatida na Conferência Global sobre Transparência e Sustentabilidade, em Amsterdã, realizada em maio deste ano.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Adesão às normas do GRI cresce no Brasil
Publicado por Agência de Notícias às 18.7.08
Marcadores: Economia, Governança
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