sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Participação de estrangeiros no Brasil aumenta 81% em 7 anos

Rodrigo Postigo

23/11/2007

Nos últimos sete anos, a participação de investidores estrangeiros no Brasil cresceu 81%, mostrando uma tendência de forte internacionalização da economia brasileira. A constatação é da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), em sua carta bimestral.

Para chegar a este número, a instituição analisou o chamado passivo externo bruto - composto de investimentos estrangeiros diretos (IED), investimentos de portfólio e dívida em mãos de estrangeiros. No período, o volume subiu de US$ 372,06 bilhões para US$ 673,69 bilhões.

Em termos líquidos, o passivo externo do País subiu menos: 54,4%. Isso porque os investimentos mantidos por brasileiros no exterior passaram de US$ 264,97 bilhões em 2001 para US$ 409,10 bilhões em março de 2007, a última posição disponível divulgada pelo BC.

A Sobeet analisa este período porque, a partir do ano 2000, uma série de medidas legais foram adotadas no sentido de ampliar a abertura financeira do País, facilitando a vida dos investidores estrangeiros e dos brasileiros que vão ao mercado externo.

Racionamento de energia é improvável até 2012, afirma Elektro

Rodrigo Postigo

23/11/2007

O Brasil não deve sofrer outra crise energética nos próximos cinco anos. A afirmação é de Luiz Otávio Assis, diretor executivo Comercial e de Suprimento de Energia da Elektro, distribuidora de energia elétrica que atende 228 municípios brasileiros.

Segundo ele, "a probabilidade de passarmos por um novo racionamento de energia é muito pequena". Assis participou de reunião do comitê estratégico de Finanças da Câmara América do Comércio em Campinas (Amcham-Campinas), e suas declarações foram publicadas no site da Amcham.

Para ele, a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, e os investimentos da Petrobras em termoelétricas estão entre as medidas que garantirão o abastecimento energético do País até 2012.

Assis disse ainda que, quando o Brasil saiu do racionamento em 2002, o consumo aproximado de energia elétrica da população havia baixado cerca de 25%. Como isso, houve uma oferta energética maior do que a demanda e os preços despencaram. "Nos últimos anos, o consumo voltou ao normal e o mercado percebeu que não existe mais sobra. Não dá para afirmar quanto, mas as tarifas energéticas tendem a subir", previu.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o consumo de energia no País cresceu 4,8% nos últimos 12 meses em relação ao período anterior. Apenas em outubro, o aumento foi de 7,5% comparado ao mesmo mês em 2007. A expansão foi liderada pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que demandam juntas 62,3% da energia do País.

BNDES vai dispor de fundo soberano de US$ 10 bi, diz Mantega

Folha Online / Lísia Gusmão

23/11/2007

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que será criado um fundo soberano de US$ 10 bilhões para atender a demanda de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para 2008.

Segundo o ministro, o fundo será alimentado pela "aquisição de dólares que estão sobrando no mercado". Não serão usadas as reservas internacionais, reforçou Mantega.

O BNDES quer captar pelo menos R$ 25 bilhões, metade dos recursos já disponíveis.

"Não precisamos usar as reservas existentes. Essas reservas serão mantidas e continuarão aumentando. Vamos criar um fundo de reservas. O BNDES poderá se beneficiar das aplicações que esse fundo de reserva fará, porque ele vai comprar títulos, fazer operações financeiras. E o BNDES é um forte candidato a apresentar os seus títulos externos para que sejam comprados desse fundo", disse o ministro.

CPMF é um tributo proporcional

Marcos Cintra

23/11/2007

Condicionados por idéias preconcebidas, muitos economistas e tributaristas repetem que a os impostos indiretos, em geral, e a CPMF, em particular, são regressivos, ou seja, o ônus tributário deles se reduziria conforme a renda se eleva. Em função disso, afirmam que eles são perversos e injustos porque oneram mais os pobres.A tese da regressividade tem sido citada intensamente nos últimos meses por conta das discussões envolvendo a prorrogação da CPMF.

Os grupos que defendem sua extinção têm usado esse argumento para convencer a sociedade que ela é injusta.O estudo “Parâmetros Tributários da Economia Brasileira”, publicado na Revista de Estudos Econômicos - FEA/USP (out-dez/2006), de autoria dos pesquisadores Nelson Leitão Paes e Mirta Noemi Sataka Bugarin, mostra que a alegada regressividade dos impostos indiretos e da CPMF precisa ser revista. O trabalho compreende 10 faixas de renda mensal familiar, obtida usando a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002/2003 do IBGE, e para cada uma delas é calculada a carga tributária de alguns tributos indiretos e o ônus total sobre o consumo.

No tocante a tributação sobre o consumo o trabalho revela que não há regressividade. Mesmo com a diferenciação na cesta de consumo das famílias e das alíquotas nominais de tributos como ICMS e IPI, a variação na carga final praticamente não existe. Ela gira na casa dos 28%, seja para uma família com renda até 2 salários mínimos ou uma que recebe mais de 30 salários mínimos.

Quanto a CPMF, o ônus fica na casa de 1,3% do orçamento familiar para qualquer faixa de rendimento. È um tributo que se revela proporcional, o mais harmonioso dos impostos brasileiros.

O estudo em questão é uma importante contribuição ao debate sobre os tributos no Brasil. Essa é uma área que se mostra carregada de preconceitos e esse trabalho pode servir para aprofundar as discussões e ajudar a derrubar o mito envolvendo a regressividade dos impostos indiretos e da CPMF.Cumpre dizer que o trabalho em questão é mais um ponto favorável à CPMF. Nos mais de 10 anos de existência do tributo ele foi capaz de desmentir previsões pessimistas que se faziam quando da sua discussão em meados dos anos 90.

Dizia-se que ela provocaria inflação e que haveria desintermediação bancária e nada disso se confirmou. Agora a alegação de que ela pesa mais sobre os pobres também começa a se mostrar falsa.Este artigo não tem a intenção de defender a CPMF ou a tributação sobre o consumo. Ele busca apenas mostrar que a mistificação de determinados conceitos dificulta a discussão racional de um tema fundamental para o país que é a reforma tributária.

A CPMF tem sido um dos tributos mais criticados, mas isso deriva do fato de que a sociedade já está saturada com a situação tributária de um modo geral. Na realidade ela vem mostrando qualidades e deveria ser a base para a implantação de uma estrutura mais justa e eficiente. É um imposto que deveria ser utilizado para substituir tributos de alto custo e ineficientes como o Imposto de Renda, a Cofins e as contribuições previdenciárias recolhidas pelas empresas.

CPMF: FHC diz que "o povo cansou de pagar tributos"

Invertia / Maria Clara Cabral

23/11/2007

Ao chegar no terceiro Congresso do PSDB em Brasília, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso negou que a bancada do Senado do partido esteja indecisa em relação à matéria que prorroga a CPMF até 2011. O ex-presidente disse que a mudança de posição do partido acontece porque os senadores da bancada estão pensando no Brasil e que "o povo cansou de pagar tributos."

Segundo ele, independentemente da pressão de governadores tucanos, o partido já tomou uma posição clamaramente contrária à prorrogação do chamado "imposto do cheque".

Fernando Henrique afirmou que a contribuição era necessária durante o seu mandato, quando o tributo foi criado. "Temos que ter sempre uma posição e, no caso da CPMF, ela já foi tomada; a CPMF foi criada no meu governo e eu apoiei, porque na época havia uma escassez de recursos. A análise agora, no entanto, é outra. Não tem crise de identidade nenhuma. Isso é passado e por isso temos uma posição clara."

O primeiro turno de votação da CPMF no Senado está programado para acontecer no dia 14 de dezembro. Para ser aprovada, ela precisa ter o apoio de, no mínimo, 49 de 81 senadores. Os tucanos chegaram a negociar com a o governo, sinalizando com a possibilidade de votar a favor da matéria. Os pedidos dos tucanos, no entanto, não foram contemplados e anunciaram que vão votar contra a matéria.

Simples Nacional já rendeu R$ 4,7 bi aos governos

Rodrigo Postigo

23/11/2007

O Simples Nacional já arrecadou R$ 4,79 bilhões desde a sua criação, em 1º de julho deste ano, segundo a Receita Federal. Desse total, R$ 3,46 bilhões foram para a União, R$ 1,017 bilhão para os Estados e R$ 311,934 mil para os municípios.

Atualmente, cerca de 2,7 milhões empresas estão cadastradas no novo regime de arrecadação para as micro e pequenas empresas.