segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Apesar de crise, exportação para os EUA pode aumentar

Invertia / Jeferson Ribeiro

18/02/2008

A crise dos Estados Unidos ainda não está completamente dimensionada e tampouco seus efeitos podem ser calculados com precisão, mas a possibilidade de que ela atinja proporções mundiais não tira o ânimo dos empresários e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). O presidente do órgão fomentador de negócios no exterior, Alessandro Teixeira, está prevendo até uma intensificação das promoções comerciais no mercado norte-americano. Junto a isso, a Agência quer focar suas ações em pelo menos 20 mercados prioritários nesse ano.

"Nossa estratégia trabalha a diversificação independente da crise. A Apex tem um planejamento que visa intensificar as ações no mercado americano. Se a crise não for extensa, eu ganho mais espaço. Se for uma crise profunda, eu posso manter o atual mercado, o que já seria uma vitória. Como o mercado americano é o maior bilateralmente temos que intensificar a promoção e ser ainda mais agressivos. O meu planejamento prevê 83 eventos nesse ano nos Estados Unidos", afirma o presidente da Agência.

Paralelo a isso, a Apex vai reduzir o foco de ação prioritária da promoção comercial para se firmar de vez em mercados promissores que podem compensar algumas perdas causadas pela crise nos Estados Unidos. Segundo Teixeira, no ano passado, a Agência tinha 33 mercados prioritários. Nesse ano, a lista deve cair para 20 ou 21 mercados.

"Todos os mercados para nós são bons, ainda temos apenas 1% do comércio exterior mundial. Em termos gerais, é a mesma estratégia, mas teremos mais foco. Antes, eram 33 mercados prioritários e deve ficar em 20, 21 nesse ano. Queremos consolidar mercados existentes", explica Teixeira.

A estratégia está correta na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Me parece bastante razoável definir prioridades claras, como estratégia de promoção. O esforço promocional do Brasil tem que ser ampliado e melhorado. Esse é caminho para ganhar espaço. É importante investir em promoção naqueles mercados que tem capacidade de resposta maior. Aqui, a gente sempre estimula a pensar em acordos com Estados Unidos e União Européia", comenta o gerente-executivo da Unidade de Comércio Exterior da CNI, José Frederico Alvares.
Os dois se mostram preocupados com os desdobramentos com a crise na economia dos Estados Unidos, mas não estão nem um pouco pessimistas em relação ao crescimento das exportações brasileiras.

Alvares disse que, se houver um agravamento da crise nos Estados Unidos, o mercado interno ainda pode fazer frente a isso.

Teixeira argumenta ainda que novos mercados podem se consolidar a ajudar o Brasil a manter o seu superávit comercial nesse ano. "É difícil apostar em mercados que mais crescerão, mas os Emirados Árabes e países da América Latina que não fazem parte do Mercosul, como Peru, Venezuela e Colômbia, podem incrementar bastante o comércio com o Brasil. Rússia e Polônia indicam que terão maior crescimento também", aposta o presidente da Apex.

Ele não esquece da China é claro. Os chineses continuam representando um grande mercado para as commodities brasileiras, e a Apex vê a China como mercado prioritário para esse momento de crise nos Estados Unidos.

Alvares alerta que, apesar de realmente haver um maior descolamento dos países emergentes como Brasil, China e Índia da economia americana, isso não garante imunidade à crise, e é preciso estar preparado para enfrentes adversidades. "Essa idéia de estar menos vinculado à economia americana ainda não garante segurança completa. Os Estados Unidos ainda são o país mais importante para nossas exportações. No ano passado, eles absorveram 15,6% das nossas exportações; por isso, não há como substituir esse mercado", salienta.

Ele enfatiza que hoje as exportações têm um peso menor no PIB. "Hoje, a exportação tem uma participação menor no PIB. Como o mercado interno está aquecido, isso diminui o impacto de uma crise. Mas, se a crise for pesada, vai ter impacto na indústria de uma maneira geral. Mas eu sou otimista, porque o governo americano está preocupado e tomando medidas para evitar o alastramento da crise", afirma.

Argentina registra recorde comercial de US$ 100 bi em 2007

Rodrigo Postigo

18/02/2008

O comércio exterior da Argentina em 2007 alcançou a cifra recorde de US$ 100,713 bilhões, com saldo positivo de US$ 11,154 bilhões, segundo cifras divulgadas nesta sexta-feira, pelo INDEC. O Instituto Nacional de Estatística e Censos informou que as exportações ano passado marcaram um recorde histórico de US$ 55,933 bilhões, 20,4% a mais do que em 2006.

As importações somaram US$ 44,780 bilhões crescendo 31,1%. Desta forma, o superávit comercial para 2007 foi positivo em US$ 11,154 bilhões. Os produtos agrícolas foram os principais responsáveis pelo bom desempenho.

A Argentina é um dos principais produtores e exportadores de cereais e de soja do mundo. As exportações representam também sólidas receitas para o governo argentino, através dos impostos que, no caso da soja, chegam a até 27,5% por tonelada exportada.

Carga tributária e falta de legislação impedem maior crescimento do setor de serviços

Agência Brasil / Alana Gandra

18/02/2008

A criação de uma legislação específica para os serviços terceirizáveis é uma das lutas que a Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) promete empreender em 2008. A central reúne 80 entidades de todo o país vinculadas ao setor.

O vice-presidente da Cebrasse, Ricardo Scalize, avaliou que a expansão do setor poderia ser ainda maior, mas disse que esse avanço enfrenta empecilhos, como a elevada carga tributária. O setor de serviços representa hoje entre 57% e 60% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, mas os pequenos, médios e grandes empresários se sentem inibidos em fazer novos investimentos devido à carga tributária, analisou Scalize.

“O sistema tributário é um grande empecilho. A burocracia é um grande empecilho”, disse. A falta de legislação em diversos segmentos, em condições favoráveis à exportação, seria outro entrave enfrentado pelo setor. Scalize denunciou que em muitos casos, o Brasil tem tecnologia e mão-de-obra para exportar, mas o elevado custo operacional faz com que perca espaço para concorrentes como a China, por exemplo.

No Brasil, segundo Scalize, a carga tributária leva em muitos casos à informalidade dos pequenos e médios empresários do setor de serviços. “O empecilho é este: é você ter que trabalhar na informalidade para poder produzir e dar emprego, principalmente os pequenos e médios empresários”. Ele citou ainda como inibidor da expansão do setor o custo da mão-de-obra.

Para cada pessoa contratado por R$ 1 mil mensais, exemplificou, o setor de serviços gasta 120% a mais sobre o custo da mão-de-obra. Isto significa que, "para vender, só baseado na carga tributária e nos encargos trabalhistas, você está colocando 120% em média sobre o salário-base definido em acordos coletivos – então, eu contrato por R$ 1 mil e o custo do contratado é de R$ 2,2 mil".

Ricardo Scalize disse que as grandes empresas têm elementos para minimizar os prejuízos decorrentes desse custo elevado. Mas enfatizou que a grande preocupação do setor se prende à informalidade que esse custo gera. “Por exemplo, o setor de serviços em São Paulo, que é a locomotiva da economia brasileira, que mais emprega, mais paga impostos, tem também um percentual fantástico de informalidade. Porque o pequeno empresário, para levar algum dinheiro para casa, não contrata. E se contrata, não registra em carteira. Nossa preocupação em relação à carga tributária e aos encargos sobre a folha é justamente para tirar da informalidade o número de empresas do setor de serviços, os pequenos empresários principalmente”.

O vice-presidente da Cebrasse alertou que não há dados precisos sobre o percentual de empresas informais do setor no país: "Mas posse dizer que é muito alto entre os pequenos e até os médios empresários, devido à carga tributária e à legislação brasileira.".

CVM autoriza novas regras para analistas

Rodrigo Postigo

18/02/2008

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) autorizou ontem regras que trazem maior flexibilidade no processo de obtenção de registros de analistas. As alterações haviam sido solicitadas pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) e estavam em período de aprovação no órgão regulador do mercado.

A principal mudança do documento está na redução do número de provas a que o profissional será submetido para conseguir a certificação. A partir de agora, para atuar no País será necessário fazer apenas dois exames, cujo conteúdo inclui conceitos de finanças corporativas e contabilidade.

Até agora, era necessário ser aprovado em quatro provas, que continham conhecimentos mais complexos, como renda fixa internacional e derivativos. "Há uma grande demanda por profissionais em todo o País. O conteúdo desses dois exames é suficiente para dar conta do dia-a-dia das necessidades de um analista", afirma a presidente da sessão paulista da Apimec, Lucy Sousa.

Reservas internacionais recuam para US$ 188,282 bilhões

Rodrigo Postigo

18/02/2008

As reservas brasileiras internacionais recuaram em US$ 124 milhões na véspera, no conceito de liquidez internacional, segundo o Banco Central (BC). Com isso, o total das reservas brutas passou de US$ 188,406 bilhões para US$ 188,282 bilhões.

Brazil's stocks, currency fall on US economy woes

Fri Feb 15, 2008 9:58am EST
SAO PAULO, Feb 15 (Reuters) - Brazil's stocks fell on Friday as investors sold blue-chips Vale and Petrobras on concerns that a U.S. economic slowdown and more credit losses at big U.S. banks would sap demand for emerging market securities.
The Bovespa index .BVSP of the Sao Paulo Stock Exchange fell 1.35 percent to 60,981.83 points, led by a drop at mining giant Vale after the company said its 2007 iron ore output was below its target.
Brazil's currency, the real BRBY, weakened 0.11 percent to 1.753 per dollar.
Economic indicators in the United States on Friday showed manufacturing in New York State fell to the weakest level since April 2003, while import prices data raised fears of a pickup in inflation.
Expectations that U.S. investment banks may have to announce more write-downs related to credit markets also help pushed the Dow Jones industrial average and the Nasdaq Composite index down by about 0.3 percent each, dragging Brazilian assets.
"We are tracking markets in the United States, where losses quickened at the end of trading yesterday," said Carlos Alberto Ribeiro, a director at the Novacao brokerage. "All eyes are really on markets abroad and on the profit taking."
Interest-rate futures <0#dij:> on the BM&F commodities and futures exchange in Sao Paulo rose, reflecting the downturn in local markets.
On the stock market, mining giant Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research), the second most widely traded stock in Brazil, fell 1.48 percent to 46.72 reais. Vale said on Friday its iron ore output in 2007 rose 12 percent to 296 million tonnes, slightly lower than its target of 300 million tonnes for the year because of equipment problems and excessive rains.
State-controlled Petrobras (PETR4.SA: Quote, Profile, Research), the most heavily weighted stock in the Bovespa index, fell 0.81 percent to 82.85 reais
Low cost airline Gol Linhas Aereas Inteligentes (GOLL4.SA: Quote, Profile, Research) slumped 4.09 percent to 32.4 reais. The company said on Friday its fourth-quarter 2007 net income tumbled 60 percent to 76.96 million reais because of a surge in fuel and personnel costs and landing fees.
Grupo Pao de Acucar (PCAR4.SA: Quote, Profile, Research), Brazil's No. 2 retailer, fell 1.47 percent to 32.85 reais even after the company said late on Thursday same store net sales rose 5.8 percent in January, led by a surge in sales of electronic appliances.
(Reporting by Elzio Barreto and Claudia Pires, editing by Walker Simon)

UPDATE 1-Brazil's Vale reports record 2007 iron ore output

Fri Feb 15, 2008 10:11am EST
(Adds copper data and background)
SAO PAULO, Feb 15 (Reuters) - Brazilian mining giant Vale (RIO.N: Quote, Profile, Research) (VALE5.SA: Quote, Profile, Research) said Friday its iron ore output reached a record 296 million tonnes in 2007, up from 2006's 264 million tonnes.
Most of Vale's iron ore output comes from three mining systems -- the southeastern system, the southern system and Carajas -- all producing around 90 million to 110 million tonnes a year.
Output from Vale's three mines in the southeast system grew 18 percent in 2007 to 113.8 million tonnes, while output from the Carajas mine grew 12 percent this year to 91.7 million tonnes. Iron ore production from the two southern system mines were up 6 percent at 89.3 million tonnes.
Vale is in iron ore price setting negotiations with its main clients in China. Some analysts say it is seeking a 30 percent to 60 percent increase in prices for the season but Chinese steel producers are reluctant to accept a big rise.
Vale says that it needs the price increases to finance output expansion and keep pace with world demand for ore, which is being driven by growth in emerging markets like China.
The company said its 2007 output fell slightly below its own forecast of 300 million tonnes due to bad weather and equipment problems that interrupted production. The company also suffered some delivery problems due in part to a few landless peasant protests on one of its railways.
The company also produced a record 17.6 million tonnes of iron pellets 2007, up from the 14.2 million tonnes in 2006. Most of the pellets (11.2 million tonnes) were produced by blast furnace and the rest (6.4 million tonnes) were produced by direct reduction methods.
If Vale includes its share of pellets produced in joint ventures with companies such as Nibrasco, Kobrasco, Hispanobras, Itabrasco and Samarco, its output rises to 35.98 million tonnes, up from 33.17 million tonnes in 2006. This calculation follows Brazil's generally accepted accounting principals (GAAP).
Vale, the world's largest iron ore miner, said its refined nickel output rose also to a record 248,000 tonnes versus 235,000 tonnes in 2006.
"The record (nickel output) is an important sign of the successful integration of Inco Ltd, acquired by Vale in 2006," the company report said.
Vale had copper production of 284,000 tonnes, up from 267,000 tonnes in 2006. (Reporting by Roberto Samora and Reese Ewing; editing by Jim Marshall)