sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Dados do BC mostram desaceleração no fluxo de dólares para o Brasil em 2008

Em 2007, houve o ingresso de US$ 87 bilhões na economia brasileira.
Neste ano, até 19, entrada somou US$ 1,29 bi - a mais baixa desde 2003.
G1 / Alexandro Martello
26/12/2008
A uma semana para o fim do ano, informações divulgadas nesta quarta-feira (24) pelo Banco Central confirmam uma forte desaceleração no fluxo de dólares para o Brasil em 2008. Segundo o BC, houve o ingresso neste ano, até a última sexta-feira (19), de US$ 1,29 bilhão na economia brasileira em todas as transações que envolvem dólares: comerciais (contratos de compra de venda de moeda estrangeira para exportações e importações) e financeiras (fechamento do câmbio para investimentos, remessas, viagens e aplicações financeiras, entre outros). Se esse resultado for mantido até o fim do ano, será o menor ingresso de recursos desde 2003 - o primeiro ano da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi marcado por uma crise de confiança por conta do novo governo que assumia. Naquele ano, houve ingresso de US$ 718 milhões no país. Em 2004, 2005 e 2006, ingressaram, respectivamente, US$ 6,3 bilhões, US$ 18,8 bilhões e US$ 37,2 bilhões no Brasil. No ano de 2007, por sua vez, a entrada de recursos na economia brasileira foi muito maior: US$ 87,4 bilhões. Valor que ainda permanece sendo recorde histórico.

Exportadores criam "Opep do gás natural"

Gazeta Mercantil
26/12/2008
Os ministros de energia de 12 países exportadores de gás natural viajaram a Moscou na terça-feira para criar um grupo oficial, o qual, segundo eles, não controlará a produção, nem os preços do combustível, ao contrário do que temem consumidores de energia no Ocidente. O novo grupo terá sede no Qatar, conforme anunciou o ministro russo da Energia, Sergei Shmatko.
A "Opep do gás" terá como membros os países do chamado Fórum dos Países Exportadores de Gás (FPEG), que inclui 16 Estados, entre eles Argélia, Irã, Catar, Venezuela, Indonésia e Nigéria. O anúncio da criação oficial do grupo preocupou as nações consumidoras ocidentais, porém, os membros do FPEG negaram a intenção de controlar os preços do insumo e disseram que o objetivo principal do novo grupo é monitorar o mercado de gás e conduzir pesquisas conjuntas.
"Uma colaboração mais formal sempre fez parte dos nossos planos", disse o ministro nigeriano do Petróleo, Odein Ajumogobia. "O Estado do desenvolvimento do gás é muito diferente do petróleo. Com o petróleo, você tem um preço internacional. Com o gás, você tem um preço doméstico, um preço internacional, outro de exportação, etc", acrescentou.
"Não é um cartel, defendemos nossos interesses nacionais", disse o ministro venezuelano da Energia, Rafael Ramirez. "Nossa reunião é importante no sentido estratégico, na medida em que leva em conta uma situação de crise da economia mundial", completou.
"A meta é dar a este fórum um formato mais organizado e esperamos decisões neste sentido", declarou o vice-presidente da Gazprom, Alexandre Medvedev. "Esse é um não à Opep gás", insistiu.

Produção industrial no Japão tem queda da história

Gazeta Mercantil
26/12/2008
A produção industrial no Japão caiu 8,1% em novembro deste ano, em comparação ao mês anterior, registrando o maior recuo de sua história, segundo informou hoje o Ministério da Economia do Japão.O índice de produção de minas e fábricas ficou em 94 sobre a base de 100 pontos fixada em 2005. Em outubro, o indicador registrou queda de 3,1%.As previsões do mercado apontavam para retrocesso de 6,6% na produção industrial de novembro, segundo pesquisa realizada entre analistas pela agência de notícias Kyodo.O índice de transporte de mercadorias por via marítima caiu 8,4%, para 93,5 pontos, enquanto os estoques industriais cresceram 0,7%, para 110,3 pontos.

Cresce estoque de carro usado e preços desabam 30%

Agência Estado
26/12/2008
O mercado de carros usados levou um tombo ainda maior que o de novos. Nas vendas e nos preços. Modelos que há um mês e meio eram cotados a R$ 43 mil, caso de um Corolla 2005, hoje valem R$ 30 mil no antigo reduto de veículos usados, a Rua Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Em pouco mais de 30 dias, a desvalorização atingiu 30%.
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros novos, em vigor desde o dia 12, foi mais um golpe para os usados. “Depois da medida, tivemos de cortar mais os preços”, diz a gerente nacional de vendas da revenda Unidas Seminovos, Jaqueline Viccari. Nos modelos populares, cuja alíquota de 7% foi reduzida a zero, igual porcentual foi repassado aos seminovos. Mas os seminovos já vinham de uma onda de desvalorização desde outubro, quando o mercado automobilístico brasileiro começou a sentir os efeitos da falta de crédito provocada pela crise financeira internacional.
Concessionários afirmam que o mercado de novos, apesar da recuperação verificada nos últimos dias, continua travado por causa da falta de financiamento para os usados e das restrições das financeiras em aprovar o crédito. Grandes bancos normalmente não operam com carros usados e os pequenos e médios temem inadimplência. Pesquisa feita pela Molicar, agência especializada em varejo automotivo, mostra que, entre 5 de novembro e 17 de dezembro, a desvalorização de carros como Celta, Mille e Fiesta, todos modelos 2007 com motor 1.0 variou de 12,3% a 19,6%. No Civic, a queda foi de 20,1%.
“O preço do carro seminovo estava muito próximo do novo. A crise colocou o usado no nível onde deveria”, afirma Fernando Luiz Negrini, do Auto Shopping Cristal, com cinco unidades em São Paulo e venda média mensal de mil carros por shopping. “O lojista paga menos pelo carro, mas também o revende mais barato.” Para muitos revendedores, o problema é o estoque. Calcula-se que há perto de 1 milhão de carros usados em todo o País à espera de compradores. Além de muitos deles terem sido comprados no período de alta, quando estavam valorizados, no início do ano será preciso recolher o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), um custo extra para lojistas que já reclamam da falta de caixa.

Coréia do Sul diz que economia enfrenta crise sem precedentes

Reuters
26/12/2008
A economia sul-coreana vive uma crise sem precedentes com a demanda doméstica e externa recuando ao mesmo tempo, mas o governo vai agir para evitar um declínio anual nas exportações em 2009, informou o ministério da Economia, nesta sexta-feira. O ministério informou em relatório de ano novo ao presidente, Lee Myung-bak, que tem como meta impulsionar as exportações de 2009 para 450 bilhões de dólares, ante cerca de 430 bilhões de dólares projetados para este ano, e conseguir um superávit comercial de mais de 10 bilhões de dólares.
"A economia coreana enfrenta crise sem precedentes com exportações e demanda doméstica, os dois pilares de crescimento econômico, caindo ao mesmo tempo", afirmou o ministério.
Mas um influente instituto de pesquisa comercial local afirmou que as perspectivas para o primeiro trimestre do próximo ano são as piores em pelo menos seis anos, diante do agravamento da recessão global.
Em novembro, as exportações sul-coreanas caíram 19 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, uma vez que os embarques para o maior mercado do país, a China, despencaram cerca de 30 por cento, mostraram dados de alfândega divulgados na semana passada.
O ministério também afirmou que o governo vai perseguir meta de ampliar o investimento externo direto no país em cerca de 6 por cento, para 12,5 bilhões de dólares em 2009 ante 11,8 bilhões de dólares previstos para este ano.

Argentina investe em empreendimentos em meio à crise financeira

The New York
26/12/2008
Mesmo nas melhores épocas, Felix Racca enfrentava uma tarefa difícil ao tentar construir uma nova classe de empreendedores em um país conhecido pelo favoritismo acolhedor e melodrama político. Agora, o investidor da Argentina está tentando fazer isso em meio a uma tempestade financeira que tirou bilhões de dólares dos mercados emergentes.
Enquanto o mercado de ações de Buenos Aires caia para uma baixa recorde em outubro, porque o governo havia anunciado a nacionalização das poupanças, Racca estava a 966 km dali, debatendo tranquilamente a perspectiva de uma nova empreitada com Daniel Caselles.
Racca ofereceu o capital inicial para a ideia de Caselles, a AuthenWare, uma companhia que projeta softwares biométricos com aplicações de segurança para bancos e companhias de seguro.
Para os estrangeiros pode parecer um momento e lugar incomuns para isso. A medida de apropriação das poupanças foi amplamente vista como um reconhecimento de que a Argentina pode não conseguir pagar sua dívida em 2009, no valor de cerca de US$20 bilhões.
Depois da inadimplência de 2001, a falta de acesso ao crédito se tornou um estilo de vida aqui. O país permanece amplamente afastado dos mercados de ações mundiais e de investimentos estrangeiros.
Como resultado, os empresários argentinos começaram a buscar investimentos dentro do país, e com o tempo criaram um sistema de surgimento de negócios gerados com capital local.
De acordo com o relatório de 2008 da Venture Capital Observatory, US$25 milhões foram disponibilizados por fundos e investidores. Gabriel Jacobsohn, autor do relatório e professor de negócios da Universidade de Buenos Aires, espera que o número se mantenha firme no próximo ano apesar da atual incerteza econômica.
O volume é pequeno, muito menor do que 1% relativo ao crescimento do PIB da Argentina, mas representa uma mudança cultural. No passado, herança familiar e contatos governamentais geralmente determinavam os empresários do país. Agora, lentamente, os argentinos começam a confiar e investir uns nos outros.
Os novos investidores argentinos também oferecem conhecimento. Diversos deles lançaram seus próprios negócios durante crises anteriores e não apenas sobreviveram mas sucederam relativamente bem, com pouca ajuda.
Um destes veteranos é Racca, considerado uma lenda local. Ele e seu sócio Emílio Lopez fundaram a Intersoft, a mais bem sucedida companhia de software da Argentina nos anos 1990, passando por tudo desde inflação e estagnação econômica.
Racca diz que quer garantir que seus compatriotas "não tenham que passar pelo que passou".

Brazil president signs sovereign wealth fund law

Wed Dec 24, 2:20 pm ET
AP
BRASILIA, Brazil – Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva has signed a law creating a sovereign wealth fund to buffer the country from the global financial crisis and help Brazilian companies boost trade and expand overseas.
The presidential press office said in a statement that Silva signed the law on Wednesday and also inked a provisional measure endowing the fund with the equivalent of nearly $6 billion.
The statement provided no details.
The provisional measure must still be submitted to Congress for its approval.
Earlier this year, Finance Minister Guido Mantega said money for the fund would come from the federal government's primary budget surplus expected to come in at 3.8 percent of gross domestic product.

Brazil Foreign Currency Inflows Decline in Early December

By Fabiola Moura
Dec. 25 (Bloomberg) -- Foreign currency inflows into Brazil fell to $29 million in the first 19 days of December, compared with $3.1 billion in all of November, according to Central Bank data.
In the same period, $4.13 billion dollars more in foreign investment left the country than came in, the Central Bank said yesterday.
Brazil’s central bank said on Dec. 18 it had spent $9.8 billion of foreign reserves in the spot market since September to boost the local currency.