terça-feira, 28 de outubro de 2008

Brasil investiu 1,02% em pesquisa e desenvolvimento em 2006

Consumo de energia cresce e atinge recorde em setembro

Crise levou 50% do valor de mercado das empresas, calcula Economatica

Fundos de pensão totalizam 17,2% do PIB brasileiro

Mercosul propõe maior integração comercial e financeira para combater crise

Mercosul propõe maior integração comercial e financeira para combater crise

EFE
28/10/2008
Os países do Mercosul concluíram hoje que o bloco precisa aumentar o comércio inter-regional e fortalecer a integração financeira para fazer frente à atual crise internacional.
Os ministros das Relações Exteriores e de Economia dos dez países do chamado Mercosul ampliado, que se reuniram hoje em Brasília com os presidentes de seus bancos centrais para analisar a conjuntura mundial, destacaram que a integração funcionaria como uma espécie de escudo contra a crise.
Nesse sentido, alegaram que um aumento da integração, especialmente do comércio entre os países da região, pode ajudar a minimizar as perdas decorrentes da falta de liquidez no mercado e de eventuais quedas nas exportações para os países ricos.
Da reunião, em que foram discutidas propostas, mas não foram adotadas medidas concretas, participaram representantes dos membros plenos do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, cujo processo de adesão está sendo concluído) e dos países associados (Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru).
Em comunicado, os ministros reafirmaram sua "convicção de que o aprofundamento da integração regional e o fortalecimento dos laços comerciais e de cooperação financeira podem contribuir (...) para o aumento do crescimento" e ajudar a "preservar e ampliar as conquistas econômicas e sociais dos últimos anos".
"Coincidimos em que é preciso valorizar o patrimônio de integração que construímos e reforçar nosso comércio", disse o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em entrevista coletiva.
Por sua vez, o chanceler argentino, Jorge Taiana, destacou a importância de se reconhecer "o processo de integração e de comércio" para "fazer frente à crise".
"A resposta que podemos dar à crise é o aumento do comércio inter-regional. Quanto maior a crise, maior deve ser a integração", disse o vice-ministro de Relações Econômicas e Integração do Paraguai, Óscar Rodríguez Campuzano.
No comunicado, os ministros também manifestaram a necessidade de serem adotados mecanismos que permitam à região ter uma integração financeira para para enfrentar a falta de liquidez internacional com recursos próprios.
Dentre esses mecanismos, foram citados especificamente o Banco do Sul, cuja ata constitutiva foi assinada em dezembro passado, em Buenos Aires, e que, segundo o comunicado, está orientado "ao desenvolvimento mais harmônico, equitativo e integral da América do Sul".
O chefe da diplomacia venezuelana, Nicolás Maduro, disse a jornalistas que uma das propostas discutidas foi a coordenação e a aceleração da estratégia regional para a construção de um "sistema financeiro do Sul".
"Temos que construir um sistema que permita dar uma resposta à crise de hegemonia que vive o dólar como moeda dominante nos últimos 60 anos e avançar em direção à criação de mecanismos de câmbio que construam bases para uma moeda comum na América do Sul", afirmou.
Maduro disse que outras ferramentas desse sistema são a implementação imediata do Banco do Sul e a criação de um fundo de reservas que sirva para financiar o desenvolvimento regional.
O comunicado também menciona mecanismos existentes no Mercosul, como o uso de moedas locais para o comércio entre os países da região, já implantado entre Brasil e Argentina.

Fundos de pensão totalizam 17,2% do PIB brasileiro

Investnews
28/10/2008
Os ativos totais dos fundos de pensão atingiram R$ 465,5 bilhões em julho de 2008, valor equivalente a 17,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. As informações são da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
A carteira consolidada do conjunto dos fundos de pensão alcançou R$ 444,2 bilhões também em julho.
Segundo a Abrapp, a rentabilidade estimada da carteira consolidada dos fundos de pensão nos últimos 12 meses, incluindo julho deste ano, foi de 15,63%.
No sétimo mês, a carteira variou negativamente 1,52%, tendo a renda fixa proporcionado um resultado positivo de 1,29%, e a variável sofrido uma oscilação negativa de 6,79%.
No ano, a rentabilidade estimada de 3,12% encontrava-se abaixo da meta atuarial de 8,49%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 6%.

Crise levou 50% do valor de mercado das empresas, calcula Economatica

Valor Online
28/10/2008
A crise financeira internacional já derrubou pela metade o valor de mercado das empresas brasileiras com capital aberto em 2008. Segundo levantamento da Economatica, com 330 empresas de capital aberto, as perdas acumuladas em 2008 já ultrapassam R$ 1 trilhão, o que corresponde a desvalorização de 49,7%.
Segundo a consultoria, o valor de mercado dessas empresas passou de 2,099 trilhões, no final de 2007, para R$ 1,055 trilhão, em 24 de outubro deste ano.
As 30 empresas do setor de construção analisadas pela Economatica foram as mais afetadas pela queda, com recuo de 72,3% em seu preço do mercado, ou R$ 38,4 bilhões em valores nominais. O setor de papel e celulose é o segundo maior perdedor, com desvalorização de 67,7% (R$ 30,7 bilhões). A lista segue com eletroeletrônicos (-61,8%) e máquinas industriais (-59,5%). Telecomunicações foi o setor que sofreu menos com a crise, perdendo 23,5% do seu valor de mercado.
Em termos nominais, o líder em perdas é o setor de petróleo e gás, que se desvalorizou R$ 232 bilhões (53,3%) nesse período. O setor de finanças e seguros perdeu R$ 223,1 bilhões e o de mineração, R$ 160 bilhões.

Consumo de energia cresce e atinge recorde em setembro

Reuters
28/10/2008
O consumo de energia do Brasil ainda não refletiu a crise financeira que está abalando a economia de todo o mundo e subiu 4,8% em setembro (ante setembro de 2007), atingindo volume recorde no ano de 33.362 gigawatts, segundo informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta segunda-feira.
O segmento industrial, no entanto, mostrou em setembro sinais de recuo, com a queda de consumo em relação ao mês anterior pela primeira vez este ano. A redução em setembro foi de 168 GWh contra agosto.
O setor comercial teve consumo de energia 6,8% maior em setembro contra um ano atrás e o residencial subiu 4,9%.
"O consumo mostra que os reflexos da crise financeira mundial ainda não se fizeram sentir no mercado brasileiro de energia elétrica, embora já possam ser percebidos alguns sinais no setor industrial", afirmou a EPE em um comunicado.
A EPE reviu a estimativa para o ano, de crescimento de 4,8% em relação a 2007 previsto no início do ano para 3,8%.
Na comparação com setembro do ano passado o consumo industrial ainda subiu 4,6%, mas o número de crescimento foi o menor para o ano.

Brasil investiu 1,02% em pesquisa e desenvolvimento em 2006

EFE
28/10/2008
O Brasil destinou 1,02% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2006, mais do que México e Chile, mas longe dos 2,26% em média, investidos no conjunto da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela organização.
O resultado coloca o Brasil acima de outras economias emergentes, como Rússia e China, porém atrás da Argentina, indica a OCDE no estudo "Dinamismo Global em Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento", elaborado a cada dois anos.
O relatório diz que a participação pública e privada nesse tipo de investimentos é semelhante, com 51% para o Estado e 49% para as empresas, e indica que o Brasil, entre os países que não são membros da OCDE, é um dos que mais recebem investimento estrangeiro direto.
A instituição afirma que 60% da participação registrada no Brasil provêm de entidades de fora do país.
O relatório diz que "apenas 10,7% dos graduados universitários têm titulações em ciência e engenharia", de acordo com dados de 2006.
Entre a população de 25 a 64 anos, 7,8% chegam ao ensino superior, acrescenta a OCDE.
A tendência das patentes acadêmicas brasileiras aumentou em um terço entre 2004 e 2005 e as receitas de aluguel de patentes cresceram 60%, segundo dados da Agência de Inovação da Universidade de Campinas (Unicamp).
A porção de publicações científicas brasileiras foi de 1,4% do total mundial, uma taxa "tão alta como a da Suécia" após dobrar entre 1995 e 2005 e ficar em níveis similares aos de Portugal e Cingapura, embora abaixo de China e Coréia do Sul.
A OCDE reiterou que impulsionar a contribuição da inovação ao crescimento da produtividade e competitividade é um dos principais desafios estruturais do Brasil.

Brazil stocks fall despite new liquidity measures

Mon Oct 27, 2008 11:46am EDT
SAO PAULO, Oct 27 (Reuters) - Brazil's central bank took new steps to help the country's liquidity-starved financial system on Monday, boosting the currency against the dollar as global recession fears sent stocks lower for a fifth straight session.
The central bank said it had further eased reserve requirements on demand deposits, a step it said would add up to 6 billion reais ($2.6 billion) to the financial system.
It has already pumped about $30 billion into the foreign exchange market this month to ease the impact of the global financial crisis, in the form of dollar swaps, dollar repurchase agreements and selling some of its dollar reserves.
Brazil's real BRBY, which has lost about a third of its value against the strengthening dollar since early August, gained about 3.5 percent to 2.245 per dollar as the central bank sold another $1.25 billion in dollar repurchase agreements.
It will also offer $1.5 billion in a currency swap auction on Monday.
The stock market's Bovespa .BVSP index slid 3.48 percent to 30,384.64, after earlier touching a three-year low, following sharp slides in Asian and European markets and a weaker open on Wall Street.
The index has lost more than half its value so far this year, with losses accelerating sharply in the past month as foreign investors flee emerging markets and seek shelter from the financial crisis in dollars.
Market heavyweight Petrobras (PETR4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) sank 5.9 percent to 19.20 reais as oil prices sank to a new 17-month low below $62 a barrel. For full story, see [ID:nSYD351781]
Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), one of the world's top three miners, fell 5.31 percent to 20.88 reais as concerns about the impact of tumbling commodity prices continued to weigh on its shares.
The country's battered banks were one of the few market sectors to avoid sharp losses on Monday.
Banco Itau (ITAU4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) (ITU.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz), Brazil's second-largest private-sector bank, announced its third-quarter earnings results early in a bid to reassure investors.
It said its net profit jumped 14.6 percent in the third quarter thanks to strong growth in its credit portfolio, but saw loan growth in the country slowing sharply next year as the economy cools.
The country's largest private-sector bank group Banco Bradesco (BBDC4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) (BBD.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) reported a 3 percent increase in third-quarter net profit and said it is not exposed to risky foreign currency derivatives that have hit several firms.
Itau shares rose on the strong earnings report, climbing more than 3 percent in early afternoon trading, and last changed hands up 0.69 percent at 17.62 reais. Bradesco gave up early gains to trade down 1.05 percent at 19.80 reais.
Major lender Unibanco (UBBR11.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) (UBB.N: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) also released its results earlier than scheduled last Friday to reassure investors as its shares plunged more than 22 percent at one point. It was trading at 10.4 reais on Monday, down 0.95 percent. (Reporting by Aluisio Alves and Jenifer Correa; Writing by Stuart Grudgings; editing by Gary Crosse)

Brazil hosts meeting to discuss financial crisis

Mon Oct 27, 2008 10:56am EDT
BRASILIA, Oct 27 (Reuters) - Finance ministers and central bank chiefs from Latin America gathered in Brazil's capital on Monday to discuss the financial crisis, which is threatening to severely slow growth in the region's economies.
Brazil confirmed the presence of Foreign Minister Celso Amorim, Finance Minister Guido Mantega and Central Bank President Henrique Meirelles at the extraordinary meeting of top officials from members of the Mercosur trade bloc and associated countries.
Foreign and finance ministers from Argentina, Chile and Venezuela are also due to attend, as well as Uruguay's finance minister. Central bank presidents from Argentina, Chile, Ecuador and Venezuela will also be present.
A news conference was scheduled for 5:30 p.m. (1930 GMT)
Emerging markets have suffered in recent weeks as fears of a global recession drove investors out of riskier emerging market assets.
The International Monetary Fund is hurrying to approve by early November a package that would let certain emerging market economies exchange local currencies for U.S. dollars to ease short-term credit strains, officials familiar with the plans said last week.
The plan was being driven by Latin American directors on the IMF board, who have long pressed for new lending programs designed specifically for the needs of emerging economies. (Reporting by Ana Nicolaci da Costa; editing by Mohammad Zargham)

UPDATE 1-Brazil finance minister plans no derivatives rescue

Mon Oct 27, 2008 12:10pm EDT
(Adds finance minister comments, background)
SAO PAULO, Oct 27 (Reuters) - Brazil's government has no plans to rescue firms in distress because of bad currency bets with foreign exchange derivatives, Finance Minister Guido Mantega said on Monday.
Large Brazilian conglomerates such as the Votorantim Group, food processor Sadia (SDIA4.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) and pulp producer Aracruz (ARCZ6.SA: Quote, Profile, Research, Stock Buzz) have announced massive trading losses on derivatives contracts in recent weeks as the country's currency plunged against the dollar.
Mantega said the government will not absorb the companies' losses with the contracts.
Still, it will seek to increase lending for investments in plant expansions and infrastructure so that companies can better cope with a global liquidity crunch.
"Companies that ventured in the futures market will have to pay the price of their daring move and it won't be the government that will cover that," Mantega told journalists. "Still, the government has an obligation to offer credit and liquidity at market prices."
Brazil's currency, the real BRBY, surged 20 percent against the dollar in 2007 and it had strengthened another 14 percent in 2008 through early August, prompting many companies to bet the Brazilian currency would stay on a strong path.
Those bets turned sour as the turmoil in global markets deepened and concerns over a worldwide recession led to sharp capital outflows from emerging markets. The real has weakened 30 percent since reaching a nine-year high in early August, causing currency losses for a slew of companies. (Reporting by Carmen Munari; Writing by Elzio Barreto, Editing by Walker Simon)