terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Brasil e UE vão elaborar proposta conjunta para próxima reunião do G20

Valor OnLine / Rafael Rosas

23/12/2008

Brasil e União Européia (UE) pretendem apresentar uma proposta conjunta em pontos ligados ao sistema econômico internacional na próxima reunião do G20, em Londres, no dia 2 de abril do ano que vem. De acordo com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que também preside o Conselho da União Européia, o objetivo é "estreitar posições" sobre o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) e sobre a regulação do sistema financeiro internacional.

"Não podemos admitir nem ao menos uma instituição financeira que não seja supervisionada", frisou Sarkozy, que participou de reunião de cúpula entre Brasil e União Européia, no Rio de Janeiro.

Já o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, afirmou que a reunião de hoje estabeleceu pontos comuns para avanço de uma agenda de "convergência para uma nova arquitetura global".

"Temos que lutar contra crises e lutar para relançar Doha", frisou Durão Barroso, lembrando do interesse de Brasil e União Européia para retomar a negociação da Rodada Doha, que corre risco de fracasso depois que países desenvolvidos e emergentes não terem chegado a um consenso sobre setores como agricultura e serviços.

Empresários querem Brasil mais independente do Mercosul

Em cúpula no Rio, ex-ministro Furlan disse que Brasil está com 'bola de ferro no pé'.
BBC
23/10/2008
Empresários presentes no 2º Encontro Brasil-União Européia, no Rio de Janeiro, disseram nesta segunda-feira que o Brasil vem perdendo oportunidades de comércio bilateral com outros países em função de "amarras" do Mercosul e defenderam que o país tenha liberdade para fechar acordos com mais independência do bloco.
"Nesse momento, infelizmente, eu vejo o Brasil com uma bola de ferro no pé", disse o ex-ministro da Indústria e Comércio e presidente do Conselho da Sadia, Luiz Fernando Furlan.
Segundo o ex-ministro, o Brasil está "querendo correr, tendo um grande número de países fazendo propostas, mas (está) amarrado a essa situação".
Uma das alternativas, segundo empresários, seria permitir que os países do Mercosul fizessem acordos comerciais com outras economias de fora do bloco.
De acordo com Furlan, os países poderiam permitir, no âmbito do Mercosul, que alguns acordos bilaterais, em determinadas situações, fossem aceitos. "Vamos deixar o Uruguai fazer um acordo com os Estados Unidos e nós fazemos os acordos que queremos", sugeriu o empresário.
No ano passado, Uruguai e Estados Unidos assinaram o Acordo Marco de Comércio e Investimentos (Tifa, na sigla em inglês), que poderá levar a um tratado de livre comércio entre os dois países.

Exportações argentinas caem pela primeira vez em seis anos

BBC Brasil
23/12/2008
As exportações da Argentina registraram queda pela primeira vez em seis anos, com retração de 6% em novembro em relação ao mesmo mês no ano passado. O superávit na balança comercial de novembro foi 7,3% menor que o do mesmo período em 2007.
Os dados são do Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) e levaram analistas econômicos a interpretar que a economia argentina pode ter entrado em desaceleração.
"Não são dados positivos, mas no mercado privado esperamos que estes números podem cair mais", disse o analista Carlos Melconian à TV América. Segundo ele, o "freio" está mais ligado aos próprios "tropeços" da Argentina do que à crise internacional.
O Brasil é o principal destino das exportações argentinas, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
De acordo com a consultoria Abeceb, este resultado revela queda nas vendas para a China, além da redução das exportações de combustíveis ao Brasil, ao México e Estados Unidos.

Governo argentino corta impostos para exportadores

Rodrigo Postigo
23/12/2008
O governo argentino anunciou nesta segunda-feira que cortará pela metade o imposto sobre exportações de frutas e hortaliças, reduzirá em até 5% as taxas que incidem nas vendas de milho e trigo ao mercado estrangeiro e coibirá aumentos abusivos praticados em relação a adubos e agrotóxicos. As informações são da agência Ansa.
As novas medidas, apresentadas pela presidente Cristina Kirchner na residência oficial de Olivos, são mais uma aposta para incentivar a produção e o consumo no país ante o impacto da crise econômica. A Argentina tem sido duramente atingida pela queda nas cotações das commodities agrícolas, das quais é um importante mercado exportador.
Ficou de fora, porém, um esperado corte nos impostos que incidem sobre as vendas de soja, o principal item da pauta de exportações agrícolas da Argentina. A exclusão causou o descontentamento das lideranças rurais.
A presidente explicou que a redução das chamadas retenções - nome dado às tributações cobradas sobre as exportações de grãos - se dará de maneira gradual. Ou seja, quanto maior for a produção, mais alta será a alíquota do imposto.

Brazil Revises 2008 Growth Upward to 5.6 Pct

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: December 22, 2008
Filed at 7:07 p.m. ET
BRASILIA, Brazil (AP) -- The Brazilian Central Bank said Monday that economic expansion should be faster than expected this year, adjusting its GDP growth estimate to 5.6 percent from 5 percent.
But the global economic crisis should slow expansion to 3.2 percent next year, the bank said, down from the 4 percent expected by President Luiz Inacio Lula da Silva for 2009.
Independent economists have predicted Brazil will end 2008 with growth of about 5.2 percent.
The Central Bank said inflation should reach 6.2 percent this year, but only 4.7 in 2009, due partly to recent interest-rate hikes.
Also Monday, the Labor Ministry announced that the country registered a net loss of about 41,000 jobs in November, reversing a long period of sustained job creation.
Ministry chief Carlos Lupi said the 0.13 percent job loss was likely an early manifestation of traditional December layoffs, sped up by industry's fears of the economic crisis.
But he said Brazil gained more than 2.1 million jobs from January through November, and is expected to finish 2008 with a net gain of 1.8 million to 1.95 million positions.
Several large Brazilian companies such as miner Vale and auto makers have laid off workers and reduced production since the crisis intensified in September.

Emerging market consumers hurting with rest of world

Tue Dec 23, 2008 5:06am EST
By Michelle Nichols
NEW YORK (Reuters) - The financial crisis is shattering global confidence, with three quarters of households cutting spending and consumers in emerging countries feeling especially squeezed, a survey showed on Tuesday.
While countries like China, India and Russia have helped fuel world growth in recent years, the survey of 22 states in November found consumer optimism in such emerging economic powers in "precipitous decline."
"There's a lot of doubt right now where growth is going to come from," Clifford Young of Ipsos Global Public Affairs, the international market research and polling company that carried out the online survey told Reuters in a telephone interview.
He said the survey, which included a whole range of rich, and emerging states, "put in check a lot of strategies of global companies that were banking on emerging markets. In addition it puts in check any notion of 'decoupling.'"
Despite boasting a year ago that they were "decoupled" from the problems gripping developed markets, emerging stock markets are hovering near their lowest point in four years.
What started as a meltdown in the U.S. market for high-risk mortgages has engulfed the world, freezing access to credit, sparking bank collapses and requiring the bailout of whole industries and some entire countries.
"We expected things to be bad but it's most striking in the two big emerging markets India and China," Young said of the poll. "It's not good news in the short to medium term."
The poll found that global consumer optimism had nearly halved. Only 31 percent described the economic situation as very good or somewhat good in November compared with 55 percent who said the same thing in April 2007.
The largest falls in optimism, using this method, were in China, which plunged to 46 percent from 90 percent 18 months ago, and India, which dropped to 65 percent from 88 percent.
Many leading emerging markets export commodities. Flush with cash from soaring prices until six months ago, domestic demand helped to underpin growth. But now, the lag effect of falling demand and prices for oil, grains and industrial metals is being felt in these nations too.

UPDATE 1-Brazil, EU to prepare joint crisis position for G20

Mon Dec 22, 2008 5:00pm EST
(Recasts with new Sarkozy quotes, background)
By Stuart Grudgings
RIO DE JANEIRO, Dec 22 (Reuters) - French President Nicolas Sarkozy and his Brazilian counterpart, Luiz Inacio Lula da Silva, agreed on Monday to take a common EU-Brazil position to the next G20 summit dealing with the global financial crisis.
"We decided with President Lula that things must change and change profoundly," Sarkozy, the current president of the European Union, said in a speech at a two-day EU-Brazil summit in Rio de Janeiro.
"We decided to narrow our positions and arrive in London with a common vision, on the future role of the IMF, the system of management of financial institutions," he said. "We cannot allow a single financial institution to be uncontrolled or unsupervised."
Brazil, Latin America's biggest economy and diplomatic power, has been pressing for a bigger say in world affairs since the start of the financial crisis, saying the world needs a new system of decision-making that includes more countries.
France is eager for Europe to make its voice heard on the international stage, believing the financial crisis, which began in U.S. markets, has weakened the United States and provided the EU with an opportunity to boost its influence.
Sarkozy and Lula gave no details on proposals they would take to the London summit on April 2 and they did not take questions from reporters after their meeting, which was also attended by European Commission President Jose Manuel Barroso.
Sarkozy, who is expected to sign a major defense cooperation deal with Lula on Tuesday, earlier backed Brazil's claim to a permanent seat on the U.N. Security Council, saying the country had a vital role to play in global decision-making during the financial crisis.
"I'm being honest when I say we need Brazil in world governance," he said. "I think we need Brazil as a permanent member of the Security Council."
Lula has made obtaining a permanent council seat for Brazil one his major foreign policy goals.