segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Valor de mercado de empresas listadas cresce 60,4%

Rodrigo Postigo

07/01/2008

O valor de mercado das 404 empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiu R$ 2,5 trilhões em dezembro de 2007, o que representa um acréscimo de 60,4% em relação a 2006. No ano passado, o volume negociado na Bovespa atingiu R$ 1,2 trilhão, o equivalente a um acréscimo de 100,3% sobre 2006.

O número de negócios também apresentou crescimento expressivo: 74%, para 37,5 milhões de operações. Em dezembro, o movimento foi de R$ 113,4 bilhões, com 198.939 negócios.
Os setores financeiro e de petróleo, gás e biocombustíveis continuam sendo os mais representativos da Bovespa. O primeiro tem valor de mercado de R$ 473,7 bilhões, ou 19,1% do total.

Já as empresas que atuam no setor de petróleo, gás e biocombustíveis, com destaque para a Petrobras, somaram valor de mercado de R$ 437,2 bilhões, o equivalente a 17,6% do total. Em seguida aparecem os setores de mineração, com R$ 291,7 bilhões (11,8%); energia elétrica, com R$ 182,0 bilhões (7,3%); e alimentos, com R$ 178,2 bilhões (7,2%).

Anunciado há 4 dias, pacote marca início de ano agitado

Último Segundo

07/01/2008

Em seu nascedouro, o “pacote de ano-novo” anunciado pela equipe econômica do governo no primeiro dia útil de 2008, na última quarta-feira (2), completa apenas quatro dias de vida hoje (6), mas já provoca discussões dos mais diversos tons e matizes. Considerado pelos oposicionistas uma retaliação devido à perda dos R$ 40 bilhões arrecadados anualmente por meio da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o também chamado plano compensatório tem tudo para fazer deste ano – de eleições municipais, é bom lembrar – um dos mais difíceis do segundo mandato do presidente Lula.

Tudo indica que, nos 362 dias restantes de 2008 (estamos em ano bissexto), a animosidade política seja acirrada entre governo e oposição. “O PSDB não negociará mais com este governo”, anunciou o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), um dos principais críticos da política econômica da era Lula.

O tucano reclama que o Planalto traiu o acordo firmado em meados de dezembro do ano passado, que propiciou a votação – e conseqüente aprovação – da Desvinculação das Receitas da União (DRU) em segundo turno no Senado. O governo já havia perdido a batalha pela manutenção da CPMF, mas, com a prorrogação da DRU até 2011, poderia aplicar livremente 20% dos recursos vinculados ao Orçamento da União. Em contrapartida, comprometeu-se a: não reeditar a CPMF; não aumentar a carga tributária para compensar a perda do tributo; promover a redução dos gastos com a máquina pública; ampliar o debate sobre a regulamentação da Emenda 29, a chamada “emenda da saúde”, em tramitação no Senado.

Bolívia confirma que não conseguirá atender demanda do Brasil

Quebra de contrato acontecerá com termoelétrica em Cuiabá. Compromisso com Petrobras será mantido

Agência Estado

07/01/2008

A Bolívia não será capaz neste ano de cumprir todos os seus compromissos de fornecimento de gás para Brasil e Argentina, segundo o ministro de hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, citado pela Agência Boliviana de Informações (ABI).

"No fim do ano, nós produziremos uma média de 42 milhões de metros cúbicos de gás por dia e essa quantidade não nos permitirá cumprir os contratos com Brasil e Argentina completamente", teria dito o ministro em La Paz.

Atualmente a Bolívia está produzindo 40 milhões de metros cúbicos de gás por dia e tem uma demanda doméstica e externa diária de 46 milhões de metros cúbicos. Em várias ocasiões no ano passado a Bolívia reduziu temporariamente o fornecimento de gás para os países vizinhos.

Os problemas de fornecimento de gás neste ano vão atingir principalmente um pequeno contrato que a Bolívia possui com a usina termoelétrica em Cuiabá, no Centro-Oeste do Brasil, e um contrato de médio porte com a Argentina, informou a ABI.

A Argentina tem um contrato de importação de 7,7 milhões de metros cúbicos por dia. É esperado um crescimento nesse volume de mais de 20 milhões de metros cúbicos diários nos próximos anos, mas até agora a Bolívia não desenvolveu a nova capacidade de produção de gás necessária para cumprir o contrato.

Um contrato maior, de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, com a Petrobras, tem prioridade sobre outros contratos de exportação e não será afetado por outros possíveis cortes, afirmou Villegas.

Até o fim deste ano a Petrobras também planeja ter unidades de regaseificação com capacidade para regaseificar 21 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) na costa brasileira.

Investimentos estrangeiros somam R$ 45,2 bi em 2007

Rodrigo Postigo

07/01/2007

O fluxo de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no ano passou ficou positivo em R$ 45.201.685.724,30, resultado de R$ 49.437.132.331,30 em aquisições realizadas pelos estrangeiros nas ofertas públicas de ações (IPO"s na sigla em inglês) e do saldo negativo da negociação direta na Bovespa, de R$ 4.235.446.607,00.

Em dezembro, o saldo ficou positivo em R$ 1.132.241.491,00, resultado de compras de ações no valor de R$ 40.326.708.740,00 e de vendas de R$ 39.194.467.249,00.A participação dos estrangeiros nas ofertas públicas de ações, incluindo IPO"s, representou 75,4% do total de R$ 65.534.322.336,50 das operações realizadas em 2007, com anúncios de encerramento publicados até 03 de janeiro de 2008.

Pacote fiscal deve atingir coração do PAC, diz Raul Velloso

Segundo o especialista em contas públicas, medidas vão afetar bastante os investimentos em infra-estrutura

Agência Estado / Ricardo Leopoldo

07/01/2008

O especialista em finanças públicas, Raul Velloso, afirmou à Agência Estado que o "coração do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi atingido" com o fim da arrecadação de R$ 40 bilhões da CPMF e que o pacote fiscal anunciado pelo governo na quarta-feira deve afetar em grande parte os investimentos oficiais em infra-estrutura.

O governo pretende economizar R$ 12 bilhões na redução de investimentos e de despesas administrativas de custeio neste ano. "Não há como o PAC não ser prejudicado, pois o Poder Executivo deve fazer um corte drástico com seu bisturi nos investimentos, especialmente em transportes, o que é uma das prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento", comentou.

Velloso também se mostra reticente com a possibilidade de o governo cumprir a meta de 3,8% do PIB para o superávit primário para este ano, o que foi manifestado no final de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É muito difícil que o governo atinja aquele objetivo, pois é expressiva a perda das receitas que eram obtidas pela CPMF", afirmou. "Vamos aguardar os detalhes das ações que o Poder Executivo deve adotar sobre os cortes de despesas para estimar quanto o superávit será afetado. Se as medidas do governo forem fracas, sobem as chances do superávit primário atingir um nível bem inferior à meta em 2008."

De acordo com o especialista, o impacto negativo da redução dos investimentos públicos em infra-estrutura interfere na perspectiva de crescimento do País de longo prazo, pois não estimula o setor privado a elevar a Formação Bruta de Capital Fixo.

A menor velocidade dos investimentos, indiretamente, tende a influenciar também a política monetária administrada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), pois como o Produto Interno Bruto (PIB) potencial está em 4,3%, de acordo com o Ipea, e a economia deve ter crescido 5,2% em 2007, como estima o Banco Central, movimentos de avanço da demanda pressionam a inflação para cima e colocam em risco o cumprimento da meta para 2008.

De acordo com o relatório de inflação de dezembro do BC, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007 subiu de 4% para 4,3% e para 2008 aumentou de 4,2% para 4,3%. A projeção para 2009 da instituição oficial é de que o indicador deve atingir 4,3%, taxa bem próxima do objetivo central de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.

Raul Velloso destacou que do lado da receita, o pacote fiscal anunciado pelo governo não surpreendeu, pois se baseou no aumento do IOF em 0,38 ponto porcentual nas operações de crédito e de câmbio e elevação de 9% para 15% da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido do setor financeiro. "O governo também poderia ter aumentado o Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, mas como ele precisaria repartir a receita deste tributo com Estados preferiu não adotar tal medida para ficar com tais recursos à sua plena disposição", comentou.

Sem CPMF, vamos ter que “cortar na veia”, afirma Lula

Rodrigo Postigo

07/01/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, no Programa Café com o Presidente, que, com o fim da CPMF, o governo terá de 'cortar na veia' os gastos. Ele assegurou que os investimentos nas áreas de saúde, educação e os programas sociais serão preservados.

"A CPMF arrecadava R$ 40 bilhões e nós vamos ter o orçamento de 2008 sem esses R$ 40 bilhões. E nós resolvemos com muita seriedade e com muita tranquilidade, primeiro, anunciar ao Brasil que nós temos que cortar na veia outra vez, ou seja, temos que cortar os gastos. Isso vale para o Poder Executivo, vale para o Poder Judiciário e vale para o Poder Legislativo. A segunda coisa que nós fizemos foi a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, aumentamos de 9% para 15%. E os banqueiros não reclamaram. E não reclamaram por quê?
Porque os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos. Agora, os bancos estão ganhando eles vão poder pagar um pouco mais. E nós resolvemos, então, taxar o lucro líquido desse bancos. Nós aumentamos o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)".

Segundo Lula, tanto o IOF quanto a contribuição dos bancos vão dar ao governo por volta de R$ 10 bilhões. "Mais R$ 20 bilhões que nós vamos cortar do orçamento chegamos a R$ 30 bilhões. Os outros R$ 10 bilhões nós achamos que com o crescimento economia, com mais gente pagando imposto, com modernização da receita, a gente vai poder arrecadar".

Lula disse que para o Brasil melhorar definitivamente e transformar-se em uma grande nação, em uma grande potência, o País precisa investir muito em educação. "Por isso é que nós aprovamos o Fundeb (o Fundo da Educação Básica), é por isso que nós queremos o PDE, que é um programa de desenvolvimento da educação. E é por isso que nós estamos investindo muito em escola técnica, investindo muito em universidades, investindo muito no ProUni (o Programa Universidade para Todos), investindo muito agora no Reuni (Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidade Federais)". Segundo Lula a intenção é aumentar o número de alunos, que hoje são 12 por professor nas universidades para 18. "Eu tenho dito os números para todo mundo me cobrar em 2010", afirmou o presidente.

Lucratividade e liquidez – indicadores da saúde das empresas

Ivan Postigo

Os gestores empresarias todos os dias se vêem envolvidos com um volume substancial de informações e relatórios gerenciais que lhes dão sinais do andamento dois negócios, porém dois indicadores são fundamentais: Lucratividade e liquidez.
Lucratividade ligada aos aspectos econômicos dos negócios e liquidez aos financeiros.
Uma empresa pode se mostrar lucrativa, mas ter problemas devido ao fato de que recebe os valores de suas vendas num instante bem distante em que vencem seus compromissos.
Consideremos que para a fabricação de nossos produtos neste primeiro mês os compromissos com materiais, mão-de-obra, energia elétrica e outros gastos vencem em trinta dias, mas prontos os produtos estes levam quinze dias para serem vendidos e entregues e temos que conceder sessenta dias para que os clientes nos paguem.
Digamos que os vendemos todos por R$ 1.200,00 e estes nos custaram R$ 1.000,00, temos então um lucro de R$200,00.
Nos próximos 30 dias teremos que desembolsar R$ 1.000,00 e só receberemos R$ 1.200,00 daqui a 75 dias. Nossa empresa se mostra lucrativa, mas sem liquidez para honrar os compromissos.
Podemos ir aos bancos e pedir um empréstimo ou descontar as duplicatas, com isso transformamos nossas duplicatas em dinheiro e honramos os compromissos. Isso, logicamente, tem um custo que precisa ser considerado nos cálculos de lucratividade, uma vez que absorvem parte do lucro.
Vamos para o segundo mês considerando as mesmas premissas, veremos então que após 60 dias já pagamos a importância de R$ 2.000,00 e ainda nada recebemos, dessa forma temos dois meses de faturamento compromissados com as instituições financeiras. Desde que os custos financeiros não consumam o lucro podemos ainda operar, com alguma segurança, embora os credores já comecem a se preocupar com possíveis problemas de inadimplência.
Nesta simples reflexão o que poderia dar errado e comprometer os negócios?
Uma delas seria o atraso de pagamento dos clientes ou até a impossibilidade de recebimento por falência de alguns, comprometendo a liquidez e também os lucros, a outra seria a queda de vendas, que geraria complicações sérias à empresa. Numa situação como essa estaríamos tomando recursos para financiar os estoques que não estão girando .
Alguém poderia nos dizer: Esse raciocínio é muito drástico!
Analise com cuidado e verá que não é não.
Quantos produtos são lançados e não encontram aceitação no mercado?
Quem trabalha com moda, inovação, conhece bem a problemática que envolve produtos novos.
Quantos produtos apesar da aceitação no mercado apresentam problemas e a empresa se vê obrigada a retirá-los?Produtos que são retirados e não tem condições de retorno são perdas efetivas.
Uma empresa pode enfrentar um ou vários destes problemas que podem colocá-la em situação bastante delicada.
Ainda que aspectos como esses não afetem os resultados operacionais, normalmente, parte dos recursos financeiros das empresas é direcionado a investimentos em máquinas e equipamentos, em desenvolvimento de produtos, marcas, instalações, portanto num primeiro momento podem comprometer também a liquidez da empresa.
A questão poderia também ser colocada de forma inversa: A empresa ter liquidez, mas não ter lucro.
Isso se configuraria quando as duplicatas geradas pelas vendas fossem recebidas antes do vencimento dos compromissos.
Digamos que as vendas sejam feitas com prazos para recebimento de 30 dias e as compras tenham um prazo de 45 dias para liquidação, porém os valores recebidos não sejam suficientes para honrar todos os compromissos.
Sendo a questão tão óbvia porque muitos gestores demoram a perceber os problemas, principalmente com relação à falta de liquidez?
O fluxo de compras e vendas não é linear, há a questão da sazonalidade, queda de vendas inesperadas com alta estocagem, precariedade no planejamento, quer de vendas, compras ou produção, de forma que o processo se torna complexo e o problema não se configura de fácil percepção para um gestor sem especialização em finanças.
Apesar de todo discurso no mercado de que o Brasil tem excelentes especialistas em finanças à quantidade de empresas que tem um bom planejamento de caixa é bastante reduzida.
Quando a semana começar que tal dar uma olhadinha na lucratividade da sua empresa do último ano, como foi a liquidez e o que você tem planejado para os próximos 6 meses?
Caso não consiga chegar a uma conclusão é hora de chamar um profissional com especialização em gestão administrativa e financeira, não coloque a sua empresa em risco.
Para ter sucesso você precisa conhecer profundamente como anda a lucratividade e a liquidez de sua empresa.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
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