sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Arrecadação ignora crise e bate recorde

Banco do Brasil acerta compra da Nossa Caixa por R$ 5,3 bi

Brasil e China 'emergem como modelos de estabilidade'

Mercosul protecionista

Condições nos mercados dos EUA estão melhorando, afirma presidente do Fed

Lucro de empresas cai até 60% no terceiro trimestre

Montadoras pedem plano de ajuda ao Senado dos EUA

Reservas internacionais recuam para US$ 204,499 bilhões

Venda no varejo ainda não mostra efeito da crise, diz IBGE

Alta do dólar já pressiona indústria

Em dois meses, o dólar avança 34% e provoca a maior pressão de preços sobre a indústria desde fevereiro de 2005
O Estado de São Paulo / Alessandra Saraiva, Leandro Modé e Silvana Rocha
21/11/2008
Quatro leilões do Banco Central (BC) foram insuficientes para impedir uma nova alta do dólar ontem. Na véspera do feriado no Rio e em São Paulo, entre outras cidades, a moeda americana subiu 2,58% e fechou cotada a R$ 2,385, maior valor desde maio de 2006. De meados de setembro - quando a crise financeira global se aprofundou - até ontem, o dólar avançou 34%.
Profissionais do mercado financeiro explicaram que pesaram sobre o mercado de câmbio as informações negativas a respeito da economia americana, os ganhos do dólar ante outras moedas, a preocupação cada vez maior com a saúde dos países emergentes (em especial, Rússia e Turquia) e as compras de empresas brasileiras para cobrir perdas com os derivativos tóxicos.
“Com essa trajetória de alta, empresas que estavam mais tranqüilas com o dólar a R$ 2,10, R$ 2,20, voltam a ficar preocupadas”, disse o vice-presidente da mesa de operações do banco WestLB, Alexandre Ferreira. Apesar de todos esses fatores, ele vê um certo exagero na desvalorização do real.
Segundo ele, do fim de agosto para cá, o dólar ganhou 46% ante o real, 32% ante o dólar australiano, 28% ante o peso chileno, 45% diante da lira turca e 27% em relação ao dólar da Nova Zelândia. São todos países emergentes, a maioria de exportadores de commodities, como o Brasil. Com a crise, os preços desses produtos despencaram, o que reduzirá suas receitas de exportação e, por tabela, derruba as moedas nacionais.
Houve, também, quem atribuísse as perdas do real ontem a um movimento especulativo, que estaria sendo alimentado involuntariamente pelo BC com os leilões de swap reverso - operação na qual o BC vende às instituições financeiras um papel que lhes dá direito a receber um determinado valor, em reais, corrigido pelo dólar dentro de um período de tempo. O BC, em contrapartida, adquire o direito de receber determinado valor corrigido pela taxa de juros.
Segundo um operador, a ampliação dos ganhos do dólar não resultou de um fluxo financeiro negativo ou demanda de investidores para hedge (proteção). Refletiu um aumento de posição comprada no mercado futuro de dólar na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que seria estimulada pelos leilões do BC. “Será que há necessidade de venda de tanto swap cambial? Aparentemente, não há no mercado necessidade de hedge. O BC está dando lucro para os bancos”, observou.
A alta da moeda americana já se reflete nos preços. A inflação do setor industrial atingiu em novembro sua taxa acumulada mais alta em mais de três anos por causa do aquecimento da demanda no início do ano e pela disparada da cotação do dólar nos últimos dois meses.
Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Estado mostra que, até a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro, os preços no setor subiram 16,36% em 12 meses, a maior variação desde fevereiro de 2005 (17,51%) - ano que marcou a mudança de nível das commodities metálicas, com reajuste de 71,5% do minério de ferro.
A inflação industrial até novembro está acima dos resultados consolidados, no mesmo período, dos três segmentos que compõem o IGP-M: atacado (14,75%), varejo (5,84%) e construção civil (12,29%). Foi superior à média do IGP-M (12,34%).
Responsável pelo levantamento, o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, comentou que as razões que levaram a inflação do setor a subir de forma tão expressiva no primeiro semestre não são as mesmas que catapultaram os preços industriais nos últimos dois meses.
Ele lembrou que, no início do ano, o mercado interno apresentava sinais de forte aquecimento. No primeiro semestre, o câmbio permanecia “comportado”, situação completamente diferente da verificada nos últimos dois meses. “Há muito tempo isso não acontecia”, disse, referindo-se à intensidade da desvalorização cambial.
O analista do Modal Asset Tomás Goulart afirmou que o comportamento desses preços daqui para a frente dependerá muito do que vai ocorrer com o câmbio. “Creio que voltar a um nível de dólar abaixo de R$ 2 é quase impossível.” Para ele, a elevada cotação pode continuar justificando reajustes de preços de insumos industriais relacionados à moeda americana.

Arrecadação ignora crise e bate recorde

O Estado de São Paulo
21/11/2008
Superando as expectativas do mercado e sem dar mostras de que tenha sido afetada pela crise financeira, a arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu R$ 65,49 bilhões em outubro, batendo novo recorde para o mês. O montante representou aumento real (descontada a inflação) de 12,36% em relação a outubro de 2007.
A receita foi até beneficiada por alguns reflexos da crise, como a desvalorização do real e o crescimento de saques em aplicações de renda fixa. O forte resultado de outubro levou a uma aceleração da taxa de crescimento no ano das receitas administradas pela Receita, de 9,27% até setembro para 9,31% de janeiro a outubro.
No total, incluindo as receitas administradas por outros órgãos da Administração Federal e taxas como royalties, a arrecadação no ano somou R$ 564,72 bilhões, com alta real de 10,33% na comparação com o mesmo período de 2007.
O secretário-adjunto da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, disse que a crise poderá ter reflexo negativo na arrecadação tributária apenas a partir de janeiro. "Entre a instalação da crise e a produção dos seus efeitos leva certo intervalo de tempo. Eu entendo que esses efeitos só virão mais fortemente a partir do próximo ano."
Segundo a Receita, a variação cambial e o resgate de operações de renda fixa geraram pagamento maior de Imposto de Renda sobre ganhos de capital. A Receita explicou que a variação cambial do período elevou o lucro, principalmente no setor de combustíveis, que representou 86% do crescimento da arrecadação dos dois tributos. Os números refletem, sobretudo, o lucro do terceiro trimestre da Petrobrás.
No segmento de renda fixa, a arrecadação praticamente dobrou em razão da saída de investimentos em CDBs para fundos DI. "Houve muita mudança de aplicação de CDB para fundos de CDI lastreados nos títulos do Tesouro. E, quando há mudança de aplicação, gera-se pagamento de imposto", disse Cartaxo. Além disso, a variação cambial provocou aumento no IR com operações no mercado de câmbio. Com isso, o IR sobre rendimentos de capital passou de R$ 1,45 bilhão em outubro de 2007 para R$ 2,26 bilhões no mês passado, uma alta de 55,39%.
Já os números da arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) mostram sinais contraditórios. Na comparação com outubro de 2007, houve alta real de 142,07%, mas na comparação com setembro caiu 5,06%. "Ainda não dá para ver se houve mudança no movimento de crédito", disse o coordenador-geral de Previsão e Análise da Receita, Raimundo Eloi de Carvalho.
No setor automotivo, os sinais também não são claros. Em relação a outubro de 2007, o IPI sobre automóveis subiu 11,75% em termos reais, mas recuou 8,17% ante setembro de 2008.

Banco do Brasil acerta compra da Nossa Caixa por R$ 5,3 bi

Reuters
21/11/2008
O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta quinta-feira que acertou memorando de entendimento com o Estado de São Paulo para a aquisição do controle acionário da Nossa Caixa. O valor da operação é de R$ 5,386 bilhões.
O valor da operação por ação é de R$ 70,63 e o pagamento será feito em dinheiro em 18 parcelas mensais corrigidas pela Selic a partir de março de 2009. A transação, segundo a Nossa Caixa, está sujeita à aprovação pela Assembléia Legislativa paulista até 10 de março do ano que vem, prazo este que pode ser prorrogado.
O governo de São Paulo vai alienar 76.262.912 ações ordinárias da instituição, equivalentes a cerca de 71,2% do capital, para o Banco do Brasil.
Pelo acordo, a Nossa Caixa será incorporada ao Banco do Brasil, que continuará prestando os serviços do banco estadual em todas as regiões onde está presente, mantendo políticas de fomento da instituição e assumindo operação de programas sociais paulistas administrados pelo banco.
Pelo acordo, o BB também fica obrigado a oferecer R$ 2,173 bilhões pela participação dos acionistas minoritários. Se a instituição atingir 100% do capital Nossa Caixa, o valor da aquisição pode chegar a R$ 7,56 bilhões.
O presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, afirmou à Globonews, após o anúncio da compra, que não há planos para fechamento de agências. O executivo disse que a sobreposição de agências entre os dois bancos é mínima e que o atendimento ao cliente da Nossa Caixa tende a melhorar com a utilização da tecnologia do BB.
Lima Neto prevê que o nome Nossa Caixa deve ser mantido por até um ano. O presidente do Banco do Brasil disse que a negociação corria há cerca de seis meses e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado nesta quinta sobre a conclusão do negócio.
Juntos, BB e Nossa Caixa possuem uma carteira de crédito de R$ 213,7 bilhões e um total de depósitos de R$ 264 bilhões. Além disso, contam com 103 mil funcionários, 4.888 agências e 53,3 milhões de clientes.

Brasil e China 'emergem como modelos de estabilidade'

BBC Brasil
21/11/2008
O Brasil e a China emergem como modelos de estabilidade, "neste momento de crise econômica global", diz artigo publicado na edição desta sexta-feira do jornal britânico The Daily Telegraph. O jornal compara os dois países, considerados "mercados emergentes", à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos, chamados de "mercados desenvolvidos" e diz que "esta grande divisão foi erodida" com a crise.
"O status de alguns mercados emergentes deve ser elevado, mesmo que em termos relativos", afirma o artigo, explicando que "alguns (países), como o Brasil, atualmente parecem representar menor risco (...) do que alguns (países) desenvolvidos como a Grã-Bretanha".
"Em termos de superávit comercial, endividamento em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e tamanho de suas reservas cambiais, o Brasil derrota a Grã-Bretanha sem esforço", disse o jornal. "Sua economia (do Brasil) ainda deverá crescer 3% no próximo ano, enquanto a da Grã-Bretanha está encolhendo. E, embora a inflação brasileira esteja aumentando, ela parece estar sob controle."
'Responsabilidade fiscal'
O artigo contesta o próprio termo "mercado emergente", dizendo que ele foi "inventado pelo Banco Mundial há 30 anos e é definido com base em renda per capita baixa".
"Na época, partia-se do princípio de que estas economias eram instáveis e em processo de reforma econômica e de mercado. Só governos mais sábios, dos Estados Unidos e da Europa, poderiam demonstrar responsabilidade fiscal, acreditava-se - e este era geralmente o caso", diz The Daily Telegraph.
O artigo afirma, contudo, que embora esta suposição persista, "o governo brasileiro nos últimos anos seguiu cuidadosamente regras defendidas por economistas ocidentais, enquanto Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros as desprezaram".
Sobre a China, o artigo do jornal britânico diz que "há muitas evidências que sugerem que a recessão que atingiu Estados Unidos e Europa não é meramente uma baixa cíclica, mas marca uma passagem do poder econômico no longo-prazo para a China e outros mercados emergentes grandes".
"Não pode mais haver uma reunião com credibilidade de G-alguma coisa (numa referência a G-8 e G-20) para tentar coordenar política monetária e fiscal sem incluir a China", afirma The Daily Telegraph.

Mercosul protecionista

O Estado de São Paulo
21/11/2008
Há menos de uma semana o governo brasileiro assumiu, juntamente com os demais integrantes do Grupo dos 20 (G-20), o compromisso de nos próximos 12 meses não ampliar barreiras comerciais e não limitar exportações. Os chefes de governo também prometeram não adotar, nesse período, incentivos à exportação incompatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) - uma declaração redundante, mas incluída, assim mesmo, na declaração conjunta. Agora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa decidir se vai levar a sério esse compromisso ou se embarcará, juntamente com a Argentina e outros sócios do Mercosul, em mais uma elevação da Tarifa Externa Comum (TEC).
O governo argentino passa por um novo surto protecionista. Já ampliou a lista de licenças não automáticas para importação, afetando os fabricantes brasileiros de televisores e têxteis. Pretende, além disso, adotar salvaguardas contra produtos de alguns setores industriais do Brasil, incluídos o metalomecânico e o de autopeças. Para isso, tentará acionar o Mecanismo de Adaptação Competitiva do Mercosul (MAC), uma aberração admitida por Brasília, mas ainda não regulamentada do lado brasileiro. Iniciativas desse tipo afetam o comércio interno do bloco regional, tornando-o mais emperrado e escancarando ao mundo a sua fragilidade, mas não afetam diretamente a relação do Mercosul com os demais países.
Mas o governo argentino também defende a elevação da Tarifa Externa Comum, aplicada a produtos originários de fora do bloco. O governo brasileiro não se manifestou contra a idéia, pelo menos abertamente. Ao contrário, tem dado sinais de apoiar a iniciativa. O assunto foi discutido em Buenos Aires, na terça-feira, em reunião do Comitê Bilateral de Monitoramento do Comércio. Segundo nota divulgada pelas autoridades argentinas, os negociadores decidiram propor na reunião de cúpula do Mercosul, marcada para dezembro, em Salvador, a elevação da TEC para vinhos, pêssegos, laticínios, têxteis, móveis de madeira, produtos da indústria de calçados e “outros”.
O compromisso assumido pelos governantes do G-20, em Washington, não implica, nem poderia implicar, renúncia ao direito de legítima defesa comercial, nos termos previstos pelas normas internacionais. Mas será essa a justificativa para o pretendido aumento da TEC? Poderão os governos do bloco sustentar essa justificativa diante dos parceiros de fora?
Os países do Mercosul não são os únicos a impor restrições ao comércio depois da reunião do G-20, no sábado passado. O governo russo anunciou a redução, em 2009, das cotas de importação de frangos e de suínos. A Índia deverá cobrar uma nova tarifa sobre os produtos de aço, de acordo com informação do Ministério da Economia. Barreiras criadas em vários países, antes da crise internacional, são mantidas em vigor ou foram recentemente estendidas. É o caso das tarifas impostas pelo governo americano à importações de aço da Índia, da China, da Indonésia, de Taiwan e da Ucrânia, criadas em 2001 e renovadas no dia 11 de novembro.
Também tem havido novidades do lado do estímulo à exportação. Antes da reunião de Washington, o governo chinês anunciou novas facilidades fiscais para os exportadores a partir de dezembro. Falta verificar se esses incentivos são compatíveis com as normas da OMC.
O governo brasileiro também deveria - e poderia - fazer mais para aumentar o poder de competição dos exportadores brasileiros e teria meios para conseguir isso sem violar acordos internacionais. Mas não tem ido além de medidas fragmentadas e de execução muito lenta.
Uma boa política para aumentar a competitividade, mais necessária do que nunca, seria a alternativa correta a medidas protecionistas. O compromisso do G-20 contra o protecionismo refletiu, em boa parte, posições defendidas com insistência pelas autoridades brasileiras. O recurso fácil ao protecionismo, agora, será desmoralizante, mas Brasília dificilmente deixará de acompanhar Buenos Aires na defesa de uma TEC mais elevada para vários produtos.
O protecionismo argentino tem grandes possibilidades de prevalecer, nesse caso, e também na hipótese de uma nova tentativa de acordo sobre os temas básicos da Rodada Doha, neste fim de ano. Algo diferente será uma enorme surpresa.

Brazil and China emerge as models of stability while UK looks risky bet

The Daily Telegraph
By Tracy Corrigan
Last Updated: 10:12PM GMT 20 Nov 2008
Splitting the world, as many institutional investors do, into two sorts of financial markets, emerging and developed, has always been an oversimplification. But whatever logic once underpinned this great divide has been eroded, as a result of a global economic crisis that was made in the US mortgage markets and disseminated thanks to overly lax US and UK monetary policy and irresponsible lending by US and European banks.
At the very least, the status of some emerging markets is due for an upgrade, if only in relative terms. It turns out that some, such as Brazil, currently look rather less risky on many measures than some developed ones, such as the UK. In terms of its trade surplus, indebtedness as a proportion of gross domestic product, and the size of its foreign exchange reserves, Brazil beats the UK hands down. Its economy is still expected to grow at 3pc next year, while the UK's is currently shrinking. And although Brazilian inflation is rising, it appears to be under control.
No wonder that BNY Mellon Asset Management, among others, is keen on Brazil, noting that "the growing maturity of its capital markets has been driven by sustained macroeconomic stability, declining interest rates, better corporate governance and management practices and the steady growth of its middle class consumer sector".
There is also plenty of evidence to suggest that the recession which has hit the US and Europe is not merely a cyclical downturn but marks a long-term shift of economic power towards China and other large emerging markets. This is partly the result of global demographic trends – for example, the ageing of the baby-boom generation makes it likely that US consumption will not rebound to previous levels, according to some economists. And this shift has already started. There could no longer be a credible G-anything meeting to try to coordinate monetary and fiscal policy without including the Chinese. That is a tacit recognition of the reality that China is not only an economic powerhouse, but has the additional clout that comes with American dependence on Chinese central bank purchases of US Treasuries to prop up its ballooning borrowing plans.
So what exactly is an emerging market? The term "emerging market economy" was invented by the World Bank 30 years ago and it is defined on the basis of low per-capita income. At that time, it was assumed that these economies were unstable and in the process of economic and market reform. Only the wiser governments of the US and Europe could be counted on to demonstrate fiscal responsibility, it was judged – and this was usually the case. This assumption still persists, even though the Brazilian government has in recent years dutifully followed rules championed by Western economists, while the US, UK and others have flouted them.
Still, reputations for bad behaviour, as some of us remember from our school days, tend to linger, even after reform should have triggered a thorough reappraisal. Jerome Booth, chief economist at emerging markets investment group Ashmore, notes that investors still have, a "binary view of risk", influenced by factors other than economics, such as geography. Italy and Iceland, for example, are lifted by the mere fact of being European, whereas Brazil suffers from a "bad neighbourhood" problem. It stretches credulity but Iceland, which was yesterday bailed out by the International Monetary Fund, boasted the top Moody's debt rating of triple-A as recently as May this year. As one analyst noted succinctly when it was downgraded: "Iceland had no business being triple-A in the first place." If Iceland were a tiny country in Latin America, you can bet it never would have been.
Emerging markets have performed pretty poorly since the start of the credit crisis, dashing hopes of a "decoupling". For example, in the 12 months to the end of October, the JP Morgan Emerging Market Bond Index returned 4pc, compared with 33pc for the global index (for sterling-based investors), as investors seeking to reduce risk piled out of emerging markets. Furthermore, when liquidity dries up, less actively traded emerging markets are bound to suffer more. However, within this poor overall performance, investors have picked out some favourites – Brazil returned 16pc over the same period.
If, as many expect, developed markets struggle to shrug off recession, emerging markets – now considerably cheaper – will start to seem more desirable. Mr Booth's view is that pension funds should aim to invest 35pc of their portfolios in emerging markets, across a broad range of asset classes including private equity. This seems perfectly sensible – but attitudes, as well as economic realities, need to change first.

Financial System Suffers Relapse

Shattering Lull, Fears of Deep Recession Roil Markets
By Neil Irwin and Renae Merle
Washington Post Staff Writers
Friday, November 21, 2008; Page A01
The financial system, which had recently shown glimmers of improvement, is unraveling again.
After a few weeks in which credit started flowing more freely through banks, giving relief to financial markets, prices continued to plummet yesterday for all but the safest investments, dragged down by fears of a deeper and longer recession than even many pessimists had expected.
Investors were so eager to move money into ultra-safe U.S. Treasury debt yesterday that they were effectively paying the government to hold on to their cash.
Meanwhile, the stock market fell nearly 7 percent yesterday, as measured by the Standard & Poor's 500-stock index, now at its lowest level since 1997. Financial companies have been particularly hard hit, especially Citigroup, whose shares lost half their value this week.
Saudi Prince Alwaleed bin Talal, the largest shareholder in the company, announced a new investment in the firm as a show of support, following a major sell-off Wednesday. But it wasn't enough to stanch the bleeding, as the shares fell an additional 26 percent yesterday.
The bank has asked the Securities and Exchange Commission to reinstitute its temporary ban on short-selling shares of financial firms, according to an industry source familiar with the matter who spoke on condition of anonymity because the communications with the bank were private. Citigroup issued a statement yesterday insisting that its health is strong. The company "has a very strong capital and liquidity position and a unique global franchise," it said. "We are focused on executing our strategy, including our targeted expense and legacy asset reductions, and we believe the benefits will be seen over time."
A Citigroup spokesman declined to comment on reports that the company is considering a sale.
Citigroup is being pummeled, but the entire sector has been under pressure, said Sean Ryan, a banking analyst with New York-based Sterne Agee. "It is just a hideous environment for anyone," Ryan said.
The relapse in the markets poses a predicament for economic policymakers at the Treasury Department and Federal Reserve, who have used extraordinary tactics to try keeping the financial system glued together. The Treasury has injected more than $200 billion into banks, while the Fed is lending directly to companies by buying their short-term debt.
These were among the steps that helped achieve a measure of healing in recent weeks, particularly in making banks more confident about lending to each other. Financial indicators show that conditions remain better than they were in October, but now, confronted with the prospect of a deep recession, investors are bracing for a new round of damage to financial companies.
Citigroup was a major concern yesterday, but the misery on financial markets had no single cause. In Washington, talks broke down over a government rescue of major automakers, raising the specter of massive job losses. The broader economic picture also darkened with a report yesterday that more Americans filed for unemployment insurance benefits last week than in any week since 1992.
"The economic news continues to be quite bleak," said Peter Cardillo, chief market economist with New York-based Avalon Partners. "We have a market that is pricing in a global recession that will probably last longer than most people anticipated."
And investors are coming to grips with the limitations of the government's response. Treasury secretary Henry M. Paulson Jr. said this week that he would not seek the remaining $350 billion of the $700 billion rescue package Congress approved last month, instead leaving the balance for the Obama administration to use come January.
Paulson also said last week that he would not be using any of the bailout money to buy up troubled assets from the books of banks, so hope has dissipated that the market for complex mortgage securities will start functioning soon. Investors had hoped that government purchases would jump-start that market by establishing new prices that could open the door for the return of regular buying and selling.
Wall Street interpreted Paulson's comments to mean that the financial rescue is on hold until President-elect Barack Obama's inauguration. And Wall Street was none too pleased.
"It's a complete loss of confidence," said Allen Sinai, president of Decision Economics, a consultancy. "We made our errors in the 1930s by letting the banking system go down. . . . We haven't done that. But history will write that we made a lot of other mistakes and left ourselves with a modern-day counterpart to the 1930s situation." Bank lending, which increased steadily in October as financial firms became more confident that the rescue would work, has fallen recently, according to Federal Reserve data, suggesting that credit will remain constrained in the near future.
J.P. Morgan Chase is expected to lay off 10 percent of its investment banking staff, or about 3,000 people. Goldman Sachs shares fell to below the price at which they were first sold to the public almost a decade ago.
The simplest measure of the health of the financial system is the price the U.S. government must pay to borrow money by issuing bonds. When investors are fearful, they are willing to accept low rates to lend to the government just to guard against losses or the risk that they won't be able to access cash.
Yesterday, investors were petrified. Rates on all types of U.S. government debt fell to all-time lows; the Treasury can now borrow money for two years at a rate of less than 1 percent, and can borrow money for 30 years for less than 3.5 percent.
For 30-day Treasury bills, the rate is effectively zero, which means, with transaction fees, that investors are essentially paying for the government to take money out of their hands for a month.
Conversely, rates soared on all types of risky debt. Rates have spiked on "commercial-mortgage-backed securities," which are loans against office buildings and other commercial property, and on debt owed by companies that are considered uncertain bets.
"The market is hungering for stability, and it isn't getting it from the government. They're not getting it from the economy, and their only recourse is to sell," said Matt McCormick, portfolio manager and banking analyst at Bahl & Gaynor Investment Counsel.
The Treasury said yesterday that it stands ready to buy assets from the Reserve Fund's U.S. Government Fund, a money-market mutual fund with $6.3 billion in assets, under a temporary program it initiated last month to bolster money-market funds. That would make it easier for the fund to handle redemption requests by its investors.
Also casting a pall on the broader market was uncertainty about the future of the U.S. automakers. With Congress struggling to reach accord on a rescue of General Motors, Ford and Chrysler, investors were weighing the prospect of further job losses among autoworkers and auto parts suppliers and of ripples through the financial system.
"The market is fearful of the consequences if Detroit is allowed to fail and what that would mean in terms of further economic decay," said Cardillo, of Avalon Partners.
The economic and financial distress continues to drive down prices of fuel and other commodities.
Crude oil closed below $50 a barrel yesterday for the first time since 2005, and has now has fallen more than 65 percent from its peak of $147 a barrel this summer. Some analysts are forecasting prices of $35 to $45 a barrel by year's end, levels that would have been unthinkable just this summer, reflecting sharply declining global demand.
Traders are ignoring triggers that would have traditionally sent prices up, including a Saudi-owned supertanker seized by pirates off Somalia, which could disrupt shipping routes, said Addison A. Armstrong, director of market research at Connecticut-based Tradition Energy. "There are bullish factors out there," he said, "but the market is just ignoring them because they are more focused on the collapse of the financial system."