terça-feira, 27 de novembro de 2007

Execesso de proteção no Japão afasta fundos

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Bloomberg News

27/11/2007

Os fundos de hedge estão tirando os investimentos do Japão, devido aos retornos mais baixos e à deficiente governança corporativa na maior economia da região, disse Kathy Matsui, principal estrategista do Goldman Sachs Group em Tóquio. O retorno médio do Japão sobre ações será de 10,2% este ano fiscal, ante 20% nos EUA e 15,7% na Ásia, segundo Matsui.

O retorno sobre o patrimônio mede o retorno do capital investido pelos acionistas. Por outro lado, as empresas japonesas se defendem das compras de companhias estrangeiras, procurando elevar os preços das ações, por meio de compras de participações entre si ou tomando as chamadas medidas "poison pills" (dispositivo de desvalorização da empresa aos olhos do comprador).

Cerca de 400 empresas japonesas, ou 10% de todas as firmas de capital aberto, tomaram providências para afastar compras hostis de controle acionário, segundo pesquisa do jornal Nikkei. "Encontro estrangeiros o tempo todo; as pessoas estão desapontadas com o mercado japonês", disse Matsui.

Os hedge funds que investem no Japão presenciaram a fuga de capital de cerca de US$ 7 bilhões, enquanto a Ásia ex-Japão viu entradas de recursos de US$ 17 bilhões até o final de outubro este ano, segundo a Eurekahedge, empresa de pesquisa de hedge funds de Cingapura. O índice Nikkei 225 recuou 4,3% este ano em dólares, e pode caminhar para o seu pior ano desde 2002.

O índice Eurekahedge Asia Ex-Japan Hedge Funds ganhou 35% este ano, ante avanço de 1,9% do índice Eurekahedge do Japão. A maioria dos cerca de 700 investidores internacionais que compareceram a uma conferência de dois dias do Goldman Sachs em Tóquio no início do mês demonstrou interesse em investir na Ásia, de acordo com três dos participantes, incluindo Hiromichi Tsuyukubo da Myojo Asset Management Japan.

"O interesse pelo Japão em média ficou menor que no ano passado", disse Tsuyukubo, que administra cerca de US$ 800 milhões na Myojo Asset, hedge fund com sede em Tóquio. "Mas a boa nova foi que a conferência atraiu muitos investidores de longo prazo, como fundações estudantis e empresas familiares."

Os investidores no Japão, incluindo a Steel Partners e a Harbinger Capital Partners de Warren Lichtenstein, tiveram rejeitadas suas ofertas hostis já que as empresas japonesas se voltaram para as "poison pills" e participações acionárias. A Bull-Dog Sauce, fabricante de condimentos, rejeitou em junho uma abordagem de compra da Steel Partners, e permitiu que todos os investidores, exceto o fundo, convertessem bônus que emitiu em ações ON.

O Tribunal Superior de Tóquio decidiu que a Steel Partners é "uma compradora aproveitadora". A Suprema Corte do Japão também tomou partido da Bull-Dog. As empresas também se voltam para uma antiga prática de participação acionária. A

Toyota Motor e a Matsushita Electric Industrial, respectivamente a maior e a décima empresa do país em valor de mercado, disseram que mantêm participações uma da outra. "Os parâmetros de governança no Japão, em relação ao resto da Ásia, estão realmente muito baixos", disse Matsui.

Superávit de novembro é de US$ 1,568 bilhão

Rodrigo Postigo

27/11/2007

A balança comercial brasileira encerrou a quarta semana de novembro com superávit de US$ 139 milhões, o menor saldo semanal do mês, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.

Com o resultado, o superávit acumulado em novembro subiu para US$ 1,568 bilhão, informou o Ministério em comunicado.

As exportações na quarta semana do mês somaram US$ 3,5, o equivalente a uma média por dia útil de US$ 700 milhões.

No mesmo período, as importações totalizaram US$ 3,361 bilhões, o que corresponde a US$ 672,2 milhões de média por dia útil. No ano, a balança comercial brasileira acumula saldo positivo de US$ 35,944 bilhões.

Reforma tributária não chegará ao Congresso até dia 30

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou, na tarde desta segunda-feira (26), que a proposta de reforma tributária não será enviada ao Congresso Nacional até o dia 30 deste mês. De acordo com o parlamentar, não adianta encaminhar uma proposta de reformaque ainda não está concluída pelo Executivo.

Jucá defendeu o envio de uma reforma tributária radical e ousada. Porém, segundo ele, se a área da Fazenda ainda não fechou esse modelo "mais ousado" com os governadores e prefeitos é melhor discutir mais um pouco e não enviar uma proposta pela metade. O senador lembrou que proposta de reforma aprovada há quatro anos pelo Senadoestá parada na Câmara. Em sua opinião, isso ocorreu por falta de acordo com os governadores.

- Eu acho que a proposta tem que ser contundente. Tem que ser uma proposta que sinalize para a sociedade que o governo quer avançar na questão tributária, simplificando e melhorando os tributos. Se a proposta não está pronta ainda, o governo não deve enviá-la - defendeu o senador.

PIB brasileiro se concentra em 7 Estados

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é concentrado em sua grande maioria por sete Estados do Brasil, segundo divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na revisão do PIB entre os anos de 2002 e 2007 em todas as regiões brasileiras. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina são responsáveis por 75% do PIB.

A soma das participações dos sete maiores Estados na economia brasileira atingiu 75,9%, em 2002 e reduziu-se para 75,2% em 2005. Entre 2002 e 2005, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os que mais perderam participação, embora São Paulo tenha se recuperado ligeiramente em 2005, sem retornar ao patamar de 2002. Uma seca, que levou à queda dos preços dos grãos, foi o principal motivo para o resultado no Rio Grande do Sul em 2004 e 2005.

Com a revisão, o Distrito Federal continua com o maior PIB per capita, mas, na nova série, São Paulo tomou do Rio a segunda posição neste ranking. O PIB representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil.

País quer limitar cobrança da TEC no Mercosul

Agência Estado / Adriana Chiarini

27/11/2007

O Brasil vai propor aos demais países do Mercosul, inclusive à Venezuela, a transformação do bloco em uma efetiva união aduaneira (com livre circulação de mercadorias importadas), com limitação da cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) à entrada de produto no bloco, informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Eduardo Melin. Hoje há mais de uma cobrança da TEC por produto estrangeiro, porque ela é cobrada na passagem do bem entre um país e outro dentro do bloco.

A proposta do Brasil é criar um mecanismo de cobrança e repartição da TEC, que seria unificada, e iria para os "países menores". "Nas uniões aduaneiras, os grandes ganham mercado, e os pequenos, renda e investimento", afirmou.Segundo Melin, até hoje não se conseguiu limitar a cobrança da TEC no Mercosul a uma vez por causa de dificuldades de distribuição de receita aduaneira. Se a distribuição da receita fosse pelo lugar de entrada, provavelmente o Brasil arrecadaria mais por ter o maior território e mercado.

Outras formas pelas quais Melin acredita que o Brasil ajuda a apoiar os países vizinhos é pela construção de infra-estrutura de energia e transportes na região e também de regras institucionais para reduzir as assimetrias e dar estabilidade à região.

"Mas isso não é integração em si, são coisas que facilitam a integração, mas não resolvem", disse.No mesmo seminário, o diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, informou que os diplomatas brasileiros estão orientados a trabalhar para que o Brasil passe a ter déficits comerciais com os países da América do Sul, como forma de demonstrar "generosidade" com a região de maneira a facilitar a integração.

Melin, no entanto, descartou a possibilidade de o Brasil passar a ter déficits comerciais com esses países. "A generosidade que o Brasil pode e deve demonstrar não vai se manifestar substancialmente nos saldos comerciais. É só olhar as estruturas produtivas. A assimetria é profunda, estrutural e só tende a crescer", afirmou Melin.

Economia brasileira deve crescer 4,71% em 2007 e 4,33% no ano seguinte, revela Focus

Valor Online

27/11/2007

O mercado financeiro fez mudanças na expectativa de crescimento da economia brasileira em 2007 e nos 12 meses seguintes. Para este ano, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi levemente alterada, de 4,70% para 4,71%. Em 2008, a estimativa é de que a economia do país avance 4,33% e não 4,37% como o calculado antes.

A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a instituições financeiras, mostrou também alteração na expectativa para o saldo comercial deste ano, ampliada de US$ 40,78 bilhões para US$ 40,80 bilhões. Para 2008, a estimativa saiu de US$ 34 bilhões de superávit para US$ 34,6 bilhões.

Os analistas reduziram novamente a previsão para as contas correntes brasileiras em 2007, de US$ 8,6 bilhões para US$ 8,45 bilhões, mas conservaram o prognóstico do próximo ano em US$ 2,42 bilhões.Quanto à projeção para a entrada de investimentos estrangeiros, foi mantida em US$ 33 bilhões para 2007 e em US$ 25 bilhões em 2008.O documento apresenta ainda um aumento de 5,30% para a produção industrial até dezembro e de 4,5% no ano que vem.

Votação para entrada da Venezuela no Mercosul fica para 2008

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), descartou nesta segunda-feira votar ainda este ano no plenário da Casa o projeto que autoriza a entrada da Venezuela no Mercosul. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

Chinaglia explicou que já há acordo para votar outras três matérias neste último mês de trabalhos legislativos. "Não creio que se consiga votar isso (entrada da Venezuela) ainda este ano. Mesmo porque ainda temos pendente a votação do Orçamento e outras três matérias", disse.

Pelo acordo, as outras três propostas que devem ser votadas antes do recesso são a proposta de emenda à Constituição dos vereadores, um projeto sobre defensoria pública e a conclusão da reforma política, além de medidas provisórias que trancam a pauta.

O novo líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também acredita que a votação da entrada da Venezuela no Mercosul não deva acontecer este ano, mas disse que a proposta é uma das prioridades para a base.

O líder, no entanto, disse que não fará disso "uma sangria desatada". "A questão está andando bem, a proposta foi aprovada na CCJ na semana passada. A relação do Brasil com a Venezuela está bem. Não precisamos correr contra o tempo, se não for esse ano, aprovamos no começo do ano que vem", disse Fontana.

Depois de passar pela aprovação do Plenário na Câmara, a proposta ainda segue para tramitação no Senado.