quinta-feira, 16 de outubro de 2008

UE: líderes tomarão medidas para enfrentar desaceleração

EFE
16/10/2008
Os líderes da União Européia (UE) reconhecerão nesta quinta-feira que suas economias passam por uma fase de "arrefecimento" e "contração", e se comprometerão a tomar medidas para enfrentar a crise.
Além da crise financeira e do socorro prometido aos bancos, os 27 países do bloco europeu reafirmarão seu apoio "à indústria européia", que já começa a sofrer as conseqüências da brusca desaceleração ou recessão, em alguns casos.
A chanceler alemã, Angela Merkel, deixou claro em seu discurso a portas fechadas diante dos outros líderes que "a economia real se dirige à estagnação, portanto, é preciso tomar medidas", segundo fontes européias.
O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, se mostrou preocupado pelo efeito da crise financeira na economia e pediu que a Comissão Européia (órgão executivo da UE) assuma um papel de liderança ao propor medidas.
Em linha com essa preocupação, a presidência rotativa da UE - nas mãos da França - propôs aos líderes europeus um acréscimo às conclusões da cúpula no qual os governantes se declaram "determinados a tomar as medidas necessárias para reagir ao arrefecimento da demanda e à contração do investimento, e, em particular, para apoiar a indústria européia".
Os líderes encarregarão à Comissão Européia de preparar propostas específicas até o final do ano. A continuação das reformas estruturais é "mais importante do que nunca" para voltar ao crescimento e melhorar o emprego na Europa, afirma o projeto de conclusões.
Os 27 líderes também ressaltam que o apoio à atividade econômica "passa por um nível de financiamento suficiente" e, a este respeito, comemoram a decisão do Banco Europeu de Investimento (BEI) de mobilizar 30 bilhões de euros para as pequenas e médias empresas.
O comunicado final da cúpula de Bruxelas também reiterará o compromisso de respeitar nestes tempos de crise a disciplina orçamentária.
As políticas nacionais "devem continuar no marco do Pacto de Estabilidade e crescimento revisado", que obriga a manter os orçamentos em equilíbrio ou com ligeiros déficit, não superiores o 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A proposta da presidência acrescenta, no entanto, que a aplicação do pacto "deverá refletir igualmente as circunstâncias excepcionais que atravessamos, como prevêem suas regras".

Produção industrial dos EUA tem maior queda em 34 anos

Dado reforça expectativas de que o país possa entrar em recessão.
Preços ao consumidor ficaram estáveis em setembro.
G1
16/10/2008
A produção industrial dos Estados Unidos caiu 2,8% em setembro, a maior queda desde dezembro de 1974, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16) que reforçam os temores de recessão. Em relatório, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) argumentou que a queda foi exacerbada pelos furacões Gustav e Ike e por uma greve na Boeing.
No terceiro trimestre, a produção diminuiu 6,0%, de acordo com taxa anual.
Mais cedo, o governo dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor do país ficou estável em setembro, por conta da queda nos custos de energia, dando nova evidência de menor pressão inflacionária.
O chamado núcleo do índice, que exclui os custos de alimentos e energia, considerados mais voláteis, também teve variação menor do que a esperada, subindo 0,1% em setembro e não 0,2%, como estimado pelos analistas. Em agosto, a alta foi de 0,2%.
Em setembro, os preços da energia caíram 1,9%, seguindo queda de 3,1% registrada no oitavo mês de 2008. Os preços dos alimentos cresceram 0,6%, repetindo a taxa apresentada em agosto. Os dados são do Departamento do Trabalho dos EUA.

Empresas brasileiras perdem US$ 89,5 bilhões em um dia

Rodrigo Postigo
16/10/2008
A consultoria Economatica divulgou uma pesquisa nesta quarta-feira em que aponta que 294 empresas brasileiras perderam US$ 89,5 bilhões desde terça-feira, por conta da forte queda nas bolsas de valores e da crise do crédito. Já as 1.237 empresas americanas pesquisadas perderam US$ 990 bilhões em valor.
As três maiores quedas entre empresas americanas e brasileiras são do setor de petróleo e gás. A Exxon Mobil tem a maior queda individual de valor de mercado, já que nesta quarta-feira perdeu US$ 52,5 bilhões. A segunda maior queda é o da Petrobras, com US$ 21,4 bilhões, seguida pela Chevron, com US$ 17,5 bilhões.
A Vale do Rio Doce foi a sexta empresa entre as que mais perderam, com queda de US$ 15,4 bilhões.

Crise não prejudicará exploração do pré-sal, afirma ANP

Valor Econômico
16/10/2008
Mesmo em um cenário de crise internacional, não faltarão recursos para a exploração do pré-sal, afirma o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombutíveis (ANP), Haroldo Lima
O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombutíveis (ANP), Haroldo Lima, afirmou que não faltarão recursos para a exploração do pré-sal, mesmo em um cenário de crise internacional. Segundo ele, a turbulência é conjuntural e não será suficiente para afetar a exploração e produção de petróleo na região. "A crise é uma coisa conjuntural e não vai bater forte no plano estratégico para os próximos 10 anos", explicou.
Lima, que participou da audiência pública da 10ª Rodada de Licitações da ANP, acredita que os investimentos para desenvolver o pré-sal no país poderão variar entre US$ 300 bilhões e US$ 400 bilhões nos próximos dez anos. "Quem sabe a gente precise de US$ 300 bilhões ou US$ 400 bilhões para produzir e explorar petróleo ali nos próximos dez anos", avaliou. O diretor-geral informou ainda que a comissão que estuda uma possível mudança no marco regulatório para o pré-sal deverá entregar as propostas de alteração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro, depois de mais duas reuniões.
Lima negou ainda que a 10ª Rodada - que oferecerá 130 blocos exploratórios, todos em terra, nos dias 18 e 19 de dezembro - possa ter baixa procura por não incluir áreas no mar, onde se encontra a maior parte da produção brasileira de óleo e gás. "Não sei se vai ser a maior, mas seguramente será uma grande rodada, porque estamos sendo procurados por um grande número de empresários", afirmou. "Muita gente está participando e a sala está cheia", acrescentou, em referência a audiência pública. Para Lima, a rodada deverá atrair um grande número de empresas brasileiras de médio e grande porte.

Brown propõe 'novo Bretton Woods' para economia mundial

BBC Brasil
16/10/2008
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, apresentou nesta quarta-feira a líderes da União Européia "um documento sobre as reformas mais importantes para a criação de um novo Bretton Woods".
Ao chegar à sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, onde os governantes do bloco iniciaram uma cúpula de dois dias, Brown defendeu a necessidade de uma "reconstrução da arquitetura financeira internacional" para adaptar a economia às mudanças mundiais e pediu que a União Européia lidere o caminho.
"Essa reconstrução pede exatamente a mesma visão que mostramos nos anos 40, quando criamos o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e a ONU (Nações Unidas)", afirmou.
Assinados em 1944 pelos países mais industrializados na época, os acordos conhecidos como Bretton Woods (cidade americana que foi cenário das negociações) estabeleceram as regras para as relações comerciais e financeiras internacionais.
Brown propõe, por exemplo, que as 30 principais instituições financeiras multinacionais sejam supervisionadas por colégios internacionais em vez da supervisão individual realizada hoje por reguladores nacionais.

Zapatero aprova urgente revisão do sistema financeiro

EFE
16/10/2008
O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, considerou nesta quinta-feira "imprescindível" e "urgente" uma revisão do sistema financeiro internacional, que dê segurança aos mercados, e reivindicou a presença da Espanha na cúpula mundial que será organizada para colocar as bases do novo modelo.
Zapatero concluiu com uma entrevista sua participação no Conselho Europeu, em Bruxelas, no qual a União Européia (UE), disse, se tornou "o líder, a referência e a esperança da reforma do sistema financeiro internacional".
O Conselho adotou as medidas tomadas no domingo passado pelo Eurogrupo e agora, acrescentou, é imprescindível um novo marco financeiro que dê garantias aos investidores e aos cidadãos.
Assim, mostrou seu apoio à reunião deste fim de semana entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, com o presidente americano, George W. Bush, para convocar uma cúpula internacional que aborde essa reforma antes do fim do ano.
"Certamente, a Espanha deve estar" nesta reunião, disse o presidente do governo espanhol, convencido de que uma crise de grande porte como a atual precisa de uma cúpula mais ampla e com maior representatividade do que uma reunião do G8 (os países mais industrializados e a Rússia) ou do G20 (que acrescenta os países emergentes).
Zapatero se reuniu nesta quinta com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e este lhe reiterou que é "absolutamente necessário" que a Espanha participe da cúpula, opinião que já transferiu, disse, à UE e à administração americana.

Brazil's low exposure may dilute turmoil

Financial Times
By Jonathan Wheatley in São Paulo
Published: October 15 2008 03:00 Last updated: October 15 2008 03:00
At Fábio Marangoni's printing works in São Paulo, pages of glossy magazines emerge almost silently from modern printing presses imported from Germany.
Asked how much he borrowed to install the presses, Mr Marangoni replies with an air of self-satisfaction.
"Nothing," he says. "We used our own capital." His family-owned business will be 50 years old next year. "During that time we've seen the currency go wildly up and down. Our raw materials and machinery are priced in dollars, so we've always taken care to use our own money. It means we have grown more slowly than otherwise. But it's worth it. Look what's happening now."
Mr Marangoni's caution has not shielded him entirely from the chaos in the world's financial system. Credit conditions have tightened and consumers and businesses are putting spending plans on hold.
Nevertheless, Brazil should emerge relatively unscathed. Economists who previously expected growth of between 4.5 and 5.5 per cent next year now expect between 2.5 and 3.5 per cent - by no means bad compared with the global outlook.
Not all companies have been as conservative as Mr Marangoni's. Grupo Votorantim, an industrial conglomerate, said on Friday it had paid R$2.2bn ($958m) to liquidate positions in currency derivatives. It was the third large company to announce big losses on currency bets and is unlikely to be the last.
Local media are talking of "the Brazilian subprime". Some observers expect to see bankruptcies as more exporters are forced to admit that they exposed themselves beyond sensible limits to currency contracts that worked in their favour during the real's long rally from R$3.95 to the US dollar in October 2002 to R$1.56 in May this year but which turned against them during its subsequent fall.
On the whole, however, Brazilian companies are much less indebted than their foreign competitors. The total amount of credit in Brazil was equal to 38 per cent of gross domestic product in August, much less than in many developed countries. where credit reaches multiples of GDP.
Economists and business leaders have long been calling on the government to enact spending reforms to release more money to finance investment and consumption through credit. There has indeed been a consumer-led acceleration of growth in the past few years, as lower interest rates, rising employment and enduring economic stability have encouraged borrowing.
But interest rates are still very high by international standards. Anefac, an association of finance executives, says rates offered to consumers by retail outlets averaged 105 per cent in August, while the average credit card rate was 230 per cent. Companies were paying an average of 60 per cent for working capital. At the international level, too, Brazil is relatively unexposed.
The government has paid down much of its foreign debt and is now a net creditor to the rest of the world. Less than 10 per cent of bank credit is raised overseas. Imports are equal to just 9 per cent of GDP and exports, about 12 per cent.
"Usually it is bad but in the current circumstances very fortunate that Brazil is relatively isolated from the rest of the world," says Nathan Blance of Tendências, a consultancy in São Paulo. "If this crisis had happened 10 years from now we would have been much more leveraged."
Brazil's good fortune is not all down to luck. The banking system is solid following a state-sponsored restructuring in the 1990s, with conservative rules on lending. Risky activities such as short selling are rigorously controlled - although the "Brazilian subprime" suggests tighter rules might have been needed for over-the-counter derivatives trades.
But the central bank has generally been alert to danger and quick to respond. It has repeatedly relaxed Brazil's stringent reserve requirements, allowing banks to lend more of their deposits and provide relief to companies short of credit.
"I'm not saying we won't get hit or even only marginally hit," says Jean-Marc Etlin of Itaú BBA, a São Paulo investment bank.
"But when the dust settles Brazil is going to come out of this better than a lot of other places."

Brazil expands securities to free reserves

Thu Oct 16, 2008 10:07am EDT
(Central bank corrects information on securities accepted in 2nd paragraph to exclude certificate of deposits)
SAO PAULO, Oct 16 (Reuters) - Brazil's central bank on Thursday expanded the list of securities it will accept to free up reserve requirements on term deposits, the latest in a series of measures to add liquidity to the financial system.
Banks can now buy fixed income securities and interbank deposit certificates, among others, from competitors to free up mandatory reserves on term deposits kept at the central bank.
The central bank had previously allowed large banks to buy credit portfolios from small- and medium-sized firms in distress to free reserves, spurring a series of acquisitions of loan portfolios.
Bradesco (BBDC4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Unibanco (UBBR11.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Banco do Brasil (BBAS3.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) and Spain's Santander (SAN.MC: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) have all taken advantage of the central bank measures to purchase loan portfolios in recent days.
The measures only apply if banks selling the credit portfolios or the securities have reference stockholders equity of 7 billion reais ($3.2 billion) or less. ($1=2.195 reais) (Reporting by Daniela Machado; Writing by Elzio Barreto; Editing by James Dalgleish)