The New York
26/12/2008
Mesmo nas melhores épocas, Felix Racca enfrentava uma tarefa difícil ao tentar construir uma nova classe de empreendedores em um país conhecido pelo favoritismo acolhedor e melodrama político. Agora, o investidor da Argentina está tentando fazer isso em meio a uma tempestade financeira que tirou bilhões de dólares dos mercados emergentes.
Enquanto o mercado de ações de Buenos Aires caia para uma baixa recorde em outubro, porque o governo havia anunciado a nacionalização das poupanças, Racca estava a 966 km dali, debatendo tranquilamente a perspectiva de uma nova empreitada com Daniel Caselles.
Racca ofereceu o capital inicial para a ideia de Caselles, a AuthenWare, uma companhia que projeta softwares biométricos com aplicações de segurança para bancos e companhias de seguro.
Para os estrangeiros pode parecer um momento e lugar incomuns para isso. A medida de apropriação das poupanças foi amplamente vista como um reconhecimento de que a Argentina pode não conseguir pagar sua dívida em 2009, no valor de cerca de US$20 bilhões.
Depois da inadimplência de 2001, a falta de acesso ao crédito se tornou um estilo de vida aqui. O país permanece amplamente afastado dos mercados de ações mundiais e de investimentos estrangeiros.
Como resultado, os empresários argentinos começaram a buscar investimentos dentro do país, e com o tempo criaram um sistema de surgimento de negócios gerados com capital local.
De acordo com o relatório de 2008 da Venture Capital Observatory, US$25 milhões foram disponibilizados por fundos e investidores. Gabriel Jacobsohn, autor do relatório e professor de negócios da Universidade de Buenos Aires, espera que o número se mantenha firme no próximo ano apesar da atual incerteza econômica.
O volume é pequeno, muito menor do que 1% relativo ao crescimento do PIB da Argentina, mas representa uma mudança cultural. No passado, herança familiar e contatos governamentais geralmente determinavam os empresários do país. Agora, lentamente, os argentinos começam a confiar e investir uns nos outros.
Os novos investidores argentinos também oferecem conhecimento. Diversos deles lançaram seus próprios negócios durante crises anteriores e não apenas sobreviveram mas sucederam relativamente bem, com pouca ajuda.
Um destes veteranos é Racca, considerado uma lenda local. Ele e seu sócio Emílio Lopez fundaram a Intersoft, a mais bem sucedida companhia de software da Argentina nos anos 1990, passando por tudo desde inflação e estagnação econômica.
Racca diz que quer garantir que seus compatriotas "não tenham que passar pelo que passou".
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Argentina investe em empreendimentos em meio à crise financeira
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