quarta-feira, 21 de maio de 2008

Clima econômico piora na América Latina e melhora no Brasil

Rodrigo Postigo
21/05/2008
O Índice de Clima Econômico da América Latina recuou para 4,9 pontos em abril, ante 5,2 pontos em janeiro, ficando abaixo da média histórica dos últimos dez anos, de 5,1 pontos, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo divulgada nesta terça-feira. No Brasil, no entanto, houve uma melhora.
O dado ficou abaixo dos 5 pontos pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2003. Segundo a FGV, isso "indica que a avaliação do desempenho econômico é considerada ruim".
A deterioração na região acompanha a tendência mundial: o índice global recuou para 4,6 pontos em abril, ante 5,1 pontos em janeiro. Na América Latina, entre os destaques o indicador teve ligeiro aumento no Brasil, Venezuela e Uruguai e caiu na Costa Rica e na Argentina.
No Brasil, o índice subiu para 6,5 pontos em abril, ante 6,4 pontos em janeiro, devido a uma melhora no componente de situação atual - para 7,9 pontos contra 7,5 pontos no começo do ano - e estabilidade no de expectativas - que ficou em 5,1 pontos em abril comparado a 5,2 pontos em janeiro.
No ranking dos países latinos-americanos da pesquisa, o Brasil ocupa o terceiro lugar, comparado à 7ª posição que ocupava no início do índice, em abril de 2007.
"Descobertas do petróleo, ganho do grau de investimento, o crescimento econômico de 2007 são alguns dos fatores que ajudam a explicar esse resultado", afirmou a FGV em nota.

Texto da reforma tributária já tem 183 emendas

Agência Brasil / Daniel Lima

21/05/2008
Até o momento, o texto da proposta de emenda à Constituição da reforma tributária recebeu 183 emendas e o número deve chegar a 200, segundo informou o presidente da Comissão Especial que analisa a matéria, deputado Antonio Palocci (PT-SP).
Palocci lembrou que a proposta de criação de um novo imposto do tipo da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como chegou a ser acenado ontem (19) por alguns parlamentares, para reforçar o caixa da saúde, poderia ser incluída como emenda no texto da reforma.
“Se houver emenda propondo [a criação de algo semelhante à CPMF], vai ser discutida. Se vai ser aprovada ou não, não sei”.
Para Palocci não é prioridade da reforma tributária criar impostos, e a discussão dentro de proposta de reforma tributaria não é adequada. O deputado concordou, no entanto, que é importante procurar uma fonte de financiamento para a saúde.
“Se é CPMF ou não, não acho fundamental. O que não se pode aprovar é um projeto de despesa sem receita, inclusive a Lei de Responsabilidade Fiscal impede isso”.
Sobre a possibilidade de o governo usar o excesso de arrecadação para financiar a saúde em vez de usar no fundo soberano, Palocci não respondeu. Ele afirmou que é importante observar se existe realmente excesso de arrecadação.
“Acho que o ministro Mantega foi cauteloso ao não dizer se há um excesso de arracadação neste momento e, se houver, ele vai transformar em poupança pública”..
De acordo com o calendário de tramitação da proposta de reforma tributária divulgado pelo relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO), o texto deve estar aprovado na Câmara nos dias 16 ou 17 de julho.
O calendário prevê que as audiências públicas internas e externas devem terminar no dia 15 de junho. Nos dias 20 a 27 de junho está prevista a apreciação do relatório na comissão; nos dias 8 ou 9 de julho, votação em primeiro turno no plenário e 15 ou16, a votação em segundo turno.
Palocci participou de audiência pública da Comissão Especial de Reforma Tributária, na Câmara.

DF, RJ e SP são campeões em carga tributária

Financial Web
21/05/2008
Índices estaduais, que relacionam tributos e geração de riqueza local, variam entre 10,6% e 48,4%
A carga tributária brasileira, equivalente a 35,7% do PIB, pode ser decomposta e analisada por companhias que pretendem expandir seus negócios no País. O motivo é que os índices estaduais, que relacionam tributos e geração de riqueza local, variam entre 10,6% e 48,4%. O primeiro no ranking do imposto é o Distrito Federal, seguido por Rio de Janeiro, com 35,9%, e São Paulo, que tem 30,1%. Já a carga mais baixa está no Amapá e a segunda menor em Roraima, com 11,1%.
As informações são das Secretarias do Tesouro Nacional e da Receita Federal e foram divulgadas pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Além do ranking estadual da carga tributária, a apresentação “Justiça Tributária: iniqüidades e desafios”, elaborada pelo presidente do instituto, Márcio Pochmann, traz estatísticas sobre a incidência dos impostos por setor, evoluções tributárias e comparações com outros países.
O índice de desigualdade (Gini), por exemplo, atingiu o patamar de 0,56 em 2006, o mais baixo desde 1960, quando começou um movimento de alta. A partir de então, o índice subiu e atingiu o recorde de 0,64 em 1989. O estudo também mostra que a renda brasileira ainda permanece concentrada. De acordo com o Ipea, a fatia dos 10% mais ricos da população possuam cerca de 75% dos recursos totais do País.

Dívida pública do Tesouro cai 2,8% em abril para R$ 1,318 tri

Rodrigo Postigo
21/05/2008
A dívida pública total do País diminuiu 2,8% em abril, de R$ 1,356 trilhão em março, para R$ 1,318 trilhão, divulgou nesta terça-feira o Tesouro Nacional. Segundo o Tesouro, a dívida pública interna diminuiu 2,5%, ao passar de R$ 1,250 trilhão, em março, para R$ 1,218 trilhão, em abril, em virtude do resgate líquido de R$ 43 bilhões.
Com relação ao estoque da dívida pública externa, houve recuo de 6,25% em relação ao mês de março, encerrando o mês de abril em R$ 99,6 bilhões, sendo R$ 76,5 bilhões referentes à dívida mobiliária e R$ 23,1 bilhões à dívida contratual.
Segundo o Tesouro, esta redução foi conseqüência da valorização do real frente às demais moedas que compõem a dívida externa, bem como do vencimento dos bônus Global 2008 e DM 2008.
A escalada dos juros no mercado futuro em meio à piora do cenário inflacionário contribuiu para a redução e para uma piora do perfil dos vencimentos em abril, afirmou o Tesouro.
A elevação da confiança do investidor estrangeiro no Brasil nos últimos meses, por outro lado, afetou a estratégia do Tesouro de recomprar títulos da sua dívida externa.
O movimento da dívida interna refletiu um resgate líquido de R$ 43 bilhões em papéis da dívida, que compensou parcialmente a apropriação de juros de R$ 11,6 bilhões no mês.
O coordenador-geral da Dívida Pública, Guilherme Pedras, afirmou que, diante da elevação dos juros, o Tesouro optou por reduzir a emissão de títulos ao longo de um mês em que os resgates já tendem a ser elevados diante da concentração de vencimentos.
"Ao longo do mês, as taxas de juros se elevaram e o Tesouro optou por fazer leilões mais conservadores", afirmou Pedras.
As emissões do Tesouro somaram R$ 27 bilhões, com concentração nos papéis atrelados à taxa Selic (47%).
A parcela do estoque dos papéis prefixados, considerados melhores para o gerenciamento da dívida, caiu de 36,26% em março para 34% em abril.
No mesmo período, a participação dos papéis atrelados à Selic sobre o total aumentaram de 36,51 para 38,41% e os corrigidos por índices de preços subiram de 27,39 para 27,63%.
A dívida cambial ficou negativa em 2,17% em abril, ante 2,24% em março.
O estoque da dívida fechou o mês com prazo médio de 41,65 meses, ante 40,26 meses em março.

Más condições de trabalho mancham indústria brasileira, alerta “FT”

BBC Brasil
21/05/2008
As más condições de trabalho para os cortadores de cana e o impacto ambiental das plantações estão "manchando" a indústria brasileira do etanol, segundo análise publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times.
O artigo destaca que a maior parte da cana ainda é colhida a mão, com facões, que não mudaram muito desde que foram criados. "Os intervalos para beber água são curtos e a comida é pouca e não-apetitosa", diz o jornal.
"Essas condições provocaram uma série de críticas da União Européia de que o Brasil, o maior exportador mundial de etanol, é um ninho de práticas ruins de trabalho e ligadas ao meio ambiente."
Segundo a análise, as críticas e a tarifa de US$ 0,29 por litro imposta pela União Européia ao etanol brasileiro prejudicam a indústria que o Brasil tenta promover como a alternativa "verde" aos combustíveis fósseis.
Recentemente, o comissário ambiental da EU disse que as cotas de etanol planejadas pelo bloco devem levar em consideração "preocupações sociais e ambientais". Em resposta, o governo brasileiro ameaçou entrar com ação na Organização Mundial do Comércio.
"Os brasileiros afirmam que as críticas sobre as práticas de produção do País são, freqüentemente, uma tentativa mal disfarçada de proteger a indústria doméstica", afirma o FT, citando o ex-presidente do fórum Mercosul-UE, o brasileiro Ingo Plöger, que pergunta: "Quais são as preocupações sociais e ambientais impostas pela UE a atuais fornecedores de energia, como a Nigéria, a Venezuela, o Irã e o Iraque?"
O jornal afirma, no entanto, que o governo brasileiro está disposto a negociar com a UE e, em parte como resultado das críticas, o Estado de São Paulo - que responde por quase 80% da produção nacional - está adotando leis para melhorar as condições e eliminar o corte manual dentro dos próximos quatro anos.
"A mecanização, no entanto, não é bem-vinda pela maioria dos 300 mil trabalhadores da cana, para quem ela representa uma limitação no poder de negociação salarial e perspectivas de desemprego em breve", diz o FT.
Segundo o jornal, esses trabalhadores, normalmente, têm pouca educação e poucas chances de conseguir outros empregos.
O jornal lembra que a decisão também poderá prejudicar os Estados do Maranhão e Piauí, que recebem o dinheiro enviado por trabalhadores sazonais da colheita.
Minimizar o impacto ambiental, outra fonte de críticas internacionais, também é visto com controvérsia, afirma o FT.
Ambientalistas temem que a expansão da cultura da cana "empurre" outras culturas para regiões "sensíveis", mas o governo diz que "está combatendo essas preocupações com medidas como um decreto proibindo a plantação em áreas da Amazônia e no Pantanal".
"Ainda há bastante espaço para a expansão", afirma o jornal. "O Brasil tem cerca de 7 milhões de hectares de terra com cana plantada, dos quais 3 milhões são usados para o etanol, em comparação com 200 milhões de hectares de pasto, cerca de 21 milhões de hectares de soja e 14 milhões de hectares de milho."
Mas apesar de a cultura da cana ter tido pouco impacto ambiental até agora no Brasil, o jornal afirma que a comunidade internacional está esperando para ver o quão bem sucedido será o governo nos esforços para impedir que a produção cause danos ecológicos.

Brazil IPOs Canceled as Prices Top Profits While Bovespa Gains

By Michael Patterson and Paulo Winterstein
May 21 (Bloomberg) -- Brazil, the world's best-performing equity market, has more companies canceling initial public offerings than any nation except the U.S. after 66 percent of last year's new stocks were money-losers.
Norse Energy do Brasil SA, Banco Fibra SA and 17 other companies in Latin America's biggest economy postponed or withdrew IPOs in 2008, according to data compiled by Bloomberg. So far this year, three Brazilian companies went public, raising 780 million reais ($473 million), compared with 59 that sold 53.2 billion reais of new equity in 2007.
Investors abandoned the IPO market even as the Bovespa index rose 15 percent after most of last year's issues fell below their offer price. Brazilian companies that went public in 2007 after reporting a profit the year before sold shares at a median price- to-earnings ratio of 40.6 times, Bloomberg data show. That compares with 22.4 in China and 16.9 in India, where the economies are growing about twice as fast as Brazil.
``It was very clear that the market was probably overshooting,'' Roberto Egydio Setubal, chief executive officer of Banco Itau Holding Financeira SA, Brazil's second-largest non- government bank, said in an interview in Sao Paulo. ``This year probably will be more selective.''
The pace of IPOs typically rises when shares rally. In the U.S. where the Standard & Poor's 500 Index is down 3.7 percent this year, 40 sales have been canceled. Elsewhere in the world the total is 58.
Bovespa Record
``When you're in a bull market, you get a lot of IPOs overpriced,'' said Mark Mobius, who oversees about $47 billion in emerging-market equities as the executive chairman of Singapore- based Templeton Asset Management Ltd. ``It's not only true of Brazil, it's true of other markets.''
The 66-stock Bovespa index climbed more than six-fold since the end of 2002 as rising demand for Brazil's sugar, steel and oil boosted profits at commodities producers and falling interest rates spurred faster economic growth. S&P awarded the country an investment grade credit rating for the first time last month.
The Bovespa rallied to a record yesterday and outperformed the 20 biggest equity markets this year amid a global retreat in share prices sparked by the collapse of the subprime-mortgage market. Benchmark indexes in China and India lost more than 15 percent.
Below IPO
Industries that accounted for most of Brazil's IPOs last year -- banking, real-estate and consumer products -- are underperforming the Bovespa after the central bank raised interest rates last month for the first time in three years to cool inflation.
Iguatemi Empresa de Shopping Centers SA, a Sao Paulo-based operator of malls that sold shares last February for 42 times 2006 earnings, is trading 18 percent below its initial offering price. Bolsa de Mercadorias & Futuros-BM&F SA, the derivatives exchange that merged with Bovespa Holding SA, dropped 8 percent since the Sao Paulo-based company sold shares in November for 100 times profit. Acucar Guarani SA, a sugar processor also based in Sao Paulo, retreated 26 percent since its offering in July for 52.7 times earnings.
The prospect for higher interest rates and weaker consumer spending suggests profit forecasts are overstated, said Nick Field, who helps oversee $27 billion in emerging market equities, including about $9 billion in Brazilian stocks, at London-based Schroders Plc.
The central bank may increase its overnight rate target to 13.75 percent this year from 11.75 percent to curb the fastest rise in consumer prices since 2006, Sao Paulo-based Itau said this week.
`Massive Future Growth'
``In a world where you have more inflation concern and rising interest-rates, where there's more earnings uncertainties and macro uncertainties, people are less willing to pay for massive future growth and rather want growth now,'' Field said.
About 252 companies sold shares valued at $55.5 billion through IPOs worldwide this year, according to Bloomberg data. That's down from 478 deals and $85.1 billion during the same period in 2007, a record year for initial sales.
Norse, a Rio de Janeiro-based oil and gas explorer that canceled its sale last month, said it wants to gauge investor demand for other IPOs before reviving the offering. Norse planned to sell 23 million shares for about 18 reais each, or about 383 times reported profit for 2006, according to data compiled by Bloomberg.
``We're not urgently in need of funding so we can buy ourselves a little more time,'' said Anders Kapstad, chief financial officer of Norse Energy's Oslo-based parent Norse Energy Corp. ASA.
`Doesn't Make Sense'
Banco Fibra, a Sao Paulo-based commercial lender, withdrew its offering this month after the U.S. subprime mortgage-market's collapse sent financial shares tumbling worldwide. The MSCI World Financials Index has declined about 15 percent since Banco Fibra filed its IPO prospectus in August with the nation's securities regulator. Cassio Von Gal, the firm's finance chief, said Banco Fibra may pursue a private share sale instead.
``All bank stocks are down,'' Von Gal said in a May 14 interview. ``It doesn't make sense to enter the market now.''
Importacao Exportacao e Industria de Oleos SA, an Araucaria- Brazil-based soybean oil producer, postponed its IPO in March. Luiz Antonio Cavet, chief financial officer of the family-owned firm, said ``cautious'' investors prompted Imcopa to wait until markets improve.
The company is selling debt to finance operations and plans to offer shares ``when the moment is favorable,'' Cavet said.

Brazil stocks fall from record, currency slides

Tue May 20, 2008 10:51am EDT
SAO PAULO, May 20 (Reuters) - Brazil's stock market fell from a record high and the country's currency weakened early on Tuesday, pushed down by fresh fears about inflation at home and abroad.
The Bovespa index .BVSP of the Sao Paulo stock exchange was down 1.1 percent at 72,631.38 points after closing at a record in the last three sessions. Mining and steel sector shares led the index lower, slumping as investors took profits from a recent run-up.
Brazil's real currency BRBY slipped 0.48 percent to 1.658 per U.S. dollar, weakening for the second straight session after closing on Friday at its strongest level since January 1999. The real, which rallied 20 percent in 2007, has already gained more than 7 percent this year.
Brazilian markets fell in tandem with exchanges overseas, weighed down by concerns about inflation. A report showing that core producer prices in the United States rose in April added to concerns about inflation.
Two separate price indexes released on Tuesday also stirred concerns about inflation in Brazil, where the central bank recently raised rates to keep prices in check.
The so-called FIPE index, which tracks consumer prices in Sao Paulo, surged 0.89 percent in the monthlong period through May 15, and the wholesale-heavy IGP-M index soared 1.54 percent in the 30 days through May 10.
The worse-than-expected inflation data sent interest-rate futures <0#dij:> higher on the BM&F commodities and futures exchange in Sao Paulo, reflecting the growing consensus that Brazil's central bank will raise its benchmark lending rate again in June.
"Inflation won't let up in the short term," said Flavio Serrano, an economist at BES Investimento in Sao Paulo. "That's having an impact on the interest-rate futures market."
At the stock exchange, mining giant Vale (VALE5.SA: Quote, Profile, Research) led the Bovespa index lower. Vale, the second heaviest weighted stock in the index, slumped 1.87 percent to 57.60 reais.
Steel-sector shares also weighed on the index, with Usiminas (USIM5.SA: Quote, Profile, Research) falling 2.75 percent to 92.00 reais and CSN (CSNA3.SA: Quote, Profile, Research) tumbling 1.75 percent to 82.89 reais. Steel shares surged in the previous two sessions, buoyed by expectations that global demand for steel products will remain strong.
Aircraft manufacturer Embraer (EMBR3.SA: Quote, Profile, Research) was down 0.29 percent at 17.26 reais, in line with the broader market, despite news that the company had received three orders for executive jets. (Reporting by Todd Benson and Vanessa Stelzer)